
Meireles
Sinopse: O poema traz o mar como protagonista, alertando sobre os tesouros que possui e o risco que toda vida marinha está exposta devido ao uso do petróleo e seus derivados pela humanidade.
Ouço tudo o que pensa
Essa é minha recompensa
Quando você coloca a concha no ouvido
Para bisbilhotar, atrevido
O cantar de minhas ondas
Sereno pacificando corações, mesmo longe de minhas bordas
Sou oceano, generoso por natureza
Escondo inúmeras riquezas
Não falo de tesouros
Contidos em baús, ou de ouro
Provenientes dos ultrajantes
Naufrágios dos viajantes
Que em mim repousam, por vezes, contrariados
Após deitarem-se no fundo, em solo arenoso e amargo
Refiro-me aos meus inundados abismos esquecidos
Onde habitam os monstros dóceis e letais
Porém, desconhecidos
Vivem em sigilo, no rico reino dos marítimos animais
Sim! Agora tudo está em risco
Desde a jubarte ao marisco
Que coabitam meu interior
São dias de horror
Pensei ter enterrado fundo
O petróleo, proveniente dos moribundos
Antecessores de nossa era
Ah, quem me dera!
Poder dialogar com a humanidade que sequer considera
Enxergar que, poluindo o planeta, o seu próprio fim acelera.
CANTO DA TERRA
Terapeuta
Sinopse: Canto da Terra é um poema que exalta a importância de cuidar do planeta, abordando problemas ambientais como a poluição e a destruição das florestas. Com uma mensagem de esperança, destaca que pequenas ações podem fazer a diferença e convida todos a se unirem na preservação da natureza, celebrando a beleza da biodiversidade e o legado que deixamos para as futuras gerações.
Cuidar do planeta é um gesto de afeto,
Um compromisso sincero que devemos ter por certo.
Em cada passo dado na trilha do bem,
Sejamos todos juntos a voz da Terra também.
As chamas devoram florestas em fúria,
Destruindo lares, uma triste penúria.
Animais fugindo, sem rumo e sem paz,
Um grito silencioso que ecoa voraz.
O plástico se acumula nas praias e mares,
A vida marinha sofre em seus lares.
Tartarugas confusas, peixes a lutar,
Engolindo o que não deveriam encontrar.
O clima se altera, tempestades a crescer,
Secas prolongadas fazem o chão sofrer.
Gelo derretendo em altas temperaturas,
Um sinal claro de nossas loucuras.
Os rios que antes cantavam agora estão mudos,
Cobertos de lixo e poluição em tudo.
As cidades sufocadas pela fumaça e dor,
Um chamado urgente para um novo amor.
reciclar e reduzir nosso impacto,
Conectar com a natureza é um ato exato.
Escolher o que consumimos com consciência,
Fazer do meio ambiente nossa referência.
Assim como as flores que renascem na primavera,
A esperança renova em cada nova era.
Cuidar do meio ambiente é amar de verdade,
Um legado de vida para a humanidade.
O solo fértil clama por nossa atenção,
Cultivar com amor é nossa missão.
Respeitar os ciclos da vida que se entrelaçam,
E entender que todos nós nos abraçamos.
A energia do sol, um presente divino,
Usar com sabedoria é nosso destino.
Painéis que capturam a luz do dia,
Transformando em esperança nossa sinergia.
As águas dos rios dançam em alegria,
Mas precisam de cuidado e de harmonia.
Limpar as margens, proteger seu fluxo,
É garantir que a vida floresça em seu luxo.
Os polinizadores, pequenos e valentes,
Merecem o respeito de todos os presentes.
As abelhas, as borboletas em seu voo sutil,
São parte da trama que faz a vida febril.
A biodiversidade é um tesouro sagrado,
Cada espécie é única, cada ser amado.
Preservar a fauna e flora é um legado real,
Um compromisso eterno com a Terra imortal.
DOCES ÁGUAS DE VIDA
Ornélia Goecking Otoni
Sinopse: O poema fala sobre o Rio Doce
Seu nome sempre doce,
corre agora por caminhos leves, suaves.
Sacia a sede de muitos povos das gerais e do espírito, tão santo. Do seu curso nos oferece um manto.
Tem beleza, sustento, fartura, alimento.
Suas águas adoçam a vida, preservam o viço dos ribeirinhos,
banham as colheitas tal qual um lagarinho, purificam os peixes e o mar, que as recebe com reverência, força e carinho.
Um dia o lamaçal do minério tentou destruir seu leito, que outrora perfeito, sucumbiu na falta de oxigênio, e a cor do barro o tornou lúgubre, feio, heterogêneo.
Esses tempos o maltrataram, solaparam tanto, nem sei contar o quanto. Tal evento tão gritante, ultrajante, um sufoco, quase morreu, foi por pouco.
Mas as mãos de Deus abriram as portas do céu, fez jorrar chuvas de bençãos, deu novas esperanças aos cidadãos que gratos, comemoraram o advento dos novos grãos.
Agora deságua renascido, fluido, mais doce, mais vivo, tão igualmente querido.
Preservado, é encanto, acalanto, faz pulsar a vida, e dista da secura do mundo, que agora irrigado, rega o que é humano assim, certo, correto, profundo.
Conserva a vida do morador, mata a fome do pescador. Seu renascimento ensina aos humanos, por vezes tão profanos, que a vida não é subjetiva, mas só tem sentido quando é partilhada, generosa, coletiva.
