VOZ DE JOSH –
Anteriormente em New Stages...
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RYAN – Eu gostaria de saber em que dormitório fica o aluno Ryan
Jordan.
FUNCIONÁRIA – (se vira para o computador) Um momento, por favor.
(digita algo no teclado, olha para a tela e volta a se virar para Ryan)
Dormitório 28. Segundo andar.
RYAN – Você pode me dizer o nome do estudante que divide o
dormitório com ele?
FUNCIONÁRIA – (olhando para o computador) O aluno Ryan Jordan
divide o dormitório com Evan McGrath.
RYAN – (confuso) Evan McGrath? (comenta consigo mesmo) Parece que
já ouvi esse nome antes...
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RYAN – Então quer dizer que você mantém duas moradias?
EVAN – Sim, claro. Um homem prevenido vale por dois. Quando as
coisas apertarem por aqui, eu vou para o dormitório...
RYAN – Não, cara, você vai ter que escolher uma opção ou outra,
porque você não vai ficar guardando vaga em um dormitório onde você não
mora.
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JOSH – E você, quando vai se assumir?
AUSTIN – Como se meus pais se importassem com a minha vida. São
tão ligados ao trabalho que nem vão dar atenção quando eu disser que sou
gay.
JOSH – (ri) Mas não é por isso que você vai esconder deles a sua
sexualidade...
AUSTIN – Eu vou contar, fica tranquilo. (aproxima-se de Josh) E
quando isso acontecer, eu vou fazer questão de apresentar o meu namorado
a eles.
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RYAN – Você sabe que tá dando pra ouvir a música desde a entrada
do prédio, né? (bebe um gole da cerveja) Não tem medo que alguém chame a
polícia e acabe com a sua farra?
EVAN – E quem seria louco de fazer isso? Esse edifício ama as
nossas festas.
...
Duas viaturas policiais com a sirene ligada estacionam em frente ao
edifício. Saem dois policiais de cada carro e, rapidamente, invadem o
edifício.
...
Os policiais entram no apartamento de Evan.
JOVEM – (grita) Os tiras chegaram!
E, em multidão, os jovens começam a sair correndo do apartamento. No
meio da fuga, alguns são apreendidos, enquanto outros conseguem evacuar
do prédio. Ryan e Evan saem juntos. Um dos policiais tenta correr atrás
deles, mas não os alcança.
...
EVAN – Vamos pra nossa casa.
RYAN – Nossa casa?
EVAN – Sim, vamos para o alojamento. (ri) Agora você entendeu
porque devemos ter sempre uma segunda opção.
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Evan puxa a calça de Ryan até os joelhos. Em seguida, começa a abaixar a
sua cueca. A imagem corta para o rosto de Ryan, ainda estranhando a
situação. Então, sua expressão assustada acaba sendo substituída por uma
de prazer. O garoto fecha os olhos, aparentemente excitado, sugerindo
assim que Evan está fazendo sexo oral nele.
EVAN – (apenas a voz) Isso é bom?
RYAN – (abrindo os olhos) Continue.
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CENA 01. LOS ANGELES. RUA MOVIMENTADA. EXT. DIA.
(música: Beating My Heart - Jon McLaughlin)
A imagem abre em uma movimentada rua de Los Angeles. Surge a legenda:
O dia está nublado e
aparenta estar prestes a anoitecer. As pessoas andam apressadas, em
direção a suas casas, após um exaustivo dia de trabalho. O trânsito está
infernal. Muitos carros parados e buzinando. Entre a multidão, vemos uma
garota de cabelos castanhos claros andando com um pequeno papel em suas
mãos, para onde olha continuamente. Subentendemos então que se trata de
um endereço, pois ela também alterna os olhares em direção às placas, a
fim de se localizar onde está. A garota carrega uma grande mochila em
suas costas e está um pouco ofegante. Ela enxerga uma cafeteria e
resolve entrar nela. Corta rapidamente para:
CENA 02. LOS ANGELES.
CAFETERIA. INT. DIA.
(Música cessa.)
A garota entra no
local lentamente encarando a enorme quantidade de pessoas que estão ali.
Elas fazem seus pedidos apressadamente e os funcionários se desdobram
para conseguir atendê-las. A jovem consegue alguns caminhos vagos e
chega até o balcão de atendimento. Uma funcionária com olheiras bastante
intensas vai até ela.
FUNCIONÁRIA
– Olá. O que deseja?
GAROTA
– Oi. Eu nunca estive em Los Angeles, então não conheço a cidade. Será
que você poderia me dizer se estou no caminho certo para chegar neste
endereço? (mostra o papel)
FUNCIONÁRIA
– Menina, este é o horário do fim de expediente e as pessoas estão
apressadas querendo fazer os seus pedidos. Tem como você fazer o seu e
dar o fora daqui?
