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Escolhas da Vida - Capítulo 15

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CAPÍTULO 15
 
     
 

CENA 01. RUA DA FLORICULTURA. EXT. DIA.

Continuação do capítulo anterior. Fernanda atravessa a rua no momento em que Diogo percebe um carro aumentando a velocidade em direção a ela. Ele puxa Fernanda afastando o perigo. Ela se desequilibra e cai nos braços dele. As flores caem no chão.

FERNANDA (ofegante): Foi por pouco.

Eles olham mais a frente o carro que freia bruscamente.

DIOGO (reconhece/chocado): - Carla?!

CENA 02. CARRO CARLA. INT. DIA.

Gabriel com as mãos no volante e o pé no freio. Carla dá uns tapas em Gabriel.

CARLA: - Por quê você fez isso?!

GABRIEL (chocado): - Você está completamente louca! Você ia acertar os dois em cheio!

CARLA: - E você não devia ter me atrapalhado! Eu ia acabar com toda essa história logo! Se o Diogo não é meu, não pode ser de mais ninguém!

GABRIEL: - Deixa de ser maluca, Carla! Vamos embora logo antes que alguém chame a polícia!

CENA 03. RUA DA FLORICULTURA. EXT. DIA.

PLANO GERAL da cena mostra Carla saindo com o carro cantando pneu. Diogo ajuda Fernanda a se levantar.

DIOGO: - Está tudo bem?

FERNANDA: - Nossa, que gente louca! Estou tremendo!

DIOGO: - Adrenalina, nervosismo, tudo junto.

FERNANDA: - As flores.

Fernanda junta algumas flores que ficaram inteiras.

FERNANDA: - Perdi muitas delas.

DIOGO: - Vem comigo, eu te levo pra casa.

FERNANDA: - Não precisa, Diogo. Eu vou caminhando.

DIOGO: - Não mesmo! Não sei se ela está por aí ainda. (procura)

FERNANDA (confusa): - Ela quem?

DIOGO: - Deixa pra lá. Vem que eu levo você.

CENA 04. APTO OSVALDO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Regina discute com Mariana.

REGINA: - O Alex não presta.

MARIANA: - Como a senhora pode ter coragem de dizer isso do Alex?

REGINA: - Eu sei que é difícil, minha filha, que você está envolvida até o último fio de cabelo por ele, mas ele não é tudo isso que você acredita.

MARIANA: - Você mal conhece o Alex. Viu ele ontem e está tirando conclusões precipitadas.

REGINA (impaciente): - Mariana, quer fazer o favor de acreditar na sua mãe?

MARIANA: - E por que eu acreditaria? Eu já disse, você não conhece o Alex pra falar isso dele!

REGINA: - Tens razão. Eu não conheço, mas sei muito mais do que você.

MARIANA: - Ah, sabe? Sabe do quê?

REGINA: - O Alex é garoto de programa, Mariana.

Mariana se choca.

REGINA: - Ele se vende por sexo, minha filha. É isso que você quer pra sua vida? Ter um relacionamento com alguém que transa por dinheiro?

MARIANA: - Mãe, por favor, de onde você tirou uma coisa dessas? Quem inventou isso pra você?

REGINA: - Ninguém inventou. Eu levantei a ficha dele.

Regina mostra um folder de um site de acompanhantes onde há a foto de Alex. Mariana fica perplexa.

REGINA: - Gente como ele é oportunista, aproveitadora e nós não podemos ter contato. Negro, pobre, garoto de programa. Mais um para fortalecer essa imundície que virou o Rio de Janeiro.

MARIANA: - Mas o Alex vai ter que me explicar isso tudo!

Ela pega a bolsa em cima do sofá e sai.

REGINA: - Mariana!

Mariana bate a porta com força.

REGINA: - Consegui.  

Regina ri, satisfeita.

CENA 05. CLÍNICA MÉDICA. EXT. DIA.

Helena e Lisa saem do prédio de uma clínica médica, param na calçada.

HELENA: - Por favor, minha filha, guarde bem esses exames para a próxima consulta.

LISA: - Pode deixar, mãe.

HELENA: - Você vai falar lá na agência da gravidez?

LISA: - Eu não posso, mãe.

HELENA: - Mas uma hora eles vão saber, Lisa!

LISA: - Eu sei, mas agora não é o momento. Enquanto a barriga ainda não cresceu, eu vou dando um jeito.

Lisa se mostra confiante.