O CHAMADO DE MÃE GAIA
Haroldo Ramanzini
Sinopse: Vivemos numa terra devastada. Secamos com o lago, o rio e o mar. Nessas condições de desastre ambiental, a Mãe Gaia nos chama com os seus mágicos encantamentos dos elementos naturais do planeta.
Haroldo Ramanzini
Sinopse: Vivemos numa terra devastada. Secamos com o lago, o rio e o mar. Nessas condições de desastre ambiental, a Mãe Gaia nos chama com os seus mágicos encantamentos dos elementos naturais do planeta.
Meus irmãos, agora,
no desespero desta hora,
depois que abrimos os portões
e entramos neste vasto cemitério,
estamos exilados e solitários,
trancados estamos no jazigo deste inferno.
Sepultamos o vento, o céu e a vida
por conta da nossa insensibilidade
ao cêntuplo multiplicada.
Meus irmãos, neste momento
em que secamos com o lago, o rio e o mar,
também fizemos calar o canto das aves
que se arrastam nos pantanais do chorume.
Meus irmão, agora,
somos nós que nos afogamos
submersos na poeira misturada
à fumaça envenenada.
De joelho, soluçamos
e choramos neste mundo acabado.
E o que os mata nesta terra devastada
é viver sem o jardim, a chuva e a onça pintada.
Meus irmãos, neste mundo malogrado,
ouçam comigo, solidários,
o chamado da nossa Mãe Gaia.
Meus irmãos, agora,
neste momento, Mãe Gaia
estende-nos a mão
e nos chama para nossa
sublime redenção,
com os naturais encantamentos.
dos seus mágicos elementos.
GAIA
Caronte
Sinopse: Termo Gaia se refere a mãe terra, à volta da poesia moderna na Europa no século XII e também à obra de Nietzsche, Gaia Ciência. O poema faz alusão implícita do multissignificado da palavra Gaia e faz um chamamento público a consciência as mudanças climáticas e a exploração desenfreada.
Gaia ciência!
Não. Sabedoria triunfante.
O que triunfa mesmo
É o momento de consciência.
A parte que a incomoda,
Ganância humana forte
E a batente exploração;
Igual a destruição desenfreada.
Ela chora e clama,
Filhos humanos sentem,
Sabendo do aumento
Das mudanças climáticas.
Gaia ciência!
Que a sabedoria toque
Os corações dos cientistas vivos
E dos mortos do mercado financeiro.
Que a razão se faça em cada coração
E corações se ocupem das mentes,
E que duplamente todos sintam.
Gaia, que por nós se regenere. Oh mãe terra!
.
TUDO ESTÁ INTERLIGADO
Luisa GarbazzaSinopse: O poema aborda o tema da natureza - criação divina - em sintonia consigo mesma e com os outros seres vivos. Também a necessidade de cuidarmos desse bem precioso, do qual somos todos dependentes.
No princípio, Deus criou o mundo:
céu, ar, terra e mares;
o homem, a mulher e outros seres viventes.
“E viu que tudo era muito bom!”
Havia sempre o dedo de Deus
em todas as coisas, em todos os lugares.
...
Hoje estou eu a contemplar!
Ainda há belezas, maravilhas sem par.
Em tudo a presença de Deus se espelha.
Olho para cima,
e os olhos se embriagam de tanto azul.
Azul que não se exalta
ao se ver invadido pelas nuvens:
brancas a brincar;
cinza a refrescar;
escuras, que se derramam.
Vêm umedecer os ares e molhar a terra.
Terra que se enfeita, floresce e se doa.
Terra que recolhe a água, alimenta-se e deixa-a ir.
É preciso o encontro dela com os rios e mares.
Mares que se espalham frente aos nossos olhos e,
quando não conseguimos mais avistar,
misturam-se com o céu em um azul sem fim.
...
É doce contemplar.
Aproveitemos sem danos, sem exagero, sem egoísmo.
Cuidar é preciso,
pois, no planeta Terra, “tudo está interligado”.
Nossa vez é agora.
Mais que contemplar, salvemos o que foi destruído.
Outros virão depois de nós.
PARA ONDE FORAM TODOS OS VAGALUMES?
William Bittar
Sinopse: Questionamento sobre o desaparecimento gradativo dos pirilampos.
Para onde foram todos os vagalumes?
Estavam ali, na boca da noite
Como filhotes de estrelas cadentes.
Para onde foram todos os vagalumes?
Estavam ali, bailando no ar,
Como luzernas de seres errantes.
Para onde foram todos os vagalumes?
Estavam ali, brilhando nos bosques
Como fosforescentes e mágicas folhas.
Para onde foram todos os vagalumes?
Estavam ali, flutuando nas águas
Como fragmentos luminosos de espuma.
A luz feérica devora a boca da noite.
O denso ar poluído compromete o bailado.
Bosques quedam envenenadas folhas.
Espumas tóxicas turvam as águas ex-límpidas.
Os vagalumes, com seu brilho ofuscado,
Sem parceiros para o baile do amor,
Retiraram-se para algum lugar, além de nós,
Predadores da vida, luz sem brilho,
Bailar sem amor, existir sem paixão.
Poema escrito por
Meireles
Terapeuta
Ornélia Goecking Otoni
Haroldo Ramanzini
Caronte
Luisa Garbazza
William Bittar
CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Gisela Peçanha
Paulo Mendes Guerreiro Filho
Pedro Panhoca da Silva
Rossidê Rodrigues Machado
Telma Marya
Bruno Olsen
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
REALIZAÇÃO

Copyright © 2025 - WebTV
www.redewtv.com
Todos os direitos reservados
Proibida a cópia ou a reprodução





Comentários:
0 comentários: