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Antologia A Magia do Natal: 8x07

Conto de Vera Lúcia de Athayde
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Sinopse: A família reunida, prepara tudo para uma linda festa de Natal, mas algo incomum e inesperado acontece e quase acaba com a festa!

8x07 - O Papai Noel Atrapalhado
dVera Lúcia de Athayde

Sentada na sua cadeira favorita, pernas para o alto, vovó sempre começa o mês de dezembro com a mesma declaração:

— A época de Natal é a minha preferida! Todo mundo se emociona… bem, quase todo mundo, porque sempre tem um desmiolado indiferente por aí.

Nós rimos, porque na nossa família ninguém passa dezembro indiferente. Quando o mês chega, cada um entra em “modo natalino automático”.

Papai e tio José sobem e descem escadas colocando pisca-piscas como se iluminassem a Avenida Paulista. Maria passa o dia lavando panelas que eu nem sabia que existiam.

Mamãe e vovó abrem o armário “dos guardados especiais” e tiram as toalhas e os guardanapos mais bonitos, aqueles que só veem a luz do dia no Natal e, às vezes, no aniversário de casamento.

E tia Geni? Ah… essa é a general da decoração.

Chama as crianças, abre o maleiro e comanda:

— João Pedro, leve os pisca-piscas.

— Arthur, pegue os laços vermelhos.

— Joana, leve os papais-noéis.

— Felipe, leve as estrelas.

— André, pegue a caixa dos anjos.

— Marina, pegue as bolas douradas.

— Mariana, pegue as outras estrelas.

A sala vira uma bagunça mágica. Entre um “shhhh!” e outro, tia Geni monta a árvore de Natal e o presépio, conta a história do nascimento de Jesus para as crianças, enquanto elas a enchem de perguntas:

— Tia, o Menino Jesus chorava muito? Ele mamava mamadeira?

— Fique quieta, Joana! Naquele tempo não existia mamadeira! — esbravejou Arthur, do alto dos seus oito anos.

— Tia, Papai Noel vai ler nossas cartinhas? 

— Aqui não tem chaminé, como ele vai entrar?

Tia Geni suspira, dá um sorriso e vai respondendo às perguntas carinhosamente. É sempre assim.

Este ano, teremos uma novidade que era o segredo bem guardado das crianças: o tio Oto ficou responsável por contratar um Papai Noel “de verdade” para entregar os presentes.

À tarde, nos sentamos na varanda para escrever as cartinhas e sortear o amigo secreto. Esses momentos valem por uma eternidade — as perguntas, a inocência, a confusão dos adultos que deixam tia Geni maluca… Natal sem isso não é Natal!

Chega, enfim, a véspera.

A casa está iluminada e um perfume só: temperos, farofa, rabanada…

As crianças jantam cedo e, antes de dormir, cantam parabéns para o Menino Jesus com a empolgação de quem está prestes a ganhar o universo inteiro.

De repente, escuta-se tlim-tlim-tlim… sininhos!

Tio Flávio arregala os olhos:

— Quem será?

As crianças correm para a porta.

E entra ele: Papai Noel — um pouco torto, um pouco suado, carregando um saco enorme.

Mas em vez do tradicional "OH-OH-OH", o que se ouve?

— ATCHIM! ATCHIM! ATCHIIIM!

A barba balança perigosamente. O bom velhinho tenta se arrumar, tropeça, quase derruba a árvore — que a Tia Geni corre segurar — e mais uma vez:

— ATCHIM!

As crianças se entreolham.

Os adultos travam o riso.

Tio Oto corre e leva o Papai Noel até o lavabo.

— O que está acontecendo, homem de Deus?

O Noel, coçando o nariz vermelho, sussurra:

— A barba… dá alergia. O rapaz que viria no meu lugar… não pôde vir. Vim eu mesmo!

Tio Oto respira fundo, enxuga a barba com a toalha, ajeita no lugar e devolve o Papai Noel para seu palco improvisado.

De volta à sala, Papai Noel toca o sino e começa a ler a primeira cartinha. Ou tenta. Aperta os olhos, vira a carta de lado, confunde “Marina” com “Mariana” e entrega o presente errado. E segue assim, trocando nomes, lendo do jeito que dá, mergulhando no saco como se procurasse um tesouro.

Quando as crianças começam a abrir os presentes, começa a confusão:

— Eu pedi boneca Barbie! — grita Marina.

— E eu pedi ursinho carinhoso! — reclama Mariana.

A sala vira uma assembleia mirim indignada.

No meio da balbúrdia, Felipe, meio desconfiado, ergue a barba do Papai Noel. O Arthur aperta o “barrigão”. Rapidamente a verdade aparece como pisca-pisca queimado: aquele Papai Noel era… bem… humano demais.

Tio Oto, meio sem saída, pergunta o que houve.

O bom velhinho, vermelho de vergonha, diz:

— Eu… estou desempregado faz tempo. Não enxergo direito, mas precisava muito do trabalho. A alergia à barba eu não sabia, mas… eu queria fazer bonito e deixar a criançada feliz. E sempre sonhei me vestir de Papai Noel.

A sala silencia.

Tia Wilma toma a palavra:

— Crianças, façam assim: abram todos os presentes e troquem entre vocês, cada um pega o que pediu ao Papai Noel. E vamos agradecer a esse Papai Noel que, mesmo cheio de dificuldades, veio trazer alegria pra vocês.

As crianças voam para os presentes… e depois voltam correndo para abraçar o Papai Noel atrapalhado.

Tio Flávio coloca a mão no ombro dele:

— Depois do feriado vamos levá-lo ao oftalmologista. E vamos comprar óculos novos, hein? Você merece enxergar o mundo direitinho.

O Papai Noel — agora sem barba, sem saco, mas com um sorriso maior que o Natal inteiro — enche os olhos de lágrimas.

— Foi a noite mais feliz da minha vida.

E nós todos sentimos, naquela hora, que era isso: o verdadeiro espírito do Natal passando pela sala, entre abraços, risos, presentes trocados e um novo amigo para a família!               

Conto escrito por
Vera Lúcia de Athayde

Tema de abertura
Jingle Bell Rock

Intérprete
Glee

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima Gisela Lopes Peçanha Paulo Mendes Guerreiro Filho Rossidê Rodrigues Machado Telma Marya

Produção
Bruno Olsen


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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