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Norton Bates: Capítulo 01

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VALE A PENA LER DE NOVO: NORTON BATES - CAPÍTULO 01

FADE IN
 
CENA 01 - INT. FLORESTA. NOITE
 
P.O.V. De alguém que está deitado na grama. Sua visão é turva. A única coisa que parece ver são três rostos de homens agachados sobre ele.
 
HOMEM 1: Ainda tá vivo!
 
HOMEM 2: Vamo abrir espaço pra ele respirar.
 
A pessoa com a voz enfraquecida, começa a murmurar, revelando tratar-se de um homem.
 
HOMEM 3: Ele tá falando alguma coisa!
 
HOMEM 1: Vamos fazer silêncio pra escutar.
 
PESSOA (Voz embargada): Norton Bates! Nor... Norton Bates...
 
Os três homens se olham sem entender do que se trata.
 
FADE OUT
 
Som de um ônibus de turismo chegando em sua parada final.
 
FADE IN
 

CENA 02 - INT. ÔNIBUS. DIA
 
No final do ônibus, num banco em frente à janela que está fechada pela cortina. Está PAUL STANLEY, seus 35 anos, que acabou de acordar e vê que todos já desceram do veículo. O motorista se aproxima.
 
MOTORISTA: Norton Bates! Chegamos, senhor.
 
PAUL STANLEY (Se localizando no tempo e espaço): Sim... Obrigado.
 
PAUL abre a cortina da janela e vê o movimento na rodoviária. Se levanta, pega as malas no bagageiro e caminha para sair do ônibus.
 
CENA 03 - EXT. RODOVIÁRIA. DIA
 
PAUL sai do ônibus e contempla o local.
 
CENA 04 - EXT. RUA DO HOTEL. DIA
 
Um táxi para em frente ao hotel. PAUL sai do veículo e entra nele.
 
CENA 05 - INT. HOTEL. DIA
 
PAUL assina o livro de hóspedes no balcão enquanto o RECEPCIONISTA pega a chave do quarto.
 
RECEPCIONISTA (Entregando a chave): Quarto quinhentos e dois.
 
PAUL (Pegando a chave): Obrigado.
 
RECEPCIONISTA: Bem-vindo a Norton Bates, senhor.
 
PAUL: Obrigado.
 
PAUL pega a mala e sobe as escadas.
 
CENA 06 - INT. HOTEL/QUARTO DE PAUL. DIA
 
PAUL abre a porta, entra e acende a luz. Coloca a mala na cama e vai até a janela. Abre e passa a olhar o movimento na rua. Vê que a cidade é de aparência tranquila e dá um suspiro aliviado.
 
CENA 07 - INT. BAR . NOITE
 
Lugar bastante frequentado, porém reflete o clima tranquilo da cidade, incluindo a música ambiente que é apenas o solo de um piano ao fundo. Mesas distribuídas no local e pessoas sentadas sobre elas. Numa delas, um grupo de idosos jogam baralho enquanto bebem e fumam. Outras estão sobre o balcão enquanto bebem.
 
PAUL entra e ainda próximo a porta dá uma panorâmica no ambiente. Um dos GARÇONS o avista e lhe sinaliza uma mesa vazia. PAUL se aproxima e senta-se nela.
 
GARÇOM (Limpando a mesa): O que vai ser?
 
PAUL: Um coquetel de frutas.
 
GARÇOM: E para comer?
 
PAUL: Por enquanto nada.
 
O GARÇOM passa a encarar PAUL.
 
GARÇOM: Posso lhe fazer uma pergunta?
 
PAUL: Claro.
 
GARÇOM: É novo aqui na cidade, não?
 
PAUL: Sim.
 
GARÇOM: E deixe-me adivinhar: Veio para cá por recomendação médica, não é verdade?
 
PAUL: Como sabe disso?
 
GARÇOM: Não é o primeiro caso. E diga-se de passagem, não poderia ter vindo a melhor lugar.
 
PAUL: Fico feliz em saber disso.
 
GARÇOM: Muitos como o senhor acabam vindo para cá e realmente encontram a cura.
 
PAUL: Ótimo.
 
GARÇOM: Pra lhe ser sincero. Não creio que exista melhor lugar do que Norton Bates.
 
Mais adiante, no balcão, está um HOMEM GRISALHO, de seus 45 anos, que estava prestando atenção à conversa. Vê que o GARÇOM se retira, vira sua bebida de uma golada só e se aproxima da mesa de PAUL.
 
HOMEM GRISALHO: Posso me sentar por um instante?
 
PAUL (Receptivo): Por favor.
 
