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Boletim Virtual 13x03: Entrevista com Dave Soto

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NA EDIÇÃO DE HOJE DO BOLETIM VIRTUAL:

- Eu lembro que os leitores sempre esperaram ansiosamente os capítulos novos que eu publicava a cada semana, diz Dave Soto no Diário do Autor
- No Entrelinhas, "Quando o vilão rouba a cena"
- As últimas notícias no Giro Virtual com Ritinha.



  BOLETIM VIRTUAL - 13x03
 (TERÇA-FEIRA, 30 DE DEZEMRO DE 2025)

 


FIQUE POR DENTRO DAS ÚLTIMAS NOTÍCIAS DO MV - por RITINHA

RITINHA: Oieee, meus lindos do coração! Tudo bom, tudo certo, tudo equilibrado? A titia chegou com aquele resumão cheio de baphão do MV. Chega mais, senta aqui comigo.



VIAGEM NO TEMPO

De Volta ao Passado, quadro queridinho do Misturama, vem emocionando o público e despertando aquela nostalgia gostosa. Já passeou pela imprensa com o Mirada Latina, revisitou os tempos dos fóruns e das emissoras RedeVirtual e TV Antena em 2001. Sucesso absoluto, o quadro está garantido na 12ª temporada do Misturama



VEM AÍ I

Em março, na OnTVLeo Cardz chega com Império de Areia, e João Paulo Ritter apresenta Raio de Luz. Duas novas web novelas que prometem agitar a programação da On.



VEM AÍ II

A Estúdio Webs chega em 2026 entregando close certo e uma programação novinha em folha. No time das web séries, vêm aí 451, Cold Case Brasil, Fred Reids com Caminho ao Poder e o retorno de Um Novo Rei em sua segunda temporada. Já nas web novelas, Sócio do Amor chega prometendo conquistar o público.



VEM AÍ III

A Ranable Webs começa janeiro em clima de retorno, servindo drama e emoção com a parte 2 de Desejos no Paraíso, de João Vitor Alves, Noção do Perigo, de Selma Dumont, e Viver é Perigoso, continuação assinada por Paulo Moura. Para completar o close, a programação ganha ainda mais brilho com o programa Todas as Impressões, idealizado por Ander Xymmer, reforçando a nova fase da plataforma.

BATE-REBATE:

• O Trophy Ranable está pronto para servir glamour...
•... A premiação tradicional da emissora retorna em grande estilo e, desde o ano passado, passou a celebrar também as produções do mundo virtual, ampliando ainda mais o brilho e a relevância do evento.
Segundos Contatos é um especial de Natal criado e escrito pelo autor João Monteiro, exibido no dia 24 de dezembro na OnTV.
RITINHA: Por hoje é isso, meus amores. Que o ano novo venha leve, cheio de histórias boas, brilho, coragem e muito babado criativo. Feliz Ano Novo! Beijinhos de luz e até já.



QUANDO O VILÃO ROUBA A CENA - por RITINHA

RITINHA: 
Menina, criar um vilão forte sem deixar ele roubar o protagonismo é aquele tipo de desafio que dá frio na barriga, mas também dá um prazer danado quando funciona. Porque vilão bom não nasce pra ser morno, apagado ou só “do mal por ser”. Ele precisa ter presença, peso, motivação e impacto. Só que, ao mesmo tempo, ele não pode virar o dono da narrativa. O centro emocional da história ainda precisa ser o protagonista, sempre.

O primeiro ponto, e talvez o mais importante, é entender que o vilão não existe sozinho no mundo. Ele só faz sentido porque existe um protagonista para confrontá-lo. Os objetivos do vilão precisam ser claros, bem definidos e até compreensíveis, mas eles devem nascer do conflito com o herói. O problema começa quando o vilão ganha desejos, dores, traumas e justificativas muito mais profundas do que as do protagonista. Aí, sem perceber, o leitor começa a se conectar mais com quem deveria ser a ameaça do que com quem deveria ser o coração da história. E, menina, isso desequilibra tudo.