A funcionária encara
a garota. Close nela, assustada.
GAROTA
– Ok. Eu só quero um café.
A funcionária segue
até a cafeteira e prepara um café para a garota. Esta, por sua vez, tira
a mochila das costas e, com muito embaraço, tenta tirar o dinheiro de
dentro dela.
FUNCIONÁRIA
– (trazendo o café) Pronto. São dois dólares.
A garota consegue,
finalmente, recolher as moedas que estavam dentro de sua mochila, mas na
hora de entregá-las, acaba derrubando algumas no chão. Rapidamente, ela
se abaixa para pegar as moedas. Close na funcionária, impaciente.
GAROTA
– (levantando-se) Aqui está...
E a garota coloca
algumas moedas no balcão.
FUNCIONÁRIA
– Só isso?
GAROTA
– É tudo que me sobrou.
FUNCIONÁRIA
– (olhando para a garota) Tudo bem. Já percebi que você está encrencada,
então vou perdoar desta vez. (pega as moedas) Agora vá, porque eu
preciso atender o próximo.
GAROTA
– (pega o café) Obrigada. Se você quiser, eu posso trazer o resto do
dinheiro depois. Assim que eu conseguir chegar à casa do meu...
FUNCIONÁRIA
– (interrompe) Fique tranquila, menina, eu estou te oferecendo o café.
(volta a dar as moedas para ela) Tome, isso não vai fazer nenhuma
diferença mesmo.
A garota sorri e pega
as moedas com a outra mão. Então sai do local, ainda em passos lentos, e
observando as pessoas calmamente, enquanto toma seu café.
CENA 03. LOS ANGELES.
RUA MOVIMENTADA. EXT. DIA.
A garota sai da
cafeteria e toma o seu caminho. Ela guarda as moedas no bolso do moletom
e volta a olhar para o papel. Como está distraída, acaba não percebendo
que uma mulher vem em sua direção. Ela tromba com a garota e acaba
derrubando o café que ela segurava. A mulher continua a andar, sem se
importar com o pequeno acidente. A garota olha para o copo de café
derrubado no chão e, em seguida, se vira para a mulher.
GAROTA
– (gritando inocentemente) Tudo bem... Não precisa se importar... Era só
um café... Eu nem paguei por ele mesmo.
A garota volta a
olhar para o copo de café e então continua a andar. As pessoas, que
também andam na calçada, se esbarram nela, trombam, empurram e nem pedem
licença ou desculpas. Close na garota, com um sorriso no rosto, olhando
para as pessoas sem nenhum ressentimento delas.
CENA 04. LOS ANGELES.
ANTIGA CASA DE KURT E SUZIE. FACHADA. EXT. DIA.
A câmera mostra a
antiga e luxuosa casa de Kurt e Suzie, mostrada nos episódios especiais
da primeira temporada, onde o casal vivia antes de se separar. A garota
chega ao local e fica encarando o portão.
GAROTA
– (olha para o papel) É aqui mesmo...
Então, ela respira
fundo e toca o interfone. Alguém a atende.
VOZ MASCULINA
– Pronto?
GAROTA
– Oi, boa tarde. Eu me chamo Elizabeth e estou à procura de Kurt Jordan.
VOZ MASCULINA
– O senhor Kurt Jordan já não mora aqui há bastante tempo. Eu comprei
esta casa quando ele e a mulher se divorciaram.
ELIZABETH
– (surpresa) Você sabe se ele ainda está vivendo em Los Angeles?
VOZ MASCULINA
– Sim, inclusive eu tenho o endereço dele. Você quer?
ELIZABETH
– Sim, eu gostaria muito.
VOZ MASCULINA
– Um momento, eu vou pegar para você.
ELIZABETH
– Obrigada.
A câmera se afasta
enquanto a menina aguarda, pacientemente, o dono da casa lhe passar o
novo endereço de Kurt.
CENA 05. LOS ANGELES.
CASA DE KURT. SALA. INT. DIA.
Kurt está sentado na
poltrona fazendo a leitura de um livro. A campainha toca. Ele fecha o
livro, se levanta da poltrona e segue em direção a porta.
KURT
– (abrindo-a) Sim?
ELIZABETH
– Olá, eu me chamo Elizabeth.
Kurt encara a garota,
esperando que ela diga o que deseja.
KURT
– (percebe que a menina não irá falar mais nada) E então?
ELIZABETH
– Será que eu posso entrar?
KURT
– (estranhando) Sim. Entre. Mas você pode me adiantar o que está
procurando?
