
Jorge Santoli
Sinopse: O poema celebra a resistência e organização das formigas, retratadas como dançarinas incansáveis em seu ecossistema.
Naturalmente vão às pressas todas as formigas
Em suas trilhas tortuosas pelas cascas do acapu
Sempre avante num ritmo de dar inveja
Semelhante às catirinas, dançarinas do maracatu
Que beleza infortuna ao descalçar as botas
Acomodando-me às sombras aconchegante de um cedro
Lanço os pés sobre a terra onde se encontra essa biota
Uma comunidade inteira que se alastrou sobre meus dedos
Pequeninas, ágeis e ferozes defensoras de suas fronteiras
Não se intimidam com cascos de quem quer que seja
De fronte avante apresentam-se logo as combatentes guerreiras
Sondam o visitante indesejado com ardor que em meu pé flameja
Curvo-me não por dor, mas por ver nelas
A geometria que nos falta: cada trilha um tratado
Cada mordida um sermão
Senhoras do micro, mestras do colossal ensinem-nos a ser
— Antes que o chão nos falte —
tão sábios quanto vossas antenas.
ONDE VAMOS EXISTIR?
Thalita Siqueira
Sinopse: Neste poema, a Terra pede socorro, mas o dinheiro é mais importante para os humanos.
Ela pede socorro em agonia,
mas quem escuta a sua dor?
As águas choram em maresia,
as nuvens cobrem o seu calor.
As árvores se vão, sem despedida,
o machado as leva ao chão.
Prometem uma nova vida,
mas sobra apenas poluição.
Águas mortas, peixes tristes,
florestas acabam por um triz.
O homem suja, o homem insiste,
mas quem limpa o que ele faz e diz?
O céu cinza, sem poesia,
os pássaros lutando pra voar.
E o verde já não brilha o dia,
sufoca e deixa sem respirar.
Os ricos vendem esperanças vazias
com promessas e cifrões.
Mas quem sente as próprias ânsias
doendo por causa das destruições?
Se a terra pede, se a terra implora,
até quando vamos fechar os olhos e fingir?
Se o mundo se desfaz, se a natureza chora,
quem terá onde existir?
A MENINA E A TERRA
Nicole Gennari
Sinopse: Em um mundo onde a natureza canta e os animais brincam livres, uma menina sente um amor profundo pelo meio ambiente.
Nos campos onde o vento dança,
onde o rio canta ao luar,
há uma menina, em esperança,
com olhos feitos de amar.
Ela abraça as árvores altas,
fala com aves pelo chão,
ouve as águas nas cascatas,
sente a vida em sua mão.
No mar azul, peixes brincando,
nos céus, um voo a se perder,
e ela ali, sempre sonhando,
em ver o mundo florescer.
Mas chora ao ver a dor que nasce,
o fogo a queimar o chão,
o rio seco, a folha em face,
de um tempo feito escuridão.
"Preservar é vida em flor,
é dar ao tempo um amanhã,
é proteger com puro amor
cada bicho, cada afã."
E onde passa, ensina a todos,
fala à terra como irmã,
cuida dos ninhos, solta os nós,
para que a vida siga sã.
Se cada um plantar cuidado,
se cada mão souber doar,
o mundo volta a ser sagrado,
pronto para sempre amar.
ATÉ QUANDO?
Isolti M. Cossetin
Sinopse: O poema é um apelo às ações negativas do homem para com a terra, para com o meio ambiente.
Na minha longínqua infância
Não tinha tênis nem sapato.
Andava descalço,
Sentia a terra em todas
As suas nuances:
Seca, molhada, fria, quente...
Meu tapete não era de veludo.
Era o chão sob à sombra
Das exuberantes árvores
Que enfeitavam o jardim
E o quintal.
Na minha ingenuidade de menina
Acreditava que a água
E as grandes florestas
Eram infinitas...
Que ledo engano de criança!
O tempo passou e eu cresci...
Hoje compreendo
O quão comprometido
Está o nosso MEIO AMBIENTE!
Diante desse cenário devastador
Eu pergunto:
Até quando o que deveria ser inteiro
Será só meio, fragmentado e vazio?
A natureza clama em seu desespero,
Os rios choram com suas águas turvas,
As florestas gritam em dor silenciosa,
Enquanto o homem ignora as consequências...
Cada árvore caída, é uma vida atingida.
O ar que respiramos, está poluído e denso,
As criaturas que fogem, sem lar ou proteção,
Clamam por socorro imediato.
Até quando viveremos nesse imenso
Desatino de um futuro sem abrigo?
Os mares se levantam em fúria e agonia,
As praias cobertas de plásticos e lixo...
Até quando a ganância será a nossa guia?
Até quando ficaremos indiferentes,
Comportando-nos como criaturas tão frias?
É tempo de acordar para a verdade,
De cuidar do que ainda podemos salvar,
Transformar a dor em solidariedade,
E fazer da TERRA o melhor
Lugar para morar.
ELEMENTOS
Raul Schaefer Filho
Sinopse: O poema trata dos elementos da natureza.
jorram as águas
águas
correm para o vale
engasgo
marias se afogam
tempos avessam
areias profusas invadem
ventos bailam
fogo apaga
volvem as águas
que fervem ao fogo
que cobrem areias
o vento vaga foge
das brasas
das águas
.
ESPETÁCULO EM VERDEPatricia de Campos Occhiucci
Sinopse: O poema fala sobre nossas ricas paisagens, infelizmente degradadas em vários pontos, mas que deveriam ser protegidas, recuperadas e mais apreciadas.
Uma campina verdejante
Onde as árvores e flores
Fazem festa de cores!
Cada vez mais sombras
Carregadas de frutas
Um céu de mais azul
Para condecorar a luta
Casa da criação, ao léu
Protegida e mui amada
Com cada vida, lição.
Quero isso da divindade
Justamente essa riqueza
Que já é nossa verdade
Mas, destruída, sem remorso
E por leviandades.
Uma injustiça sem tamanho
Falta de consciência
Não cuidar do patrimônio
Que também é nossa essência
Paremos com o automático
E o poderio enganador
O planeta tem paciência
Porém, cada devedor
Pagará sua penitência.
Eu fico aqui, na janela
Apreciando o espetáculo
Que o verde proporciona
E, que espero, nunca se acabe.
CICATRIZES DA TERRA
Jefferson Araujo
Sinopse: Cicatrizes da Terra é uma poesia que explora a relação entre a humanidade e o meio ambiente, revelando o impacto das ações humanas no equilíbrio natural.
Nos quadros do mundo há paisagens
onde outrora o verde dançava ao vento,
mas em cada horizonte, uma fissura,
um rasgar de tempo e terra,
cicatrizando em silêncio a dor do deserto.
E no passo a passo da humanidade,
o desequilíbrio é constante,
rios se dobram à seca,
florestas caem sem despedida,
e o ar, esse grito invisível, se esvai.
Assim tropeçamos no infinito,
eternizando a perda,
a ausência de raízes,
essa que arranca a alma do chão.
Junções nossas com a Terra
permeiam a sombra do que foi,
e se o abraço da natureza voltasse,
eu me deixaria petrificar em suas raízes,
ergueria muralhas de verde
para tropeçar,
cair
e florescer no seu amor.
Poema escrito por
Jorge Santoli
Thalita Siqueira
Nicole Gennari
Isolti M. Cossetin
Raul Schaefer Filho
Patricia de Campos Occhiucci
Jefferson Araujo
CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Gisela Peçanha
Paulo Mendes Guerreiro Filho
Pedro Panhoca da Silva
Rossidê Rodrigues Machado
Telma Marya
Bruno Olsen
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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