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New Stages - 1x12

Série de André Esteves
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NEW STAGES




VOZ DE JOSH  Anteriormente em New Stages...

 

 

RYAN – Eu faço parte de um time de basquete que precisa de mim. Eu não posso ser mal visto pelos outros jogadores, principalmente por quem torce por mim. Tenho um pai cheio de problemas e estou encarando uma relação que é uma experiência totalmente nova pra mim. Não, Josh, eu não posso encarar um problema ainda maior.

 

Josh deixa uma lágrima rolar em seu rosto, mas a limpa rapidamente com o intuito de manter o seu orgulho.

 

JOSH – Se você acha que tudo o que estamos vivendo é um problema para você, Ryan, então não sei o que estamos fazendo... (pausa) Pode ficar tranquilo, eu prometo pra você que não vou atrapalhar a sua boa reputação como um atleta da San Francisco High School. (saindo)

 

RYAN – Aonde você vai, Josh?

 

JOSH – Eu vou te deixar sozinho para que você possa pensar melhor sobre essa sua indecisão.

 

 

JOSH – (interrompe Chelsea) Eu sei que vai ser difícil você entender isso, mas eu sou gay, Chelsea. Eu sei que muitas pessoas tentaram te alertar sobre isso e você nunca quis acreditar, mas a verdade é essa. Eu sou gay!

 

CHELSEA – (começa a rir) Josh, isso é alguma pegadinha? O aniversariante é você e é em mim que você prega peças?

 

JOSH – Eu nunca falei tão sério em toda a minha vida, Chelsea.

 

 

KURT – Escuta, Suzie, eu vim até aqui para deixar um recado bem claro para você: largue esse cara.

 

SUZIE – Você não tem noção do absurdo que está dizendo, Kurt. Eu e o Eric não temos absolutamente nada. Somos apenas dois amigos que saem juntos para nos divertirmos. (pausa) Aliás, por que será que estou dando satisfações da minha vida para você?

 

KURT – (ri) Você é muito ingênua mesmo em acreditar que pode existir amizade entre um homem e uma mulher. (fica sério novamente) Enfim, meu recado está dado. Eu quero que você fique longe desse rapaz. Ou senão serei obrigado a tomar certas atitudes.

 

 

SUZIE – O que devemos fazer então, Eric? (deixa uma lágrima rolar em seu rosto) Porque eu sinceramente não sei. Eu achei que me separando deste homem, eu estaria livre de suas chantagens e covardias, mas percebi que tudo isso foi apenas uma ilusão da minha cabeça.

 

ERIC – Você ainda pode se ver livre do seu ex-marido, Suzie, basta tomar a atitude certa. Eu não sei ainda o que vamos fazer, mas se você quiser continuar sendo vítima das provocações dele, eu saio dessa casa pela mesma porta que entrei. Agora se você quiser ficar ao meu lado e lutar comigo, pode ter certeza que eu não vou desistir um minuto de você.

 

 

RYAN – Não há razões para caminharmos lentamente com essa relação. Nós gostamos um do outro e nos sentimos bem quando estamos juntos. Eu não quero esconder de ninguém o que eu sinto por você, muito pelo contrário, se eu pudesse, eu gritaria para todo mundo ouvir.

 

JOSH – Ryan...

 

RYAN – (sem deixar que Josh fale) Estar com você não é um problema que eu preciso aprender a lidar. É simplesmente o momento pelo qual eu mais espero no meu dia. (pausa) Escuta, Josh, tudo o que está acontecendo entre a gente é o melhor presente que eu já ganhei na vida.

 

 

Kurt dirige o carro com bastante pressa. Ele parece ter bebido consideravelmente, pois seus olhos estão inchados e vermelhos.

 

A câmera aproxima-se do velocímetro do carro, mostrando que a velocidade começa a aumentar assustadoramente.

 

Em seguida, volta para Kurt, que começa a ultrapassar todos os carros que estão na rua, sem nenhuma cautela. Close em seus olhos e depois em sua boca. Ele sussurra as palavras:

 

KURT – Você vai voltar a ser minha, Suzie!

