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Passos da Paixão - Capítulo 14

Novela de Édy Dutra
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PASSOS DA PAIXÃO - CAPÍTULO 14

 
 
 
 
 
 
NO CAPÍTULO ANTERIOR:
 

Um carro, modelo importado, preto, está parado do outro lado da rua da casa de Sílvia. A janela de trás do carro abaixa. Revela o rosto de Rosana, óculos escuros.

ROSANA: - Vai sair mais tarde e não me diz nada, Vitinho?

VITINHO (guarda o telefone): - Eu ia dizer, madame, mas acontece que (pausa)

ROSANA: - Calado! Ela chegou!

Rosana observa Sílvia entrar em casa.

ROSANA: - É agora. Não saia daqui, entendeu?

Rosana sai do carro, vestida de forma estilosa, chique.

VITINHO: - E ela não me diz nunca o que vem fazer aqui em Vila Isabel.

...

Sílvia entra em casa e encontra o presente sobre a mesa.

SÍLVIA: - Ainda bem que deixei bem à vista.

Ela pega o pacote e quando se vira para a porta, se surpreende com a chegada de Rosana.

ROSANA: - Silvinha, minha amiga. Quanto tempo, não?

Sílvia fica a encarar Rosana, um tanto surpresa.

 

 

 

 

CENA 01. CASA SÍLVIA. INT. / EXT. DIA. 

Continuação do capítulo anterior. Rosana chega de surpresa na casa de Sílvia.

ROSANA: - Não vai me abraçar, amiga?

SÍLVIA: - Rosana... O que você está fazendo aqui?

ROSANA: - Já vi que não vai me abraçar... (senta-se no sofá) Eu vim aqui porque preciso de ajuda.

SÍLVIA: - A gente sempre se encontra fora daqui de casa. Sabe que eu não quero que a minha filha te veja.

ROSANA: - Sua filha? Minha filha.

SÍLVIA (firme): - Minha filha. Você pode até ter gerado ela, mas quem cuidou, criou e deu amor fui eu. A mãe dela sou eu.

ROSANA: - Tá bom. Eu não vou discutir com você por causa disso. Eu quero ajuda para poder lançar a minha nova coleção, baseada no fascínio do mar.

SÍLVIA (ri): - Sua nova coleção... Adoro quando você fala com propriedade, Rosana.

ROSANA: - Você ultimamente tem sido tão debochada, Silvinha. Esse comportamento não combina com você.

SÍLVIA: - Acontece que eu fiquei saturada de ser usada por você. Essa é a verdade. A minha coleção sobre o amor foi o seu passaporte para o sucesso. Eu vi que eu posso ser boa também, as pessoas admirando o meu trabalho... Eu até pensei em começar a montar a minha grife e (pausa)

ROSANA (interrompe / levanta-se): - Nem pense em continuar com essa sua leviandade. Você não pode sair deste perímetro de Vila Isabel, nem um passo! Seu talento é pra ser costureira de fundo de quintal e pronto. Você sabe muito bem que nós temos um acordo, e esse acordo é para sempre. Você aceitou.

SÍLVIA: - Mas você está abusando!

ROSANA: - Está achando ruim? Não tem problema. Eu espero sua querida filha chegar e digo pra ela toda a verdade. A mim não vai custar nada. Ela nem me conhece e não vai querer vir atrás da mãe que a abandonou. Mas acho que você tem a perder, Sílvia. E muito!

SÍLVIA: - Você não seria capaz.

ROSANA: - Eu já fiz tanta coisa nessa vida.

SÍLVIA: - Eu sei. Foi capaz até de provocar a morte de alguém e jogar a culpa em outra pessoa.

ROSANA: - Júlio. Essa hora deve estar podre na cadeia.

SÍLVIA: - Amanhã mesmo ele será libertado.

Rosana se mostra surpresa.

ROSANA: - Como você sabe?

SÍLVIA: - Eu nunca deixei de acompanhar de perto essa tragédia da vida dele, Rosana.

ROSANA (apreensiva): - O Júlio? Fora da cadeia... Não pode ser.

SÍLVIA: - Está com medo?

ROSANA: - Eu não tenho medo de nada. Sou rica, poderosa. O Júlio não pode fazer nada contra mim... Agora para de bobagens e me diz o que eu preciso fazer para lançar de vez a nova coleção da Gonzales Fashion.

Sílvia vai até o quarto, Rosana fica sozinha na sala. Olha o local com certo desprezo. Sílvia volta, entrega uma pasta para Rosana.

SÍLVIA: - Opções de tecido, cores e cortes. Passo a passo para cada roupa que eu desenhei e já entreguei pra você.

ROSANA: - Ótimo minha querida.

SÍLVIA: - Agora saia daqui. Não apareça mais aqui em casa. Se quiser falar comigo, me telefone, como sempre fazemos!

ROSANA: - Ok, ok... Eu já estou de saída mesmo...

Rosana vai saindo, quando volta.

ROSANA: - Você vai encontrar o Júlio na saída dele amanhã?

SÍLVIA: - Eu ainda não sei.

Rosana abre um sorriso de canto de boca.

ROSANA: - Mande um abraço bem apertado meu pra ele... Eu sei que você vai encontrá-lo.

Rosana sai. Sílvia fica pensativa.

Do lado de fora, Rosana entra no carro. A pasta chama atenção de Vitinho.

VITINHO: - Que pasta é essa, madame?

ROSANA: - Não é da sua conta, Vitinho. Mania de querer saber de coisas que não te dizem respeito.

VITINHO: - A senhora voltou com expressão diferente.

