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Antologia A Magia do Natal: 8x05

Conto de Jacqueline Quinhões da Luz
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Sinopse: Tina cria um “vizinho oculto” para aproximar os moradores de sua vila, espalhando presentes artesanais marcados com um laço vermelho. A brincadeira ganha força e se espalha pelo bairro, despertando união e curiosidade. Sem saber, Tina torna-se a responsável por um movimento de alegria coletiva. Na véspera de Natal, ela é surpreendida pelos vizinhos, que retribuem seu gesto com gratidão e uma celebração inesquecível.

8x05 - O Misterioso Caso do Laço Vermelho
dJacqueline Quinhões da Luz

                    Estava chegando mais um fim de ano e Tina sabia que, com isso, viria mais um daqueles momentos que não gostava, os famosos amigos secretos. Ela não via muita graça, as pessoas sempre acabavam dizendo quem tinha tirado e lá se ia o segredo e a surpresa. Fazer só por fazer não lhe parecia interessante, precisava haver sentimento na brincadeira.

                    Ficou pensando: este ano não entraria em amigos secretos, só se fosse um diferente. Mas onde encontraria um assim?  E se ela pensasse em algo? Tina morava, desde que nasceu, em uma vila com vinte sobrados. Eram todos antigos moradores e amigos; embora sempre discretos, não interagiam muito e nem frequentavam a casa um do outro, mas eram amigos. Então, ela teve uma ideia.

                    Ia organizar um amigo secreto diferente e envolveria os moradores da vila. Sem que soubessem, estariam participando, e isso seria uma maneira de aproximá-los, afinal sempre achou muito estranho conviverem tantos anos juntos e nunca terem organizado nenhuma comemoração, é verdade que eram, em sua maioria, adultos, quase não tinham crianças, mas quem disse que adultos não podiam viver a alegria do Natal? Tina fazia Psicologia e, mesmo que não quisesse, acabava sempre observando reações e comportamentos. Seria interessante poder ver a reação das pessoas. Sabia que tinham um perfil discreto: jamais comentaria com alguém sobre a identidade de quem enviou o presente, muito menos a quem deram ou deixaram de participar; ela não teria coragem. Pela primeira vez, estava animada com a ideia de participar de um amigo secreto. Não queria chamar de amigo secreto, daria outro nome, quem sabe “vizinho oculto”.

                    A brincadeira seria a seguinte: Tina seria a primeira a dar o presente que não podia ser algo totalmente comprado, mas confeccionado de alguma forma, de preferência um enfeite de Natal. O presente iria com uma fita no embrulho, que deveria ser amarrada por quem o recebesse, em seu portão, assim sinalizando que já foi escolhido. Não deveriam comentar nada sobre a brincadeira até que em todas as casas tivesse a fita amarrada. Uma cartinha digitada com as orientações sempre seria repassada junto com o presente, o qual deveria ser colocado, sem que ninguém visse na casa do vizinho escolhido.

                    Tina escolheu a dona Era, uma pessoa incrível que topava tudo que levasse à diversão. Para esse presente, preparou uma guirlanda linda e colocou uma fita vermelha no pacote. Na cartinha, dizia: “Olá! Você está sendo convocado para uma brincadeira muito legal que vai funcionar da seguinte forma...”

                    À noite, já bem tarde, colocou o pacote na porta de dona Era, para que quando abrisse pela manhã visse o embrulho. Estava muito entusiasmada.

                    Na volta da faculdade, viu no portão de dona Era a fita vermelha amarrada e a guirlanda na porta. Tinha dado certo: o “vizinho oculto” estava em ação, refletiu Tina.

                    Nos dias seguintes, mais fitas amarradas nos portões surgiam e os vizinhos nada comentavam; apenas sua mãe que falou:

                    — Você notou que algumas casas estão com um laço amarrado no portão? Será que é moda? Acho que vou comprar um e colocar no nosso...

                    — Nãoooo, mãe. — disse Tina rapidamente. 

                    — Então tudo bem, filha.