 

Após dizer isso, o carro entra em um grande e escuro túnel. A luz de um caminhão começa a ser vista. Kurt percebe que ele vem em sua direção, e sem conseguir desviar, acaba chocando o veiculo contra o caminhão.

 

 

CENA 01. RESTAURANTE. INT. NOITE.

 

A imagem abre no luxuoso e bem frequentado restaurante onde Suzie e Eric estão tendo um encontro. A câmera explora o local, que está repleto de pessoas muito bem vestidas e elegantes. Uma música ambiente toca ao fundo. A câmera continua seu trajeto até aproximar-se da mesaem que Suzie e Eric estão.

 

ERIC – Se lembra do nosso primeiro encontro aqui?

 

SUZIE – (sorri) E como eu poderia me esquecer da comida maravilhosa deste restaurante?

 

ERIC – Pensei que a companhia fosse um motivo melhor para você se lembrar do lugar.

 

SUZIE – (brinca) Mas é claro! Que cabeça a minha! Como eu poderia esquecer o cara que me trouxe aqui? (olha no fundo dos olhos de Eric) A companhia foi super agradável. Não é à toa que eu aceitei ter um segundo encontro com ela.

 

ERIC – (pega em uma das mãos de Suzie) E eu fico muito grato por você estar aqui comigo. (pausa) Sabe, Suzie... Desde que a minha mulher morreu, eu nunca me senti tão vivo em toda a minha vida como eu estou me sentindo ultimamente. E acho que você tem uma parcela de culpa nesta situação.

 

SUZIE – (ri) É mesmo? Que bom saber que você está se reabrindo para a vida depois de tanto tempo...

 

ERIC – (olha encantado para Suzie) Eu não sei como será daqui pra frente, mas saiba que eu estou muito disposto a construir algo maior do que uma amizade ao seu lado.

 

SUZIE – (olha preocupada) Temos que ir com calma, Eric... Você é o treinador do Ryan e sabe como ninguém que relações entre um professor e a mãe de um aluno não são bem vistas na escola.

 

ERIC – Mas a gente seria capaz de dar um jeitinho nisso... (sorri) Não quero que você pense que eu estou me precipitando. Só não quero perder a chance de ficar com você. Não agora que eu consegui me ligar de verdade a uma mulher. (pausa) E então, o que me diz...?

 

Close em Suzie, um pouco surpresa com o assunto da conversa. Seu celular começa a tocar. Ela o pega e sorri aliviada, como se tivesse conseguido fugir da pergunta feita por Eric.

 

SUZIE – Desculpa ter deixado o celular ligado, mas ele está tocando... Será que você não se importa se eu atendê-lo?

 

ERIC – Claro que não, Suzie, ainda temos muito tempo para conversar. Fique à vontade.

 

SUZIE – Obrigada. (atende a ligação) Alô, com quem eu falo?

 

POLICIAL – (voz na outra linha) Olá, senhora Suzie. Encontramos seu número na discagem rápida do celular do seu marido...

 

SUZIE – (interrompe o policial) Ex-marido...

 

POLICIAL  O que seja... (retoma o que estava dizendo) E estamos ligando para informá-la que ele sofreu um grave acidente de carro e está sendo encaminhado neste momento para o Hospital de San Francisco.

 

SUZIE – (aflita com a notícia) O que? Meu Deus! Como isso aconteceu?

 

POLICIAL (voz) – Ainda estamos investigando, mas a suspeita mais próxima até agora é de que ele estava dirigindo alcoolizado.

 

Close em Suzie, suas mãos estão trêmulas. Em seguida, em Eric, que se assusta com a reação da mulher ao telefone e fica curioso para saber o que está havendo.

 

SUZIE – Você poderia me dizer se ele está bem?

 

POLICIAL (voz) – Olha, minha senhora, isso quem poderá dizer é só o hospital para onde ele está sendo encaminhado. (pausa) Tenha uma boa noite e espero que tudo termine bem.

 

SUZIE – Obrigada.

 

Suzie desliga o celular e se levanta da cadeira, apressada.

 

SUZIE – Eric, eu sei que essa era pra ser uma noite especial, mas eu acabei de receber uma grave notícia e preciso correr para o hospital.

 

ERIC – (levantando-se da mesa) Não se preocupe com isso, Suzie. Podemos repetir o jantar em outra oportunidade. Mas será que você pode me dizer o que está havendo?