Um vilão não pode ser mais interessante simplesmente porque o protagonista está mal construído. Quando isso acontece, não é que o vilão seja “bom demais”. É que o herói está fraco, engessado ou tímido demais dentro da própria narrativa. Protagonista precisa agir. Precisa decidir, errar, insistir, perder e aprender. Vilão nenhum ofusca um personagem que se movimenta, que provoca mudanças e que assume riscos reais. Quando o protagonista só reage, só apanha da história e nunca toma as rédeas, o destaque naturalmente vai para quem faz acontecer.

Outro detalhe fundamental é o ponto de vista emocional. Mesmo que o vilão seja fascinante, carismático e até sedutor, a história precisa ser sentida através do protagonista. É o olhar dele que guia o leitor. É a dor dele que precisa doer na gente. É a transformação dele que precisa importar. O vilão pode brilhar, pode causar impacto, pode até roubar a cena em alguns momentos, mas o vínculo emocional não pode sair do herói. Se o leitor começa a torcer mais para o vilão do que para quem está no centro da história, algo precisa ser ajustado.

Também é importante tomar cuidado com o excesso de glamour. A gente ama um vilão inteligente, estiloso, afiado nas falas e cheio de presença, claro que ama. Mas quando ele nunca perde, nunca vacila, nunca é pego desprevenido e sempre tem a resposta perfeita, ele vira uma entidade inalcançável. E vilão bom também precisa de rachaduras. Mostrar falhas, contradições, inseguranças ou decisões ruins não enfraquece o antagonista. Pelo contrário, humaniza e torna o conflito mais interessante, sem transformá-lo no protagonista oculto da trama.

Equilíbrio também passa pelo tempo e pelo espaço narrativo. Quanto mais o vilão ocupa cenas longas, monólogos extensos e arcos muito detalhados, mais ele se impõe. Isso não significa que você precise diminuir o vilão, mas sim que precisa crescer o protagonista na mesma medida. Dar a ele cenas fortes, conflitos internos bem trabalhados, escolhas difíceis e consequências reais. Protagonista que sofre, mas se transforma, nunca fica apagado.

No fim das contas, menina, um vilão bem construído não rouba a história. Ele existe para elevar o protagonista, não para substituí-lo. Ele é o obstáculo, o espelho distorcido, a força que provoca mudança. Quando o herói cresce justamente por enfrentar esse vilão, quando sai diferente do outro lado do conflito, o equilíbrio acontece naturalmente. E aí você entrega uma narrativa poderosa, com brilho dos dois lados, tensão real e foco certinho onde precisa estar. Porque vilão bom é aquele que desafia tanto que obriga o protagonista a virar alguém maior. E isso, minha filha, é escrita de respeito. Beijinhos, meus amores.


EU LEMBRO QUE OS LEITORES SEMPRE ESPERARAM ANSIOSAMENTE OS CAPÍTULOS NOVOS QUE EU PUBLICAVA A CADA SEMANA, diz DAVE SOTO

Ele é colombiano e descobriu o mundo virtual quando encontrou o termo "webnovela" na internet. Ao procurar sites para publicar suas ideias, encontrou o fórum "Mundo Fiction", que depois teve o nome alterado para "Fiction TV", atualmente desativado. Um dado curioso é que Dave Soto escreveu utilizando um pseudônimo feminino durante muitos anos, e muitos pensaram que ele era mulher até o ano passado, quando esclareceu sua identidade. Até o momento, ele publicou 14 novelas, sendo a maioria no Portal Glook. Recentemente, publicou a versão traduzida de "A Rainha da Ambição" na webtvplay. Dave, seja bem-vindo ao Diário do Autor.

DAVE: Muito obrigado, Gabo, pelo recebimento e pelas boas-vindas. Prazer estar aqui. 

GABO: Dave, o que mais te chamou atenção quando você descobriu o universo das webnovelas pela primeira vez?

DAVE: Acho que foi a possibilidade de criar a minha própria série ou novela com trilha sonora, atores e artes. Foi uma experiência incrível no começo porque era algo completamente novo para mim e era muito satisfatório ler as impressões e os comentários dos leitores, falando sobre o que acontecia no enredo.

GABO: Como foi escrever sua primeira novela completa aos 14 anos? Por que você decidiu usar um pseudônimo feminino no início da carreira?

