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Relações Perigosas - Capítulo 21

Novela de Felipe Porto
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VALE A PENA LER DE NOVO: RELAÇÕES PERIGOSAS
 
     
 
 
     
  NO CAPÍTULO ANTERIOR DE "RELAÇÕES PERIGOSAS":
 

Marcelo — Eu fiquei surpreso quando a Adelaide disse que você veio trabalhar aqui.

Tarsila — Pois é Marcelo. Eu precisava ocupar a minha cabeça com alguma coisa. (Tom) E a primeira coisa com que eu vou me ocupar é em mudar a decoração dessa sala, ela tá muito over.

Marcelo — (Sorri) É bom dar um toque pessoal na nossa sala mesmo... Bom, então seja bem-vinda.

Tarsila — Obrigada.

Leandro entra.

Leandro — Mãe, eu/

Leandro para de falar ao ver Marcelo. Os dois se encaram. Em Leandro tentando segurar a raiva.

...
 

Luísa — (Incrédula) Você?

Luísa se senta à mesa, e revelamos Seu Coisinha na outra ponta. Ele sorri e pega nas mãos de Luísa.

Seu Coisinha — Há quanto tempo a gente não se vê, hein minha amiga?

Closes alterados em Seu Coisinha e Luísa.


...
 

Funcionário #1 — Não existe nenhum registro de vídeo na data indicada pela senhora.

Heloísa — (Aliviada) Isso quer dizer que não teve gravação das câmeras de segurança nesse dia?

Funcionário #1 — Não. Isso quer dizer que alguém já retirou a cópia dessa gravação e ela foi deletada do nosso sistema.

Música: Instrumental de Suspense.

Heloísa — (Nervosa) Como assim? Você consegue me dizer quem pegou essas imagens?

Funcionário #1 — Só um instante. Vou ver se tem anotado aqui.

O funcionário revira alguns papéis. Música off.

Funcionário #1 — Aqui tá dizendo que as imagens foram retiradas semana passada por: Clara Toledo Vargas... A senhora conhece?

Em Heloísa perplexa.

 
     
 
     
     
     

CAPÍTULO 21
 
     
 

CENA 01. empresa de segurança. ambiente. Interior. Dia.

Continuação da última cena do capítulo anterior. Heloísa ainda em choque, diante do funcionário da empresa.

Funcionário #1 — Senhora?

Heloísa — (Baixo/Pra si) Não pode ser... A Clara? (Para o Funcionário) O senhor tem certeza disso?

Funcionário #1 — Absoluta. Tá anotado aqui.

Heloísa — Tá e você saberia me dizer como ela era? Se parecia um pouco comigo?

Funcionário #1 — Não sei, senhora. Passam muitas pessoas por aqui. (Tom) Posso ajudar em mais alguma coisa?

Heloísa — Não.

O funcionário se retira. Heloísa fica ali, pensativa.

CENA 02. barão do alambique. sala de tarsila. Interior. Dia.

Continuação da cena 26 do capítulo anterior. Leandro encara Marcelo. Tarsila observa os dois. Leandro dá um sorriso falso.

Leandro — Não sabia que você tava ocupada.

Marcelo — Eu já tava de saída mesmo. Licença.

Marcelo sai da sala.

Leandro — (Baixo) Babaca.

Tarsila — Falou comigo?

Leandro — Não. Depois a gente se fala.

Tarsila — Como assim?! Entra e não fala nada? Qual é o sentido disso?

Leandro — Eu esqueci o que eu vim fazer aqui quando vi o Marcelo.

Tarsila — Bem menos Leandro. Você olhou pro seu primo e não praquela luzinha dos Homens de Preto.

Leandro faz menção de falar algo, mas segue em direção à saída.

Tarsila — O que eu vou fazer o dia todo aqui?

Leandro — Sei lá, joga xadrez.

Tarsila — Até jogaria, mas sozinha não dá.

Leandro já saiu. Tarsila se aproxima da janela.

Tarsila — Se pelo menos aqui na Barão tivesse aqueles janelões igual tem na Giacomelli. (Tom) A Bianca pode ser uma vagabunda, mas tem uma sala que é um espetáculo.

