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Antologia Lendas Urbanas: E se forem reais? - 2x03

Conto de David Leite
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Sinopse: Em uma pequena cidade de São Paulo, um grupo de jornalistas tentam desvendar a lenda local sobre a Bruxa do Figueirão.

2x03 - A Bruxa do Figuerão
de David Leite


“No coração da cidade, Há um figueirão assombrado, Onde a bruxa deixou sua marca, Amaldiçoada pela eternidade. Amarrada e torturada sem piedade, Sua alma sofreu tal tormento, E em noites de lua cheia, Se ouve seu choro e lamento. Desafiando a maldição, Curiosos desaparecem, Arrastados pela força sombria, Para a escuridão e o sofrimento.”

    Na pequena cidade de Jandira, localizada no meio de densas florestas, existia uma lenda arrepiante que assombrava seus moradores há séculos. A lenda falava de uma bruxa antiga que fora cruelmente torturada e executada pelos cidadãos enfurecidos, e seu corpo deixado apodrecendo dentro do tronco oco de uma figueira gigantesca. Essa história sombria chamou a atenção de um grupo de jornalistas ambiciosos, que buscavam criar um documentário explorando a verdade por trás da lenda.

A equipe, composta por uma repórter experiente chamada Sarah, um cinegrafista chamado Mark, um engenheiro de som chamado Alex e uma pesquisadora chamada Emily, chegou em Jandira cheia de curiosidade, e armada com equipamentos de última geração. Eles planejavam entrevistar os idosos da cidade, esperando desvendar os mistérios que cercavam o destino da bruxa.

À medida que se aprofundavam em sua investigação, a atmosfera sinistra da cidade começou a afetar a equipe. As ruas estavam estranhamente silenciosas, e os poucos habitantes com quem se depararam sussurravam em tons baixos, alertando os jornalistas sobre a maldição que caía sobre aqueles que ousavam desenterrar o passado. Determinada, a equipe prosseguiu, todos ansiosos por capturar a verdade, no filme.

Eles montaram seu acampamento base próximo à famosa figueira, com seus galhos retorcidos se estendendo como dedos esqueléticos, contra o céu iluminado pela lua. Conforme os dias se transformavam em semanas, a equipe conduzia entrevistas, descobrindo histórias assombrosas de desaparecimentos, aparições estranhas e mortes inexplicadas. O ar crepitava com uma energia sobrenatural, e os membros da equipe não conseguiam se livrar da sensação de estarem sendo observados.

Certa noite, enquanto revisavam suas filmagens, a equipe notou algo perturbador. Sussurros fracos, mal audíveis, ecoavam pelas gravações. Ao aprimorar o áudio, as vozes ficaram mais claras, emanando do próprio coração da figueira. As palavras arrepiantes pareciam ser um aviso, um pedido de retribuição por parte do espírito vingativo da bruxa.

Em breve, os pesadelos da equipe se tornaram uma realidade horripilante! Objetos se moviam inexplicavelmente, e aparições fantasmagóricas surgiam em sua visão periférica. Seus equipamentos apresentavam falhas e estranhezas, capturando sombras sinistras e vozes distorcidas. Todas as noites, eram atormentados por espíritos inquietos, com seus sonhos cheios de visões perturbadoras e pesadelos.

A sanidade da equipe começou a desmoronar diante do implacável ataque de acontecimentos sobrenaturais. Sarah, a repórter, tornou-se cada vez mais obcecada pela história da bruxa, incapaz de dormir e atormentada por alucinações. Mark, o cinegrafista, desenvolveu medo irracional do escuro, convencido de que olhos invisíveis o seguiam a cada movimento. Emily, a pesquisadora, procurou ler sobre rituais antigos e tentou aplacar o espírito irritado, mas sem sucesso. Alex, o engenheiro de som, ouvia sussurros em seus fones de ouvido, instigando-o a abandonar o projeto e fugir de Jandira.

Conforme o medo aumentava, também se firmava a presença da bruxa. A figura de uma mulher macilenta, com cabelos selvagens e emaranhados e olhos brilhantes, aparecia diante deles, sua forma etérea flutuando pelo ar. Ela usava trapos rasgados, vestígios da tortura que havia sofrido um século antes. A equipe havia despertado uma força malévola e, agora, era o seu alvo.

Os ataques se tornaram mais frequentes e violentos. A equipe era arremessada pelos cômodos, sufocada por mãos invisíveis, e submetida a gritos arrepiantes que ecoavam durante a noite. Em uma tentativa desesperada de sobrevivência, eles buscaram ajuda dos moradores, mas aqueles que antes eram amigáveis, agora os evitavam, temendo a ira da maldição, e trancando-se em suas casas.

Sem ter a quem recorrer, a única chance da equipe era desvendar a verdade e encontrar uma maneira de quebrar a maldição da bruxa. Emily descobriu um diário oculto nos arquivos da cidade, detalhando os atos horríveis cometidos contra a bruxa e o ritual exato necessário para libertar seu espírito atormentado. Descobriram que o ritual envolvia coletar ingredientes específicos, realizar um cântico sagrado, e realizar uma cerimônia de purificação no local do pé de figo.