 

SUZIE – Meu ex-marido acabou de sofrer um acidente e está sendo levado para o hospital da cidade. (aparentemente irritada) O policial disse que ele estava dirigindo bêbado. E olha que o Kurt me prometeu que nunca mais voltaria a colocar um pingo de álcool na boca. Ainda bem que, dessa vez, eu não criei falsas expectativas em cima da promessa.

 

ERIC – E você sabe ao menos se ele está bem?

 

SUZIE – Só os médicos poderão me dizer.

 

ERIC – Então vamos, eu te levo até o hospital.

 

SUZIE – Não, Eric, eu não quero que você faça parte mais uma vez dos meus problemas.

 

ERIC – Você ouviu a conversa que estávamos tendo, certo? Caso, no futuro, você queira que esse nosso lance seja levado adiante, involuntariamente eu vou passar a fazer parte da sua vida e de todos os seus problemas.

 

Suzie sorri.

 

ERIC – Vai indo para o carro. Eu só vou pagar o que pedimos e já encontro você lá fora.

 

SUZIE – Ok.

 

Suzie pega sua bolsa e sai, apressada, enquanto Eric caminha até o caixa do restaurante para fazer o pagamento da conta.

 

CENA 02. CASA DE JOSH. QUARTO DE JOSH. INT. NOITE.

 

Continuação da penúltima cena do episódio anterior. Ryan conversa com Josh pela janela do quarto do garoto. Ele, então, decide pulá-la.

 

JOSH – Ryan, o que você pensa que está fazendo?

 

RYAN – (entrando no quarto) Quando eu disse que queria passar o resto do seu aniversário junto com você, a minha vontade era que não fôssemos separados por uma janela. Então... (sorri) Eu estou a pulando. A menos que você não queira.

 

JOSH – Não é isso, claro que eu quero, mas é...


(música: I'm Just Sayin' - Karmin)
 

RYAN – (interrompe) Se você quer, não há nada para nos atrapalhar. (aproxima-se de Josh com um sorriso malicioso) Que tal aproveitarmos que estamos sozinhos e nos curtir um pouco, hein?

 

JOSH – A minha mãe está em casa, Ryan.

 

RYAN – (entrelaçando seus braços ao corpo de Josh e beijando seu pescoço) A gente tranca a porta...

 

JOSH – Ela pode ouvir a gente e vir até aqui.

 

RYAN – (fala enquanto beija o garoto) A gente conversa baixinho. (sussurra) Bem baixinho. Agora corresponde aos meus beijos, vai!

 

JOSH – Eu quero muito, Ryan, mas você já viu o problema que um beijo nos trouxe naquele dia...

 

RYAN – Nós estávamos em um lugar público, Ryan. Diferente desse quarto, onde somos apenas eu e você.

 

JOSH – Ryan, você está sendo ousado. A minha mãe tá em casa!

 

RYAN – (passando as mãos no corpo de Josh) Eu já disse que a gente fecha a porta. (ri) Pra que servem as chaves, hein?

 

Ryan solta o garoto e caminha até a porta, trancando-a com a chave. Volta a se aproximar de Josh e o empurra, levemente, para cima da cama. Josh sorri, excitado. Ryan tira a camisa e sobe em Josh, que puxa o rosto do garoto para perto do seu. Os dois se beijam calorosamente. Josh interrompe o beijo, respirando ofegante.

 

JOSH – Não acha que estamos indo muito rápido?

 

RYAN – Pelo que eu saiba, não estamos fazendo nada demais aqui. A não ser que você tenha segundas intenções. (sorri maliciosamente)

 

Os dois voltam a se beijar. Josh empurra Ryan para o outro lado da cama e sobe em cima dele, assumindo o controle da situação. O garoto aproveita que o namorado está sem camisa e leva os lábios até seus mamilos, beijando-os e passando a língua ao redor deles. Ryan começa a suar de tanto prazer. O celular do garoto começa a tocar e Josh termina o que estava fazendo.

 

RYAN – O que foi, gatinho?

 

JOSH – Seu celular tá tocando...

 

RYAN – Vamos ignorar, não deve ser nada importante.