CENA 03. delegacia. sala de visita. Interior. Dia.

Continuação da cena 28 do capítulo anterior.

Luísa sorri para Seu Coisinha.

Luísa — (Feliz) Realmente faz muitos anos que a gente não se vê, Duarte.

Seu Coisinha — (Ri) Você é uma das poucas pessoas que me chamam de Duarte.

Luísa — Queria que eu te chamasse de Coisinha? Me poupe, né?

Seu Coisinha — Todo mundo me chama assim que eu até me acostumei. Mas enfim, não foi pra falar sobre como me chamam que eu vim aqui.

Luísa — Como é que você ficou sabendo que eu tava aqui?

Seu Coisinha — Pelo Marcelo.

Luísa — (Surpresa) O Marcelo da Ana e do Alcides?

Seu Coisinha — Ele mesmo.

Luísa — Eu não sabia que vocês se conheciam.

Seu Coisinha — Ele tava frequentando a minha Gafieira, mas não sabia quem eu era. Até que ontem ele foi na minha casa e acabou achando uma foto minha com os pais dele. (Pausa) Começou a fazer um monte de perguntas. Acho que você já imagina sobre quem.

Luísa — Sobre os pais dele, sobre o Eduardo. É ele também já me sondou sobre esse assunto. O que você falou?

Seu Coisinha — Menti. Disse que naquela época eu tinha me distanciado da Ana e do Alcides.

Luísa — Melhor assim. Se todo mundo não der conversa, quem sabe eles não desistam dessa história.

Seu Coisinha — Duvido muito que isso aconteça.

Luísa — Infelizmente eu também.

Seu Coisinha — Por que você não conta toda a verdade pra ele, Luísa? Estão todos mortos mesmo!

Luísa — O Gregório e a Bianca tão bem vivos.

Seu Coisinha — Você tem medo deles?

Luísa — Zelo é a palavra certa. Se eu omito algo é pra preservar o Marcelo e até a Milena, a filha do Coimbra. O que passou, passou. Nada pode mudar o passado. De nada vai adiantar revirar essa história.

Seu Coisinha — Tomara que você esteja certa.

CENA 04. tÁxi em movimento. ambiente. Interior. Dia.

Um taxista dirige o seu táxi. Heloísa no banco de trás, fala sozinha.

Heloísa — (Baixo) Isso tudo só pode ser uma incrível coincidência. A Clara não pode tá viva. É impossível que ela tenha sobrevivido.

Taxista — (Olhando pelo retrovisor) Falou alguma coisa, senhora?

Heloísa — (Rude) Falei, mas não com você. Se você continuar se metendo nos meus pensamentos, da próxima vez eu vou pegar um Uber.

O taxista fecha a cara e volta a prestar atenção no trânsito.

CENA 05. barão do alambique. sala de marcelo. Interior. Dia.

Marcelo trabalhando. Adelaide entra.

Adelaide — Licença, Doutor Marcelo. O Dr. Gregório marcou uma reunião pra hoje.

Marcelo — Obrigado, Adelaide. Ele falou o assunto?

Adelaide — Não.

Marcelo — Ok. Pode ir, obrigado.

Adelaide sai da sala.

CENA 06. colégio são sebastião. corredor. Interior. Dia.

Movimentação cotidiana de alunos pelo corredor. Juliana vai até Yasmin.

Juliana — Yasmin, a gente precisa conversar.

Yasmin — Precisa?

Juliana — Não se faz de louca. Você sabe que sim.

Yasmin — Então fala.

Juliana — Não é justo você me culpar por algo que eu fiz sem saber. Ou você acha que a culpa do noivado da sua irmã ter acabado é minha?

Yasmin — Claro que não, Juliana. A culpa é do Leandro por ser um quase maníaco sexual que pega qualquer uma/

Juliana — Epa! Qualquer uma não! Assim você me ofende.

Yasmin — Ah saiu, não foi pra ofender.

Juliana — Tá, se você sabe que eu sou mais uma vitima dele, por que você tá evitado?

Yasmin — Delírio seu. Não to te evitando.