O HOMEM GRISALHO senta-se em frente a PAUL.
 
HOMEM GRISALHO (Estendendo a mão): Sou John Fuller.
 
PAUL (Retribuindo o gesto): Paul Stanley.
 
FULLER passa a ficar inquieto. Olha para um lado e para o outro. Se aproxima o máximo que pode do rosto de PAUL como se fosse contar-lhe um segredo.
 
FULLER: Não acredite nas coisas que ouvir sobre este lugar.
 
PAUL: Não entendi.
 
FULLER: Não é o primeiro que vem pra cá achando que vai se curar de seus traumas.
 
PAUL: Eu sei disso.
 
FULLER: Não, você não sabe. Também vim pra cá acreditando nisso. Que este é o melhor lugar que existe. Mas não é.
 
PAUL: O que você quer de fato, amigo?
 
FULLER: Te alertar.
 
PAUL: Me alertar?
 
FULLER: Acha que vai poder sair daqui quando quiser?
 
PAUL: Não quando quiser. Quando estiver pronto. Me sentir curado do meu problema.
 
FULLER: Esta é a questão. Não vai ficar curado. Seus pesadelos não vão embora.
 
PAUL passa a expressar um ar tenso diante do que ouviu.
 
FULLER: Ainda sofro com meus pesadelos. E já perdi as contas das vezes que tentei sair desta cidade. Sempre acontece algo na estrada que impede os veículos de saírem daqui. Isso não é estranho?
 
O GARÇOM surge com o suco e FULLER para de falar.
 
PAUL: Não quero ouvir mais nada, senhor Fuller...
 
O diálogo é novamente interrompido quando uma IDOSA esbarra na mesa derrubando o suco.
 
O SENHOR IDOSO que a acompanhava a segura pelo braço.
 
SENHOR IDOSO: Margareth, veja o que você fez!
 
O SENHOR IDOSO segura MARGARETH pelo braço e se dirige para JOHN FULLER e PAUL.
 
SENHOR IDOSO: Me desculpem.
 
PAUL: Está tudo bem.
 
MARGARETH num gesto brusco se solta do SENHOR IDOSO e se vira para PAUL e JOHN FULLER.
 
MARGARETH: Os cães são perigosos! Muito perigosos!
 
SENHOR IDOSO: Margareth, já falei pra parar com isso!
 
O SENHOR IDOSO mais uma vez segura fortemente MARGARETH pelo braço e a leva dali a força.
 
PAUL olha o casal sair do recinto com espanto.
 
FULLER: Eu sei bem do que ela está falando! Do seu pesadelo! É pra isso que ela veio pra esta cidade. Se curar do seu pavor que tem dos cães! Mas acho que não vai conseguir.
 
PAUL: Senhor Fuller eu não quero ouvir mais nada! Por favor. Saia da minha mesa antes que eu seja obrigado a agir com deselegância.
 
FULLER apenas o encara com seriedade.
 
FULLER: Ainda vai me dar razão, senhor Stanley.
 
FULLER se levanta e se retira do bar. Um dos SENHORES que está na mesa de jogo, ainda com as cartas na mão, observa a expressão de desagrado de PAUL.
 
SENHOR 1: Este Fuller não se manca. Vive fazendo propaganda negativa da cidade.
 
SENHOR 2 (Interrompendo): Devia era ter mesmo morrido afogado naquela inundação.
 
PAUL mantém uma expressão assustada.
 
CENA 09 - EXT. FLORESTA. NOITE
 
A cena inicia mostrando dois pés usando botas correndo de maneira desenfreada pela floresta. É possível ouvir também a respiração ofegante da pessoa.
 
Mais adiante, alguém usando um sobretudo preto corre atrás da pessoa que usa botas. Num dado momento, a pessoa de sobretudo aponta uma arma. Seu rosto é revelado, trata-se de PAUL STANLEY.
 
PAUL: Acabou pra você!
 
O HOMEM DE BOTAS para de correr. Coloca as mãos atrás da cabeça e se vira para PAUL que se encontra em frente a ele um pouco distante. O encara com ódio.
 
PAUL de arma em punho caminha sorrateiro para buscá-lo. Pisa na grama e percebe que a grama é oca e cai num imenso buraco.
 
CENA 10 - INT. BURACO. NOITE
 
PAUL está caído mas consciente. Tenta se levantar quando começa a ouvir som semelhante a chocalhos. Repentinamente é atacado por um bando de cobras que estão em toda parte de seu corpo. Desesperado começa a gritar.
 