 

JOSH – Você não sabe, Ryan. Talvez seja a sua mãe.

 

RYAN – Ok, eu atendo. Mas que fique bem claro que vamos terminar o que estávamos fazendo assim que a ligação for encerrada.

 

JOSH – (sorri) Feito!

 

Ryan pega o celular e atende a ligação.

 

RYAN – Mãe? (tempo) Que voz é essa?
 

(Música cessa.)

 

O garoto ouve atentamente o que a mãe tem a dizer.

 

RYAN – Certo, já estou indo aí... (tempo) Beijo, tchau. (desliga o celular)

 

JOSH – O que aconteceu? Pela sua expressão, parece que foi algo grave...

 

RYAN – Melhor a gente acalmar os ânimos. (olha preocupado para Josh) Meu pai sofreu um acidente e parece que não está nada bem...


Close em Josh, assustado.



1x12 - SEGUNDA CHANCE


CENA 03. HOSPITAL DE SAN FRANCISCO. SALA DE RECEPÇÃO. INT. NOITE.

 

Suzie está sentada em uma poltrona, bastante aflita. Eric segue em sua direção com dois copos de café em mãos.

 

ERIC – (entregando um copo para Suzie) Trouxe para você...

 

SUZIE – (toma um pouco do café) Já liguei para o Ryan e ele está vindo pra cá. Eu não queria incomodá-lo com a notícia, mas acho que o garoto tem o direito de saber.

 

ERIC – (senta-se ao lado de Suzie e a abraça) Você agiu corretamente.

 

SUZIE – (olha com gratidão para Eric) Muito obrigado por ter vindo até aqui, viu?

 

ERIC – Não precisa agradecer, Suzie. Eu passei pela mesma situação de angústia quando minha mulher foi internada neste hospital por causa da doença que tinha. (sorri para Suzie) Me vejo no direito de passar pra você toda a força que adquiri depois dos últimos dias da vida dela neste lugar.

 

SUZIE – Eu imagino o quão doloroso tenha sido...

 

ERIC – É uma dor que nunca passa, mas com a qual a gente aprende a conviver.

 

SUZIE – (encosta sua cabeça no peito de Eric) O Kurt nunca foi um modelo de marido ideal, mas enquanto esteve fora do vício, ele se esforçou para me fazer feliz. Ele era um homem bom, alegre e que dava valor ao trabalho. Mas daí veio a bebida e acabou com tudo isso... (pausa) Tem horas que eu me pergunto: será que foi por minha causa que o Kurt se tornou esse homem?

 

ERIC – É claro que não, Suzie, você não pode se responsabilizar pelos rumos que a vida do seu ex-marido tomou. Se ele se rendeu ao álcool, foi porque ele quis. Se ele perdeu a família maravilhosa que ele tinha, foi uma decisão que ele tomou sozinho. (pausa) Homem nenhum desperdiçaria a oportunidade de ter uma esposa como você. Infelizmente, o Kurt não soube aproveitar essa chance.

 

SUZIE – Obrigada, Eric.

 

ERIC – Não quero mais que você volte a pensar nisso. Você não tem nada a ver com essa história.

 

SUZIE – Eu só espero, do fundo do meu coração, que nada de mal aconteça com o Kurt. Ele já me fez sofrer muito nessa vida, mas eu ainda sonho com o dia em que ele vai conseguir abrir os olhos sozinho e perceber no que a vida dele se tornou.

 

ERIC – Tenha calma, tudo vai terminar como Deus achar melhor.

 

A câmera se afasta, enquanto Eric acaricia os cabelos de Suzie, que está deitada sobre o seu colo.

 

CENA 04. CASA DE CHELSEA. QUARTO DE CHELSEA. INT. NOITE.

 

Chelsea e Keith estão deitadas na cama da primeira garota. Elas conversam e comem pipoca.

 

KEITH – Amiga, desde que cheguei aqui, já conversamos sobre infinitas coisas, mas não sobre o que realmente me trouxe aqui.

 

CHELSEA – Você está falando do Josh?

 

KEITH – Sim, eu sei que você me ligou e pediu para que eu viesse dormir aqui só pra ter alguém com quem conversar. E é para isso que eu vim, Chelsea. Se você quiser chorar, pode chorar. (sorri) Eu estou aqui para secar suas lágrimas, amiga.