Juliana — Te mando mensagem, visualiza e não responde! Isso é o que então? Vai me dizer que acabou o seu pacote de dados?

Yasmin — (Sorri) Como você é ridícula.

Juliana — Ó! Arranquei um sorriso desse rosto. Quer dizer que você não tá tão de mal assim.

O sinal toca.

Yasmin — Vou entrar. Depois a gente se fala.

Yasmin se afasta. Juliana fica por ali.

CENA 07. delegacia. sala de visita. Interior. Dia.

Luísa e Seu Coisinha conversando.

Seu Coisinha — Me fala de você. Como eu posso lhe ajudar?

Luísa — Um bom advogado.

Seu Coisinha — Não conheço muitos, mas vou fazer o possível.

Luísa — Obrigada. E o mais importante de tudo: ninguém pode ficar sabendo disso.

Seu Coisinha — Por que não?

Luísa — Sem pergunta. Por favor.

Seu Coisinha — (Preocupado) Em que rolo você se meteu, Luísa?

Luísa — Nada. Só to evitando que mais pessoas se envolvam nele. Você confia em mim?

Seu Coisinha sorri e beija a mão de Luísa.

Seu Coisinha — Claro. Pode contar comigo.

Perceu entra.

Perceu — O tempo acabou.

Seu Coisinha — (Se levanta) Fica bem.

Seu Coisinha sai. Perceu vai até Luísa e a conduz para fora da sala.

CENA 08. barão do alambique. fachada. Exterior. Dia.

Tomada da fachada de Barão do Alambique.

CENA 09. barão do alambique. sala de reunião. Interior. Dia.

Gregório, Marcelo e Leandro. Reunião já iniciada.

Gregório — Como vocês sabem, o país tá em recessão econômica. A crise tá batendo à nossa porta, isso é inevitável.

Marcelo — E como a gente pode evitar isso?

Gregório — É justamente pra falar sobre isso que eu marquei essa reunião. Eu e você, Marcelo, somos os únicos acionistas da Barão do Alambique e eu queria mudar isso.

Marcelo — Como assim? Explica.

Gregório — Vou explicar. Pra superar esse momento de crise nacional eu acredito que nós devêssemos expandir horizontes. Abrir as portas da Barão.

Marcelo — E como você pretende fazer isso?

Gregório — Abrindo capital da Barão.

Marcelo — E o que isso quer dizer?

Leandro — Quer dizer que parte da Barão vai poder ser comprada através de ações no mercado financeiro.

Gregório — Exato. Atualmente, como a Barão só possui eu e você como acionistas, ela é uma empresa de capital fechado.

Marcelo — Essa é a empresa da nossa família. Eu não acho certo deixar que outra pessoa entre nesse negócio.

Gregório — Nos negócios nós não podemos nos apegar ao sentimentalismo, Marcelo. Ao abrir o capital da Barão, a gente também vai estar abrindo a empresa à novas oportunidades. Pensa nisso! As ações que vão ficar à venda não vão ser tantas assim. Nós dois juntos ainda vamos possuir a fatia maior da empresa.

Silêncio. Marcelo pensativo.

Gregório — E aí? O que você acha da ideia?

CENA 10. gafieira. ambiente. Interior. Dia.

Daiane deitada no chão. Jamal em pé perto dela.

Jamal — Levanta do chão, Daiane.

Daiane — Me deixa. Cansei de esperar o Seu Coisinha. Ele marcou e nem apareceu.

Jamal — Deve tá chegando.

Seu Coisinha entra da rua.

Jamal — Ó não disse!

Seu Coisinha — (Olha para Daiane) O que você tá fazendo aí?

Daiane — Esperando deitada, porque você demorou horrores!

Seu Coisinha — Tá, agora levanta e vamos começar o ensaio.

Daiane — (Se levantando) O senhor esqueceu que tinha marcado com a gente?

Seu Coisinha — Não. Precisei resolver umas coisas antes.

Daiane — Que coisas?

Seu Coisinha — Coisas que não são da sua conta.

Seu Coisinha caminha até o palco.

Jamal — (Pra Daiane) Toma! Isso é pra aprender a deixar de ser intrometida.