ROSANA: - Vila Isabel sempre me deixou assim, estranha. Vai ver por isso que eu saí daqui. Não consigo me adaptar a esse lugar... Vamos pro atelier.

CENA 02. AGÊNCIA CLASSIC MODELS. EXT / INT. DIA.

Fachada do prédio da Classic Models, estilo neoclássico. No interior, um ambiente totalmente moderno, movimentado. CAM foca os pés de uma mulher negra, caminhando pelo local. Sapatos bonitos. CAM vai subindo pelo corpo da mulher, mostrando seu visual estiloso. Abre plano, mostrando a linda mulher, cabelos cacheados, volumosos, com estilo moderno, caminhando por entre a movimentação de modelos e outros profissionais que trabalham no local.

Um homem, negro, usando jeans e camiseta, com uma máquina fotográfica à mão, passa pela mulher.

HOMEM: - Marília! Já voltou da viagem? Nem pra avisar! Poderíamos ter organizado uma recepção!

MARÍLIA: - Ah, Ivan! Eu até tentei avisar, mas não consegui. Mas combinamos alguma coisa com o pessoal outra hora. Você correndo?

IVAN: - Tenho uma seção de fotos no estúdio. E logo mais, na Lagoa.

MARÍLIA: - Aproveita, porque está um dia lindo lá fora!...

Ivan sorri e sai. Marília segue caminhando. Encontra outra moça, magra, alta, cabelos castanhos escuros, olhos escuros, também com estilo moderno.

MOÇA: - Marília! Que bom ter você de volta! Essa agência sem você não é a mesma!

MARÍLIA: - Ai, Paula, eu também estou feliz em voltar de viagem. É bom tirar férias, mas eu gosto do meu trabalho.

PAULA: - Deu pra relaxar na Grécia?

MARÍLIA: - Deu sim. É um lugar tão lindo. Pretendo voltar mais vezes.

PAULA: - Quem me dera poder ir pra fora do país... Nunca saí do Rio.

MARÍLIA: - Não tem problema. Numa próxima viagem internacional, você vem comigo.

Paula sorri, feliz. As duas entram na sala de Marília.

MARÍLIA: - E então, como andam as coisas por aqui?

PAULA: - Tudo conforme eu passei pra você. Eu nem deveria ter feito isso, pois férias são férias. Mas você não parava de ligar pra cá.

MARÍLIA: - Eu me preocupo, né? (risos)

Marília senta-se à mesa, olha umas fotos (ensaios de modelos).

MARÍLIA: - Ivan é mestre na fotografia...

PAULA: - Ficaram lindas.

MARÍLIA: - E aquela garota que você disse que (pausa)

De repente, uma moça entra na sala, trajando calça e camiseta, salto, cabelos ondulados, claros.

MOÇA: - Sou eu!

PAULA (risos): - Está aqui a moça!

MARÍLIA: - Então você é a famosa Gabriela...

GABY (eufórica): - Pode me chamar de Gaby, dona Marília. Eu estava louca pra te conhecer, sabia? Bah, lá no Sul, eu ficava olhando tuas fotos, teus desfiles, guria! Tu é demais! Quando eu te vi entrando aqui na gente, quase tive um troço! Tu é de outro mundo, mulher!

MARÍLIA (surpresa / simpática): - Obrigada!

PAULA: - A Gaby vinha pra cá todos os dias atrás de você.

GABY: - Eu sei que tu é a dona da agência né? E que é tu quem seleciona o casting. Meu sonho é ser modelo, dona Marília. Eu saí de Porto Alegre pra cá, pra realizar meu sonho. To morando junto com uma amiga, trabalho de garçonete num restaurante. Mas o que eu quero mesmo é ser modelo, desfilar numa passarela bem bonita, sabe?

MARÍLIA: - Sei sim... Bem, olhando pra você, não tem porte de modelo para passarela.

GABY: - Mas se tu quiser, eu emagreço! Corto o churrasco, só comerei alface, vivo só de chimarrão e (pausa)

MARÍLIA (interrompe): - Não, por favor! Nada de radicalismos! (risos) Eu vou ficar com você sim, Gaby. Temos boas campanhas para modelos fotográficas, não precisam ser de passarela. Mas quem sabe, com o tempo, você não desponte nos desfiles também?

GABY (eufórica): - Ai, dona Marília! Eu nem acredito! Muito obrigada!

PAULA: - Acho que nos próximos dias, a gente já deve ter algum projeto pra realizar. Eu tenho o teu contato. Te ligo pra confirmar, ok?

GABY: - Gurias, vocês são demais! Beijo! Obrigada mesmo!

Gaby sai da sala feliz. Marília e Paula trocam olhares, felizes também.

CENA 03. BAR DO NOEL. INT / EXT. DIA.

Sílvia volta para a festa, um tanto mexida. Senta-se à mesa, com o presente em mãos, junto com Laerte e Melissa.

MELISSA: - Mãe, não vai dar o presente para a Tereza?

Sílvia não responde, com a “cabeça longe”.

LAERTE: - Sílvia!

SÍLVIA (cai em si): - Oi, desculpa querido.

LAERTE: - Melissa falou com você.

SÍLVIA: - O que foi filha?

MELISSA (pega o presente): - Deixa que eu entrego o presente. (levanta-se e sai)

LAERTE: - O que foi, Sílvia? Voltou estranha...

SÍLVIA: - Nada não, querido. Está tudo bem. Eu só quero um refrigerante. Pega pra mim?

LAERTE: - Claro.

Laerte se levanta, vai para dentro do bar, até o balcão.

LAERTE: - Karina, um refrigerante, por favor.