 

CHELSEA – Não, Keith, você está completamente errada. Eu não te liguei para falarmos sobre o Josh. Muito pelo contrário, eu queria que você estivesse aqui pra falarmos sobre qualquer coisa, menos o Josh. Porque durante todos esses anos, foi a isso que nossa amizade se resumiu: ao meu namoro fracassado com ele. E eu sinto muito por ter te envolvido nessa história durante tanto tempo.

 

KEITH – Amiga, você não precisa se lamentar por isso. Você amava o Josh. Era normal que você quisesse compartilhar comigo o seu namoro.

 

CHELSEA – Mas eu percebi, Keith, que todo esse tempo ao lado do Josh foi em vão. Eu decidi que a partir de hoje eu não vou mais sofrer por causa daquele garoto. Então se você acha que veio aqui para me ver chorar, está muito enganada. Eu te chamei aqui para termos um momento de amigas e compensarmos todos os assuntos que ficaram de fora das nossas conversas, já que todas elas se resumiam a Josh, Josh... e quando faltava assunto... Mais um pouco de Josh!

 

KEITH – (surpresa) Eu realmente não estou entendendo o seu comportamento, amiga. Achei que eu chegaria aqui e veria você em crise porque foi enganada durante um tempão por seu ex-namorado e porque foi trocada por outra pessoa. (ressalta) Do sexo masculino.

 

CHELSEA – Quando ele veio aqui pela manhã e revelou ser gay, eu até pensei em fazer uma besteira, Keith. Mas daí eu me dei conta de que com isso tudo eu estava finalmente livre.

 

KEITH – Livre?

 

CHELSEA – Sim, livre de todo esse peso que eu carregava em minhas costas. De eu achar que todas as crises que aconteciam no meu namoro com o Josh eram por minha causa. Agora, eu posso finalmente olhar pra frente e deixar pra trás aquela menininha ciumenta e que chorava por causa de um garoto que ela não merecia.

 

KEITH – Olha, amiga, eu não sei o que está acontecendo aqui, mas eu tenho certeza de que você não está bem.

 

CHELSEA – Eu estou ótima, Keith. Foi triste ouvir o que o Josh tinha a me dizer, mas eu espero realmente que ele possa ser feliz. E que eu também consiga ser feliz depois de tudo o que aconteceu entre a gente. Não vou criar caso com a homossexualidade dele, nem vou fazer nada que o prejudique. Eu torço realmente para que a gente continue amigos. Porque eu ainda gosto dele, mas sei que vou conseguir reverter todos os meus sentimentos de amor para amizade.

 

KEITH – (segura uma das mãos de Keith) Eu estou realmente surpresa com o seu comportamento maduro diante dessa situação, Chelsea. Eu também torço muito para que você consiga esquecer o Josh e possa arranjar novos encontros, novas paixões, claro, com caras que não sejam gays. (ri)

 

Chelsea também ri.

 

KEITH – Mas o que você pensa em fazer agora?

 

CHELSEA – Seguir em frente. Chega de choros, lamentos, de mil mensagens deixadas na secretária eletrônica do Josh. Tá na hora da Chelsea ser feliz!

 

KEITH – (ri) Todos torcem pela felicidade da Chelsea.

 

As amigas se abraçam, felizes.

 

CENA 05. HOSPITAL DE SAN FRANCISCO. SALA DE RECEPÇÃO. INT. NOITE.

 

Josh e Ryan chegam ao hospital e vão ao encontro de Suzie e Eric.

 

SUZIE – Meu filho, que bom que você finalmente chegou!

 

RYAN – Oi mãe, oi treinador. Eu trouxe o Josh comigo.

 

JOSH – Oi dona Suzie e treinador Eric.

 

Suzie e Eric cumprimentam o garoto.

 

RYAN – E então, como ele está?

 

SUZIE – Ainda não recebemos notícias dos médicos. Mas estamos aqui aguardando ansiosamente.

 

JOSH – (percebe que um médico vem na direção deles) Talvez ele possa dar alguma informação...

 

MÉDICO – (aproximando-se de Suzie) Pois bem, a senhora que é a ex-esposa do paciente Kurt Jordan?