Seu Coisinha liga o som e começa a tocar É Com Esse Que Eu Vou – Elis Regina.

Daiane — Ai! Amo essa música!

Daiane começa a ensaiar os primeiros passos de um samba.

Daiane — (Canta) Com esse que eu vou sambar até cair no chão. Com esse eu vou desabafar na multidão. Se ninguém se animar, eu vou quebrar meu tamborim./

Seu Coisinha — Tá muito bonito, mas eu quero ver vocês mexendo o corpo e não as cordas vocais.

Jamal — Vamos se concentrar, Dai.

Daiane — Vem, Jamal. Vem que a cabrocha aqui quer quebrar tudo nesse samba.

CENA 11. rio de janeiro. ambiente. exterior. Dia.

Música: É Com Esse Que Eu Vou – Elis Regina. [Continua].

Stock-shot das praias da cidade. Pessoas e ciclistas circulando pela orla. Último take é da fachada da Giacomelli Exportações Música off.

CENA 12. GIACOMELLI EXPORTAÇÕES. SALA DE GIANCARLO. Interior. Dia.

Milena diante de Giancarlo.

Giancarlo — Um projeto pra empresa?

Milena — Isso. Eu andei pesquisando nos últimos tempos e percebi que a exportadora tem alguns gastos desnecessários e que poderiam ser evitados com uma reformulação, principalmente nas rotas com destino ao Oriente.

Milena entrega uma pasta para Giancarlo.

Milena — Aqui tão todos os detalhes do projeto.

Giancarlo — Eu fico feliz em ver você se preocupando com a empresa, Milena. Vou ler os seu projeto com toda atenção.

CENA 13. BARÃO DO ALAMBIQUE. SALA DE REUNIÃO. Interior. Dia.

Continuação da cena 09. Marcelo, Leandro e Gregório.

Marcelo — Não sei, tio. Eu preciso pensar na sua proposta.

Gregório — Pensa com carinho. Ela vai ser muito boa pra todos nós.

Marcelo — Vou pensar. Agora se você me der licença, eu tenho que ir até o escritório do Otávio. Quero que ele resolva uns problemas pra mim.

Gregório — Claro. A reunião já acabou.

Marcelo sai.

Leandro — Agora que ele já foi, diz aí: qual é o seu plano como essa historinha toda? Ou você acha que eu acreditei nisso que você falou?

Gregório — Adivinha quem vai comprar as ações que vão ser colocadas na Bolsa?

Leandro — Você?

Gregório — Um laranja. Aí eu é que vou ter a Barão nas minhas mãos.

Em Gregório decidido.

CENA 14. giacomelli exportações. sala de giancarlo. Interior. Dia.

Giancarlo lê atentamente o projeto de Milena. Tempo e ele pega o telefone.

Giancarlo — (Tel) Rosa, pede pra Milena vir até a minha sala, por favor.

Giancarlo desliga o telefone. Tempo e Milena entra.

Milena — Chamou, vô?

Giancarlo — Chamei. Senta aí, vamos conversar sobre esse seu projeto.

Milena senta diante de Giancarlo.

Milena — E aí? O que o senhor achou?

Giancarlo fica um tempo em silêncio.

Giancarlo — Achei ótimo, Milena. Parabéns. Isso que você tá propondo vai ser ótimo pra empresa.

Milena — Que bom que você gostou.

Giancarlo — Gostar é pouco. Eu adorei a sua ideia. (Sorri) To vendo que você vai ter muito futuro aqui dentro.

Bianca entra já falando.

Bianca — Pai eu vi que/

Bianca vê Milena.

Bianca — Ah, não vi que você tava ocupado.

Giancarlo — Se você aprendesse a bater na porta antes...

Bianca — Volto mais tarde.

Bianca vai sair, mas Giancarlo a chama.

Giancarlo — Não. Espera. Já que você entrou, fica. Sabia que a sua filha acabou de me apresentar um projeto pra exportadora?

Bianca — Projeto?

Giancarlo — É. Um projeto pros países do Oriente.

Bianca — Sobre o que?