CENA 11 - INT. QUARTO DO HOTEL . DIA
 
PAUL desperta assustado. Respira ofegante e observa onde está. Olha para seu relógio de pulso e vê que já é de manhã. Passa a ouvir um som de celular. Abre a gaveta da cabeceira e retira o aparelho. Olha no visor e se espanta ao verificar que mesmo tocando, ele mostra estar fora de área. Atende.
 
PAUL: Alô?
 
Passa a ouvir do outro lado o som de uma voz sinistra.
 
VOZ SINISTRA: Não se esqueça quem você é.
 
PAUL: Quem fala?
 
VOZ SINISTRA: Não se esqueça quem você é!
 
PAUL desliga assustado. Mantém-se intrigado.
 
CENA 12 - INT. LANCHONETE. DIA
 
Movimento modesto. DAVID BURTON, 25 anos, entra e se acomoda em um dos bancos. Olha o ambiente e vê duas GARÇONETES servindo nas mesas. Mais adiante, vê uma JOVEM LOIRA, igualmente vestida de garçonete, bonita e encantadora atrás do balcão fazendo umas anotações. DAVID olha com fascínio para ELA.
 
A outra GARÇONETE se aproxima
 
GARÇONETE 1: Bom dia. O que vai ser?
 
DAVID custa a voltar.
 
GARÇONETE 1: Senhor.
 
DAVID: Sim.
 
GARÇONETE 1: Estou aqui para anotar seu pedido.
 
DAVID: Ah, claro. Se incomodaria se eu fosse atendido por aquela mocinha ali?
 
Ao apontar para o balcão. DAVID vê que a JOVEM LOIRA já não está mais lá. Se desconcerta.
 
DAVID: Tudo bem... Vou ser atendido por você mesma...
 
A GARÇONETE se prepara para anotar o pedido.
 
DAVID: Ovos com bacon e café.
 
A GARÇONETE termina de anotar e se retira. DAVID vê a LOIRA surgindo do fundo da lanchonete.
 
ELA percebe que DAVID a encara e lhe abre um lindo sorriso.
 
DAVID corresponde. Sente vontade de se aproximar mas hesita.
 
PAUL entra e se acomoda num banco próximo ao de DAVID.
 
A outra GARÇONETE se aproxima da mesa de PAUL.
 
O SENHOR IDOSO, o mesmo da cena do bar, surge na porta e caminha até o balcão.
 
PAUL pede licença a GARÇONETE que o atendia e se aproxima do balcão.
 
PAUL: Com licença, senhor.
 
O SENHOR IDOSO olha para trás e se esforça para lembrar-se dele.
 
SENHOR IDOSO: O senhor não estava ontem no bar?
 
PAUL: Sou Paul Stanley.
 
O SENHOR IDOSO estende a mão e se cumprimentam.
 
SENHOR IDOSO: Scott Berman
 
PAUL: Senhor Berman, por favor, lhe convido para se sentar em minha mesa.
 
SCOTT BERMAN: Não vou poder me demorar. Vim apenas comprar o café de Margareth. Deixei ela ainda dormindo.
 
PAUL: Não vou tomar muito do seu tempo. Por favor.
 
PAUL encaminha SCOTT para sua mesa e se dirige à GARÇONETE.
 
PAUL: Por favor, duas xícaras de café.
 
SCOTT senta-se em frente a PAUL.
 
SCOTT: Engraçado, senhor Stanley. Eu é que deveria lhe pagar um café, pelo prejuízo de ontem no bar.
 
PAUL: Não se incomode com isso. Na verdade lhe chamei até aqui por ter me impressionado um pouco com o comportamento de sua esposa.
 
SCOTT respira fundo antes de responder. Demonstra constrangimento.
 
A GARÇONETE volta com as xícaras de café e serve os dois.
 
SCOTT toma um bom gole do café antes de prosseguir.
 
SCOTT: Margareth e eu estamos aqui por recomendação médica.
 
PAUL: Aquele homem, Fuller. Ele me falou algo a respeito.
 
SCOTT: Mas não estou vendo melhora no quadro dela.
 
PAUL: Senhor Berman, ela repetia compulsivamente uma frase que se referia aos cães. Não entendi o que queria dizer.
 
SCOTT passa a ficar cabisbaixo. Expressa em seu rosto uma dor intensa.
 
SCOTT: Não tenho nem como culpar o estado dela diante do que nos aconteceu.
 
PAUL passa a sentir-se curioso.
 
PAUL: O que aconteceu com vocês?
 
SCOTT: Já fazem dois anos, senhor Stanley. Dois anos que a desgraça se abateu sobre nossa família.
 