ELIZABETH
– (entra e observa a casa) É um lugar confortável para se morar, mas
nada comparado a sua antiga casa.
KURT
– (surpreso) Você esteve lá?
ELIZABETH
– Sim, foi o endereço que a minha mãe me passou. Ela disse que eu te
encontraria lá, mas o atual dono da casa me contou que você se mudou há
bastante tempo.
KURT
– Sim, não tinha mais razões para eu continuar morando sozinho numa casa
enorme como aquela. Sem falar que eu havia acabado de me divorciar e
estava sem um bom emprego para manter as despesas da casa. Então decidi
vendê-la e me mudar para uma menor.
ELIZABETH
– Esta é realmente menor... (olhando em volta) Mas é muito aconchegante.
Você deve gostar de morar aqui.
KURT
– Eu até gosto, mas infelizmente uma casa menor não faz com que eu me
sinta menos solitário. (sorri) Mas então, você disse que a sua mãe te
passou o endereço da minha antiga casa... O que você veio fazer aqui em
Los Angeles?
ELIZABETH
– Eu vim te conhecer.
KURT
– Não sei se eu mereço essa gentileza.
ELIZABETH
– Claro que merece. (sorri) Você é o meu pai!
KURT
– (engasga) O que?
ELIZABETH
– Eu sei que te peguei de surpresa vindo até aqui e soltando essa bomba
na sua casa, mas você não acha que é uma ótima hora para nos
conhecermos?
KURT
– Eu não sei do que você está falando, garota. Filho eu só tenho um e
ele mora em San Francisco com a mãe.
ELIZABETH
– Quer dizer que eu tenho irmão? (sorri) Eu sempre quis ter um irmão,
mas minha mãe nunca mais se interessou por um homem depois que deu à
luz.
KURT
– Eu preciso saber quem é a mulher que colocou essa ideia absurda na sua
cabeça...
Então, Elizabeth tira
a mochila das costas e, com muita calma, a abre e tira de dentro dela a
foto de uma mulher. Ela entrega para Kurt.
KURT
– (pegando a foto e olhando atentamente para ela) Mas esta é a...
Kirsten?!
ELIZABETH
– Exato, é a minha mãe. Ela não queria que eu viesse até aqui, mas eu
não poderia deixar que você continuasse não sabendo da minha existência.
Porque, durante todo esse tempo, ela me escondeu de você... (tira o
sorriso do rosto)
KURT
– Por que a Kirsten fez isso?
ELIZABETH
– Segundo ela, vocês tiveram um encontro logo após o seu noivado com a
sua mulher... ou ex-mulher, já que você disse que se separou. Quando ela
soube que você estava noivo, pediu para que ficasse longe dela. Um mês
depois, ela descobriu estar grávida e não te procurou com medo de que
isso atrapalhasse o seu casamento com a Suzie.
KURT
– Mas era o meu direito saber! Eu poderia ter ajudado ela com a gravidez
e com a sua criação...
ELIZABETH
– Mas a mamãe é uma mulher muito orgulhosa. Foi muito difícil
convencê-la a me deixar vir aqui. Eu venho de Texas, você pode imaginar
o quão longe é...
KURT
– Elizabeth... Eu ainda estou digerindo a notícia, mas se você for
realmente a minha filha, eu fico muito contente pela sua atitude em vir
até Los Angeles para me conhecer.
ELIZABETH
– Eu não quero que você pense que eu estou te procurando em troca de
alguma coisa, porque eu não estou. Eu não preciso de dinheiro. Minha mãe
nunca deixou que me faltasse nada. A única coisa que eu realmente
preciso é conhecer o meu pai.
KURT
– Eu não acho que eu seja o pai que você tanto precisa conhecer... Eu
acompanhei o crescimento de um filho, Elizabeth, e eu decepcionei muito
ele.
ELIZABETH
– Me chame de Liz, ok? Agora já nos conhecemos, não há mais razões para
tanta formalidade. E aposto que, independente de todas as decepções, o
seu filho continua te amando, porque você é a família dele.
KURT
– Eu machuquei muito o meu filho, Elizab... (ri) Liz.
ELIZABETH
– É normal machucarmos quem amamos.
KURT
– (sorri) Que bom que você veio... (olha mais uma vez para a foto)
Infelizmente, a Kirsten é uma das pessoas que sofreram por minha causa.
E eu gostaria de poder voltar no tempo e pedir desculpas a ela por tudo
o que eu fiz.
ELIZABETH
– Tenha certeza de que a minha mãe não guarda nenhuma mágoa de você. De
acordo com as próprias palavras dela, após aquele encontro que vocês
tiveram, veio ao mundo o maior presente da vida dela... Eu. (sorri) E
essa é a melhor lembrança que ela tem de você.
