Após passar por cirurgia, Enrico
é levado para o quarto, onde recebe a visita de Duarte, um ex-subordinado, que
está à paisana.
— O que o senhor fez, delegado? —
inquire, vendo-o adormecido, ainda sob o efeito da anestesia. — Eu avisei, agir
como um justiceiro lhe custaria os princípios, além do próprio cargo. Deu no
que deu, agora será investigado pela Corregedoria-Geral, e as chances de
escapar da expulsão da corporação são mínimas. Como pôde ser tão imprudente? —
balança a cabeça. — Morreram muitos homens ao invadirem a mansão, por sorte,
salvou-se a refém. Não havia um plano bem elaborado, foi levado pela emoção, a
quadrilha era a do Camaleão; como prendê-la? Na arte do disfarce, é como a
agulha que cai num palheiro… Brincou com fogo e terminou chamuscado! O
resultado, bem, agora é só aguardar. Sinto muito! Sei de sua honestidade, de
sua competência, apesar de jamais ter compactuado de suas práticas. É uma pena,
tinha tudo para ser um dos maiores defensores da lei! — demonstra
inconformação. — Mesmo diante do ocorrido, mantenho minha promessa, jamais
contarei sobre o que aconteceu aquela noite na Sol Nascente, até porque, o senhor
não é um homem mau; é apenas um policial que não suporta ver tantas injustiças
e, mesmo investido num cargo de tamanha grandeza, age à revelia da lei, na caça
daqueles que a própria Justiça procura proteger, com seus recursos infindáveis.
É mesmo uma pena!
Abre a porta, dá outra olhada no oficial – está bastante desolado –, diz duas ou três palavras inaudíveis e sai. Chama o elevador, entra, a porta se fecha, reabrindo no andar abaixo, de onde entra Matilde, cabisbaixa, tentando conter os soluços que se esvaem com violência do coração.
— Está tudo bem, senhora? —
comove-se com o sofrimento da mulher; deduz que ela tenha perdido algum ente
querido. — Posso ajudar em algo? Fale! Sou policial!
Ela continua chorando.
— A senhora perdeu alguém? —
arrisca. — É isso?
— Perder alguém? — balança a cabeça, indignada. — E há como perder alguém que nunca existiu? Há? Hoje eu descobri que uma das pessoas que eu mais amava era uma miragem, daquelas que surgem no meio do deserto, linda e atraente, com seus galhos, folhas e flores cheios de vigor, banhados por um filete de água que corre surpreendentemente desordenado pela terra seca, mas que do nada desaparece, como por obra da magia mais cruel que existe, deixando-nos sem rumo e entregues à própria sorte — cobre o rosto com as mãos. — A miragem em que me deleitava não passava de um deserto extenso, carregado de vilanias, com o único desejo de abocanhar a ingenuidade dos tolos.
A porta se abre, a mulher sai,
deixando o homem perdido nos pensamentos.
No quarto, Luara socava a própria
cama, em fúria, após perceber que a governanta não havia caído em sua lábia.
— Matilde é mais esperta do que
eu imaginava. Com certeza está com a cabeça cheia, colocando à prova a imagem
de boa moça que sempre cultivei. E agora? Como farei? Cheguei tão longe para
morrer na praia? Ah, isso não, antes a despacho desta para uma pior.
— Despachar quem, amiga? —
pergunta Sofia, entrando, ao encontrá-la em cólera.
— Oi, querida! — cumprimenta-a
com um beijinho no rosto, tentando recobrar a tranquilidade. — E aí? O que tem
para me contar?
— Fiz como mandou, o cara tá
muito ferrado! — dá uma risada.
— Meu depoimento foi contundente,
disse que ele matou o Nicholas, aquele narcisista idiota, e tentou abusar de
você, mas que não conseguiu, graças a mim, que o impediu com um pedaço de uma
garrafa…
— Que dramático! — zomba. — E de
onde tirou tanta criatividade?