 

SUZIE – Exatamente, doutor. Você poderia nos dizer como ele está?

 

MÉDICO – Minha senhora, infelizmente a notícia não é a melhor possível. Seu marido acabou perdendo muito sangue no choque entre o carro e o caminhão e precisa de uma reposição o mais rápido possível. Caso isso não ocorra, o estado de saúde dele pode piorar ainda mais...

 

SUZIE – Certo, a gente pode fazer a doação de sangue...

 

MÉDICO – A senhora tem o sangue compatível com o do paciente?

 

SUZIE – Não, mas meu f... (olha para Ryan) Querido, será que nós podemos conversar a sós?

 

O garoto acena que sim com a cabeça.

 

SUZIE – Um momento, doutor.

 

Suzie segura levemente o braço de Ryan e o leva para um pouco longe dali. Josh fica olhando em direção a eles.

 

RYAN – (fala baixo) Mãe, se você está pensando que eu vou doar sangue para aquele homem, pode ir tirando seu cavalinho da chuva.

 

SUZIE – Meu filho, eu sei que é difícil, mas aquele homem é seu pai.

 

RYAN – Não, um homem que sempre maltratou a mulher e nunca deu a mínima atenção para o seu filho não pode ser considerado um pai. Ele não pode receber esse título só porque fez o “serviço final”, mãe. Engravidar alguém é muito fácil, agora assumir a responsabilidade de ser um bom pai é bem diferente.

 

SUZIE – Ryan, eu sei que você detesta o seu pai. Eu não tiro as razões de você. Mas eu também sei que você é um ótimo garoto e não deixaria que ninguém morresse se dependesse da sua colaboração. Então, esqueça que o homem que está dentro de uma sala, precisando da sua ajuda, é o seu pai e pense que é alguém que precisa mais do que nunca de você.

 

RYAN – Mãe...

 

SUZIE – (interrompe Ryan) Por favor, meu filho. Você é um bom garoto.

 

RYAN – Ok, mas saiba que eu estou fazendo isso por você. Porque você me pediu. E não por aquele cara que só fez você sofrer.

 

SUZIE – Combinado. (sorri e deixa uma lágrima rolar em seu rosto) Eu sabia que podia contar com você, meu grande garoto.

 

RYAN – Mãe, posso te fazer uma pergunta?

 

SUZIE – Claro.

 

RYAN – Por que você está tão preocupada com a melhora daquele homem?

 

SUZIE – Porque esse homem me deu o presente mais valioso que eu já recebi na vida. E esse presente é você, Ryan. (sorri)

 

Ryan também sorri com o que a mãe acabara de dizer e a abraça. A câmera desfoca o abraço entre mãe e filho e destaca Josh, que mesmo longe, observa tudo e sorri.

 

CENA 06. CLIPE MUSICAL.


(música: The Heart Never Lies - Mcfly)
 

A música acompanha as seguintes imagens:

 

01 Ryan está deitado em uma cama de hospital. Ao seu lado, está Josh. Eles sorriem um para o outro. A enfermeira entra no quarto e cumprimenta os garotos. Então, ela começa a tarefa da retirada de sangue.

 

ENFERMEIRA – Parabéns pela atitude, garoto. Você está salvando uma vida.

 

Ryan sorri e volta a olhar para Josh. Os dois garotos se encaram, apaixonados.

 

02 Suzie e Eric esperam, apreensivamente, a doação de sangue na sala de recepção. Ela olha para Eric, que retribui o olhar.

 

ERIC – Você está bem?

 

SUZIE – Eu estou feliz porque tenho um filho maravilhoso que consegue lidar racionalmente com as situações. E também porque tenho ao meu lado o homem que eu estou aprendendo a admirar.

 

ERIC – O que você está dizendo, Suzie?

 

SUZIE – Lembra quando você disse hoje no restaurante que queria ter algo além de amizade comigo? Pois bem, eu acho que também estou pronta para isso.

 

ERIC – Mas e a sua preocupação com o que as pessoas da escola vão pensar?

 

SUZIE – É como você disse. A gente dá um jeitinho.

 

Eric e Suzie se abraçam e dão um beijo apaixonado.