KURT
– Elizabeth... Eu quero te conhecer!
ELIZABETH
– É para isso que eu vim. (colocando a mochila no sofá) Será que eu
posso ficar aqui por um tempo?
KURT
– Claro, você é bem-vinda na minha casa. Eu estava me sentindo sozinho
mesmo. Agora vou ter uma ótima companhia.
ELIZABETH
– Será que eu posso... (pausa) te abraçar?
KURT
– (sorri) Claro. Vem aqui.
E a garota se
aproxima de Kurt, abraçando-o intensamente. Close em Kurt, sorridente.
ELIZABETH
– Eu estou muito feliz por finalmente conhecer o meu pai...
E a imagem escurece,
cortando rapidamente para:
CENA 06. TEXAS. CASA
DE ELIZABETH. QUARTO DE ELIZABETH. INT. NOITE.
Elizabeth está
deitada em sua cama, vestindo um pijama. Sua mãe, Kirsten, entra no
quarto com um copo de leite nas mãos.
KIRSTEN
– Trouxe um leitinho quente para você... Com bastante chocolate... Do
jeitinho que você gosta. (sorri e entrega o copo para a garota)
ELIZABETH
– Obrigada, mãe.
KIRSTEN
– (senta-se na cama) Minha filha, amanhã é o seu aniversário de 19 anos
e eu quero te dar um presente especial. Então, eu estou te dando o livre
arbítrio de escolher o que quiser. Independente de preço e tamanho...
(ri) Só não pode estar fora desse continente.
ELIZABETH
– (olha séria para a mãe) O maior presente que você poderia me dar
amanhã é contar quem é o meu pai.
Close em Kirsten,
comovida com o pedido da filha.
KIRSTEN
– Liz, eu já cansei de dizer que não posso... Ele tem uma esposa, uma
família. Você não pode simplesmente aparecer em Los Angeles e bagunçar a
vida dele.
ELIZABETH
– Mas eu posso continuar sendo uma completa estranha para ele? (deixa
uma lágrima rolar em seu rosto) Mãe, ele é o meu pai e merece saber que
tem uma filha. Assim como eu mereço conhecer o meu pai.
KIRSTEN
– Tudo bem, Liz... Você vai conhecer o seu pai. Mas eu quero que você me
prometa que não vai depositar todas as expectativas nesse encontro,
porque eu não quero que você se decepcione caso ele venha a te recusar.
ELIZABETH
– Eu prometo, mãe. E obrigada por me permitir isso. (sorri) Você pode me
contar mais sobre ele?
KIRSTEN
– (sorri) Kurt Jordan. Ele era um bom homem. Eu estudei com ele durante
o segundo grau e a gente vivia se paquerando durante os intervalos. Mas,
infelizmente, ele me enganou, Liz. Me colocou na vida dele como “a
outra” e eu tive que afastá-lo para que ele não continuasse machucando a
sua noiva. Mas eu não me arrependo do último encontro que tive com ele,
porque foi quando concebi a pessoa que mais amo nessa vida. (sorri)
ELIZABETH
– Eu te amo, mãe.
KIRSTEN
– Eu também te amo, filha. Desculpa ter escondido o seu pai de você
durante tanto tempo. Eu só queria te proteger. Mas agora você está
certa, chegou a hora de você deixar de ser um segredo e passar a fazer
parte da vida dele.
Close na garota, que
sorri.
A imagem corta
rapidamente para:
CENA 07. LOS ANGELES.
CASA DE KURT. SALA. INT. DIA.
Kurt e Elizabeth
terminam o abraço.
KURT
– Vire à direita e vá até o final do corredor. Você vai encontrar o
quarto de hóspedes, onde ficará por um tempo. É singelo, mas você disse
que a casa é confortável, então acho que não há problemas.
ELIZABETH
– Nenhum... Se você quiser, eu posso até dormir no sofá. (ri)
KURT
– Não, você pode ficar no quarto de hóspedes. (sorri) Enquanto se
acomoda no quarto, eu vou até a padaria comprar alguma coisa pra você
comer... Você veio de longe, deve estar com fome.
ELIZABETH
– Sim, eu estou faminta...
Elizabeth sorri e
pega sua mochila, seguindo as instruções que o pai passou. Kurt sorri e
vai até a estante da sala. Ele pega a carteira que estava sobre ela e a
abre para pegar algum dinheiro. Ele tira alguns trocados de dentro dela.
Close em sua expressão assustada ao perceber que, na verdade, seu
dinheiro acabou.
KURT
– (bufa) Droga...
A imagem corta rapidamente para:
2x09 - O BOM FILHO
CENA 08.