Giancarlo — Ainda essa semana você vai saber, quando eu convocar uma reunião com o todos os diretores. Eu vou querer colocar em prática esse projeto.

Bianca — Mas eu não posso saber o que é? Eu sou da diretoria dessa empresa.

Giancarlo — E eu sou o presidente. Eu dito as regras. Não tem porque você ficar sabendo de nada antes, até porque provavelmente você não vá se envolver nesse projeto.

Milena — Você acha que ele tem potencial?

Giancarlo — Claro, Milena! Não só o projeto, mas você também. Os dois tem muito futuro aqui dentro.

Milena sorri. Bianca tenta disfarçar o incomodo.

CENA 15. escritório de otávio. sala de otávio. Interior. Dia.

Otávio e Marcelo.

Otávio — Senta, Marcelo.

Os dois se sentam.

Otávio — Desculpa por ter feito você esperar, mas você não me avisou que vinha. Eu tava atendendo um cliente.

Marcelo — Não tem problema. Eu resolvi vir de última hora, é que eu queria que você resolvesse um problema pra mim.

Otávio — O que seria?

Marcelo — Eu queria que você tirasse a Luísa da cadeia.

Otávio — Luísa é a mãe da Clara, não é?

Marcelo — Isso mesmo.

Otávio — E por que ela foi presa?

Marcelo — Pegaram ela com cocaína.

Otávio — Tráfico de drogas. É um crime inafiançável.

Marcelo — É. O delegado já tinha me falado isso. Mas não tem jeito?

Otávio — Pra tudo se tem um jeito. Vou tentar um habeas corpus, não sei, vou pensar. Mas não se preocupe que eu vou dar um jeito de tirar ela da cadeia o quanto antes.

O celular de Marcelo toca.

Marcelo — Licença. (Atende/Cel) Alô.

CENA 16. giacomelli exportações. sala de milena. Interior. Dia.

Milena ao celular, sorrindo.

Milena — (Cel) Marcelo, tá ocupado?

Marcelo — (Off) Um pouco.

Milena — (Cel) Quer que eu ligue mais tarde?

Marcelo — (Off) Não. Pode falar.

CENA 17. escritório de otávio. sala de otávio. Interior. Dia.

Marcelo falando ao celular, diante de Otávio.

Milena — (Off) Como é que ficou a história da Luísa?

Marcelo — (Cel) To aqui como o Otávio tentando resolver isso.

Milena — (Off) Ah, então a gente poderia se encontrar pra conversar pessoalmente. Você pode?

Marcelo — (Cel) Posso sim. Onde?

Milena — (Off) Eu vou te passar um endereço por mensagem.

Marcelo — (Cel) Tá bom, beijos.

Marcelo desliga o celular.

Otávio — Era a Clara.

Marcelo — (Mente) Sim. Agora eu vou ter que ir. Você resolve esse problema pra mim?

Otávio — O quanto antes.

CENA 18. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Noite.

Música: I'm Happy Just to Dance With You - The Beatles.

Stock-shot do Rio de Janeiro. Fluxo intenso de carros no trânsito, de pessoas nas ruas, pontos de ônibus, saindo e entrando das estações de metrô. Música [fade out].

CENA 19. casa de gregório. sala. Interior. Noite.

Tarsila entra da rua e senta no sofá. Karina surge do nada e se joga no sofá ao lado de Tarsila.

Tarsila — (Assustada) Que susto, garota. Quer ficar órfã, é?

Karina — Para de drama. Como é que foi o primeiro dia na Barão?

Tarsila — Exaustivo e entediante.

Karina — Ah é? E o que você fez?

Tarsila — Nada.

Karina — Então como é que foi cansativo?

Tarsila — Fazer nada também cansa, sabia? (Tom) Você ainda tem aquele livro louco do Budismo?

Karina — Deve tá lá no meu quarto? Por quê? Você sempre odiou essas coisas, vivia mandando eu apagar os incensos.

Tarsila — É, mas agora acho que ele vai me ter serventia.

Karina — Tá bom, vou lá pegar pra você.

Karina se levanta e sobe as escadas.

CENA 20. giacomelli exportações. frente. Exterior. Noite.

