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Perfume - Capítulo 24

Novela de Luiz Gustavo
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CAPÍTULO 24 - TONY FEDERLINE
 
     
   
 

O veículo desce que nem uma montanha-russa e não resta mais nada, do que as grandes árvores lá embaixo, para amortecer a queda. De onde continua sentado, Levi não pode alcançar os galhos com o cinto. 

- Levi!

Tony grita para o amigo, segurando o banco com toda sua força, enquanto o carro continua o percurso, a traseira se ergue no ar. Levi joga o laço novamente pela janela, que de algum modo assegura-se em um galho. O impulso começa a puxar o homem, que ainda continua segurando o cinto, com as duas mãos e a metade do corpo para o lado de fora da janela. 

- Segure nas minhas pernas, cara. 

Ele sente o amigo naqueles instantes, o segurando com força, desliza perfeitamente da janela, no entanto algo parece estranho, cadê Tony? Ele não estava mais o segurando, havia seguido o percurso das cinzas. O carro Sport, ganha ainda mais velocidade, batendo em diversos eixos e finalmente o tanque de gasolina incendeia e uma grande explosão rasga o ar do distrito. Levi desanca com força na terra, um pedaço de pedra atinge o seu estômago, o cinto escorrega de suas mãos e ele derrapa acidentalmente na ladeira. O homem tenta agarrar em qualquer coisa, para frear o deslocamento, batendo num cepo de árvore. Ele respira cansado, se tivesse caído por mais seis metros, provavelmente se tornaria um presunto, lembrou-se do melhor amigo. 

- Tony! 

Levi se levanta lentamente e se apoia em uma pequena planta inclinada de raízes fortes. Observa os destroços do carro, completamente incendiado. As chamas diminuem, enquanto o combustível é consumido. Aproxima-se lentamente do automóvel, com o receio de encontrar os restos mortais do melhor amigo. Todos os pensamentos envolvendo Tony aparece em sua cabeça que nem um flashback, jamais se perdoaria caso ele estivesse morto, começou a imaginar a sentença, tudo foi forte demais, a queda do veículo e o incêndio, o fato de Levi permanece vivo, é uma mera dadiva. 

- Tony?

Ele continuou a gritar. Neste instante escuta-se um barulho, tão forte para um tipo de animal tacanho. Levi se lança para frente, correndo em direção, Tony está deitado de bruços, perto de um carvalho, com o rosto todo ensanguentado e o braço dobrado, num ângulo no mínimo esquisito.

- Estamos vivos? – Indaga Tony sentindo um pouco de dor.
- Sim.

Tony se levanta com a ajuda de Levi, que observa o ferimento, parte do osso está exposto para fora da pele.

- Preciso te levar para a emergência.
- Sim e nós precisamos sair daqui, antes que a polícia apareça. 
- Nem estava pensando nos federais. 
- Cara, eu pensei que íamos morrer de verdade. 
- Temos uma estrada pela frente ainda. 
- Isso mesmo. 
- Mas como você conseguiu sair do carro? 
- Quando o carro estava descendo, uma coisa forte bateu nele, a porta se abriu e eu caí para fora. 
- Foi por pouco. 

Levi pega sua jaqueta e improvisa uma tipoia para manter a fratura de Tony o mais imóvel possível.

- Consegue andar campeão? 

Tony afirma com a cabeça. Levi pôs sua mão sobe a axila dele e seu braço ao redor da cintura e eles começaram a subir lentamente, demorou mais de uma hora até que os dois finalmente conseguiram chegar a pista e pela primeira vez, olharam para trás, para a massa escura de metal queimado. 

- A pessoa que fez isso, está com sede de vingança. 
- Acredito que seja o Miguel, sabe, Tony? 
- Sim, mas precisa de mais um detalhe. 

O frio estava forte naquele começo de manhã, eles conseguiram pegar uma carona com um caminhoneiro simpático e atencioso, que os levam para um posto de saúde público, próximo de Vale Verde, Levi pegou o dinheiro da carteira e ofereceu para o senhor de idade, mas ele recusou e disse que não era necessário e retornou com a sua locomoção. Tony é operado, teve seu osso colocado em devido lugar e o braço engessado, uma operação simples para os funcionários do posto, que os atenderam com tamanha hospitalidade, posteriormente encontraram uma pequena pousada, aonde reservam um quarto, apenas para descansarem, com duas camas de solteiros e um banheiro. 

Levi improvisa um pequeno lanche com algumas bobagens no frigobar, abre uma garrafinha de refrigerante de um litro e coloca em dois copos, entregando um para o amigo, junto com o sanduiche de presunto. 

- Estou morrendo de fome. 

Tony deu a primeira mordida no pão. 

- Está muito bom, Levi, como você fez? 
- É apenas, pão com presunto e tomate, você está com muita fome. 
- Nunca tinha sentido isso. 
- Muitas pessoas ao redor do mundo sentem esse fardo. 
- Bancando o filantropo? 
- Não e nem posso. 
- Cara, quando estava sendo operado, pensei nos detalhes, pensei em todas as ferramentas, será que só existe o Miguel envolvido nisso? Ou tem mais uma pessoa junto com ele? Que anseia em ver nós dois aniquilados. 
- Como assim? 
- É só uma dúvida sabe? 
- Duas pessoas? 
- Isso, nós temos muitos inimigos. 
- Lobos usando pele de cordeiro. 
- Um lobo que alimentamos. 
- Quem pode ser? 
- É aí que mora o mistério, não me vem um nome na cabeça. 

Tony digeriu o sanduiche e as ideias na cabeça e bebeu o ultimo gole daquele refrigerante. 

- Seu braço continua doendo? 
- Um pouco. 
- A casa da Neide está perto? – Indaga Tony, acomodado na cama com um travesseiro de pena de ganso, debaixo de seu braço.
- Faltam alguns quilômetros.  
- Está na hora de descobrir toda a verdade.
- Sim. Vou pegar um táxi ali na frente daqui a pouco, quando a Barbara chegar com as nossas roupas, preciso de um banho. 
- Quero ir também!
- Você vai ficar aqui com ela. 
- Está certo, vou perder a melhor parte. 

Tony faz uma careta e toma alguns analgésicos, mas querendo ou não, Levi está na razão, por questão de saúde e segurança, não deve o acompanhar nessa ocasião. 

 
     

 

     

Inspirada na música Perfume de Britney Spears

autor:
Luiz Gustavo

personagens:
Levi Monteiro
Pamela Monteiro

Barbara Novak
Tomaz Brayton

Tony Federline
Amália Monteiro

Jonathan Sampaio
Miguel Xavier
Alice Jones

Olga Novak
Neide Alencar
Marcos Ribeiro

Evelyn
Hugo Rafael
Fagner Lima

Valentim

participações especiais:
Jake Fremont
Tyler
Claúdia Alencar

as crianças:
David Novak
Kevin Jones
Douglas

música:
Summertime Sadness - Lana Del Rey

colaboração:
Thiago Machado
Márcio Gabriel

agradecimentos:
Juliana Cordeiro
Victor Marçal
William Araújo
Rodrigo Ferreira

produção
Bruno Olsen
Cristin Ravela

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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