                    Essa foi por pouco, pensou Tina. Já tinham fitas nas casas das vizinhas Rejane, Dona Maria, Olga, Dora, Seu Dilso e Seu Ludovico que, com dona Era, já somavam seis, ainda tinham quatorze casas para serem presenteadas pelo vizinho oculto, até que estava indo rápido, pensou Tina.

                    Tina ficou envolvida com os últimos trabalhos da faculdade e só via as fitas aparecendo nos portões. Notou que as pessoas, quando se encontravam, faziam questão de dar um abraço e estavam mais amáveis do que nunca. 

                    Quando passou na farmácia, viu algo que lhe chamou a atenção, o dono havia colocado na entrada uma fita vermelha. Tina ficou intrigada, seria coincidência? Mas sua ideia era que ficasse entre os moradores da sua rua... tinha esquecido de colocar nas instruções, mas tudo bem, isso tinha dado um toque a mais a brincadeira, considerou Tina. Seu único receio era que não dessem mais presentes aos de sua rua, que da farmácia seguisse para outros lugares, mas quando voltava, para sua surpresa, em outra casa da rua apareceu mais uma fita amarrada no portão. De alguma forma a brincadeira havia retornado para sua rua, isso deixou Tina aliviada. Não havia problema algum ultrapassar as casas vizinhas desde que todos dali tivessem recebido o presente.

                    No dia seguinte, sua mãe a acordou entusiasmada dizendo ter descoberto o segredo da fita vermelha nos portões. Quando abriu a porta para pegar o jornal, a mãe encontrou um lindo embrulho com uma fita vermelha e uma cartinha com instruções. Tina precisou se conter, teve vontade de rir. Sua mãe estava muito feliz e curiosa em saber quem tinha lhe dado o lindo enfeite de Natal feito artesanalmente. Era um boneco de neve lindo. Só de ver sua mãe feliz, Tina sentiu seu coração leve. Uma brincadeira que ela nem gostava estava levando para as pessoas uma sensação de mistério e felicidade.

                    Em pouco tempo todas as casas estavam com uma fita vermelha, e nem constava nas instruções que precisava ser dessa cor. E a brincadeira que parecia ter chegado ao fim, para surpresa de Tina, estava ainda em pleno andamento, pois outras casas fora da vila apareciam com uma fita vermelha no portão. Era até engraçado de ver. Até onde iria? Sua mãe comentou que tinha visto um homem tirando fotos de alguns portões com fita vermelha e decidiu lhe perguntar o porquê. Ele explicou que estava fazendo uma matéria para o jornal do bairro sobre o misterioso caso do laço vermelho. Tina não se controlou e deu risada.

                    — Caso do laço vermelho?

                    A mãe sem entender muito riu junto com a filha, mas ficou um pouco desconfiada. Já havia estranhado sua reação antes quando falou em colocar uma fita vermelha no portão, agora essa crise de riso. Esperou a Tina sair de casa e foi até seu quarto, olhou mas nada encontrou. Notou que o notebook estava ligado e resolveu olhar e lá encontrou a cartinha digitada com as instruções que tinha recebido junto do presente. Resolveu deixar tudo como estava para que Tina não desconfiasse de nada. Sem entender muito, mas bastante desconfiada, resolveu pedir ajuda à sua vizinha do lado. E lhe contou o que tinha visto. A vizinha ficou muito curiosa e foi conversar com a outra, que foi para a outra e em pouco tempo, sem que Tina pudesse imaginar, todos tinham conversado e chegado à conclusão de que ela era a responsável por todo bem-estar que a brincadeira de vizinho oculto tinha proporcionado a todos. Precisavam fazer algo para retribuir tanto carinho, tinham ficado tão emocionados em saber a autora da brincadeira, que nem procuraram saber quem tinha dado o presente e ainda era um vizinho oculto. A mãe de Tina ficou muito orgulhosa de ver os vizinhos tão gratos.