DAVE: Era muito jovem, uma criança e sempre fui reservado com a minha vida privada. Aliás, como era menor de idade, não achei boa ideia postar as minhas fotos. Foi logo que amadureci e quis contar pros outros quem era, mas decidi falar primeiramente com a Glória que é uma das administradoras do Portal Glook (o foro onde sempre publiquei as minhas histórias). Daí ela me aconselhou que não contasse nada para evitar alguma controvérsia. 

GABO: Em que momento você decidiu revelar sua verdadeira identidade aos leitores? Qual foi a reação do público? 

DAVE: Foi o ano passado depois que uma usuária do Portal Glook me questionou sobre a minha verdadeira identidade, falando que ninguém sabia nada sobre mim. Daí, devo confessar que fiquei chateado e decidi revelar quem eu era. Como falei antes, sempre quis revelar isso, mas aguardei pela petição da Glória. Ninguém no Portal Glook tomou a mal e eles até ficaram curiosos querendo ver meu rosto pelo menos. 

GABO: O Portal Glook teve qual papel na sua trajetória dentro do mundo virtual?

DAVE: O Portal Glook é sem dúvida a minha casa produtora porque foi lá que eu evoluí como escritor amateur e aprendi muito de outros autores. Eu sinto um carinho muito grande pelo Portal Glook, mesmo que agora não esteja passando por um bom momento. Eu devo adicionar que esteve alguns anos fora por causa de estudos e trabalho, especialmente depois do 2016 até o 2019. Durante a pandemia voltei, mas me foquei no meu trabalho e na minha vida pessoal, passei por muitas mudanças no lado pessoal e minha participação no Portal Glook era muito intermitente, mas já faz um ano que estou tentando participar de um jeito mais estável.

GABO: Como surgiu A Rainha da Ambição em 2014? Para você, como foi viver o sucesso quando a novela virou tendência?

DAVE: Eu me lembro que eu queria que “A Rainha da Ambição” fosse o meu projeto mais ambicioso e importante da época. Além disso, eu planejei o enredo para que fosse algo diferente a tudo o que eu tinha escrito antes. Queria desenvolver uma história forte, de vingança, suspense, ação, algo completamente diferente das minhas primeiras novelas que eram tipo “histórias para adolescentes” ou histórias tipo lixo como eu chamo hoje em dia. Eu lembro que os leitores sempre esperaram ansiosamente os capítulos novos que eu publicava a cada semana, mas o momento mais importante foi no final quando uma das leitoras (a Glória precisamente) falou que a novela era um “fenômeno webnoveleiro”. Eu fiquei muito grato com o sucesso e os comentários. 

GABO: O que você acredita que fez a novela A Rainha da Ambição se tornar um fenômeno entre os leitores?

DAVE: Acho que foi a mistura de muita coisa. Nessa época, não era comum que o Portal Glook tivesse histórias com uma vilã como protagonista que procurava vingança. Aliás, eu sabia que muitos leitores do fórum curtiam histórias de assassinos seriais, então eu quis colocar isso na novela para chamar mais a atenção deles e acho que funcionou, sem dúvida.

GABO: De que forma nasceu a oportunidade de publicar "A Rainha da Ambição" na webtvplay? E para você, qual foi a experiência de ver uma obra sua traduzida e publicada em português no Brasil?

DAVE: Eu amo a língua portuguesa. Eu até respondi todas as perguntas dessa entrevista sem tradutor porque sempre penso que a gente aprende dos erros. Além disso, eu tenho muita vontade de conhecer o Brasil e sempre soube que o MV é uma comunidade muito maior do que da Portal Glook. Foi aí que eu vi a chance de levar as minhas histórias para o mundo lusófono e decidi traduzir a primeira novela que marcou um antes e um depois para mim (essa é uma frase que a gente fala em espanhol, não sei se faz sentido em português). O Melqui Rodrigues que é um autor bem-sucedido no MV recomendou para mim a WebTV Play e daí eu falei que a Cristina para começarmos todo o procedimento de tradução e postagem. 

GABO: Como colombiano, qual foi a sua primeira impressão ao conhecer o MV brasileiro e o carinho do público daqui?