(música: Try - Pink)
Tomada da cidade
de San Francisco com imagens dos principais pontos turísticos do local
até chegar à fachada da Universidade da Califórnia.
CENA 09.
UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA. CAMPUS. GINÁSIO DE ESPORTES. QUADRA. INT.
DIA.
(A música tocada na cena anterior continua a ser executada nesta.)
Os jogadores do
time de basquete da Universidade da Califórnia se organizam para o
início do treino diário. Entre eles, estão Ryan e Evan. O treinador
apita e a bola é lançada por Evan. Ryan consegue tomar posse dela e
segue em direção à cesta adversária para realizar o arremesso, quicando
com a bola no chão e desviando-se muito bem das marcações. Evan corre
até ele e se esbarra agressivamente no corpo do garoto. Ryan perde o
equilíbrio e o movimento da bola, que é tomada por Evan. Close em Ryan,
surpreso pelo comportamento do garoto após a noite em tiveram.
A imagem corta
rapidamente para:
CENA 10.
UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA. CAMPUS. GINÁSIO DE ESPORTES. VESTIÁRIO.
INT. DIA.
(Música continua.)
Alguns atletas do
time saem do vestiário. Ryan entra, ainda uniformizado, e se senta em
um banquinho a espera de alguém. Evan sai da cabine de banho enrolado
em uma toalha.
EVAN – (percebendo a
presença de Ryan) Não vai tomar banho, camarada?
RYAN – Eu já vou. (se
levanta do banquinho) Será que antes podemos trocar uma palavrinha
sobre ontem à noite?
EVAN – (ri) O que
aconteceu ontem à noite?
RYAN – (surpreso)
Como assim? Você sabe muito bem o que aconteceu ontem à noite. Houve a
confusão no seu antigo apartamento, você resolveu vir morar aqui no
alojamento e a gente acabou...
EVAN – (se aproxima
de Ryan sussurrando) Cala a boca! Você quer que a universidade inteira
fique sabendo?
RYAN – Não, Evan, eu
só não quero que você aja com intolerância em relação a isso. Você foi
totalmente agressivo durante o treino hoje...
EVAN – Eu só estava
agindo como um bom jogador de basquete deve se comportar dentro de
quadra...
RYAN – Você não
precisa empurrar os seus adversários para conseguir a posse da bola.
EVAN – Cada um tem
uma estratégia para jogar, Ryan. Não queira discutir a minha.
RYAN – Cara, você
está sendo grosseiro...
EVAN – (diz em tom
baixo) Uma pessoa passa a noite contigo e você já logo quer ficar no pé
dela? Desencana, Ryan, a noite anterior não passou de um momento de
diversão. Sem falar que eu estava bêbado...
RYAN – Não queira
descontar a culpa na bebida, Evan. Eu conheço esse jogo desde que eu
nasci e ele não funciona comigo. Você estava bastante ciente dos seus
atos...
EVAN – Tudo bem, eu
fui envolvido pelo momento, mas como eu disse, foi apenas diversão. Não
representou nada pra mim. Eu nem sou gay, cara. Nada contra se você
for, mas eu não sou. Eu experimentei, foi legal, mas já esqueci... Você
deveria fazer o mesmo, porque não quero babaca pegando no meu pé.
Evan se afasta de
Ryan e pega sua mochila para se vestir. Close em Ryan, decepcionado.
CENA 11.
UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA. CAMPUS. ALOJAMENTO. DORMITÓRIO DE CHELSEA E
KEITH. INT. DIA.
(Música cessa.)
Keith está
sentada em sua cama digitando algo no notebook. Chelsea entra,
desesperada.
CHELSEA – (andando de um
lado para o outro) Keith, já faz sete dias...
KEITH – (olhando para
o notebook) Sete dias do que? Mas fala rápido, porque eu estou
ocupadíssima aqui digitando as novas regras do dormitório.
CHELSEA – Keith, será
que tem como você parar de se preocupar com esse seu cargo de
supervisora por um minuto e prestar atenção na sua melhor amiga?
KEITH – (olhando para
Chelsea) Tudo bem, a minha criatividade já estava se esgotando mesmo...
CHELSEA – Já faz sete
dias que a minha menstruação está atrasada. E ela nunca atrasa, Keith.
Todo mês é sempre no mesmo dia.
KEITH – Calma, amiga,
tem sempre uma primeira vez para tudo... Você está se desesperando à
toa.
CHELSEA – E você acha
que eu não tenho motivos? Minha menstruação resolve atrasar justamente
no mês em que eu transei pela primeira vez com um garoto.
KEITH – Mas eu pensei
que vocês tinham se protegido...
CHELSEA – Nós nos
protegemos, mas hoje em dia nem no preservativo dá pra confiar mais...