CENA 06. APTO FERNANDA E PAULA. SALA. INT. DIA.

Diogo chega com Fernanda, surpreendendo Paula e Roberta.

PAULA (apreensiva): - Nanda! O que foi?!

DIOGO: - Quase fomos atropelados.

ROBERTA: - Como assim?!

PAULA: - Nanda, meu amor, você está bem?

FERNANDA (sentando no sofá): - Estou. Nossa, se não fosse o Diogo, o carro tinha me acertado em cheio.

PAULA: - Eu vou pegar uma água com açúcar pra você.

Paula sai. Roberta observa Diogo sentando-se ao lado de Fernanda, um leve toque de mãos entre os dois, que se separam quando Paula se aproxima.

ROBERTA: - E você, Diogo, de novo salvando a Nanda.

DIOGO: - A gente se encontrou na floricultura. Eu fui reservar algumas flores para minha mãe.

FERNANDA: - E depois dessa confusão, só sobraram essas flores aqui para levar pro Matheus.

PAULA: - Mas quem foi o louco que fez isso? Anotaram a placa do carro pelo menos?

FERNANDA: - Não lembrei. Você viu alguma coisa, Diogo?

DIOGO: - Não vi. Foi rápido demais. Só me preocupei em puxar a Nanda para perto de mim.

PAULA: - Nossa, Diogo, você é um anjo. Mais uma vez, obrigada por ajudar.

DIOGO: - Imagina. Seria a atitude de qualquer um... (a Fernanda) Está tudo bem?

FERNANDA: - Sim, já estou melhor. Obrigada, Diogo.

DIOGO: - Bom, vou indo nessa. Tenho que passar na danceteria ainda.

PAULA: - Eu te acompanho até a porta.

Paula sai com Diogo. Roberta senta-se ao lado de Fernanda.

ROBERTA: - E você ainda conseguiu salvar as flores. São lindas. Matheus vai adorar.

FERNANDA: - Tinha muito mais, mas ficaram pelo asfalto.

Paula retorna, senta-se ao lado de Fernanda, a abraça.

PAULA: - Você não se cansa de me dar susto não, hein?

FERNANDA: - Uma grávida bem atípica eu estou sendo.

ROBERTA: - Uma caixinha de surpresas!

As três riem.

PAULA: - Eu vou me arrumar, pra gente sair logo.

ROBERTA: - Eu também. Fernanda, você tem algum vestido pra me emprestar? Quero pernas de fora naquele hospital.

FERNANDA: - Gente, ela quer ir pra causar! (risos) Tenho sim. A Paula vê pra você lá no guarda-roupas.

PAULA: - Vem comigo.

Roberta e Paula saem. Fernanda pensativa, com as flores nas mãos.

CENA 07. HOSPITAL. QUARTO. INT. DIA.

Matheus deitado na cama, aparência um pouco melhor. Gustavo está próximo.

GUSTAVO: - E então, Matheus, como se sente?

MATHEUS: - A cama aqui é melhor do que a outra.

Gustavo ri.

MATHEUS: - Estou melhor. Sinto menos dores.

GUSTAVO: - Ainda sim é preciso ficar de repouso. Os exames preliminares não apontaram nenhuma gravidade, mas é bom ficar em observação.

MATHEUS: - Minhas amigas estão aí?

GUSTAVO: - Estavam por aqui sim. Mas foram pra casa. Talvez retornem logo mais. Passaram a noite aqui.

MATHEUS: - Elas são minhas irmãs. Na verdade, são a família que eu não tive.

GUSTAVO: - Deu pra perceber que você é muito querido por elas.

MATHEUS: - Quando eu fui mandado embora de casa pelo meu pai, quando eu assumi ser gay, foram elas que me acolheram e me deram todo o apoio para tocar a vida.

GUSTAVO: - Sei bem como é. Também passei por um perrengue quando contei para minha família.

MATHEUS (surpreso): - Ei! Gustavo, você é gay?!

GUSTAVO: - Sim. (risos) Por que o espanto?

MATHEUS: - Gente, é que você não parece ser.

GUSTAVO: - E desde quando gay precisa parecer? Basta ser e ponto, não é? Não precisamos de características ou rótulos.

MATHEUS: - Tens razão. Pela primeira vez na vida sou atendido por um médico gay.

GUSTAVO: - Algum problema nisso?

