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A Magia do Natal: Capítulo 01 - O Natal do pequeno David

A Magia do Natal: Capítulo 01 - O Natal do pequeno David
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conto escrito por Luiz Gustavo


música: This Year - Britney Spears

Aquele é o primeiro dia das férias escolares da criança deitada no estofado, David Assunção, permanece assistindo os episódios do seu desenho favorito, consegue se imaginar nos heróis da televisão, é assim que se sente, quando coloca a máscara do Homem Aranha, combatendo os vilões com os seus poderes. 



Um caminhão de mudança faz um barulho estranho ao estacionar na rua, certamente deve ser os novos vizinhos, ele subiu para o segundo andar, no instinto de contemplar alguma coisa interessante, na varanda do quarto do patriarca, consegue ver um rosto completamente perfeito, os de uma garota oriental, provavelmente da sua mesma idade, 11 anos, aquela onna-bugeisha, acertou em cheio o seu coração, será que deve acreditar em amor à primeira vista? É um ABC que deve ser aprendido primeiro. 



O natal certamente estava derretendo o seu coração, gelado depois da morte da matriarca no banco central em 2003, ele fez alguns amigos, certamente uma amizade que vai durar por uma eternidade, Matheus e Jefferson. 



A árvore está armada na sala de estar ao redor de algumas caixas de presentes, os pisca-pisca estão acesos, ele adora esta época do ano, apesar de nunca ter acreditado em Papai Noel, afinal se ele existisse, porquê ainda não trouxe a sua mamãe de volta? Escuta um barulho vindo de fora, batidas, certamente deve ser a nova empregada doméstica, que irá trabalhar com a família. David abre o portão, trata-se de uma senhora bem simpática, com os cabelos loiros esbranquiçados, usando uma camisa simples e uma bermuda jeans, ela trata logo de entrar e conversar com o menino. 

- Bom dia. Meu nome é Hilda, a nova secretária do lar e cozinheira da família, o doutor Roberto falou muito sobre você, David, é um prazer conhecer este pequeno gênio. Ele disse que não aprontou nada para o café da manhã, está brocado na fomené? 
- Mais ou menos, comi um biscoito de sal. 
- E biscoito alimenta alguém? Quer umas panquecas? 
- É claro, a senhora pode fazer? 
- Com certeza. 

As panquecas de chocolates certamente são uma iguaria de Dona Hilda, parece uma babá encantada, um presente enviado pelos deuses, a senhora entende completamente o garoto, nas suas falas tristes, ela tentava transformar em palavrinhas boas, sem a melancolia de um menino que cresceu sem a matriarca, Maitê Fernandes, faz muita falta a essas horas, no entanto, Roberto Assunção, apesar do trabalho na firma qual é proprietário, se desdobra para não perder nenhum momento da vida do filho, David consegue recordar qualquer festinha da escolinha ou do começo do fundamental, o pai coruja estava nas fotos, literalmente presente, ele é o seu melhor amigo, o seu conselheiro. 

David está usando uma calça de moletom e uma camisa de frio, brincando com o carrinho de controle remoto no seu quarto, Jefferson chega rapidamente, o menino gordinho e baixinho, cumprimenta o amigo, parece meio tristonho, sua face morena e as esferas escuras não escondem nada. 

- Cadê o Google? – Pergunta David, referindo-se ao apelido de Matheus, extremamente inteligente, o último integrante do trio parada dura. 
- Não sei. 
- O que é que você tem cara? 
- Porquê a pergunta? 
- Você está meio triste, parece chateado com alguma coisa. 
- É a minha irmã. 
- O que tem ela? 
- Os meus pais superprotegem a Sabrina, como se ela fosse algo especial, sabe? Ela fica me xingando ás vezes e me bate também, isso é insuportável e eles não fazem nada demais. Eu queria não ter uma irmã, eu queria ser que nem você e o Google, filhos únicos. 
- Eu não tenho mãe, Jeff. 
- David, não queria tocar nisso. 
- Meu sonho é ter um irmão ou irmã, para compartilhar os meus brinquedos ou me dá conselhos, sabe? 
- Mas ela não me ajuda em nada, cara. 
- Ela tem problemas? 
- Com o namorado. 
- Tenta se relacionar direito com isto e irritar menos a Sabrina. 
- Muito obrigado, David. 

Matheus chega ás duas horas da tarde, para fazerem uma maratona dos filmes do Harry Potter, iam passar o dia todo e certamente, a madrugada acordados na frente da TV. Eles fizeram uma pequena pausa para o jantar que Dona Hilda havia aprontado antes de ir embora. Ao subir para o quarto do patriarca, algo moveu David para a ala externa, a garota estava na varanda da casa dela, usando um pijama, assim como ele, as pequenas partículas de água começam a cair, como se fosse neve. Ela ergue as mãos acenando para David com um sorriso no rosto, antes de retornar para a morada e apagar as luzes, posteriormente ele abraçou o patriarca e desceu as escadas, chegando na sala cercada de colchões. 