 

03 Kurt está deitado em uma cama de cirurgia. Vários médicos estão ao seu redor. A câmera se aproxima do rosto do homem, que está anestesiado, mas pronto para ganhar a sua segunda chance de vida.

 

CENA 07.

 

Ainda ao som da música da cena anterior, mostrar os principais pontos turísticos da cidade de San Francisco. Amanhece.

 

CENA 08. HOSPITAL DE SAN FRANCISCO. CAFETERIA. INT. DIA.

 

(Música cessa.)
 

Josh e Ryan estão sentados a uma mesa tomando café da manhã. Suzie segue em direção aos garotos.

 

SUZIE – Meu filho, desculpa atrapalhar o seu café, mas é que o médico acabou de me informar que seu pai reagiu muito bem à transfusão de sangue e que ele já está fora de perigo.

 

RYAN – Que bom, mãe.

 

SUZIE – Mas eu também tenho uma notícia que não deve te agradar muito...

 

RYAN – Diga.

 

SUZIE – Ele acabou de acordar e disse ao médico que quer ver você. (sorri) Por favor, meu apelo final.

 

RYAN – Eu acho que você já me pediu muita coisa, dona Suzie.

 

SUZIE – É a última, eu prometo.

 

Ryan se levanta cedendo ao pedido da mãe. Ele sai da cafeteria em direção aos quartos dos pacientes. Close em Suzie, sorridente. Ela se senta a mesa e começa a conversar com Josh. Uma garçonete vai até a mesa deles e anota o pedido da mulher.

 

CENA 09. HOSPITAL DE SAN FRANCISCO. QUARTO DE KURT. INT. DIA.

 

(música: Days Like This - Kim Taylor)

Ryan abre a porta lentamente e dá alguns passos com cautela e um pouco de receio. Seu pai, Kurt, percebe a chegada do garoto e levanta o braço, pedindo que o filho caminhe até ele.

 

RYAN – (fecha a porta e aproxima-se do pai) Minha mãe disse que o senhor queria falar comigo.

 

KURT – (fala baixo devido à cirurgia) Não, eu não te chamei aqui para uma simples conversa. Eu te chamei aqui porque eu acho que te devo um pedido de desculpas.

 

RYAN – Desculpas... Como se elas fossem adiantar alguma coisa...

 

KURT – Ryan, eu sei que eu nunca fui um bom pai para você e nem tratei a sua mãe da forma como ela merecia. Mas é porque, meu filho, durante todo esse tempo eu não pude enxergar a maravilhosa família que eu tinha.

 

Kurt segura uma das mãos de Ryan. Ele tenta se soltar do pai, mas Kurt segura ainda mais forte.

 

KURT – Sabe aquele ditado que diz que a gente só dá valor às coisas depois que as perdemos? Eu acho que ele nunca fez tanto sentido pra mim como nos últimos tempos. Então, meu filho, eu tentei voltar para San Francisco e tentei reconquistar a confiança de vocês. Mas não consegui. Sabe por quê? Porque eu não tinha consciência do que significava a palavra perdoar.

 

RYAN – O que você está dizendo?

 

KURT – Era muito fácil pra mim embarcar em um avião e vir até San Francisco para pedir perdão para você e sua mãe. Só que eu nunca percebi que a parte difícil viria depois. Será que eu conseguiria me tornar um homem melhor e que fosse motivo de orgulho para vocês dois?

 

RYAN – Você poderia ter tentado ser um homem melhor na primeira oportunidade que ganhou. Mas não, você a afogou no primeiro copo de uísque que encontrou em sua frente.

 

KURT – Eu sei, meu filho, eu cometi um erro grave ao trocar a minha família pela bebida. E olha para onde ela me trouxe. (sorri) Para um hospital. (pausa) Mas eu acho que eu não estou aqui à toa, eu vim para cá com um propósito. Agora eu posso realmente enxergar o verdadeiro significado do perdão.

 

RYAN – Como assim?

 

KURT – Acho que a forma mais fácil de vocês me perdoarem é eu indo embora. Quando eu sair deste hospital, eu volto para Los Angeles, Ryan. A sua mãe me deu uma chance de ser um bom marido e eu não correspondi. Agora chegou a hora de eu dar uma chance para ela. E, principalmente, pra você. Eu estou indo embora porque eu quero que vocês sigam com suas vidas e possam ser, finalmente, felizes.