Karina, encara Laerte com olhar sensual. Vira de costas, insinuando seu corpo para ele. Pega o refrigerante e coloca no balcão.

KARINA (maliciosa): - Está aqui...

LAERTE: - Obrigado. (pega o refrigerante)

KARINA (segura a mão de Laerte): - Já vai? Que pressa é essa?

LAERTE (soltando-se): - Karina, para com isso...

KARINA: - Tá com medo, é, titio?

LAERTE: - Eu tenho idade pra ser seu pai...

KARINA (sussurra): - Mas não é... Vai dizer que nunca sonhou comigo aqui?

LAERTE: - Eu só sonho com a minha mulher.

KARINA: - Boi velho também gosta de capim novo. Já ouviu falar?

LAERTE: - Não dá bandeira, Karina. Não dá bandeira!

Laerte sai. Karina ri, esperta. Do lado de fora, Tereza recebe o presente de Melissa, ao lado de Janice e Alceu.

MELISSA: - Está aqui o seu presente, Tereza. Minha mãe, com a cabeça nas nuvens, esqueceu de trazer.

TEREZA: - Oh, minha querida, obrigada!

Melissa sorri e sai.

ALCEU: - Como cresceu essa garota hein?

JANICE: - Mesmo sendo adotada, até que ela é parecida com a Silvinha, não é?

TEREZA: - É uma menina de ouro, assim como o Laerte e a Silvinha. Gosto muito deles. E de vocês também! (sorri) Durval?

ALCEU: - Falando nisso, aquele seu amigo, dono do restaurante chique lá, não vem?

TEREZA: - Eu não sei, Alceu. Durval até me ligou hoje de manhã, mas os compromissos do restaurante tomam o tempo dele. Ainda mais agora, que ele figurou entre os chefes mais badalados da América! (ri)

JANICE: - Badalada é essa roda de samba aí!

Os três vibram, com o samba que anima as pessoas na festa.

CENA 04. RESTAURANTE PRATO CHEIO. INT. DIA.

Durval caminha por entre as mesas do restaurante. Na recepção, uma mulher (40 anos, usando vestido preto, muito decotado, cabelos ondulados, escuros, corpão) atende os clientes. Durval se aproxima.

DURVAL: - Tudo certo aí, Heloísa?

HELOÍSA: - Tudo sim, meu amor. Os convidados estão sendo muito bem recepcionados por mim, já que aquela destrambelhada que você colocou pra trabalhar aqui não veio hoje. E a Karina só chega à noite...

DURVAL: - Eu dei uma folga pra Gaby resolver uns assuntos dela, querida... Quem deveria estar aqui e não está é o Guilherme. Mas se eu pego esse garoto!

HELOÍSA: - Não, não, meu amor, não se estresse...

DURVAL: - Até agora ele não deu as caras.

HELOÍSA: - Seu filho chegou quase junto com o sol, né, Durval. Mas não se preocupa, eu mesma vou lá acordar aquele pão, quero dizer, aquele garoto. Deixa pra mim.

Heloísa caminha pelo salão, de forma sensual, que é seu jeito. Durval vai até uma mesa, onde um casal está sentado. Uma moça, loura, cabelos ondulados, pele clara (entre 32/35 anos) e um rapaz, moreno, cabelos curtos, corpo atlético (por volta dos 35).

DURVAL: - E então, foram bem atendidos?

MOÇA: - Ai, meu irmão, com a gente não precisa essa formalidade toda. Somos de casa.

DURVAL: - Como não, Geórgia? São de casa, mas são clientes.

GEÓRGIA: - Estava comentando com o Renato. Está tudo ótimo!

RENATO: - Ótimo mesmo, Durval. Parabéns.

DURVAL: - Obrigado, queridos!

GEÓRGIA: - A gente até pensou em fazer a festa do nosso casamento aqui.

DURVAL: - Eu adoraria!

RENATO: - Ainda é um projeto... Vamos pensar com calma. Até o casamento, tem tempo ainda.

GEÓRGIA: - Mas é bom se adiantar pra sair tudo direitinho. Eu te amo tanto e quero ter um casamento de cinema!

DURVAL: - Segura essa daí, Renato! (ri)

RENATO: - Tenho que me preparar... (risos)

GEÓRGIA: - E meu sobrinho lindo, onde está?

DURVAL: - Heloísa foi lá acordar aquele boa vida. Me ajudar aqui não vem, agora, sair à noite e dormir até não poder mais, isso ele consegue.

Renato e Geórgia riem.

CENA 05. CASA DURVAL. QUARTO GUILHERME. INT. DIA.

Heloísa abre a porta do quarto de Guilherme, escuro

por estar com as janelas ainda fechadas. O rapaz (entre 25/27 anos) dorme, deitado sobre a cama, apenas com um calção, sem camisa, deixando à mostra seu corpo bem definido, porte atlético, pele bronzeada, cabelos curtos.

Heloísa entra no quarto, de mansinho, cuidando para não fazer barulho. Ela se aproxima da cama de Guilherme, e começa a alisar a perna do rapaz.

HELOÍSA (chamando baixinho): - Guilherme...

Guilherme nem se mexe. Heloísa abre um pouco mais o decote da blusa e chama o rapaz novamente.

HELOÍSA (chamando baixinho): - Gui... Acorda meu bem...

Guilherme continua dormindo. Heloísa então se aproxima um pouco mais do rapaz, de seu peito, do seu rosto. Porém, de repente, Guilherme se acorda e leva um susto.

GUILHERME (gritando/assustado): - Aaah!