MATHEUS: - Nenhum. Fico até mais à vontade. Me sinto amiguinho já. (risos)

GUSTAVO: - Sabe que eu fiquei muito chateado com o que aconteceu com você. A gente sabe desses casos de intolerância, mas foi a primeira vez que eu atendi alguém vítima de um ataque como esse. Mexeu comigo também.

MATHEUS: - Eu achei que eles fossem me matar lá mesmo, no meio do asfalto.

GUSTAVO: - Graças a Deus isso não aconteceu. E agora você está aí, se recuperando e com um sorriso lindo no rosto.

MATHEUS: - Gostou do meu sorriso?

GUSTAVO: - Gostei. Pessoas felizes iluminam a vida da gente. Você foi um desafio e um presente pra mim aqui. Fico contente com a sua recuperação.

MATHEUS: - Confesso que você também está sendo um presente pra mim. Um presente e tanto.

Os dois trocam olhares por um tempo até que Tomás entra no quarto, quebrando o clima.

TOMÁS: - Achei você!

GUSTAVO (surpreso): - Tomás? O que você está fazendo aqui?

TOMÁS: - Eu vim chamar você para almoçar comigo e com a Illana.

GUSTAVO: - Eu estou no meio do trabalho. Você sabe que eu não gosto de ser incomodado assim.

TOMÁS: - Desculpa, mas eu liguei para o seu telefone e só deu caixa-postal.

GUSTAVO (irônico): - Por que será?!

TOMÁS: - Desculpa. Eu queria te ver mesmo. Acredito que o rapaz ali não se importa, não é?

MATHEUS: - Não, nem um pouco.

GUSTAVO: - Mas eu me importo. Vamos lá pra fora.

TOMÁS: - Vem almoçar ou não?

GUSTAVO: - Eu estou de plantão. Terei que almoçar no hospital mesmo.

Tomás rouba um beijo de Gustavo, que fica sem jeito diante de Matheus. Este, desvia o olhar, disfarçando.

GUSTAVO: - Tomás, aqui não. Meu local de trabalho, já falei. Vamos saindo, ele precisa de repouso.

TOMÁS: - Tudo bem... (a Matheus) Melhoras pra você!

MATHEUS: - Ah, obrigado!

Gustavo encara Matheus, um tanto envergonhado e vai saindo com Tomás.

MATHEUS: - Nem tudo é perfeito nessa vida. Um boy lindo desses, médico, gay... Mas tem namorado! Poxa vida, Deus, manda um assim só que solteiro, ok?

CENA 08. CASA SELMA. JARDIM. EXT. DIA.

Regina conversa com Selma, à beira da piscina.

SELMA: - Estou perplexa, Regina. Um garoto de programa?!

REGINA: - Se você está perplexa, imagina como eu fiquei quando descobri.

SELMA: - Mas como você soube disso? Alguém te falou?

REGINA: - Eu fui catar a ficha do rapaz na internet. A internet hoje não esconde nada, Selma. Estava lá, a foto dele, o nome dele, num site de acompanhantes. Eu jamais deixaria a minha filha se envolver com gente deste tipo. Um aproveitador!

SELMA: - E como a Mariana reagiu a isso tudo? Creio que não foi numa boa.

REGINA: - Disse que ia tirar a história a limpo. Eu sei que ela vai quebrar a cara. Mas é melhor. Tenho a impressão que a Mariana acredita que vive em um conto de fadas. Ela precisa entender que a vida não é um mar de rosas e que as pessoas se aproximam dela por interesse. Ela dá confiança pra qualquer um. E aí acaba caindo nessas enrascadas.

SELMA: - É duro isso, Regina. Você também precisa estar ao lado dela e não apenas confrontando.

REGINA: - Mas eu estou do lado da minha filha! Por isso que às vezes sou rígida, mostro pra ela a realidade. Selma, o rapaz negro, foi lá em casa ontem como se fosse o mais bondoso dos homens!

SELMA: - E o que tem demais ele ser negro?

Regina se dá conta do que disse.

REGINA: - Nada demais. Apenas coloquei sem pensar. O que eu quero dizer é que não quero ver esse tipo de gente, aproveitadora, perto da minha filha. Seja quem for!

Regina se mostra firme, decidida.

CENA 09. AGÊNCIA R3. HALL. INT. DIA.

Alex espera por Mariana no hall. Há mais pessoas no local, conversando. Mariana chega, expressão séria, vai direto ao encontro de Alex.

ALEX: - Meu amor!