— Tenho potencial, minha amiga,
você que nunca percebeu — gaba-se. — E só não consegui o impedir de levá-la,
porque a multidão, após os tiros, veio para cima de mim… Poxa! Se eu resistisse
mais um pouco, teria evitado o sequestro de minha melhor amiga. Sofro até hoje
por isso! — escarnece. — Quase caí em depressão, não fosse por minha família,
que me deu todo o suporte. Afinal, se eu tivesse ultrapassado todas as
fronteiras da racionalidade, poderia ter terminado também num cativeiro; e, ao
invés de uma, seriam duas divas da elite brasiliense aprisionadas — cai na
gargalhada. — E a delegada, visivelmente comovida, serviu-me um copo d’água e
um lencinho… As lágrimas escorriam sem parar, a cena era de causar dó! Acredita
que até meu pai viajou na minha história? Apesar de que não é lá tão
inteligente como a filha.
— Você é demais! — aplaude. — Mas
uma coisa me intriga.
— E o que seria?
Conta-lhe sobre Matilde.
— Mande apagá-la! Para quê sofrer
tanto, amiga? É só uma pobre metida a besta.
— Querendo ou não, foi ela quem
me criou junto à idiota da minha avó. Não sou uma pessoa tão sem sentimentos
assim…
— Pare de encenar, Luara, você
está comigo agora, não com as marmotas de sua família. Aff! Odeio quando me
trata deste jeito!
— E o que você quer que eu diga?
— A verdade! Você ainda não deu
fim àquela feiosa porque não teve a oportunidade.
— Também!
— A pessoa que arquiteta o
próprio sequestro com pena de uma empregadinha sem eira nem beira? Faça-me o
favor! Melhor entregar as cartas e deixar a cadeira para outro jogador…
— Está sendo muito cruel comigo,
eu não queria o mal de ninguém, apenas o dinheiro que a velha deixou.
— Você nasceu para o crime,
menina! Pensa que não me lembro das vezes que pagou para que batessem naquela
dentucinha, ainda no colégio, ou do drama que evocou na faculdade, quando a
pegaram colando? Você, magicamente, conseguiu levar todos no bico, com esses
belos olhos e essa pele de pêssego. Diziam que era mais fácil derrubar o reitor
a tocarem em um fio de cabelo da deusa bandida… Deusa Bandida! Até hoje dou
risadas. Você era impagável na arte de enganar. Como consegue? Penso até hoje
no dia em que foi para Portugal dizendo que ia estudar, toda a família se
despedindo com lágrimas nos olhos, enquanto você, também tocada por uma emoção
farsesca, ria-se por dentro dos idiotas. Mal sabiam eles que você estava indo
era atrás de alguém que pudesse ajudá-la a abocanhar a fortuna da velha, porque
sabia, pelo nervoso que ela passava com sua mãe, duraria muito pouco. Você
sempre foi uma cachorra, mulher!
— E de latir eu entendo mesmo! —
entrega-se à gargalhada.
— Agora, vem cá, para quê foder
com a vida daquele miserável?
— Fala do tal sequestrador?
— E de quem mais seria? E o nome dele é Álvaro! O que pretende com tamanha maldade? — dá um estalo. — Já sei, quer vê-lo morto, certo? Mas precisa de tudo isso? É um idiota! Um bobalhão que se apaixonou pela pessoa errada, porque se não sabe, de todas as criaturas que conheço, você é a que não demonstra qualquer sentimento por nada, até parece feita de plástico.
— Quem disse? Eu gostei da pegada
dele, o cara é bom na cama, além daquele “climazinho de romance
shakespeariano”…
— Gostou tanto que disse ter sido
estuprada. Você é foda, meu! No seu lugar, eu pegava aquele macho e fugia para
bem longe; se é do crime que gosta, vá viver com ele, cometa umas boas
atrocidades e se encha da adrenalina que tanto almeja… Aliás, você disse que
era virgem? Como vai manter essa mentira? Se você for virgem, eu sou a Irmã
Dulce¹! Não tem medo de ser descoberta?
— Lavei a mão do médico… O bicho
nunca viu tanta grana na vida! Ele atestará o que eu disse em depoimento.
— Cara, o dinheiro não compra
tudo! Cuidado!
— Tudo, não! Quase tudo! E os
princípios dos homens estão entre eles.
— Você está se arriscando muito… O que pretende com tudo isso?
— Quero o canalha…
— Co-como? — assusta-se.
