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Antologia Poemas da Terra: 1x01 (Season Premiere)

Antologia Poemas da Terra
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RIO

Anderson Nogueira
Sinopse: A saga de um rio, desde o nascedouro, passando pela degradação e encontrando o mar.

Rio.
Água que nasce da pedra,
No seio da terra, no verde da mata,
Ou no clarão do vazio, como um fio.
Rio.
Água clara, sem cor, sem sabor,
Vai engrossando, ganhando volume,
Abre caminho, irriga o estio.
Rio.
Água que vence barreiras,
Que faz corredeiras e poço profundo,
Margeia a prainha, acalma o cio.
Rio.
Água que chega à cidade,
Debaixo de ponte, garante o pescado,
Margeia o progresso, suporta navio.
Rio.
Água que agora tem cor, tem sabor,
Gosto de lama, cheiro que agride,
Te lançam esgoto, lixo, ficas sombrio.
Rio.
Água cinza, não nascestes assim,
Não há mais pescado, não se pode banhar,
Não desistes, continua teu rumo, bravio.
Rio.
Água que vence a metrópole, segue seu desafio.
Seu curso agora é triste, lento, fastio.
O mar o acolhe, está vencido o desafio. Com brio!
Rio.

A FLORESTA DE LATAS
Emaday Luz
Sinopse: O concreto avança selva adentro, e devasta o meio ambiente. Os biomas já não existem mais. Apenas raras plantas no centro das praças resistem ao extermínio das matas, e tudo torna-se uma floresta de latas. Ao visualizar tais cenas, um dilúvio de revolta me assola o coração. Então interrogo a Deus: "Senhor, cadê os bosques, as selvas e ribeirões?" O Criador então expõe-me o irracional dano à natureza pelo homem e suas consequências finais, pois no futuro, a fauna e a flora, outrora exuberantes, serão apenas miragens na floresta de latas sufocantes.

Um manto de concreto avança selva adentro,
devastando rios, arroios e cachoeiras nativas,
animais, pássaros, bosques e brenhas vivas
  já não existem mais; raras plantas no centro
das praças resistem ao extermínio das matas,
ora convertida em cidades – floresta de latas.

Ao visualizar tais cenas, tristes e deprimentes,
um dilúvio de revolta me traspassa o coração;
só vejo frotas de veículos e cimento pelo chão,
canteiros de obras com guindastes insolentes,
máquinas e betoneiras, edifícios e habitações.
Deus! Cadê os bosques, as selvas e ribeirões?

Ouvindo-me indagar da sua majestosa criação,
o Senhor redarguiu-me com magna sabedoria:
 ...dos bosques, o homem tira a relva, faz moradia;
das selvas, derruba as árvores para construção;
dos ribeirões, dizima os peixes e polui as águas;
e de si próprio, extirpa a natureza sem tréguas...

 ...a floresta é agora a selva de latas barulhentas;
indústrias, carros e caminhões fluem fumaças
ao meio ambiente; a fauna expira pelas caças;
com tanto dióxido no ar, não chove nem venta
mais a aura na planície, pois se esvai a beleza
do planeta azul no irracional dano à natureza!...

 ...Mas ai dos filhos de agora e gerações futuras!
O que semearem não ceifarão por abundância;
do desmatamento, terão os frutos da ganância;
na maléfica poluição, sucumbirão as criaturas
inocentes; a fauna e flora outrora exuberantes,
serão miragens na floresta de latas sufocantes!

VERDE AMAZÔNIA
Paulo Tórtora
Sinopse: Poema sobre o meio ambiente amazonense.

Sussurra o rio, rasgando o seio da mata.
Artéria viva a pulsar na floresta,
Semeando a existência, a alegria e a festa,
Sendo rio, lago, cachoeira e cascata.

Quando o sol, ao nascer, o brilho empresta
A seu verde, que a todos arrebata,
A passarada, em harmonia, desata
A modular sua maviosa seresta.

Pergunto, entretanto ― há esperança
Para a floresta com seus seres vivos,
Que conheci e amei desde menino?...

Ou, mais forte que um sonho de criança,
É a ganância do instinto destrutivo
Do homem, com seu machado assassino?!...

VONTADE
Renato Massari
Sinopse: O foco deste poema é a preservação das florestas. Faz a crítica de seus destruidores, invocando sentimentos como a tristeza, a indignação, o espírito de luta e a esperança de tempos melhores.

Vem uma vontade bem grande de chorar,
Lágrimas regando a terra
Queimada que encerra
Solidão e secura,
Descaso profundo
Pelos destinos do mundo.

Vem uma vontade bem grande de gritar,
Palavras apagando incêndios
E denunciando os vilipêndios
Da gente sem alma
Que com mão insensata
Destrói e desmata.

Vem uma vontade bem grande de lutar,
Braços desfazendo os planos
Pérfidos, podres, tiranos
De rasgar a história
E preservar na memória
O sucesso de uns poucos.

Vem uma vontade bem grande de amar,
Corações vivendo a alegria
De um tempo
Feito de alento
Em que a natureza sorria.
Sim, vem uma vontade bem grande.

MEU PEQUENO REGALO
Lucas deloSantos
Sinopse: Um poema que retrata as pequenas, porem grandes atributos da fauna e da flora de um pequeno lugar onde se estende a biodiversidade da natureza.