Alex estranha.

ALEX: - Está tudo bem, Mari? Aconteceu alguma coisa?

MARIANA: - Aconteceu sim! Seu canalha, mentiroso!

Alex se surpreende. As pessoas no entorno também.

ALEX: - Calma aí, meu amor! O que foi que aconteceu?

MARIANA: - Não me chama de meu amor! Eu tenho nojo de você, Alex! Nojo!

ALEX: - Mari, o que foi que eu te fiz?

MARIANA: - Você me usou, isso sim! Se aproveitou de mim!  Como você pode ser tão baixo, tão insensível, mau caráter?!

Illana chega por ali, Lisa e Pedro também se aproximam.

ILLANA: - O que está acontecendo aqui?!

PEDRO: - Dá pra ouvir os gritos lá da rua.

MARIANA: - Você é um canalha, Alex!

LISA: - Mari, calma!

ILLANA: - Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? Que circo é esse dentro da agência?

MARIANA: - Esse cara é um mentiroso! Me iludiu!

ILLANA: - Dor de amor, é Mariana? O que você aprontou pra ela, Alex? Traiu a menina? Se for isso, resolvam essas pendências num outro momento e fora da agência. Aqui não é lugar!

ALEX: - Ei, Mari! Para! Do que você está falando?

MARIANA: - Eu to falando disso aqui!

E joga o folder no rosto dele. O papel cai no chão. Alex se surpreende. Illana se abaixa, pega o papel, fica sem reação, disfarça.

MARIANA (grita): - O Alex é garoto de programa!

As pessoas em volta se surpreendem, burburinho. Illana encara Alex, que fica sem reação. Lisa percebe a situação,  pega o papel das mãos de Illana.

LISA: - Gente, tá na cara que isso aqui é uma montagem. Não é?!

ILLANA: - Só pode ser. Pegaram a foto dele de algum ensaio e/

MARIANA (interrompe): - Ele não pode continuar na agência! A gente não pode ter alguém assim com a gente aqui! Vão achar que todos nós também nos prostituímos!

ILLANA: - Mariana, calma!

MARIANA: - Eu sei que é verdade. Eu entrei no site, eu vi. É ele sim. Fala Alex, confirma! É você não é?!

Alex se cala diante da provocação de Mariana. Todos em volta o encaram. Mariana cai no choro, é amparada por Pedro e Lisa, que a levam para outra sala.

ILLANA: - Que diabos significa isso, Alex? Como isso chegou nas mãos dela?

ALEX: - Eu não sei. Eu juro que não deixei nada escapar, nada!

ILLANA: - Droga. Seguinte, vai embora daqui. Vai para o seu apartamento. Fica por lá. Não sai de lá até segunda ordem.

ALEX: - Mas eu tenho as fotos aqui.

ILLANA: - Faz o que eu estou te mandando, poxa! Sai daqui agora!

Alex sai, apressado.

ILLANA (às pessoas): - O show acabou gente, todo mundo circulando.

As pessoas se dispersam. Illana sai.

CENA 10. DANCETERIA JOQUER. SALA DIOGO. INT. DIA.

O ambiente é pequeno, na mobília uma mesa com cadeira de escritório e outras duas cadeiras do outro lado, notebook e documentos, luminária, uma estante-livreiro, etc. Diogo conversa com Rick.

RICK: - A Carla fez isso mesmo?!

DIOGO: - Fez, cara. Quase atropelou eu e a Fernanda.

RICK: - A Carla é maluca mesmo!

DIOGO: - Uma irresponsável! Mas se ela pensa que vai ficar por isso mesmo, está muito enganada.

RICK: - Eu tenho uma pergunta pra fazer no meio de tudo isso.

DIOGO: - Fala.

RICK (direto): - Quem é Fernanda?

Diogo ri da pergunta, pensa um pouco, passa a mãos nos cabelos.

DIOGO: - A Nanda é uma mulher que eu conheci a pouco tempo e que está sendo muito especial para mim.

RICK: - Como é que é? Você já está apaixonado por outra mulher?!

DIOGO: - Eu não diria apaixonado, mas ela é uma pessoa muito bacana, uma ótima companhia e/

RICK: - E...?

Alguém BATE na porta. Rick que estava em pé abre. É Bruno. Eles se encaram.

RICK: - Nós estamos em reunião, Bruno.

BRUNO: - Desculpa, mas eu só queria dar uma palavrinha rápida com o Diogo.