— Isso mesmo que ouviu. Quero
Álvaro só para mim!
— Você acabou de arremessá-lo aos
lobos. Como fará isso?
— Você verá! — os olhos faíscam.
— Mas você gosta dele? —
estranha.
— Do bobalhão? Claro que não! Não digo que não me senti atraída por seu cheiro, por seus músculos, por seus toques, sem falar que o cara, na hora do vamos ver, é um animal… Hum, nunca, mas nuuunca nesta vida, eu havia sentido tanto prazer. Fui ao céu e voltei não sei quantas vezes! Mas amar, ah, tenha dó, isso não! Pode ser meu brinquedinho, com certeza! — ri. — E só em pensar, fico sem rumo, sem chão…
— Luara, você está louca como sua
mãe.
— Não me compare com aquela mulher, tenho ódio dela, se pudesse, não pensaria duas vezes em despachá-la para o lado de lá, mas meu sentimento de filha me impede. A biruta só fala nos trigêmeos, só pensa neles, como se eu tivesse culpa de alguma coisa. Pra mim, foi até bom que morreram, tudo agora é só meu…
— Se seus pais morrerem antes…
— Como você é esperta, Sofia!
— Não quer dizer que… — sugere,
nas entrelinhas. — Cara, é doideira demais! Você vai ter mesmo coragem?
Os olhos da garota reluzem em meio às trevas em que vive sua alma.
— Quero Álvaro! — retoma o assunto.
— Tá! E como vai fazer isso?
— Já fiz! — arruma os cabelos. — Todas as providências foram tomadas… Ele fará como pedi!
— Ele…? Ele quem? O Álvaro? Mas
ele está preso! Não responde.
— De quem está falando, criatura?
— insiste.
— Você está muito curiosa, minha
filha! — dá uns tapinhas no rosto dela. — Tenha calma!
— Sei não! Tenho medo dessa
onipotência toda.
— Relaxe! — pede, apertando a
camisola. — Sofia, qual foi a última vez que alguém me agrediu?
— Eita! Não me lembro!
— Pois teve uma cigana que ousou
me bater, acredita? A mulher, até bem ajeitada, desceu-me o braço…
— Cigana? Nossa! De que circo
saiu essa criatura?
— Sei lá, mas tenha certeza, ela
é apaixonada pelo bandido, qualquer mulher sente isso, sem falar que antes de
fugirem, eu a ouvi gritando por ele, mas hipnotizado por minha seiva, ele a
deixou. Como é bom ganhar uma disputa, não é? Mas meu acerto de contas com
aquela piranha chegará, vou devolver cada safanão que levei, por isso preciso
do vagabundo; se ela o ama tanto, o que não fará para que a morte não o visite?
Quero assistir de camarote sua dor! Assim aprenderá a respeitar uma deusa como
eu, que se diverte do sofrimento dos homens.
— Você seguirá o rastro do cara
até encontrar a cigana, é isso que entendi?
— Não só seguirei, como também o
usarei para destrui-la.
— Que besteira! E tudo isso por
conta de uma briguinha? Aff!
Se a moda pega!
— Briguinha, não! Ela me desafiou
e, pior, também sentiu algo ao me tocar, como se me tivesse visto de verdade…
— Como assim? — não entende.
— ELA SABE QUEM EU SOU! —
reafirma.
— Nossa!!! — surpreende-se. —
Será? Acho que está delirando.
— Não! Tenho certeza! Ela teve
medo de mim… E é bom mesmo! Porque agora, como boa predadora que sou, estou à
sua caça… O pingente com a imagem de Santa Sara Kali, adorno do belo
colar de ouro que enfeitava o pescoço da cigana com graça e harmonia, parte-se, para a aflição da mulher, que sentada em uma das poltronas, bem nos fundos da aeronave, evita contato com os demais passageiros. Com a peça em mãos, Luara ressurge-lhe com violência; a maldade é tamanha que o ar lhe ameaça faltar. Não tendo a quem recorrer, cerra os olhos, buscando conforto nos braços divinos.
Sara, mãe dos aflitos.