Leandro de dentro do seu carro observa a saída dos carros da exportadora. Leandro vê o carro de Milena saindo.

Leandro — É o carro da Milena!

Leandro liga o carro e com uma certa distância, começa a seguir o carro de Milena.

CENA 21. lagoa rodrigo de freitas. ambiente. Exterior. Noite.

Marcelo com o carro parado nos arredores da lagoa. Milena bate no vidro do carro, Marcelo abre a porta e ela entra. Corta para o interior do carro de Marcelo: Os dois se beijam.

Milena — Demorei?

Marcelo — Não. Acabei de chegar. Como é que você tá?

Milena — Feliz. Acho que vou emplacar um projeto na exportadora.

Marcelo — Que bom!

Milena — E você? Falou com a Clara?

Marcelo — Não vamos falar sobre isso agora.

Milena — Verdade. Vamos falar de coisa boa. De nós.

Música: Pede a Ela – Tim Maia.

Os dois se beijam novamente, agora com mais intensidade.

Milena — (Ri) Quem vê até pensa que a gente tá há meses sem se ver.

Marcelo — Isso é pra compensar o tempo que eu fiquei longe da sua boca.

Marcelo pega na nuca de Milena e conduz suas bocas a um novo beijo.

Milena — Eu acho o perigo até um pouco excitante, mas acho que não é uma boa ficar aqui parado. Já andaram assaltando por aqui.

Marcelo — Vou te levar pra um lugar então.

Milena — Onde?

Marcelo — Surpresa.

Milena — E o meu carro?

Milena — Deixa aí, depois a gente pega.

Marcelo liga o carro. [Música off].

Corta para a rua: De dentro do seu carro, Leandro observa o carro de Marcelo sair.

Leandro — Vão ficar passeando pela cidade? Tudo bem, não tenho presa. A noite é uma criança mesmo.

Leandro segue o carro de Marcelo.

CENA 22. gafieira. ambiente. Interior. Noite.

Seu Coisinha caminha pelo salão, apagando as luzes acesas. Marcelo entra com Milena.

Marcelo — Licença.

Seu Coisinha — Marcelo? Não esperava ver você tão cedo.

Marcelo — Pois é. Eu pensei aqui: Já que você foi amigo da minha mãe, achei que você poderia me ajudar.

Seu Coisinha — Claro que posso. O que você quer que eu faça?

Marcelo — Você me ceder um espaço do salão. Quando ela tiver vazia!

Seu Coisinha — Posso, mas pra quê?

Marcelo — E que eu a Milena temos que ter um particular de vez em quando. Eu te explico melhor depois, pode ser?

Seu Coisinha — Ah particular. Sem problemas, me explica quando quiser e quando puder. O salão é de vocês. (Para Marcelo) Se você quiser falar comigo depois, vou estar na minha casa.

Seu Coisinha sai e deixa Marcelo e Milena sozinha.

Milena — Da onde esse cara conhece a dona Ana Carolina?

Marcelo — Longa história. Outra hora eu te conto.

Marcelo pega Milena pela cintura e puxa-a para perto de si. Seus rostos ficam próximos um do outro.

Marcelo — Por que a gente não aproveite que tá numa gafieira e dança um samba, agarradinhos.

Milena — Eu vou adorar.

Marcelo corre até o palco e liga o som. Começa a tocar Não Deixe o Samba Morrer – Alcione.

Marcelo desce do palco e faz uma reverência à Milena, que retribui o gesto. Os dois vão se aproximando um do outro, até ficarem mais uma vez colados. Eles vão dançando agarrados ao ritmo da música.

Marcelo — Você gosta de samba? A Clara detesta?

Milena — Cala a boca. Para de falar nela e me beija.

Marcelo acaricia o rosto de Milena e a beija.

CENA 23. gafieira. frente. Exterior. Noite.

[Música off]. Leandro diante da Gafieira.

Leandro — Então é aqui o ninho de amor dos pombinhos? Bom saber.

Leandro fica um tempo olhando para a Gafieira e logo em seguida entra no seu carro e dá a partida.

CENA 24. garagem/depósito. ambiente. Interior. Noite.