KEITH – Para de querer
encontrar problema onde não tem, Chelsea. Deve ser um atraso normal.
Sem falar que a camisinha é totalmente segura.
CHELSEA – Em 97% dos
casos. (irônica) Do jeito que eu sou sortuda, é bem capaz de eu estar
entre os outros 3%.
KEITH – Vamos fazer o
seguinte... Eu tenho uma ginecologista ótima aqui na cidade. Amanhã
mesmo eu te levo para uma consulta. Daí ela te diz que é só um atraso
convencional e você se toca que isso é preocupação sem propósito da sua
cabeça.
CHELSEA – Ótimo.
KEITH – (volta a olhar
para o notebook) Agora deixa eu continuar criando as regras para o
andar.
CHELSEA – Eu realmente
espero que isso seja coisa da minha cabeça... Eu não posso lidar com
mais nenhum problema neste momento. Ainda mais quando este problema se
trata de alguém crescendo dentro de mim.
Close em Chelsea,
preocupada.
CENA 12.
(música: I'm Feeling You - Michelle Branch (The Wreckers)
Tomada da cidade
de San Francisco. Anoitece.
CENA 13.
UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA. CAMPUS. ALOJAMENTO. CORREDOR DOS
DORMITÓRIOS. INT. NOITE.
(A música tocada na cena anterior continua a ser executada nesta.)
Josh e Austin
estão andando lentamente pelo corredor.
JOSH – Foi ótimo ter
pegado um cinema com você. Nós deveríamos repetir esse programa mais
vezes.
AUSTIN – Nós vamos ter
todas as oportunidades do mundo pra repetir, meu amor. (sorri)
De repente o celular de Austin começa a tocar. O garoto tira o aparelho do bolso e atende a ligação.
(Música cessa.)
AUSTIN – Alô? (pausa)
Mãe? (pausa) O que? O papai acabou de sofrer um infarto? (desesperado)
Onde vocês estão? (pausa) Hospital de San Francisco. Já estou indo para
aí. (desliga o celular) Josh, eu preciso ir agora. Nos falamos mais
tarde?
JOSH – Claro que não.
Eu faço questão de te acompanhar. Eu ouvi bem? Seu pai acabou de sofrer
um infarto?
AUSTIN – Sim, minha mãe
não pôde me dar muitas informações porque ele ainda está sendo
examinado pelos médicos.
JOSH – Mas o que a
sua mãe está fazendo aqui? Ela não mora em Nova York?
AUSTIN – Sim, mas ela
está de férias e veio passar um tempo com o meu pai. Ainda bem, porque
se ele estivesse sozinho em casa agora, eu não sei quem teria o
socorrido. (preocupado) Você vem comigo?
JOSH – Claro. Seu pai
foi meu diretor durante quatro anos. Eu estou tão preocupado quanto
você. Vamos!
E Josh e Austin
saem pelo caminho contrário ao que estavam fazendo.
CENA 14. HOSPITAL
DE SAN FRANCISCO. RECEPÇÃO. INT. NOITE.
A mãe de Austin
está sentada em uma poltrona, aflita. Josh e Austin entram no local,
apressados.
AUSTIN – Olá, mãe.
Peguei o primeiro táxi e vim o mais rápido que pude. Como ele está?
BARBARA – De acordo com
os médicos, ele irá ficar bem, Austin. Mas mesmo sabendo que ele está
fora de perigo, não tem como não se preocupar. (sorri) Quem é o seu
amigo?
AUSTIN – Ah, este é o
Josh. Nós estávamos chegando do cinema quando você ligou e ele quis vir
comigo. O Josh foi aluno da San Francisco High School. E um dos
melhores. (fala orgulhoso) Se formou com louvor.
BARBARA – Parabéns,
Josh. Eu fico feliz em saber que o Austin está cercado de boas pessoas
como você na Universidade da Califórnia. (sorri)
JOSH – Obrigado,
senhora Davis. (estende a mão) Muito prazer em conhecê-la.
BARBARA – Me chame de
Barbara. (também estende a mão) O prazer é todo meu.
AUSTIN – Bom, então
quer dizer que o infarto foi só um susto passageiro?
BARBARA – Sim, os
médicos me garantiram que ele volta para a casa em pouco tempo. Seu pai
é forte como um touro, Austin. Não é qualquer infarto que vai
derrubá-lo não. (ri)
AUSTIN – E você já sabe
quando vamos poder vê-lo?
BARBARA – Logo. Só temos
que esperar o hospital autorizar as visitas.
AUSTIN – (sorri) Ótimo.
Close em Josh e
Austin, que se olham aliviados.