 

RYAN – E quanto a você?

 

KURT – Não sei o que será de mim ainda. Mas depois dessa experiência, chegou a hora de eu prometer, não para vocês, mas para mim mesmo, de que vou parar de beber. Porque se continuar bebendo, eu não sei se posso ir tão longe.

 

RYAN – (acena com a cabeça positivamente) Eu acho que você está fazendo a coisa certa...

 

KURT – E eu espero que um dia eu possa visitar você e sua mãe na sua casa e ser recebido como um grande amigo. E quem sabe, como o seu pai.

 

Ryan aperta a mão de Kurt, correspondendo ao gesto dele.

 

RYAN – Se você cumprir com o que está dizendo, pode ter certeza de que eu pensarei melhor na ideia de te dar uma segunda chance como seu filho.

 

KURT – Obrigado, Ryan. E obrigado por ter salvado a minha vida.

 

RYAN – Eu fiz isso pela minha mãe. Agradeça a ela por tudo o que ela fez desde que recebeu a notícia de que você havia se acidentado. Ela deixou todo o passado para trás e se comportou como uma verdadeira esposa. A esposa que sempre tentou ser.

 

KURT – Pode deixar. (sorri) Adeus, Ryan. E boa sorte na sua vida. Porque eu sei que você será capaz de se tornar o homem que eu jamais fui.

 

Ryan deixa uma lágrima correr em seu rosto. Ele solta a mão do pai e então, lentamente, se retira da sala. A câmera se aproxima do rosto de Kurt. Close em seus olhos, que deixam uma lágrima rolar sobre o rosto. Ele sorri, feliz.

 

CENA 10.


(música: Someone Somewhere - Jason Reeves)
 

Tomada da cidade de San Francisco.

 


 

CENA 11. CASA DE JOSH. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

 

(A música tocada na cena anterior continua a ser executada aqui.)


Josh e Ryan estão sentados no chão. Eles se apóiam a uma mesa e fazem a lição de casa. Os garotos conversam sobre os fatos ocorridos.

 

JOSH – Então seu pai realmente decidiu ir embora?

 

RYAN – Sim, minha mãe o perdoou por tudo que ele fez e ele voltou para Los Angeles. Agora só resta saber se ele vai conseguir por em prática tudo o que prometeu.

 

JOSH – Se ele jurou isso na sua frente, eu acredito que ele será capaz de se tornar alguém melhor sim, Ryan. E acho que você também deveria acreditar nisso.

 

RYAN – É, talvez ele mereça essa chance.

 

Josh sorri e olha maliciosamente para Ryan.

 

RYAN – O que foi?

 

JOSH – Dessa vez estamos sozinhos aqui em casa...

 

RYAN – Onde está sua mãe?

 

JOSH – Foi para o restaurante. (sorri) O que você acha da gente se curtir um pouquinho?

 

RYAN – Não sei, vai que alguém entra aqui. A gente não pode correr o mesmo perigo daquela noite. (ri)

 

JOSH – E pra que servem as chaves da porta?

 

Os dois garotos riem e se aproximam um do outro. Eles se beijam apaixonadamente e caem no chão. A câmera se afasta, mostrando o celular de Ryan que está sobre a mesa. Ele começa a tocar, mas os garotos não dão a mínima.

 

A imagem escurece.

AUTOR
André Esteves
 

ELENCO

Graham Phillips como Josh Parker
Sterling Knight como Ryan Jordan
Victoria Justice como Chelsea Harris
Ariana Grande como Keith Hurly
Skeet Ulrich como Treinador Eric Smith
Natasha Henstridge como Suzie Gregson
Liev Schreiber como Kurt Jordan

Pequenas aparições (Médico, neste episódio) que não constam na lista são interpretadas por atores contratados pela produtora.

TRILHA SONORA
So Small - Carrie Underwood (Tema de Abertura)
I'm Just Sayin' - Karmin
The Heart Never Lies - Mcfly
Days Like This - Kim Taylor
Someone Somewhere - Jason Reeves

 
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO




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