Heloísa também grita e se afasta, surpreendida..

GUILHERME: - Heloísa! É você...

HELOÍSA: - Claro que sou eu!... Quem você pensou que fosse?

GUILHERME: - É que eu estava tendo um pesadelo...

Heloísa faz cara de que não gostou.

GUILHERME: - Mas o que você está fazendo aqui?

HELOÍSA (sentando-se na cama): - Eu vim acordar você, meu anjo... Seu pai está querendo que você desça para ajudá-lo no restaurante.

GUILHERME: - Nossa, mas que hora é isso?

HELOÍSA: - Para o seu pai, já é tarde...

GUILHERME: - Tudo bem... Só vou tomar um banho...

HELOÍSA: - Quer que eu te ajude...?

GUILHERME: - O que?

HELOÍSA; - Quero dizer, quer que eu avise ele que você já acordou?

GUILHERME: - Quero sim, diga que não demoro...

HELOÍSA; - Claro.

Fica um breve silêncio. Guilherme fica a olhar Heloísa, que permanece sentada em sua cama.

GUILHERME: - Então Heloísa?

HELOÍSA: - Então o que? (levantando-se) Ah, claro, você quer que eu saia para você tomar banho, claro...

GUILHERME: - Obrigado.

HELOÍSA: - Por nada não, mas não demora, hein!

GUILHERME: - Pode deixar. Feche a porta para mim, por favor.

Heloísa sai. Guilherme se levanta da cama, tira o calção e entra nu no banheiro do quarto. Do lado de fora, Heloísa encostada na porta do quarto, arrumando o decote da blusa.

HELOÍSA: - Que pão é esse menino, que pão! Eu sou a madrasta mais feliz do mundo, com certeza...

Heloísa termina de se arrumar e sai.

CENA 06. MANSÃO LINHARES. INT. DIA.

Raquel, Adônis e Diogo chegam à mansão.

ORESTES: - Que bom que chegaram, Raquel! Só faltavam vocês!

ADÔNIS: - Demoramos um pouco porque sempre tem alguém lá em casa que fica horas pra escolher uma roupa.

FERNANDO: - Sei como é, Adônis. Já passei por isso.

RAQUEL: - É mesmo? (risos)

MARIA HELENA: - E até que acertou no modelito, Raquel. Está muito bem vestida.

RAQUEL: - Igualmente, Maria Helena. Você sempre fina.

FERNANDO: - Os garotos estão lá fora, Diogo. Fique à vontade.

DIOGO: - Valeu...

Diogo sai.

ADÔNIS: - Esse garoto...

FERNANDO: - Pegando no pé do moleque novamente, Adônis?

ADÔNIS: - Enquanto ele não tomar jeito na vida, não largo do pé dele não. Mais de 18 anos na cara e nem sinal de um emprego? Poxa, na minha época (pausa)

FERNANDO: - Na sua época e na idade dele, você ainda estava na faculdade... Começou a trabalhar bem depois, que eu me lembro...

ADÔNIS: - Ah, mas os tempos eram outros...

Num outro ponto, Selma, Sandra, Raquel e Maria Helena conversam.

MARIA HELENA: - Logo logo o almoço será servido.

SANDRA: - Qual será o menu?

MARIA HELENA: - Chester ao molho de ervas, com salada tropical. Prato preferido do Orestes.

SELMA: - Ai que delícia! Já estou com água na boca...

RAQUEL: - E a Estér, não está?

MARIA HELENA: - Estér, pra variar, não convive socialmente com a família... Pena. Não sabe honrar o berço de ouro que nasceu, quero dizer, que herdou de lambuja...

SANDRA: - Mas você criou, portanto, não deixa de ser sua filha.

MARIA HELENA: - Ai, Sandra, não me faça rir... Filho é quando corre o sangue nas veias. Agora que todo mundo já sabe da verdade, não preciso ficar fingindo que a Estér é minha filha.

SELMA: - Eu discordo de você, Maria Helena. A minha amiga, Leocádia, que você inclusive conheceu lá em casa, adotou uma menina linda há muitos anos. E tem por ela um amor incondicional.

RAQUEL: - Quando é filho, não importa se é de sangue ou não. Acho que tem que ser de coração.

MARIA HELENA: - Cada um tem sua razão, sua opinião. O fato é que só eu sei o que foi criar e o que é conviver com Estér Linhares!

Neste instante, Estér chega à sala. Já uma mulher feita, cabelos compridos, “ar” determinado, bem vestida.

ESTÉR: - Olá pessoal!

ORESTES (feliz):- Estér!

ESTÉR: - Achou que eu ia perder essa festinha, papai?

ORESTES: - Você saiu cedo e não apareceu mais, nem deu notícias...

ESTÉR: - Na verdade, eu fui buscar uma pessoa no aeroporto...

MARIA HELENA: - Quem?

Uma mulher magra, alta, loura, cabelos lisos, repicados, trajando vestido vermelho, sensual, chega à sala.

RAQUEL (animada): - Valquíria!

VALQUÍRIA: - Oi gente!

Raquel e Valquíria se abraçam, felizes.

RAQUEL: - Quanto tempo, amiga! Por que não me disse que viria?!

VALQUÍRIA: - Era pra ser surpresa né? Por isso consegui o contato da Estér e pedi pra ela ir me buscar no aeroporto. Coincidentemente, cheguei numa data festiva!

TARSO: - Isso é que eu chamo de chegada em grande estilo.

MARIA HELENA: - E por onde andou esse tempo todo, Raquel?

VALQUÍRIA: - Europa... Londres, Bruxelas, Dublin, Madri, Moscou, Atenas, Viena, Paris!

