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Antologia A Magia do Natal: 3x13 - A Alegria do Natal

Conto escrito por Helena Diaz
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Sinopse: A história de um natal, especial para uma menina de 8 anos, de uma família simples, mostrando a importância de uma mãe afetuosa e determinada para o desenvolvimento dos filhos e união de sua família.


3x13 - A Alegria do Natal
de Helena Diaz

Era o natal de 1972 eu tinha 8 anos e acreditava em Papai Noel, ou melhor, eu já acreditava em Papai Noel. Porque ele existe e tudo mundo sabe disso. Eu e meus irmãos íamos dormir cedo na véspera de natal para chegar logo o dia 25 e ver nossos presentes.

Escutei minha mãe dizendo:

- Bom dia!  Helena, não vai levantar? Parece que o papai Noel trouxe alguma coisa .....

Abri os olhos assustada e vi minha mãe ao lado da minha cama, com um olhar inesquecível. Ela era assim, transmitia amor no olhar, fazia tudo para que os filhos ficassem bem. Tinha um prazer enorme de fazer as surpresas de “Papai Noel”.

Levantei-me correndo e cheguei na sala antes dela, meus irmãos já estavam lá e no meu sapatinho haviam três pacotes. Que difícil escolha, por qual começar. Um parecia uma caixa de sapato pensei será a boneca que ficava admirando na loja próximo de casa? Decidi deixar por ultimo. Comecei com a menor caixa, era pequena. O que poderia ser?  Tinha medo de me decepcionar, mas resolvi abrir logo.

Que surpresa maravilhosa eu não esperava por aquilo era um radio de pilhas. Ele era bem pequeno, de cor azul claro, delicado, aquele presente parecia um sonho, eu adorava ouvir musicas e ganhar um radio só meu. Corri e abracei minha mãe que não entendeu nada porque os pacotes maiores estavam fechados ainda. Eu lhe disse:

- Você que disse ao Papai Noel que eu gostava de música. Eu me esqueci de colocar isso. Eu não pedi um rádio na minha cartinha. Foi você que falou? Como ele ia adivinhar?  Obrigada mamãe.

Ela sorriu e disse:

- Vá abrir seus outros presentes menina. Fique feliz, aproveite essa felicidade, isso é natal.

Eu obedeci feliz e fui abrir meus outros presentes.  Eu ganhei a boneca que eu havia desejado e sonhado por meses. Quando minha mãe me buscava na escola passávamos em frente uma loja e eu mostrava a ela dizendo que ia pedir para o papai Noel.

Ganhei também um lindo vestido que usei no Réveillon.  Os presentes eram lindos, a boneca que eu tanto desejei perdeu seu encanto quando abri a caixinha daquele rádio, naquela hora eu estava interessada só em colocar as pilhas no meu rádio novo e fazê-lo funcionar.

Essa era a minha mãe sabia mais o que agradaria cada filho do que eles próprios. Ela escolhia os presentes de natal e combinava com meu pai quando sairiam para comprar dessa forma fariam surpresas a todos. Fazia questão de manter essa fantasia do Natal, “Papai Noel”. Ela pensava em cada filho, o que poderia agradar na medida das condições financeiras.

Meus pais saiam para fazer as compras e inventavam estórias para as crianças, explicavam que precisavam ir sozinhos para conversar com o papai Noel encomendar os presentes e por isso não podiam levar crianças. Levava as cartinhas que escrevíamos e quando voltavam falavam que não sabiam se ia dar certo, que estava difícil, falavam que o Papai Noel não tinha muito dinheiro, era um suspense a gente nunca sabia o que ia ganhar. Isso gerava uma emoção sem fim, não pensava em outra coisa até o dia do Natal.

Sempre tinha uma noite, antes do natal, que meus pais levavam os filhos para ver os enfeites de natal no centro da cidade, os prédios iluminados, muitos enfeites e pisca-pisca. Difícil descrever e narrar essa sensação. Tinha uma loja grande da época que tinha um papai Noel que dava balas para as crianças e conversava, mas eu nunca tive coragem, era muito tímida. Eu preferia ficar olhando tudo fascinada, aquilo era um sonho, um encanto.

Nossa vida era simples, não tínhamos luxo, mas nunca nos faltou nada, nossa casa era modesta, porém com conforto, minha mãe aos poucos ia fazendo algumas reformas, mas o importante era o amor, respeito e união. Tínhamos sonhos, mas sonhos reais de conquistas que foram concretizados.

Foi muito importante para mim essa alegria do natal na infância e procurei reproduzir para meus filhos, essas surpresas, poder ver a alegria nos olhos deles. Penso que senti a emoção que minha mãe sentia.

Em um ano decidi com meu marido levar meus filhos, que estavam com 8 e 4 anos de idade, na Avenida Paulista para ver os enfeites de Natal, eu imaginava eles fascinados como eu ficava quando era criança. Mas eles não acharam nada empolgante, eles estavam acostumados a passear no centro de São Paulo, aquilo não teve a magia que eu sentia de criança, pois eu esperava o natal para esse passeio. Eu estava feliz mostrando tudo aquilo a eles e fiquei decepcionada com a reação deles. Quando voltamos para casa meu marido disse:

- Não fique chateada, os tempos são outros. Pode ser que um dia eles deem valor para isso. Mas, eu já decidi que no ano que vem vou levar só você para ver os enfeites, porque foi a que mais gostou, parecia criança.


Conto escrito por
Helena Diaz

Produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO



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Sinopse: Uma família vivendo um drama, quando acham  que a esperança foi perdida tem sua vida restaurada através de uma visita na noite de véspera de natal.


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