Há! Como são belas as paineiras de meu lugar,
Contemplo ambíguo as valas de meu lar.
Aqui jaz poeta de mãos a calejar –
Nas rimas e conflitos, da mente a perturbar.

Na campina verdejante, que desagua o corredeiro
Canta feliz o penacho, dependurado do poleiro.
No pomar de laranjeiras, canários a revoar
Na brisa leste, ventos sinuosos a cortar.

Belas jequitibás de perobas, teixos a reina,
No velho seringueiro, aves a revoa.
Do tucano ao ambu, da rolinha ao pardal,
Das viçosas pitangueiras, carambola sem igual.

Desejos nas faces, da relva campestre
Do deslumbre ensolarado, da selva agreste;
Do campo florido, de vales profundos
Da seiva que cai, das mazelas do mundo.

Meu pequeno recanto, regado de belezas,
Minha pequena choupana, que não traz tristeza.
Das mil espécies espalhadas por este chão
Deste do mais grande, ao pequeno dentilhão.

É marca de meu querido pedaço,
Que trago no coração com grande espaço;
Assim são meus dias neste lugar abençoado
Esquecido por todos, mas por Deus resguardado.

EFEITO CINZENTO
Karine Oliveira
Sinopse: O clamor vem acompanhado da sede e das cores acinzentadas... a Terra pede respeito! As gerações futuras já recebem sinais e as atitudes do presente precisam ser concretas e não apenas... PROMESSAS!

Não adianta querer costurar retalhos
Juntar restos... se a matéria não for cuidada
E, se o valor não for dado em vida!

É até ironia... ter que arrancar todo o mal pela raiz
Enquanto, o planeta desfolhar e clamar ao ter que matar a sua própria sede
E os troncos humanos retorcerem em desfavor da natureza.

Não estamos sozinhos nesse cenário
E as cores estão ficando acinzentadas...
A moldura já não combina, pois está em ruínas... é a degradação da Terra.

O efeito que estufa, explode, sufoca e bane
É a reação da ação...
Da transformação que precisa de conscientização!

Ambiente que não se ambienta mais...
Saudoso tempo em que havia respeito
E equilíbrio entre o conte comigo e o proteja-me!

Sinal às futuras gerações...
Que promessas são meras palavras ao vento!

EM BREVE O NOSSO VOLTA A LUZIR
Mauro André Oliveira
Sinopse: Em meio ao sofrimento e aflição trazidos pela pandemia do novo coronavírus, a esperança na vida é renovada a cada novo dia com o resplendor do sol e as belezas do universo.

Os dias seguem lúgubres! No entanto,
o tempo varre o mundo com seu rodo:
depura o ar e, das águas, tira o lodo
e enverga o céu azul num novo manto.

Na praia, o som das vagas traz um canto
que o vento audaz espalha ao mundo todo,
cingindo a nossa vida com denodo,
preenchendo o nosso espírito de encanto.

Em breve o nosso sol volta a luzir
e, mesmo na incerteza do porvir,
seguimos como os donos do universo

envoltos de um invejável ecossistema
(decerto o mais magnífico poema
em que cada um de nós compõe um verso).

DONA SENHORINHA
João Recife
Sinopse: A relação da água com o ambiente, a partir da visão de Dona Senhorinha, é o pano de fundo da poema.

Se eu fosse água, seria chuva.
Para lavar cada grão de areia e
refrescar a terra em um dia de calor.
O pingo que cai e embebe o hibisco.

Seria nuvem, quando quisesse,
para sobrevoar os quatro cantos da ilha.
Viveria errante, daqui acolá, feito um viajante,
descobrindo o segredo de cada rosto, vidas áridas,
corpos tortos.

Seria criança nos dias de chuva!
A água que lambe a guia da calçada, abrindo
caminho (até os bueiros) para os meninos barquinhos de papel.
O banho de chuva que lava o rosto,
água jogada para cima com as mãos
sorriso rasgando a face, olhar jucundo.

Se eu fosse mar, faria as vezes de onda.
Quebraria, levemente, nas praias de areia branca,
trazendo as histórias que a brisa marítima não soprou.
Descansaria na Baía de Díli, entre o farol a oeste e as
montanhas a leste, com o papo virado para cima,
fitando um céu púrpura e turquesa.

Se eu fosse sede, também seria o copo de água
em um dia de sol a pino, compensando o suor que resfria o rosto.
A água que molha a garganta e hidrata a secura que trava a fala.
Cada gole que irriga o pedaço mais deserto de mim!

Ao fim, misturaria-me à Dona Senhorinha, que já
virou nuvem, choveu pingo a pingo e agora mora
no rio subterrâneo que a terra guarda.

Não fosse carne, eu seria líquido.
Se não fosse homem, é certo dizer que -
definitivamente - eu não seria outra coisa que não água!


Poema escrito por
Anderson Nogueira
Emaday Luz
Paulo Tórtora
Renato Massari
Lucas deloSantos
Karine Oliveira
Mauro André Oliveira
João Recife

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Eliane Rodrigues
Márcio André Silva Garcia
Ney Doyle
Pedro Panhoca da Silva
Rossidê Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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