SANDRA: - Ai que luxo!

SELMA: - Eu também quero viajar, Gilson! E fazer um festão na partida e outra festa na chegada!

GILSON: - E meus bolsos esvaziando cada vez mais! Segura a onda, Selma!

Todos riem.

FERNANDO: - Voltou pra ficar, Valquíria?

VALQUÍRIA: - Sim. Terra firme por um bom tempo! Rio de Janeiro, eu voltei!

MARIA HELENA: - Bem, eu vou mandar servir o almoço e colocar mais um prato na mesa...

VALQUÍRIA: - Raquel, onde está minha afilhada?

RAQUEL: - Nem eu sei! Cheguei há pouco!

FERNANDO: - Marcinha está lá fora, com os outros jovens.

VALQUÍRIA: - Ai, na nossa época era assim mesmo. Adultos de um lado, jovens de outro.

Todos seguem conversando, animados.

CENA 07. EMPRESA GF. ATELIER. INT. DIA.

(sobe trilha “Me Segura” – Eduardo Dussek) Rosana chega ao atelier da GF. Espaço amplo, com mesas de costura, máquinas, manequins, tecidos, todos os acessórios e equipamentos necessários para uma confecção.

Rosana caminha apressada, Vitinho atrás dela. Rosana entra na sala, bate a porta quase que no rosto de Vitinho, que entra logo em seguida. (fade out trilha)

VITINHO: - Madame?

ROSANA (grita): - O que é Vitinho?! (calma) Você veio falando o caminho inteiro, queridinho...

VITINHO: - Eu? Mas nem abri a minha boca!

ROSANA: - Mas só a força do seu pensamento já me deixou tonta, zonza de tanto ouvir você!...

VITINHO: - Acontece que eu fiquei preocupado, madame! A senhora saiu daquela casa transformada! Parece tensa, preocupada...

ROSANA: - Pareço é?

VITINHO: - Parece...

ROSANA: - Talvez eu esteja um pouco.

VITINHO: - E eu poderia saber por quê?

ROSANA; - Acontece que (para, pensa) Não, não poderia... Você me faz um bem maior indo para a sua sala e só entrando aqui quando eu mandar.

VITINHO: - Tem certeza?

ROSANA (firme): - Absoluta!

Vitinho sai. Rosana caminha de um lado a outro da sala, um tanto apreensiva.

ROSANA: - Júlio estará de volta... Aquele verme!... Por que não morreu na cadeia? Infeliz! Mas ele que não ouse chegar perto de mim! Agora eu estou bem calçada! Qualquer tentativa que ele fizer, eu esmago ele feito um inseto!

CENA 08. BAR DO NOEL. INT. DIA.

CAM abre plano do lado de fora do bar do Noel. A festa de aniversário de Tereza segue animada. Um grupo de ritmistas, passistas e um casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola de samba Unidos de Vila Isabel fazem sua apresentação para os convidados, que se mostram eufóricos.

Tereza samba ao lado de um passista, enquanto Sílvia e Laerte aplaudem o bailado do mestre-sala e da porta-bandeira. Janice e Alceu sambam próximos à bateria.

Do lado de dentro do bar, Karina conversa com Melissa.

KARINA: - Não vai curtir o show lá fora?

MELISSA: - Não sou fã de samba não...

KARINA: - É sério? Nunca foi nem num ensaio da Vila Isabel?

MELISSA: - Nada... Pra falar a verdade, acho isso tudo tão... pobre... Às vezes eu sinto que esse lugar não é o meu.

KARINA: - Deixa de bobagem, Melissa... se eu fosse você, ia lá curtir a farra. Eu é que estou louca, mas não posso sair desse balcão... E à noite, tenho que ir pro outro restaurante ainda. Pelo menos lá é outro nível, gente mais elegante.

MELISSA: - É isso que eu gosto, sabe? Não nasci pra viver e crescer aqui em Vila Isabel. Eu quero é subir na vida!... Hoje mesmo começam as aulas lá na faculdade, mas pra variar, eu não pude ir.

KARINA: - Mas por quê?

MELISSA: - Faculdade particular esqueceu? A grana ficou curta lá em casa e eu tive que trancar o semestre, de novo. Assim eu não me formo nunca!

CENA 09. FACULDADE ABC. INT. DIA.

Movimentação de estudantes no pátio da faculdade. Celeste está sentada em um banco, olhando todos à sua volta. Ela está com as mãos sobre as pernas, e as mexe constantemente.

De repente, uma moça, magra, cabelos curtos (estilo Joãozinho), preto, usando jeans e camiseta, se aproxima dela.

MOÇA: - Nervosa?

CELESTE: - Eu? Não...

MOÇA: - Difícil de acreditar que você não esteja nervosa, mexendo as mãos sem parar... (sorri) Eu me chamo Duda.

CELESTE: - Celeste.   

DUDA (senta-se no banco): - Fazendo qual curso Celeste?

CELESTE: - Jornalismo. E você?

DUDA: - Design de moda.

CELESTE: - Que legal. Eu gosto de moda também.

Um rapaz, negro, alto, magro, cabelos curtos, trajando jeans e camiseta se aproxima das duas.

RAPAZ: - Posso sentar aqui do lado?

DUDA: - Claro, fica à vontade.

O rapaz se senta.

DUDA: - É novo aqui também?

RAPAZ: - Sou sim...

CELESTE: - Bem vindo ao clube.

DUDA: - Eu já não posso dizer que sou nova. Estou aqui desde o ano passado... Eu me chamo Duda e esta aqui é a Celeste. Você é?