                    Enquanto Tina ficava entretida a observar o surgimento das fitas vermelhas, não percebia que sua mãe agia de forma estranha juntamente com algumas vizinhas, pareciam combinar algo que Tina nem imaginava.

                    Os dias passavam, e o jornalista ficava cada vez mais interessado pelos laços vermelhos que continuavam a surgir em locais cada vez mais distantes de onde supostamente haviam surgido.

                     Já era quase véspera de Natal e Tina pensava em uma forma de reunir os vizinhos para que pudessem descobrir quem lhes tinha dado o presente. Pensou, pensou e resolveu organizar na véspera do Natal um encontro com todos ali mesmo na vila.  Fez cartõezinhos onde convidava os vizinhos a estarem reunidos na véspera do Natal na parte da tarde, pois saberiam quem era o seu vizinho oculto. 

                    No dia marcado, sua mãe lhe pediu que buscasse na confeitaria um bolo que havia encomendado, Tina ficou apreensiva pois não ficava perto e temia se atrasar para o encontro dos vizinhos. Na verdade a mãe tinha arrumado uma maneira de tirar Tina de casa.

                    Como já imaginava, acabou atrasando e andou o mais rápido que pôde para chegar à rua logo e ver se já tinham todos os vizinhos aguardando, mas não havia ninguém na rua, apenas a neta de sua vizinha que veio lhe ajudar com o bolo e lhe entregou um cartãozinho que dizia: “Você está sendo convocada para uma brincadeira de vizinho oculto, agora deve colher, de cada laço vermelho que encontrar, a rosa presa nele. Quando chegar na última casa irá entender”. Tina sentiu seu coração acelerar e seguiu a instrução. Quando chegou na frente da última casa, havia uma mesa com um lindo laço vermelho e um cartão que dizia:

                    “Receba essas rosas como prova de nossa gratidão por nos ter proporcionado momentos de união, carinho e felicidade.”

                    O cartão estava assinado por todos os vizinhos que ao toque de uma linda música de Natal, foram saindo das casas com pratos de doces nas mãos que iam sendo colocados na mesa. Tina pensava em fazer uma surpresa para todos, mas acabou sendo surpreendida por seus vizinhos ocultos e isso a deixou muito feliz. Uma vila que nunca tinha feito uma comemoração em conjunto, teve sua primeira festa de Natal e tudo graças a uma brincadeira iniciada por Tina. No bolo que foi buscar, estava escrito “GRATIDÃO TINA”, como estava na caixa fechada, na pressa nem tinha visto.

                    Estavam se abraçando e revelando quem era o vizinho oculto de quem, quando viram chegar um carro do jornal do bairro e dele desceram o fotógrafo e jornalista para registrar aquele feliz momento. Tudo parecia perfeito, mas Tina tinha ainda uma dúvida. Como a brincadeira ultrapassou os limites da rua e ganhou outros bairros?  Isso foi explicado pelo jornalista que acabou descobrindo em suas entrevistas. A mãe do dono da farmácia morava na rua e ele tinha visto quando ela recebeu o presente e as orientações. Gostou tanto da ideia que resolveu fazer uma cópia do cartãozinho e estender a brincadeira com seus clientes e assim não só a rua toda recebeu um laço vermelho nos portões, mas o bairro inteiro. Estava solucionado o misterioso caso do laço vermelho.

                    Havia muitos vizinhos ocultos, felizes e gratos pelo carinho que a brincadeira promovia e para Tina isso era muito mais do que tinha pensado ser possível fazer. Aquele realmente não era apenas um simples amigo secreto sem graça, mas algo muito especial, capaz de promover a união entre as pessoas e despertar o mais lindo dos sentimentos que existem: o amor ao próximo e tornar o Natal muito mais do que especial... mágico.                

Conto escrito por
Jacqueline Quinhões da Luz

Tema de abertura
Jingle Bell Rock

Intérprete
Glee

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima Gisela Lopes Peçanha Paulo Mendes Guerreiro Filho Rossidê Rodrigues Machado Telma Marya

Produção
Bruno Olsen


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO



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