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Perfume - Capítulo 19

Novela de Luiz Gustavo
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CAPÍTULO 19 - JUSTIÇA
 
     
   
 

Música: Just Breathe - Pearl Jam

Levi anda em direção do carro na parte externa do palacete de Miguel Xavier, depois de uma rápida conversa com aquele homem, uma coisa é certa, tinha identificado um adversário à altura, existem muitas partes escondidas naquele jogo, que ele precisa encontrar. Tony, o espera escutando uma coletânea de grandes êxitos do Pearl Jam, sentado no banco do passageiro. Quando Levi entra no veículo começou a tocar a música Just Breathe, ele lembra-se de um jantar ao lado de Barbara Novak em 2010, em instantes sua visão atravessa o tempo e consegue contemplar aqueles momentos, os dois juntos conversando enquanto a cidade de Veneza completa o cenário. Ele pisca os olhos e volta ao mundo atual com o barulho do estralar de dedos do amigo, que o observa delirando. 

- O que aconteceu cara? Está bem? 
- Sim... 
- No que está pensando?

Tony abaixou o volume do aparelho sonoro. 

- Apenas na Barbara, é nisso ou a respeito da Pamela. 
- As duas mulheres do seu destino. 
- Com certeza. 
- Encontrou alguma pista? 
- Nenhuma, mas esse cara tem algo de estranho.
- Tipo?
- Um olhar desumano, como se as pessoas não fossem nada, só objetos.
- Ás vezes é só o jeito dele. 
- Não é apenas isso Tony, se você tivesse ido, ia saber. 

O aparelho celular começa a vibrar no bolso de Levi, trata-se do delegado da cidade, que tinha encontrado o verdadeiro assassino de Pamela, o telefone quase caiu do braço ao escutar aquelas palavras. Ele pisou os pés no acelerador e chegou rápido na delegacia, não podia ser verdade, talvez estava cego demais com as palavras, mas logo Jonathan Sampaio? O amante? Tony estava certo afinal? Um crime seguido de um ciúme doentio, no mesmo paradigma de Dom Casmurro? Isso não parece ser verdade, certamente é uma armação contra ao estudante de ciências socais.   

- Isso está estranho. 
- Eu sempre disse que foi um crime passional, Levi. 
- Esse tempo todo fui enganado? 
- O Jonathan foi esperto. 

Em poucos minutos o carro estaciona na frente da delegacia. Os dois varões entram no local, seguindo adiante para a sala do delegado que os aguardam acomodados na poltrona a frente de sua mesa. O rosto do homem parece estar um pouco abatido e inchado, certamente nem deve ter conseguido dormir na noite anterior. 

- Encontramos a única testemunha.
- Disso sabemos, descobriram algo em intermédio desse menino? – Indaga Levi. 
- Não foi por este motivo que prendemos o Jonathan.
- O que aconteceu?

Tony continua calado sentado na cadeira confortável, apreciando o diálogo.

- Recebemos algumas denúncias anônimas, nós dando diversas dicas, até chegarmos ao meliante e encontramos algumas coisas no iate da família Sampaio. As roupas usadas no dia do crime, uma máscara e algumas munições para a arma. 

Valentim boceja um pouco indolente. 

- Não estou acreditando nisso, delegado. 
- É de onde menos se espera que encontramos a verdade. 
- Ele e a minha irmã eram amantes.
- Um crime passional, se a Pamela não fosse dele, seria de outra pessoa? 
- Eu preciso conversar com ele. 
- Tem certeza? 
- Sim, ele não pode ter me enganado dessa forma. 

Levi é encaminhando para uma saleta totalmente escura na companhia de dois agentes militares, por um momento, imagina se um dia a polícia federal descobrir todos os seus delitos, como seria a vida engaiolado? Ele permanece abancado na cadeira de madeira, esperando, em seguida, Jonathan surge algemado com a face avermelhada. Levi não consegue enxergar a mentira no olhar daquele rapaz, não seria capaz de cometer tamanha brutalidade com uma pessoa que amou tanto, Jonathan não é um psicopata. 

- Tem como conversamos em particular?
- Qualquer coisa é só chamar.

O homem levanta a cabeça, deixando os dois sozinhos. Afinal, não tem como detento fazer algo contra a visita, pois permanece acorrentado na cadeira. 

- De mocinho á assassino, Jonathan. 
- Eu não matei a sua irmã, Levi. Só peço que acredite na minha pessoa. 
- Todo mundo nessa cidade quer te ver morto, mas eu não, acredito na sua inocência. 
- Sério? 
- Sim, você não seria estúpido o suficiente ao ponto de assassinar uma pessoa e continuar aqui em Arraial, teria que ser esperto para arquitetar esse plano e atirar contra uma pessoa com uma precisão digna de um serial killer, coisa que um amador não faz, você é um amador, certamente nunca pegou em um revolver, quanto mais em um fuzil. 
- Existem pessoas gigantes envolvidas nisso. 
- É apenas uma. 
- O Miguel Xavier. No dia em que eu sofri o acidente de carro, bem... – Jonathan fita o chão, pouco envergonhado das palavras que almejavam sair de sua cavidade bocal. No entanto, não tem como os vigilantes escutarem, está na parte externa do cômodo. – Eu me lembro desse dia perfeitamente, eu e a Pamela nós amamos sem regras naquela manhã em Pitinga, existiam tantos planos, sabe? Um casamento, filhos, netos, cachorros, mas tudo foi rápido demais, aquela tarde chegou a ser macabra, não apenas pelo acidente, mas por um recado que encontrei no iate da minha família, tinha um cadáver no barco e uma ameaça escrita a sangue, “Se afaste das coisas que não lhe pertencem”, quando telefonei para Pam, eu a disse que isso era coisa desse canalha, sempre soube, Levi. Nunca entendi o motivo dela não ter assumido a nossa relação. 
- Não está na sua cara? 
- O quê? 
- Ela morreu para te proteger, você sofreu um acidente que ninguém conseguiu desvendar, ela te amava de verdade, Jonathan. Em seus últimos dias de vida, não consegui reconhecê-la, sinceramente, era apenas uma boneca de porcelana, um fantoche. Me senti um pouco culpado de ter me afastado daqui durante todos esses anos, mas tive que construir a minha independência e salvar ela das garras da minha mãe, em qualquer lugar que a Pamela estiver, ela vai ter de perdoado a nossa progenitora, ela fez o que fez, para defender a filha, mas acabou por enterrando uma alma e depois um corpo. Não tenha medo, vou contratar um advogado, você vai sair detrás dessas grades em breve, eu prometo. 

 
     

 

     

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