Pause
 
SCOTT (Continuando): Havíamos planejado um final de semana maravilhoso em nossa casa de praia. Eu, Margareth, minha filha e minha neta adolescente. Fazia mais de um ano que eu e Margareth não as víamos. Fiquei tão feliz por estar diante delas novamente.
 
Pause
 
SCOTT (Continuando): Mas nada do que tínhamos planejado aconteceu. Eu e Margareth vimos tudo desmoronar quando entramos na casa. Não sei explicar o que houve. Os cães que tomavam conta da casa nunca haviam estranhado nenhum de nós. Mas daquela vez acabou sendo diferente.
 
SCOTT começa a mudar o tom de voz. Fala entre soluços e chora de maneira contida.
 
SCOTT: Não houve tempo para impedi-los. Assim que notaram a presença de minha filha e minha neta. Eles as atacaram e só largaram delas depois que tudo havia sido consumado.
 
PAUL olha para SCOTT penalizado.
 
PAUL: Senhor Berman. Eu sinto muito. Posso imaginar como deve ter sido terrível para o senhor e para sua esposa.
 
SCOTT: Margareth nunca mais se recuperou. A morte delas é algo que jamais esqueceremos. Acho que foi inútil ter vindo pra esta cidade.
 
PAUL: Me responda mais uma pergunta?
 
SCOTT: Sim, claro.
 
PAUL: Diante destes questionamentos, o senhor já pensou em sair da cidade?
 
SCOTT: Uma vez...
 
PAUL: E por que voltou atrás?
 
SCOTT: Eu não voltei atrás. Houve uma tempestade na estrada e o ônibus teve que retornar.
 
PAUL se surpreende. Imediatamente lembra-se das palavras de FULLER.
 
FULLER (V.O): Acha que vai conseguir sair daqui quando quiser?
 
SCOTT bebe a última golada do café e se levanta.
 
SCOTT: Preciso ir, senhor Stanley. Vou pedir o desjejum de Margareth e levar pra ela. Obrigado pelo café.
 
PAUL: Obrigado pela companhia, senhor Berman.
 
SCOTT: A cidade é bem pequena. Certamente ainda nos encontraremos.
 
SCOTT vai até o balcão. PAUL permanece pensativo.
 
FULLER entra no recinto. Ao avistar PAUL, se aproxima.
 
FULLER: Posso me sentar?
 
PAUL: Pensei ter sido claro quando lhe mandei sair de minha mesa ontem no bar.
 
FULLER persiste. Senta-se assim mesmo.
 
FULLER: Prefiro acreditar que foi um convite às avessas.
 
FULLER olha para o balcão e vê SCOTT no balcão pegando o café de MARGARETH para viagem. Antes de sair acena para PAUL.
 
FULLER: Esteve falando com ele, não?
 
PAUL: Isso não lhe interessa.
 
FULLER: Aposto que sim... Ele te contou sobre os cães? Aposto que também te contou que tentou ir embora daqui com a mulher e não conseguiu.
 
PAUL (Irritado): Não vou lhe dizer nada. Nada pra alimentar a sua paranoia!
 
FULLER se torna enérgico. Segura firme no braço de PAUL.
 
PAUL: Largue meu braço!
 
FULLER: Tá vendo aquele rapaz ali, se empanturrando com Bacon?
 
FULLER aponta na direção de DAVID que na outra mesa come distraidamente seu prato de ovos com Bacon.
 
FULLER: O nome dele é David Burton. Sabe por que está aqui? Eu te digo! Viu a mulher ser estuprada e morta durante um assalto em sua residência. Ele parece calmo, não é? Talvez até ache que vai conseguir superar tudo nesta cidade. Mas cedo ou tarde, ele vai ficar como Margareth. Acho que isso vai acabar acontecendo com todos nós.
 
PAUL se solta violentamente de FULLER.
 
PAUL: Pouco me interessa os problemas alheios. Já tenho os meus!
 
FULLER: Olhe pros meus ouvidos. Olhe, bem de perto!
 
PAUL olha.
 
FULLER retira um tapa ouvido de cada ouvido.
 
FULLER: Sabe por que uso isso? É a única maneira que encontrei de suavizar o som que não consigo parar de ouvir. O som da água. Seja em qualquer lugar, este som me perturba. Pra me fazer lembrar da tragédia que me aconteceu. O meu maior pesadelo. A inundação que quase me vitimou. Pensei que não fosse sobreviver, Paul. E você? Me diga: Por que veio pra esta cidade? O que te aconteceu? Seja o que for, seu pesadelo está longe do fim...
 
PAUL se levanta em atitude tirana.
 
PAUL: Não tenho nenhuma tragédia pra te contar, Fuller. Sei o quanto se alimenta com elas. Mas comigo não vai conseguir nada!
 