A ti imploro proteção para o meu
corpo
Luz para meus olhos enxergarem
até no escuro,
Luz para o meu espírito e amor
para todos os meus irmãos: brancos, negros e mulatos, enfim a todos os que me
cercam.
Com muita dificuldade, continua a
oração. 
Aos pés de Maria Santíssima, tu, Sara,
me colocarás e a todos que me
cercam,
para que possamos vencer as
agruras que a Terra oferece. 
Sara, Sara, Sara, não sentirei
dores nem tremores, espíritos perdidos não me encontrarão e,
assim como conseguistes o milagre
do mar,
a todos que me desejarem mal, tu
com as águas me farás vencer. 
Aos poucos o fado reduz o peso…
Não sentirei dores, nem temores e
continuarei caminhando sem parar;
assim como as caravanas passam,
no meu interior, tudo passará, e
a união comigo ficará…
A alegria desabrocha novamente
naquele semblante adoecido…
Corre no céu, corre na terra,
corre no mundo e 
Sara, Sara, Sara, estarás sempre na minha frente, 
sempre
atrás, ao lado direito e ao lado esquerdo… 
Sara, me ensine a caminhar e a
perdoar².
 
Sente-se aliviada.
— Devo me preparar, o mal está
vindo e, com espadas em riste, montado em um cavalo negro, de asas bem grandes,
não poupará esforços para me arrastar para as profundezas do esquecimento.
Terei de me tratar espiritualmente, recobrar as energias, purificar-me com as
águas da natureza, revisitar os oráculos, sentir a presença dos ancestrais,
para, quando esta hora chegar, esteja preparada para a batalha, que mexerá com
os dois mundos… Nada mais será igual a partir deste dia!
— Com quem está falando, querida?
— pergunta Luizinho, em pé, ao seu lado. — Cuidado! De louco todo mundo tem um
pouco! — ironiza.
— Com certeza! — rebate,
restabelecida, para a surpresa do criminoso, que dá um pulo para trás, repelido
por uma força deveras milhares de vezes mais forte, que tinha a raiz enterrada
na essência da bela cigana.
— Não! Quer dizer… bem… —
perde-se nas palavras, completamente atordoado. — Vamos descer daqui a pouco!
Chegamos a Goiânia. Só queria lhe avisar — afasta-se, rapidamente, com o corpo
dolorido, como se tivesse recebido uma surra.
No hospital…
— Por favor, não a prendam! Ela
não sabe o que faz! — pede o general da reserva, entre Leonor e a guarda
policial.
— Liiigue para o Miniiistro da
Justiiiça, Melanciiia!!! Isso é uma verdadeira afronta à nossa estirpe. Que
horrooor!!! Como riiico sofre neste país, né não, cambada? — volta-se para a
multidão, que agora a rodeava. — Só peeenso nos mais humiiildes, só! E o que
receeebo em troca? Algeeemas??? Sniiifff ! Isso é muito triste!!!
— Deixem dona Leonor em paz, ela
é nossa “heroína” — gritam as garotas.
— Verdade! Ela até ajudô eu a
matá meu véio… — diz a idosa.
— O quê? — espanta-se um dos policiais. — Ela também é uma assassina?
— EEEEU, ASSASSIIINA? PEGA LEVE,
MINHA FIIILHA!
— dá uma bronca na mulher e
depois se volta a um dos soldados: — Não vê que esta véééia tá delirando?
Nuuunca a vi mais gorda!!! Aff! Agora a mulher se desfaz do traste dela e a
cuuulpa é minha??? Looogo minha? É ruim, hein?
— Que mulher!!! — aplaudem seus
adoradores, transmitindo tudo por uma live.
— Deixe, dona Leonor, a farra
acabou! — anuncia Cleide, bem arrumada, adentrando o recinto. — Ela não tem
culpa de nada!
— E quem é a senhora? — questiona
a autoridade.
— Sou a “advogada” dela!
— AD-ADVOGADA??? E DESDE QUANDO
VOCÊ É FORMADA EM DIREEEITO, CLEEEIDE? — assombra-se.
— Cale a boca, dona Leonor, eles
não precisam saber, né? — repreende-a. — Pois minha cliente está sendo
injustamente acusada de…
— … de causar tumulto em um
hospital — completa o segurança.