DIOGO: - Oi, Bruno! Pode entrar!

RICK: - Diogo, acredito que temos coisas mais importantes para tratar e/

DIOGO: - Calma aí, Rick. A gente nem estava falando nada demais. A reunião geral é daqui a pouco. Tratamos depois desses assuntos. (a Bruno) O que seria pra você, Bruno?

BRUNO: - Se você não se importa, é particular.

Rick se mostra incomodado.

RICK: - Segredinhos agora, é? O que tem de tão importante assim que eu não possa saber?

DIOGO: - Rick, vai separando os relatórios para mim lá embaixo. Daqui a pouco eu estou descendo para a reunião.

Rick se retira, a contragosto, sem antes encarar Bruno.

DIOGO: - Não dá bola pra ele não. Deve ter acordado com o pé esquerdo destapado. (risos) Aliás, hoje o dia está bem atípico. Bem, pode falar.

BRUNO: - Eu nem tive tempo de falar ainda com você, sobre mim na verdade.

DIOGO: - Aconteceu algum problema?

BRUNO: - Não,  não é isso. Eu estou querendo mesmo é uma oportunidade melhor aqui dentro da danceteria.

DIOGO: - Uma oportunidade melhor, como assim?

BRUNO: - Eu tenho formação em administração, já trabalhei com finanças. E eu vejo que talvez, seria bom ter mais alguém para auxiliar aqui no serviço. Eu sinto às vezes o Rick muito atarefado com tanta coisa pra fazer, contas para pagar, cuidar dos funcionários...

DIOGO: - Realmente o serviço é pesado pra uma pessoa só. Mas eu não sabia desse seu currículo não, Bruno! Por que não falou isso antes?

BRUNO: - Porque eu primeiro precisava arrumar um emprego, Diogo. Ajudar em casa. Difícil conseguir alguma coisa hoje, mesmo tendo formação superior, falando inglês e tudo.

DIOGO: - E você trabalhando de garçom! Não, não pode. Já sei o que vamos fazer para resolver essa questão.

Bruno se mostra esperançoso.

CENA 11. AGÊNCIA R3. SALA ILLANA. INT. DIA.

Illana e Lisa conversam.

LISA: - Essa história de agenciar os modelos não iria durar sempre, Illana. Está aí o resultado!

ILLANA: - Eu só queria saber como a Mariana descobriu, só isso. Mas agora eu consegui dar um jeito.

LISA: - Vai mandar o Alex embora mesmo?

ILLANA: - Não sei. Por enquanto, ele vai ficar fora sim. Pelo menos daqui, da circulação. Ele tem uma campanha grande pra fazer. Não posso perder dinheiro também. Mas vamos falar de você, Lisa. As fotos de São Conrado ficaram lindas! Você está deslumbrante!

LISA: - Confesso que também gostei, Illana. E a equipe é maravilhosa, dá todo o apoio.

ILLANA: - São profissionais do primeiro escalão do mercado de moda brasileiro. Não poderia ser diferente. Já sabe onde serão as próximas sessões?

LISA: - Vamos fazer em Búzios.

ILLANA: - Essa campanha, quando for para as ruas, vai ser um estouro. Olha que eu tenho faro pra isso, viu? Muita repercussão, grana, glamour... Você vai ver.

LISA: - Amém! (levanta-se pegando sua bolsa) Bem, eu vou indo nessa. Qualquer coisa, você me chama.

ILLANA: - Claro, chamo sim.

As duas se abraçam e no ato cai o exame médico de Lisa no chão. Nenhuma delas percebe.

LISA: - Beijos!

Lisa sai. Illana contente, seu telefone TOCA. Ela atende.

ILLANA (ao telefone): - Fala, Tomás... (T) Tudo bem. Eu estava em reunião, por isso não te atendi. (T) Claro, almoçamos sim. Está pelo centro? (T) Sei, sei sim. Tá ok, estou indo pra lá agora! Estou saindo aqui da agência!

Illana pega bolsa, carteira, e vai saindo, falando no telefone.

CENA 12. HOSPITAL. QUARTO. INT. DIA.

Paula, Fernanda e Roberta visitam Matheus.

MATHEUS: - Tão bom ter as minhas meninas superpoderosas do meu lado! Me sinto protegido com vocês por perto.

FERNANDA: - Bom saber que você está melhor, Matheus.

PAULA: - Eu e a Roberta passamos a noite aqui esperando notícias suas.