CENA 15. HOSPITAL
DE SAN FRANCISCO. QUARTO DO SR. DAVIS. INT. NOITE.
As visitas para o
quarto do Sr. Davis já foram autorizadas. Austin e Josh entram no local
lentamente para vê-lo.
MARK – Mas que ótimo!
Dois belos jovens vindo me visitar. Será que algum de vocês quer me
doar um pouco de saúde? (ri)
AUSTIN – (se aproxima
da cama onde o pai está deitado) Não fala assim, papai. Você ainda tem
saúde pra dar e vender.
MARK – Depois desse
infarto, eu já não tenho mais tanta certeza, meu filho.
AUSTIN – Você acabou de
sobreviver a um infarto. Isso só prova que você ainda vai passar por
cima de muita coisa que aparecer na sua frente. A San Francisco High
School não vai perder você tão cedo.
MARK – (refere-se à
Josh) E eu fico muito feliz que um antigo aluno meu tenha vindo me
visitar. Achei que depois que se formasse na minha escola, não iria
mais querer ver a minha cara, Josh.
JOSH – Claro que não,
diretor Davis. Eu fiquei muito preocupado quando soube da notícia.
Estou aliviado por ter sido apenas um susto.
MARK – E eu estou
feliz pelo meu filho. Finalmente ele deixou as más companhias de lado e
fez uma amizade que vale à pena. Acho que ir para a Universidade da
Califórnia fez muito bem ao Austin.
AUSTIN – (olha
apaixonadamente para Josh) Sim, pai, me fez muito bem.
Close em Josh,
que sorri.
MARK – Agora, Josh,
eu preciso que você me prometa que vai ficar por cima do Austin.
Austin e Josh se
entreolham e riem, interpretando errado o que o pai do primeiro garoto
acabara de dizer.
MARK – Do que vocês
estão rindo? Eu estou falando sério. Fique de olho nele, Josh! O Austin
já aprontou muita coisa errada nessa vida. Agora que tem você como
amigo, aposto que ele está muito bem encaminhado. (sorri)
JOSH – Obrigado pela
confiança, diretor Davis.
AUSTIN – Pai, eu e o
Josh vamos te deixar em paz agora. O senhor precisa descansar...
MARK – Descansar que
nada, eu já estou pronto para ir para a casa, Austin...
AUSTIN – Os médicos
preferiram deixar o senhor em observação por mais um dia. Aproveite
este tempo para descansar. Aquela escola tem consumido muito tempo e
energia do senhor.
MARK – (sorri)
Obrigado pela preocupação, Austin.
Austin também
sorri e ele e Josh saem do quarto. Sr. Davis fecha os olhos e volta a
repousar.
CENA 16. HOSPITAL
DE SAN FRANCISCO. CORREDOR DOS QUARTOS. INT. NOITE.
Josh e Austin
saem do quarto do Sr. Davis e param no meio do corredor para conversar.
AUSTIN – Josh, eu
decidi que vou passar a noite aqui com o meu pai... Não quero deixá-lo
depois desse susto. Você pode ir para a universidade.
JOSH – Não, Austin.
Se você vai ficar aqui, eu faço questão de passar a noite com você no
hospital.
AUSTIN – (pega na mão
de Josh) Obrigado pela companhia, viu? Tudo o que meus pais disseram
desde que chegamos aqui é a mais absoluta verdade. Eu não sei o que
seria da minha vida hoje se eu não tivesse um amigo como você.
JOSH – Um dia você
ainda vai me contar tudo o que aprontou enquanto não me conhecia. (ri)
AUSTIN – Pode deixar,
amor. E obrigado por escolher ficar aqui comigo. A sua companhia vai
fazer com que as horas neste lugar horrível passem mais rápido.
JOSH – De nada. Agora
solte a minha mão, porque alguém pode acabar nos vendo...
Os garotos
sorriem. Close no fim do corredor, onde a mãe de Austin escuta a
conversa dos dois garotos atrás de uma parede.
CENA 17. HOSPITAL
DE SAN FRANCISCO. CAFETERIA. INT. NOITE.
Josh está sentado
a uma mesa tomando seu café. A mãe de Austin entra na cafeteria e se
aproxima do lugar onde o garoto está sentado.
BARBARA – Olá. Cadê o
Austin?
JOSH – Ele foi ao
banheiro.
BARBARA – (puxando uma
cadeira e se sentando) Ótimo, temos um tempinho para conversar.
JOSH – Claro,
Barbara, fique à vontade.
BARBARA – (indo direto
ao assunto) Quando você e o Austin chegaram aqui, eu pensei que vocês
fossem só amigos, mas pelo visto, eu estava completamente errada...
JOSH – (confuso) Eu
não estou entendendo... O que você quer dizer com isso?