- Demorou amiguinho, estava aonde? – Pergunta Matheus. 
- Vendo a coisa mais linda do mundo. 
- A Mona Lisa? – Disse Jefferson. 
- A minha Mikasa Ackerman. 
- Como assim? – Duas vozes se fundiram uma na outra. 
- A nova vizinha, ela é muito linda. 
- Nova vizinha, chegou quando? – Jefferson indaga. 
- Ela te conhece? – Salienta Matheus. 
- Respondendo a primeira pergunta, ela chegou hoje e a segunda, ela me conhece de vista, sendo que ela me mandou um tchau da varanda da casa dela. 

A grande data estava chegando, o feriado universal que serve para unir as pessoas ao redor do globo. David queria viajar para algum lugar, mas infelizmente devido a última crise econômica mundial, Roberto teve que conter alguns gastos desnecessários, mas nada que fizesse falta ao menino. Ele gostava de passar as sextas na metalúrgica.

- O que você queria ganhar de presente? – Pergunta Roberto. 
- Pode me dar um livro, qualquer um. 
- Não quer um brinquedo? 
- Eu queria dar um milhão de brinquedos aos meninos do orfanato que tem perto da minha escola. 
- Um milhão de brinquedos não posso dar, mas uns dois ou três. 
- É muito pouco.
- Não, é pouco quando você faz uma boa ação, o seu coração fica mais limpo. 
- Mas e os outros meninos? 
- Filhão, não posso ajudar todo mundo. 
- Eu sei... 
- Você, o Jefferson e o Matheus podiam arrecadar brinquedos ao redor do nosso bairro, não é? Até semana que vem vão ter um nível elevado, o suficiente para ajudar a fundação. 
- É uma excelente ideia. 

Os meninos naquela tarde saíram de porta em porta no Jardim Satélite em busca de brinquedos e a maioria queriam ajudar, eles andavam com um pequeno mapa e um carrinho. Foram dias seguidos e meio cansativos para o trio, a última rua foi a principal e David descobriu o verdadeiro nome da sua desejada, Andressa Yamashita, a garota doou alguns dos brinquedos, muitos ursinhos de pelúcia e algumas bonecas da Polly. 

- É muito linda sua atitude, David. 
- Obrigado, Andressa. – Ele disse meio cabisbaixo. 
- A sua mãe deve ficar muito orgulhosa contigo. 
- Eu não tenho mãe. – Ele se entristeceu. 
- Mil desculpas, eu não sabia...
- Tudo bem, mas ela deve estar orgulhosa, aonde estiver. 

Ela o abraçou lentamente, o pegando de surpresa. 

- Feliz natal. 

"Eu nunca fiz planos para o natal, nunca me importei para os presentes embaixo da árvore ou pendurar as meias na lareira, os meus amigos e o meu pai são os maiores presentes que existe. Sinto falta ás vezes da mamãe, mas não posso apagar tudo com uma escuridão. Papai Noel não vai me escutar, ele nunca me ouviu afinal, caso contrário teria reparado tudo o que vivi, mas acredito no espírito natalino e sei que é capaz de mudar o mundo. Papai Noel, se você mora no céu como todos falam, tem como você mandar um aviso? A mamãe está bem? Era só isso que desejo saber..."

As crianças do orfanato ficaram contentes e agradecerem a David, Matheus e Jefferson, o trio de amigos fizeram a diferença. O natal é ajudar o próximo e fazer o bem, trazer um pingo de esperança ao mundo cercado de tristeza e é disso que se precisa. Na ceia, o garoto não passou como nos outros anos, sozinho ao lado do patriarca na casa de praia, pelo contrário, os amigos estavam do lado dele, junto com a família e Dona Hilda, ela havia sido convidada especial, para o melhor natal de todos.

As luzes brilham na estrelinha da árvore, 
As luzes brilham em torno da árvore, 
As luzes iluminam os presentes.

As luzes mostram o caminho do bom velhinho.

Papai Noel você pode me dar algo além dos presentes? 
Papai Noel você pode me dar algo além do amor? 
Papai Noel você pode me dar um novo destino? 

Papai Noel não quero mais uma solidão. 
Papai Noel não quero mais a piedade. 
Papai Noel não quero mais escuridão. 

Papai Noel só preciso das luzes.


Naquele 25 de dezembro, David acorda sorridente naquela manhã, havia acordado feliz e tranquilo, tinha sonhado com a matriarca na última noite. Ela estava perfeita com os seus belos cabelos escuros e castanhos, mas não dizia muitas palavras, mas o garoto agora tinha uma resposta para os seus problemas. Ele correu em direção do quarto do patriarca, para deseja-lo um feliz natal. 




conto escrito por
Luiz Gustavo

música
This Year - Britney Spears

produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.

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