RAPAZ: - Pedro.

CELESTE: - Prazer Pedro.

DUDA: - Faz qual curso?

PEDRO: - Publicidade e Propaganda.

DUDA: - Que show! Está gostando?

PEDRO: - Está sendo tudo muito diferente, mas eu to achando legal. É o que eu sempre quis fazer...

Os três seguem conversando, animados.

CENA 10. MANSÃO LINHARES. INT. DIA.

Num dos pontos da casa, Gilson, Tarso, Adônis, Fernando e Orestes conversam, enquanto bebem uísque.

ADÔNIS: - Esse almoço estava ótimo.

FERNANDO: - Para uma data especial, nada melhor do que um cardápio especial.

ORESTES: - Eu também gostei muito... Mas vamos falar de negócios. Como anda a Gonzales Fashion, Gilson?

GILSON: - A GF agora está se programando para o lançamento da nova coleção. Tem tudo para ser um sucesso novamente.

ORESTES: - Essa estilista da Gonzales Fashion é uma verdadeira estrela. Talentosa, além de muito bonita.

FERNANDO: - Eu não a conheço pessoalmente. Só das capas de revistas e jornais.

GILSON: - Ela é praticamente uma celebridade.

TARSO: - Isso não atrapalha não? Sei lá, ao invés de chamar atenção para a marca, ela acaba atraindo os holofotes para si mesma...

ADÔNIS: - Eu acho que não atrapalha não, Tarso. Cria uma identidade forte. A GF só tem a ganhar preservando esse talento.

GILSON: - E a Áurea Calçados, quando terá novidades?

FERNANDO: - Em breve. Estér preparou uma nova coleção de calçados, tanto femininos quanto masculinos.

GILSON: - Masculinos também é? Que bom!

TARSO: - É, vamos investir um pouco mais nesse público. Afinal, homens também gostam de estar com calçados na moda.

FERNANDO: - Agora é só agilizar a questão do evento. Modelos, local, etc.

Num outro ponto, Estér, Valquíria e Raquel, sentadas no sofá.

RAQUEL: - Fala Val, como foi esse mochilão pela Europa?

VALQUÍRIA: - Não foi bem um mochilão, mas eu me senti uma adolescente de novo! (risos) Foi tudo ótimo, Raquel. Conheci diversos lugares, revisitei tantos outros.

ESTÉR: - Conheceu alguém especial?

VALQUÍRIA: - Conheci... Ai, meninas, um homem de verdade! Que me levou à loucura!

ESTÉR: - Gente, que homem é esse?!

VALQUÍRIA: - Só sei que ele mexeu comigo...

RAQUEL: - Ai, Val, desculpa, mas você se apaixona tão fácil. Qualquer homem mexe com você e te leva à loucura...

VALQUÍRIA: - Eu confesso que sou um pouco passional, mas o sentimento pra mim é tão intenso! Hoje mesmo, antes da Estér me buscar no aeroporto, eu liguei 3 vezes pra ele.

ESTÉR: - Nossa!

VALQUÍRIA: - Estou completamente apaixonada!

RAQUEL: - E essa marca aí no seu pulso, Val?

ESTÉR: - É mesmo, está marcada...

VALQUÍRIA (disfarça): - Acabei machucando, batendo na ponta da mesa. Na pressa de pegar as malas e ir para o aeroporto, em Roma. Mas nada grave. (sorri)

Enquanto isso, Maria Helena, Selma e Sandra conversam. Maria Helena de olho em Valquíria.

MARIA HELENA: - A Valquíria nem parece ser rica. Desconhece  totalmente as regras de etiqueta. Onde se viu chegar numa festa sem ser convidada?

SANDRA: - A Estér a convidou.

MARIA HELENA: - Essa é outra que não tem noção das coisas.

SELMA: - Ai, Maria Helena, não tem nada de mais nisso.

MARIA HELENA: - Certamente você não gostaria de penetras numa festa sua, Selma...

SELMA: - Mas ela não é uma penetra. É amiga da família, madrinha da sua neta.

MARIA HELENA: - E louca, né? Soube, pelo Fernando, que durante essa viagem dela pela Europa, ela tentou se matar.

SANDRA: - Mentira...

MARIA HELENA: - To falando sério!... Por causa de homem... (suspira) Esse mundo está perdido.

Enquanto isso, do lado de fora da casa, no jardim, os jovens conversam.

MARCINHA: - Ai gente, eu vi que hoje vai rolar um show do Papas da Língua no Arpoador.

ALINE: - Eu vou.

TALLES: - Vai é? Com quem?

ALINE: - Não te interessa, garoto...

TALLES: - A mamãe vai adorar saber disso.

ALINE: - Ai, Talles, fica na tua, ta legal?

MARCINHA: - A gente poderia ir também, né pessoal?

ANDRÉ: - Eu to dentro.

MARCINHA: - Diogo?

DIOGO: - Por mim, tudo ok. Tô precisando mesmo sair um pouco...

MARCINHA: - Mais tarde eu vou ligar para a Gaby e pra Duda para saber se ela não quer ir também.

TALLES (empolgado): - Mais tarde por que? Liga pra Duda agora!

MARCINHA: - Não posso ligar agora. Ela está na faculdade. As aulas começaram hoje.

ALINE: - E por que essa empolgação toda, irmãozinho? Tá afim dela é?

ANDRÉ: - Não é novidade pra ninguém isso né? Talles e Duda, o casal chove e não molha (risos)

TALLES: - Deixa de bobagem... Ela vai ser minha ainda, vocês vão ver!