Apesar do medo avassalador, a equipe decidiu confrontar a bruxa de frente! Munidos do conhecimento do diário, aventuraram-se no coração da floresta assombrada, para reunir os ingredientes necessários. A mata parecia viva com uma presença sinistra, as árvores gemendo e sussurrando à medida que passavam. Estranhos símbolos gravados na casca pareciam brilhar com uma luz macabra, guiando-os mais profundamente na floresta labiríntica.

Ao alcançarem o ingrediente final - uma erva rara que diziam possuir propriedades místicas -  ouviram uma risada arrepiante ressoar pelas árvores. A bruxa, em toda sua forma espectral, materializou-se diante deles, com os olhos cheios de malícia. Ela desencadeou uma onda de energia sobrenatural, fazendo o chão tremer e o ar ficar gélido.

Diante do perigo iminente, a equipe correu de volta para o pé de figo, com seus passos ecoando pela noite. Ao chegarem ao local amaldiçoado, acenderam velas, dispuseram os ingredientes e começaram o cântico sagrado. Suas vozes se entrelaçavam, elevando-se acima do caos e da desesperança.

De repente, a terra tremeu violentamente, e um vórtice de névoa negra envolveu o pé de figo. O fantasma da bruxa materializou-se no centro do vórtice, sua expressão atormentada contorcendo-se de raiva e angústia. A equipe continuou o cântico, suas palavras se tornando mais fortes e fervorosas.

Numa explosão final de energia, o vórtice desabou, e o espírito da bruxa foi libertado. O ar ficou quieto e parado, e uma calma etérea se estabeleceu na floresta. A equipe ficou maravilhada, quando a figura fantasmagórica se transformou em uma presença benevolente, com os olhos cheios de gratidão e paz.

Com sua maldição levantada, o espírito da bruxa finalmente encontrou consolo e ascendeu à vida após a morte. A cidade de Jandira sentiu uma renovada sensação de tranquilidade, como se uma nuvem escura tivesse sido dissipada de seu núcleo. Os moradores, antes atordoados pelo medo e pelo sofrimento, começaram a reconstruir suas vidas com esperança e união.

Quanto à equipe, sua experiência angustiante deixou uma marca indelével. Eles testemunharam em primeira mão o poder do sobrenatural e as profundezas da crueldade humana. Decidiram utilizar seu documentário para lançar luz sobre a história trágica da bruxa, advogando por justiça e lembrança.

Nos anos que se seguiram, o documentário obteve aclamação crítica. Nos anos que se seguiram, obteve respeitabilidade no mundo do cinema, tornando-se um fenômeno mundial. O público ficou fascinado com a história arrepiante da Bruxa da Árvore de Figo, e a coragem da equipe em enfrentar o sobrenatural. No entanto, o verdadeiro horror ainda estava por vir.

À medida em que o documentário ganhava popularidade, uma misteriosa onda de acontecimentos sinistros começou a assombrar todos aqueles que assistiam ao filme. Pesadelos inexplicáveis atormentavam os espectadores, com visões aterrorizantes da Bruxa da Árvore de Figo. As pessoas começaram a enlouquecer, incapazes de distinguir entre a realidade e as imagens perturbadoras que inundavam suas mentes.

A equipe de jornalistas também foi afetada pelo pesadelo que haviam desencadeado. Uma força maligna se apossou de suas vidas, distorcendo suas mentes e alimentando seu terror. A bruxa, libertada do seu cativeiro espectral, voltou com uma alma de vingança, determinada a punir todos aqueles que ousaram mexer com ela!

Uma por uma, as vidas dos membros da equipe foram tomadas por eventos trágicos e horrores indescritíveis. Sarah, a repórter, enlouqueceu e foi encontrada morta, pendurada em uma árvore - cena macabra que lembrava a tortura infligida à bruxa -  há séculos atrás. Mark, o cinegrafista, foi encontrado dilacerado em seu próprio estúdio, sem nenhuma explicação lógica. Alex, o engenheiro de som, desapareceu sem deixar rastros, como se tivesse sido engolido pela escuridão da noite. E Emily, a pesquisadora, foi encontrada morta em seu apartamento, com marcas de estrangulamento.

O horror se espalhou além da equipe, atingindo todos aqueles que haviam assistido ao documentário. Uma maldição sombria e implacável se abateu sobre a cidade de Jandira, espalhando medo e desespero entre seus habitantes. A bruxa se alimentava do medo, das almas perdidas e penosas, e de vidas destroçadas (como a dela).

A história da Bruxa do Figueirão se tornou uma lenda ainda mais aterrorizante, com as pessoas temendo até mesmo mencionar seu nome. A cidade de Jandira caiu em ruínas, envolta em trevas e condenada a uma existência de tormento perpétuo.

E, assim, o destino cruel e sombrio da equipe de jornalistas serviu como um aviso para todos que ousassem desvendar os segredos obscuros e perturbar as forças além da compreensão humana. A bruxa, triunfante em sua fervente vingança, permaneceu eternamente ligada à cidade e à lenda. Sua maldição perdurou por muitas e muitas gerações, garantindo que a morte e a loucura continuassem a reinar em Jandira. 


Conto escrito por
David Leite

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Gisela Lopes Peçanha
Pedro Panhoca
Rossidê Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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