DAVE: Fiquei muito surpreso. Eu admiro muito o trabalho e o esforço que todos os autores e leitores fazem para que MV não morra. Além disso, os sites das emissoras virtuais são muito profissionais, eles até parecem com plataformas de streaming, mas o mais bonito é a união entre os autores.

GABO: Quais diferenças você percebe entre o público brasileiro e o de outros países que acompanham suas histórias? O público brasileiro reage de forma diferente às emoções das suas histórias em comparação com leitores de outros países?

DAVE: Uma diferença muito grande é que no Portal Glook a gente dá muita importância aos comentários dos leitores. Caso uma novela não receba comentários é porque ninguém está lendo e aí se considera um fracasso, o que provoca que os autores desistam e abandonem as novelas deles. No entanto, no MV brasileiro os comentários não são tão importantes assim. Por exemplo, eu não sei quantas pessoas leram, estão lendo ou vão ler “A Rainha da Ambição”. Desde já agradeço, mas aprendi que o importante é escrever para si mesmo. 

GABO: Entre as 14 novelas que escreveu, qual você considera mais importante para sua evolução como autor?

DAVE: Eita! Que pergunta difícil! Acho que tem várias novelas que me ajudaram a evoluir como autor. Como falei antes, eu diria que “A Rainha da Ambição” foi o ponto de inflexão que eu precisava para começar a escrever histórias mais fortes, mais adultas e menos “infantis” eu diria. No entanto, hoje eu considero que “A Rainha de Ambição” poderia ter sido melhor e isso é porque depois dela, eu escrevi outras novelas que considero ainda melhores em termos da construção das personagens, as situações, os diálogos e a evolução do enredo, tipo “A Inocência do Teu Ser” e “João da Cruz” que ainda não traduzi pro português, mas espero logo traduzi-las. 

GABO: Dentre os personagens criados por você, qual mais se aproxima da sua personalidade?

DAVE: Tem vários também. O “Erick Dupont” é o vilão da novela que mencionei, “A Inocência do Teu Ser”. Ele é muito parecido comigo porque ele era uma pessoa que não gostava de perder, queria ser superior e era inseguro porque estava com medo do rejeito. Eu até escrevi ele numa etapa da minha vida na qual me sentia desse jeito e daí que ele fosse um pouco parecido comigo, mas também acho que sou parecido com a protagonista dessa mesma novela, a “Margarita” porque ela aprendeu que o importante de mudar não é pra impressionar os outros. Era uma questão de autoestima. É por isso que sinto muito carinho por essa novela que é uma mistura de drama e comédia.

GABO: Quem é Dave fora do mundo virtual?

DAVE: Eu não tenho uma vida fora do comum. Trabalho, gosto de ler e aprender coisas novas, vou pra academia, assisto séries, escuto músicas. Considero que sou muito “crossover”, não tenho um estilo musical favorito porque consigo escutar um pouco de tudo. Eu até escuto sertanejo universitário. Eu amo aprender línguas, agora não tenho muito tempo, mas espero aprender italiano, alemão ou uma língua asiática no futuro. Sou muito reservado e até um pouco tímido, mas quando conheço bem alguém, aí a situação muda. 

GABO: Dave, chegou a hora do nosso bate-bola, o jogo rápido. Preparado?

DAVE: Preparado. 

BATE-BOLA:

MUNDO VIRTUAL: Imaginação MUNDO FICTION: Início PORTAL GLOOK: Comunidade COLÔMBIA: Casa BRASIL: Fascinação HISTÓRIAS: Universo ESCREVER: Desabafar LER: Apoio  A RAINHA DA AMBIÇÃO: Mudança FRASE: A vida passa, aproveita cada momento DAVE POR DAVE: Melhoras 

GABO: Dave, obrigado pela participação. Fica o espaço para as considerações finais.

DAVE: Eu só queria agradecer pela entrevista e pela oportunidade de me apresentar para o MV.

GABO: Valeu, Dave. O Boletim Virtual termina aqui. Desejo um feliz e próspero ano novo. Voltamos em 2026 com novas entrevistas, colunas e informação. Um abraço virtual e até lá.

 

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