BARBARA – (encara Josh e
diz em tom baixo) Eu quero que você fique longe do meu filho Austin.
Pelo jeito, você não está encaminhando positivamente o garoto, mas sim
o levando para direções erradas.
JOSH – Espera aí...
Você está tentando dizer que eu estou influenciando o Austin?
BARBARA – E quem mais
colocaria na cabeça do meu filho a ideia de que ele é gay?
JOSH – (surpreso)
Olha... A senhora me recepcionou muito bem quando cheguei aqui e não
sei o que aconteceu para você mudar a sua opinião sobre mim, mas eu não
tenho culpa pela sexualidade do Austin. E eu não quero comentar sobre
isso, porque é ele que tem que chegar até a senhora e contar a verdade.
Mas todas as escolhas que o Austin fez foram por vontade própria dele.
BARBARA – Você não acha
muito estranho o meu filho virar gay a partir do momento que vai para a
universidade?
JOSH – (ri
inconformado) Eu não posso estar escutando isso...
BARBARA – O recado está
dado. Fique longe do meu filho. Agora se me dá licença...
JOSH – Nem se
levante, porque eu mesmo estou saindo. Essa conversa nojenta acabou me
deixando enjoado. Eu só tenho uma coisa pra te dizer: é surpreendente
ver uma profissional da educação como você se comportando desta forma
em relação à sexualidade. Se você não consegue entender o seu próprio
filho, como quer seguir em frente com uma escola repleta de alunos com
personalidades totalmente diferentes?
E Josh se levanta
e sai da cafeteria. Close na mãe de Austin, surpresa com o que o garoto
acabara de lhe dizer.
CENA 18.
UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA. CAMPUS. ALOJAMENTO. DORMITÓRIO DE RYAN E
EVAN. INT. NOITE.
Evan está deitado
em sua cama fazendo a leitura de um livro. Ryan entra no dormitório e
ignora a presença do garoto. Ele se dirige até a sua cama e, em frente
a ela, começa a tirar a sua camiseta. Evan desvia os olhos do livro em
direção ao corpo do garoto, então decide se levantar e se aproximar
dele.
EVAN – (encoxando
Ryan) O que você acha da gente repetir o que aconteceu ontem à noite?
(alisando o peito do rapaz)
E, nisso, Ryan
tira as mãos de Evan do seu peito e se vira para o garoto.
RYAN – Eu entendi
muito bem o que você me disse hoje, Evan. E, infelizmente, eu não sou
um garoto de diversão. E a última coisa que eu vou ser nesta vida é o
seu brinquedinho sexual.
Ryan se vira para
a sua cama e continua a se trocar. Close em Evan, que volta para a sua
cama, impressionado com a atitude de Ryan.
CENA 19.
(música: Bleeding Love - Leona Lewis)
Tomada da cidade
de San Francisco. Amanhece.
CENA 20. HOSPITAL DE SAN FRANCISCO. QUARTO DO SR. DAVIS. INT. DIA.
(Música continua.)
Não temos a visão
total do quarto. A Sra. Davis entra no local com uma bandeja de café da
manhã nas mãos.
BARBARA – (animada) Bom
dia, meu am...
E antes de
concluir o que estava dizendo, ela olha para as duas poltronas ao lado
da cama onde o marido dorme tranquilamente. Nelas, estão sentados Josh
e Austin, dormindo juntos. Eles estão com a cabeça colada uma na outra
e de mãos dadas. Close na mulher, espantada com o que vê.
A câmera segue
até as mãos de Josh e Austin, que estão entrelaçadas.
A imagem escurece.
ELENCO
Graham Phillips como Josh Parker
Sterling Knight como Ryan Jordan
Jean-Luc Bilodeau como Austin Davis
Victoria Justice como Chelsea Harris
Ariana Grande como Keith Hurly
ATORES CONVIDADOS
Graham Rogers como Evan McGrath
Shailene Woodley como Elizabeth Liz Lewis
Liev Schreiber como Kurt Jordan
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS
Alec Baldwin como Mark Davis
Sela Ward como Barbara Davis
Paige Turco como Kirsten Lewis
Pequenas aparições que não constam na listagem acima (Funcionária,
neste episódio) são interpretadas por atores contratados
pela produtora.
TRILHA SONORA
So Small - Carrie Underwood (Tema de Abertura)
Beating My Heart - Jon McLaughlin
Try - Pink
I'm Feeling You - Michelle Branch (The Wreckers)
Bleeding Love - Leona Lewis
PRODUÇÃO
Bruno Olsen
Diogo de Castro
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos.
Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou
situações da vida real terá sido mera coincidência.
REALIZAÇÃO
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