— Acha isso pouco?
— EEEU? E desde quaaando eu tenho
cuuulpa dessa gentaaalha me amaaar tanto assim? Aonde vou, esta tal Ceilândia
está atrás, até parece carrapaaato.
— Que santa mulher! — diz a
idosa, com as mãos juntas, dando glórias à espevitada. — E como tal deve
morrer!
— QUÊÊÊ??? MORREEERRR??? — a
matriarca se enche de ira. — ESSA VEIA TÁ LOUCA! XADREEEZ NELA!
— Pare, Leonor! — o marido
intervém. — Você não está vendo que só está piorando as coisas?
— Melanciiia, de que lado você
está, meu fiiilho? Do jeito como fala, a cuuulpada aqui sou eu! Logo eu!
— Se continuarem destratando
minha cliente, hei de exigir danos morais no tribunal!!! — grita Cleide,
voltando-se, em seguida, para a patroa: — Gostou? Aprendi com um programa da
televisão. Dizem que sempre dá certo!
— A senhora é mesmo advogada? —
estranha um dos agentes.
— Cadê sua carteira da OAB?
— Co-co-mo??? — a mulher se estremece toda. — Ferrô, dona Leonor, e agora, o que faço? — cochicha à patroa.
— Que fuzuê é este aqui? — indaga
Duarte, achegando-se.
— Esta mulher — o policial aponta
para Leonor —, está causando o maior rebuliço… Antes de nos acionar, o
segurança tentou expulsá-la, mas ela se negou a sair, dizendo fazer parte da
elite da cidade.
— Mas estes são os Vaz! —
estranha Duarte.
— Pois é isso que estou tentando
dizer — a cozinheira pega carona na fala do homem —, eles estão diante de uma
das maiores celebridades da capital do país.
— De quem você está falando,
Cleide? — cobra o patriarca. — Celebridade?
— Sim, seu Martim, me refiro à
dona Leonor, que para alegria geral da nação, será a nossa representante no Big
Brother Brasil, e aqui está a prova — mostra-lhe uma carta.
— EEEEEEEUUUUUU??? — assombra-se.
— NO BBB???
MAS… MAS… CO-COMO???
— O Boninho ouviu a voz do povo
de Ceilândia… Lembra-se da passeata? Saiu em todo que é canal, até nos
estrangeiros, então, pressionado, não lhe restou outra opção, se não a aceitar.
A senhora será a 22ª participante da nova edição e estará no camarote, ao lado
dos artistas.
— VIIIVAAA!!! — gritam os
seguidores. — A voz do pooovo é a voz de DEUS!!!
— Vou prender todo mundo, Duarte! — ameaça o comandante, tentando conter os adoradores da mulher, que se mostravam tão insanos quanto.
USA, USA, USA
LEONOR É NOSSA MUSA!!!
— A pobretaaada me ama, Melanciiia!!! Veja!!! Isso não é o fim!!! Cruzes!!! Ainda bem que no BBB estarei no camarote, não quero pegar pulga!!! Você sabe, né, essa gente não é tão liiimpa, mas fazer o quê? Se me amam, é com eles que eu vooou!!! — e cai na dança.
IVA, IVA, IVA
LEONOR É NOSSA DIVA!!!
— Prendam-nos! — determina. — Quero todos no xilindró!
— Não seria melhor no hospício? —
sugere um agente. — Choque elétrico nessa cambada!
— Protesto! — rebate Cleide,
sendo puxada pela patroa, que agarrada ao marido, se enfia no meio da multidão,
escapando por um corredor à esquerda.
— Protesta, nada! É bom fechar
bem este biiico, sua desregulada!
Para o xilindró é que não vou.
Retornando à delegacia…
O carcereiro joga um balde de
água em Álvaro, que se contorce.
— Se for febre, ela há de baixar!
— debocha, enquanto palita os dentes.
_____________
1. Foi uma freira brasileira e santa da Igreja Católica, lembrada por suas obras de caridade e assistência aos pobres e necessitados, tanto que foi apelidada de Anjo bom da Bahia.
2. Oração cigana adaptada.
com ilustrações de
Andrea Mota
trilha sonora
REALIZAÇÃO

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