MATHEUS: - Eu sei, o doutor Gustavo me disse.

ROBERTA: - Doutor Gustavo... Só de falar já me sobe um calor.

MATHEUS: - Mas então pode ligar o ventilador e aliviar esse fogo todo aí, minha querida. Gustavito joga no meu time.

ROBERTA (surpresa): - Como é que é?!

FERNANDA: - O doutor Gustavo é gay?!

MATHEUS: - Sim. E inclusive comprometido.

PAULA: - Gente! Eu nunca imaginaria. Ele te contou?

MATHEUS: - Sim, mona. A gente estava aqui no quarto conversando sobre a vida quando o namorado dele chegou. Tomás.

ROBERTA: - E esse Tomás é bonitão como ele?

MATHEUS (faz pouco): - Hm. Um tipo bem comum.

FERNANDA: - Senti alguém com ciúmes aqui... (risos)

PAULA: - Matheus está gostando do médico...

MATHEUS: - Ah, parem, meninas.

FERNANDA: - Está sim!

MATHEUS: - Não vou negar que achei ele bonito, atencioso. Mas é isso, faz parte da função dele ter esse cuidado com os pacientes. Sem segundas intenções.

FERNANDA: - Você fala e seus olhos brilham.

ROBERTA: - Bem que eu achei que era lindeza demais para um hétero. Aff!

Todos riem.

CENA 13. AGÊNCIA R3. INT. DIA.

Pedro conversa com Mariana.

MARIANA: - Eu não quero ver o Alex na minha frente tão cedo.

PEDRO: - Ele enganou todo mundo. Ninguém sabia de nada.

MARIANA: - Mentiroso, oportunista. Se aproximou de mim só porque minha família tem grana.

PEDRO: - Como foi que você descobriu isso, Mari?

MARIANA: - Minha mãe achou na internet. Ontem ele foi jantar lá em casa. Eu apresentei ele para a minha família, Pedro. E agora, esse desgosto! Me senti usada, sabe?

PEDRO: - Não fica assim. Agora é tocar sua vida, sua carreira de modelo. Vai passar, você vai ver.

Mariana chora. Pedro a consola.

CENA 14. MOTEL. QUARTO. INT. DIA.

Alex entra apressado. Regina atrás dele, fecha a porta.

ALEX: - A Mari descobriu que eu sou garoto de programa.

REGINA: - Sim. Eu mesma disse pra ela.

ALEX (chocado): - E por que você fez isso, Regina?!

REGINA: - Você achou mesmo que eu deixaria a Mariana namorar você?

ALEX: - Eu sou apaixonado por ela!

REGINA: - Você é um oportunista!

ALEX: - Não é verdade!

REGINA: - Você é um oportunista, um morto de fome que se vende por sexo. É isso que você é. Eu te pago e você transa comigo. É isso sim! E é assim que vai ser! A minha filha não vai fazer parte deste teu jogo!

ALEX: - Você não quer que a sua filha tenha o amor que eu não te dou.

Regina se cala.

ALEX: - A gente é só pele, Regina.

REGINA: - Eu jamais amaria um negro.

ALEX: - Até eu aparecer na sua vida.

REGINA (brava): - Você é um filho da mãe, Alex.

ALEX: - Você fez a sua escolha. Se você me quer fora da vida da Mariana, eu também não posso ficar na sua.

REGINA: - Vai me deixar, é isso?

ALEX: - Claro que vou. A partir de agora, vou lutar pelo que eu acredito. E eu acredito no meu amor pela Mariana.

REGINA: - Você não pode estar falando sério. (ri, debochada) A Mariana nunca mais vai olhar na sua cara! E outra, mesmo que ela quisesse, esse namoro entre vocês não daria certo. Ou você acha que a Mariana iria se sentir confortável numa festa com os amigos dela e você do lado? Num almoço na empresa do Osvaldo, apenas executivos ricos com suas famílias e você junto, destoando.

ALEX: - Chega.

REGINA: - Vai chegar um ponto que a Mariana vai se sentir incomodada com você do lado dela. Ela sentirá vergonha.

ALEX (nervoso): - Eu estou falando para você parar.

REGINA: - Gente como você, foi, é e sempre será vista em um patamar abaixo do nosso, Alex. É preciso respeitar isso. Cada um no seu devido lugar e pronto! Você foi metido a besta ao tentar namorar uma menina como a Mariana. Branca, rica, estudada... Achou que seria um conto de fadas? Romeu e Julieta? Não! Romeu e Julieta não existem! Ainda mais sendo interracial! Você precisa entender que gente como você só faz bem duas coisas: servir e trepar. As pessoas de bem não querem vocês como companhia.

ALEX (grita): - Já chega!

Regina se cala.

ALEX: - Quem não quer mais a sua companhia sou eu, Regina. E sabe por que? Porque agora eu descobri o quão podre você por dentro. O quão medíocre você é. O quão preconceituosa você é!

REGINA: - Eu estou falando o que é verdade! Você sabe que é verdade, não há nenhuma mentira nisso! Ou vai dizer que eu estou inventando?

ALEX: - Propagar esse tipo de pensamento segregador, racista e preconceituoso é o que você tem de pior em si mesma. Não pense que você me afeta dizendo tudo isso. Eu sei que é verdade e eu luto todos os dias para mudar essa realidade. Mas você, infelizmente, não terá chance de mudança. Se olhe no espelho, Regina. Teu espírito é podre. Sinto muito em ver que a pior espécie de ser humano está na minha frente agora, discursando suas falas de ódio, tudo que está entalado na sua garganta, formulado nos seus pensamentos... Ta aí, a verdadeira degradação humana ao vivo e a cores.

Regina fica sem reação. Alex sai do quarto, bate a porta. Regina sozinha, pensativa.

CENA 15. JOQUER. INT. DIA.

Diogo reunido com todos os funcionários para uma reunião. Rick encarando Bruno o tempo todo.

DIOGO: - E para encerrar a reunião, eu tenho uma novidade para vocês.

RICK: - Novidade?

DIOGO: - Sim. E vai ser bom para você também, Rick.

RICK: - Opa, gostei! Vou ganhar um aumento?! (risos)

DIOGO: - Melhor que isso. Vai ganhar um reforço para te ajudar nas atividades aqui dentro. A partir de hoje, o Bruno passa a ser supervisor financeiro da danceteria.

Os outros funcionários comentam. Rick fica sem reação, enquanto Bruno o encara.

CENA 16. HOSPITAL. QUARTO MATHEUS. INT. DIA.

Matheus na cama, quando Gustavo entra.

GUSTAVO: - Passei por suas amigas lá fora. Estavam bem animadas.

MATHEUS: - Elas são alegria em pessoa.

GUSTAVO: - Lindas as flores.

MATHEUS: - Gostou? Eu amei!

GUSTAVO: - É sempre bom receber carinho assim.

MATHEUS: - Carinho, atenção. Quem não gosta, não é?

GUSTAVO: - É verdade. Matheus, eu queria te pedir desculpas pelo o que aconteceu hoje de manhã. Meu namorado entrando aqui, como se estivesse em casa. Eu não gosto deste tipo de postura no meu local de trabalho e espero que você não tenha se sentido constrangido ou tendo sua privacidade invadida por isso.

MATHEUS: - Não precisa se desculpar por isso não, doutor Gustavo. Não me incomodei. Pra falar a verdade eu fiquei até com inveja. (risos)

GUSTAVO: - Inveja é?

MATHEUS: - Sim. De ter alguém do meu lado assim apaixonado por mim. Pelo pouco que eu vi, o seu namorado é apaixonado por você.

GUSTAVO: - Sim, ele é.

MATHEUS: - E você, é apaixonado por ele também?

GUSTAVO: - Por que você está me perguntando isso?

MATHEUS; - O fato de você me responder com outra pergunta já diz um pouco da sua resposta.

GUSTAVO: - Bem, a minha vida pessoal não está em pauta aqui. Vamos tratar da sua saúde.

MATHEUS (irônico): - Claro, desculpa se fui invasivo. (risos)

Gustavo sorri, enquanto se aproxima para verificar o soro. Matheus aproveita e toca a mão do médico, que o encara.

MUSIC ON: (Give me love – Ed Sheeran)

MATHEUS: - Eu só quero agradecer tudo o que você tem feito por mim. Muito, muito obrigado mesmo, de coração.

Os dois ficam a se olhar. Gustavo se aproxima e beija Matheus no impulso. Em seguida, se afasta, um tanto apreensivo e sai do quarto. Matheus encantado, leva os dedos aos lábios, pensativo sobre o beijo.

CENA 17. AGÊNCIA R3. SALA ILLANA. INT. DIA.

MUSIC OFF.

Ela entra, percebe um envelope no chão.

ILLANA: - Clínica médica? (olha o nome) É da Lisa.

Illana abre o exame e se surpreende.

ILLANA: - Positivo.

CLOSE nela, surpreendida.

ILLANA: - A Lisa está grávida!

CENA 18. MERCADO. EXT. DIA.

Paula se despede de Roberta e Fernanda e entra. As outras caminham pela calçada.

ROBERTA: - Olha só, Nanda, posso te fazer uma pergunta?

FERNANDA: - Claro, Roberta.

ROBERTA: - Eu até nem quis falar perto da Paula porque eu conheço a amiga que eu tenho e sei que ela vai ficar encucada com o que eu vou te perguntar.

FERNANDA: - Nossa, mas é tão chocante assim?

ROBERTA: - É.

FERNANDA: - Então fala logo, porque eu também quero saber!

ROBERTA: - Esse Diogo, ele é afim de você, não é?

Fernanda para com a pergunta da outra, que insiste.

ROBERTA: - Tá rolando alguma coisa entre você e ele?

CLOSE em Fernanda, encurralada.

CENA 19. CASA MILTON. SALA. INT. DIA.

Verônica, Carla e Milton, junto com Gabriel.

VERÔNICA: - Desde que vocês dois chegaram, estão calados, estranho.

CARLA: - Nada não, mãe. Relaxa.

GABRIEL: - Deve ser o cansaço. Andamos o dia todo. Esse trânsito do Rio deixa qualquer um assim.

VERÔNICA: - Por isso eu prefiro Europa. Aliás, estou louquinha para voltar.

CARLA: - Já, mãe?!

MILTON: - Já? Eu acho que ela já ficou por aqui por um bom tempo.

VERÔNICA: - Você fala de mim, mas eu sei que adora minha companhia, Milton. Nos damos melhor agora do que quando casados.

GABRIEL: - Fica mais um tempo, Verônica. Faz uma viagem pelo país. Que tal Nordeste?

VERÔNICA: - Deus me livre! Se é para passar calor, passo calor em Ibiza.

A campainha TOCA.

VERÔNICA: - Eu atendo.

E se levanta para abrir a porta. CAM revela Diogo do lado de fora.

VERÔNICA: - Diogo?!

DIOGO (entra, apressado): - Oi, Verônica.

CARLA: - Diogo? O que você está fazendo aqui?

DIOGO: - Eu quero saber que diabos deu na sua cabeça para jogar o carro em cima de mim e da Fernanda hoje de manhã? Ou achou que eu tivesse esquecido?!

Os dois se encaram.

 
     
     
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autor
Édy Dutra

colaboração
Diogo de Castro

elenco
Rafaela Mandelli como Fernanda
Andrea Horta como Paula
Henri Castelli como Diogo
Francisca Queiroz como Carla
Caetano O’Maihlan como Rick
Gabriela Durlo como Roberta
Sidney Sampaio como Matheus
Marcello Melo Jr como Bruno
Aisha Jambo como Lisa
Paulo Gorgulho como Arthur
Sônia Braga como Norma
Maria Ceiça como Isaura
Milton Gonçalves como Solano
Maurício Gonçalves como Lauro
Eliete Cigarini como Eliane
Léo Rosa como Gabriel
Bernardo Mesquita como Tito
Juliana Lohmamm como Bia
Roberto Bomtempo como João
Giuseppe Oristânio como Walter
Cinara Leal como Laisla
Felipe Folgosi como Danilo
Fernanda Nobre como Ivete
Eduardo Lago como Dr. Túlio
Aline Borges como Olívia
Cissa Guimarães como Verônica
Jonas Bloch como Milton
Gisele Fróes como Selma
Odilon Wagner como Humberto
Totia Meirelles como Tereza
Zecarlos Machado como Cristóvão
Zezé Motta como Helena
João Gabriel Vasconcellos como Pedro
Daniel Erthal como Vini
Maria Maya como Illana
José de Abreu como Osvaldo
Malu Galli como Regina
Luma Costa como Mariana
Jonathan Haagensen como Alex
Antônio Pitanga como Dionísio
Guilherme Winter como Gustavo
Pierre Baitelli como Tomás

trilha sonora
Amanhã ou Depois - Nenhum de Nós (Abertura)
Give me love – Ed Sheeran

produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO


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Proibida a cópia ou a reprodução

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