Música: Instrumental Suspense.

Leandro abre o portão da garagem e liga a luz. Revira o local procurando por algo, até que avista um pedaço de ferro.

Leandro — (Sorri) Achei.

CENA 25. lagoa rodrigo de freitas. ambiente. Exterior. Noite.

Leandro estaciona o carro e desce com a barra de ferro em mãos e com um boné tapando parte do rosto. Leandro segue em direção ao carro de Milena estacionado.

Leandro — A minha vontade era de quebrar essa barra de ferro na cara de vocês, mas por enquanto eu fico feliz em fazer isso.

Com a barra de ferro, Leandro quebra o retrovisor do carro.

Leandro — (Raiva) Vocês tão lá se divertindo juntinhos? Eu também tenho a minha diversão.

Leandro quebra um dos vidros laterais do carro e o alarme começa a tocar.

Leandro — Isso! Toca!

Leandro quebra o vidro dianteiro. Alguns populares se aproximam.

Homem — Tá maluco, cara?!

Leandro — To doidão! E você não se mete se não quiser morrer!

Com muita raiva, Leandro bate com a barra de ferro na lataria do carro.

Leandro — (Para os populares) Quem me seguir morre.

Leandro sai correndo. Os populares ficam ali, sem entender o que aconteceu.

CENA 26. ap de otávio. quarto do casal. Interior. Noite.

Giovanna deitada na cama. O celular toca e ela atende.

Giovanna — (Cel/Baixo) Você tá doido de ligar uma hora dessas?

Jardel — (Off) Doido por você.

Giovanna — (Cel/Baixo) Para!

Jardel — (Off) Liguei pra te desejar boa noite. Dorme sonhando comigo.

Giovanna — (Cel/Sorri) Não tenha dúvidas que eu vou fazer isso.

Giovanna desliga o celular e Otávio entra do banheiro da suíte.

Otávio — Tava falando com quem?

Giovanna — Com aquela minha amiga que eu vou passar o fim de semana na serra.

CENA 27. casa de ana carolina. sala. Interior. Noite.

Leandro em pé, esperando. Tempo e Heloísa surge descendo as escadas.

Heloísa — Queria falar comigo?

Leandro — Preciso ter um particular com você.

Heloísa — Vamos pro escritório.

CENA 28. casa de ana carolina. escritório. Interior. Noite.

Leandro e Heloísa à portas fechadas.

Heloísa — (Ríspida) Diz logo o que você quer.

Leandro — (Irônico) Nossa, Helô! Isso é jeito de falar comigo?

Heloísa — (Sem paciência) Para de gracinha vai.

Leandro — Você viu se o seu marido tá em casa?

Heloísa — Não. Eu saí cedo e nem vi o Marcelo hoje.

Leandro — (Sorri/Debochado) Claro que não. E você sabe onde ele tá agora?

Heloísa — Sei lá, deve tá na Barão.

Leandro — Errou!!!

Leandro sorri, irônico.

Leandro — Me diz uma coisa Helô. Você se abaixa pra passar pelas portas?

Heloísa — (Sem entender) Como é que é?

Leandro — É que a galhada deve atrapalhar na hora de passar por elas, não?

Heloísa — Para de rodeiros e fala logo!

Leandro — Você sabia que o Marcelo tá te traindo?

Heloísa — (Gargalha) Conta outra! O Marcelo nunca ia fazer isso!

Leandro — Então me diz onde ele tá agora?! Não sabe, né?! Pois eu sei! Ele tá lá se pagando com a minha ex-noiva!

Heloísa — (Não crê) Com a Milena?

Leandro — Isso mesmo. Duvida? Olha aqui.

Leandro entrega o seu celular para Heloísa. Nele, ela vê o vídeo de Marcelo e Milena se beijando no estacionamento da Barão do Alambique.

Leandro — Você passou os últimos tempos enganando todo mundo. Agora é você que tá sendo enganada e justo por aquele que mais foi prejudicado pelas suas mentiras. Que ironia, não?

Em Heloísa chocada. Fade Out.

Música de Encerramento: Hello - Martin Solveig Ft Dragonette.

 
     

 

     



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