CENA 11. EMPRESA GF. SALA ROSANA. INT. DIA.

Rosana tenta rabiscar uns desenhos, mas não consegue. Vitinho entra de surpresa na sala e flagra Rosana.

VITINHO: - Por isso você nunca deixou eu ver o seu processo de criação?

ROSANA (aflita):- O que você está fazendo aqui?!

VITINHO: - Estou vendo a madame lidar, e ferrenhamente, com uma folha de papel e um lápis... Está saindo coisa boa aí?

ROSANA: - Você sabe que eu não gosto que invadam minha sala assim, não sabe?

VITINHO: - Mas eu sempre entro sem bater.

ROSANA: - A partir de hoje, vai ter que bater na porta também, como todos os míseros mortais que trabalham nessa empresa, está entendendo?

VITINHO: - Nossa, madame... Desculpa...

ROSANA: - O que você quer, Vitinho? Fala logo!

VITINHO: - Só passei pra avisar que estou saindo, vou pro show no Arpoador.

ROSANA: - Vai, vai lá se divertir e me deixa em paz aqui. Só não vai perder a hora! Amanhã quero você cedo aqui na empresa.

VITINHO: - Mas por que, madame? Nem a senhora está na empresa cedo, não tem porque eu (pausa)

ROSANA (interrompe): - Você acha que só porque anda comigo tem os mesmos privilégios que eu, Vitinho? (ri, debochada) Acorda, serviçal! Você é só meu assessor, Vitinho, nada mais que isso.

Vitinho se cala.

ROSANA (séria): Amanhã cedo quero você aqui, coordenando este atelier. Agora sai.

Vitinho vai embora. Rosana fica sozinha.

ROSANA: - Essa foi por pouco...

CENA 12. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER / PRAIA ARPOADOR. EXT. ENTARDECER.

Imagens do Rio de Janeiro ao anoitecer. Corta para a praia do Arpoador. O dia ainda não anoiteceu, pôr-do-sol deixa a praia ainda mais bonita. O local está movimentado. Um palco foi montado para o show da banda Papas da Língua.

Marcinha, Talles, André, Aline e Diogo chegam juntos.

MARCINHA: - Nossa, como eu vou encontrar as meninas aqui?

TALLES: - Tem muita gente!

ALINE: - Pessoal, eu vou dar uma circulada, já volto.

TALLES: - Não some, maninha!

ALINE: - Me erra, Talles!

Aline se afasta.

DIOGO: - Vamos mais pra ali, tem mais espaço.

Eles caminham até um certo espaço no meio das milhares de pessoas. Neste instante, Gaby e Duda chegam.

GABY: - Achamos vocês!

MARCINHA: - Ainda bem!

DUDA: - Gente, nunca vi o Arpoador tão cheio!

ANDRÉ: - Estou louco pro show começar logo!... Acho que vou pegar uma bebida antes. Alguém ta afim?

MARCINHA: - Só água pra mim, André, por favor.

ANDRÉ (saindo): - Pode deixar!

TALLES (aproxima-se de Duda): - Curte o show juntinha de mim?

DUDA: - Lógico! (acaricia o rosto de Talles)

GABY: - Que bom que tu veio, Diogo! Quase nunca vai nos nossos encontros guri!

DIOGO: - Hoje resolvi sair da toca...

Gaby sorri, meiga, para Diogo. Num outro ponto, André compra bebida num copo e uma garrafinha de água. Ele caminha com dificuldade por entre as pessoas, cuidando para não virar a bebida. De repente, ele esbarra em Paula, e acaba virando a bebida na roupa dela.

ANDRÉ: - Nossa! Foi mal!

PAULA: - Poxa cara! Cuidado! Me sujou toda!

ANDRÉ: - Foi mal mesmo... É que é muita gente...

PAULA: - Agora eu vou ficar o show inteiro cheirando a vodka? Ninguém merece!

ANDRÉ: - Calma, também não é o fim do mundo...

PAULA: - Claro, não é a sua roupa que está suja agora.

ANDRÉ: - Taí, a patricinha preocupada com a roupinha...

PAULA: - Grosso!

André se afasta, deixando Paula pra trás. Num outro ponto, Vitinho e Aline se curtem.

VITINHO: - Não via à hora de te ver novamente, sabia?

ALINE: – É mesmo, meu brigadeiro? Mas se não fosse eu falar do show, a gente só ia se ver na semana que vem!

VITINHO: - Você sabe que eu ando muito ocupado.

ALINE: - Sei, bajulando Rosana Gonzales!

VITINHO: - Ei, não fala assim do meu trabalho. Não é bajulação não, ok?

ALINE: - Tá bom foi mal... Mas bem que você poderia conseguir um lugar pra mim na equipe dela também né? Você sabe que eu quero muito circular por esse meio da moda, glamour!

VITINHO: - Calma, princesa, calma... tudo tem seu tempo.

ALINE: - Não ta me enrolando não né?

VITINHO: - Olha lá, vai começar o show!

A banda Papas da Língua sobe ao palco, saúda o público, que vibra e começa a tocar “Ela vai Passar” (fade in), trilha da novela. O público vibra com o show.

CENA 14. CASA MAURO. INT. NOITE.

(fade out trilha anterior) Leocádia sentada no sofá da sala, lendo um livro, quando Celeste chega em casa apressada.

LEOCÁDIA: - Oi filha! E então, como foi o primeiro dia de faculdade.

CELESTE (um pouco ansiosa): - Foi legal, mamãe. Conheci pessoas bacanas também, os professores são bons.

LEOCÁDIA: - Que ótimo, Celeste! A faculdade é um período muito legal na vida da gente. Fiz bons amigos na minha época.

CELESTE: - Eu vou subir, mamãe. Eu preciso muito ir ao banheiro.

LEOCÁDIA: - Claro, filha, pode ir. Depois desça, vamos jantar logo logo.

Celeste sobe as escadas apressadas. Ela joga seus cadernos sobre a cama de seu quarto e corre para o banheiro. Ela abre a torneira da pia e começa a lavar as mãos freneticamente.

CELESTE (aflita): - Eu não poderia ter encostado no corrimão... Não poderia...

Celeste esfrega as mãos de forma tão forte, que as mesmas ficam avermelhadas. Ela fecha a torneira, seca as mãos na toalha, mas em seguida, abre a torneira novamente e volta a lavar as mãos, ainda de forma mais agressiva.

CELESTE: - Sai toda essa sujeira... Sai...

Ela começa a raspar as unhas nas mãos, até provocar um pequeno machucado, que sangra. Celeste deixa a água correr sobre o ferimento. Fecha a torneira. Fica a se encarar diante do espelho. Respira fundo, tentando controlar sua ansiedade.

CENA 15. CASA SÍLVIA. QUARTO. INT. NOITE.

Sílvia e Laerte estão no quarto, conversando.

LAERTE: - Que festa boa essa da Tereza, hein!

SÍLVIA: - Ótima mesmo.

LAERTE: - E modéstia à parte, a minha Vila Isabel dá show! Não foi a toa que ganhou o carnaval.

Sílvia senta-se na cama, pensativa.

LAERTE: - O que foi, meu amor?

SÍLVIA: - Nada não...

LAERTE: - Silvinha, eu te conheço. Está com essa cara aí, ta pensando em alguma coisa. Fala pra mim.

SÍLVIA: - O Júlio vai sair da cadeia amanhã.

Laerte muda expressão.

LAERTE: - Amanhã é?

SÍLVIA: - Sim...

LAERTE: - E você não está pensando em...

SILVIA: - Eu queria tanto, Laerte, tanto...

LAERTE: - Mas isso é um absurdo! Sílvia, você agora está comigo!

SÍLVIA: - Eu sei, mas... Eu nunca neguei que sempre fui apaixonada pelo Júlio. E você sempre soube muito bem disso.

LAERTE: - Mas eu pensei, sinceramente, que com o tempo eu teria conseguido preencher esse vazio no seu coração.

SÍLVIA: - Você é muito especial pra mim, Laerte. Eu nem sei como te agradecer por tudo o que você fez por mim, pela Melissa.

LAERTE: - Nós nos tornamos uma família, Sílvia. E agora, o Júlio sai da cadeia e com ele vem o risco disso tudo o que a gente construiu, se acabar, é isso?

SÍLVIA: - Não! Isso nunca vai acabar!

LAERTE: - Então, por favor, Silvinha... Pela nossa família, por tudo de bom que a gente viveu até aqui. Não vá atrás do Júlio. Me promete?


Laerte faz pedido para Sílvia, que se mostra indecisa.

 



autor:
Édy Dutra

elenco:
Malu Galli como Sílvia
Eduardo Lago como Júlio
Bruna Lombardi como Rosana
Domingos Montagner como Mauro
Marcello Antony como Fernando
Isabel Fillardis como Marília
Maria Fernanda Cândido como Raquel
Nill Marcondes como Bruno
Maria Luísa Mendonça como Valquíria
Adriana Garambone como Estér
Ana Lúcia Torre como Leocádia
Rafaela Mandelli como Celeste
Jonathan Haagensen como Vitinho
Maria Padilha como Sandra
Eduardo Galvão como Tarso
Erika Mader como Aline
Rafael Almeida como Talles
Paulo Figueiredo como Gilson
Denise Del Vecchio como Sophia
Iran Malfitano como André
Gabriela Durlo como Paula
Mário Gomes como Durval
Paulo Nigro como Guilherme
Luiza Tomé como Heloísa
Marcello Airoldi como Adônis
Gustavo Leão como Diogo
Lázaro Ramos como Ivan
Leonardo Vieira como Renato
Francisca Queiroz como Geórgia
Paulo Gorgulho como Laerte
Maria Ceiça como Tereza
Amanda Ritcher como Melissa
Bianca Comparato como Duda
Letícia Colin como Gaby
Luma Costa como Marcinha
Léa Garcia como Ilza
Valquíria Ribeiro como Amália
Antonio Pitanga como Cristóvão
Rocco Pitanga como Gustavo
Joana Foom como Janice
Roberto Bonfim como Alceu
Amandha Lee como Karina
Marcello Melo Jr. como Pedro
Gabriel Braga Nunes como Walter/Waleska
Guilherme Winter como Fábio
Lavínia Vlasak como Bia
Eva Wilma como Maria Helena
Othon Bastos como Orestes

participações especiais - 1ª fase
Maria Flor como Sílvia
Caio Blat como Júlio
Regiane Alves como Rosana
Rafael Cardoso como Laerte
Cauã Reymond como Fernando

Ana Sophia Folch como Raquel
Sophia Abrahão como Valquíria
Tainá Müller como Estér
Vergniaud Mendes como Adônis

Alex Gomes como Bruno
Caio Castro como Fábio
Élida Muniz como Marília
Quelynah como Amália
Darlan Cunha como Ivan
Armando Babaioff como Mauro

trilha sonora:
This Love - Marron Five (abertura)
Me Segura – Eduardo Dussek
Ela vai Passar - Papas na Língua

produção:
Bruno Olsen
Diogo de Castro
Joey Anderson



Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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