PAUL pega dinheiro da carteira, deixa na mesa e se retira deixando FULLER com expressão sinistra.
 
CENA 13 - INT. CORREDOR DO HOTEL. DIA
 
O elevador surge. PAUL sai de seu interior e caminha até a porta de seu quarto. Retira a chave do bolso. Ao colocar na fechadura e colocar a mão na maçaneta, é interrompido pela mesma VOZ SINISTRA que ouviu em seu celular. Desta vez, ela ecoa pelo corredor.
 
VOZ SINISTRA: Nunca se esqueça quem você é!
 
PAUL olha assustado e percebe que a voz veio da direção da escada. Neste momento, ouve alguém bater a porta. Se afasta da porta de seu quarto e caminha sorrateiro até lá. Abre a porta que dá para as escadas. Volta a ouvir a voz repetindo a mesma frase e o som da porta que dá para o andar de baixo batendo... Vai descendo os degraus com cautela até chegar no último degrau que dá para o andar inferior. Abre a porta e surge no andar. Se surpreende com o que vê.
 
P.O.V. De PAUL. Próximo a escada deste andar, está o mesmo HOMEM DE BOTAS que PAUL perseguiu em seu pesadelo na floresta. O HOMEM DE BOTAS olha para ele com olhar sinistro.
 
PAUL se assusta ao ver que os olhos do HOMEM DE BOTAS são idênticos aos olhos de uma serpente.
 
CENA 14 - INT. QUARTO DO HOTEL. NOITE
 
PAUL desperta assustado. Está na cama e respira ofegante. Pega seu relógio na cabeceira e vê que anoiteceu. Mantém-se pensativo.
 
CENA 15 - INT.SALA DA RESIDÊNCIA DE SCOTT E MARGARETH. NOITE
 
A imagem da tevê exibe um filme em branco e preto mostrando Fred Asteire Ginger Rogers em um número musical.
 
Diante da Tevê, está MARGARETH bastante entretida com o filme. SCOTT desce as escadas, pega o controle remoto em cima da tevê e desliga.
 
SCOTT: Hora de dormir, querida.
 
MARGARETH: Já fechou as portas e as janelas?
 
SCOTT: Margareth, está tudo bem. Vou te levar pro quarto.
 
MARGARETH: E os cães? Prendeu eles?
 
SCOTT: Marggie querida... Já disse que não existem cães aqui. Já falamos várias vezes sobre isso...
 
MARGARETH (Num delírio): Mas eu os ouço todos os dias. Rosnam para mim.
 
SCOTT: Vamos pro quarto, querida... Você precisa mesmo dormir. Vamos.
 
SCOTT pega MARGARETH pelo braço. Os dois caminham até a escada e sobem.
 
CENA 16 - INT. QUARTO DE SCOTT E MARGARETH. NOITE
 
SCOTT acomoda MARGARETH na cama. Cobre ela e beija sua testa.
 
SCOTT: Durma com Deus.
 
MARGARETH: Não vem dormir?
 
SCOTT: Não se preocupe comigo. Estou sem sono, querida. Vou ver só mais um pouco de televisão e volto logo. Durma tranquila.
 
SCOTT apaga a luz e sai do quarto.
 
MARGARETH se vira de lado e fecha os olhos.
 
CENA 17 - INT. SALA DA RESIDÊNCIA DE SCOTT E MARGARETH. NOITE
 
SCOTT surge na sala, pega o controle da tevê, liga e acomoda-se no sofá.
 
A imagem da tevê continua mostrando o mesmo filme de FRED ASTEIRE.
 
SCOTT olha para o filme mas sua expressão demonstra que ele não está concentrado no que vê. Parece bastante angustiado.
 
CENA 18 - INT. QUARTO DE SCOTT E MARGARETH. NOITE
 
MARGARETH está deitada do mesmo modo que na cena anterior. Olhos fechados e respiração tranquila.
 
Um som de cão rosnando passa a ser ouvida no ambiente.
 
MARGARET abre os olhos e senta na cama assustada.
 
O som cessa.
 
MARGARETH olha ao redor do ambiente e nada vê.
 
Mantém-se assim por um tempo e se tranquiliza. Volta a deitar e fecha os olhos para dormir.
 
CENA 19 - INT. SALA DA RESIDÊNCIA DE SCOTT E MARGARETH. NOITE
 
A imagem da tevê mostra mais um número de dança no filme de FRED ASTEIRE.
 
SCOTT já está recostado no sofá. Suas pálpebras pesam indicando que está quase dormindo.
 
CENA 20 - INT. QUARTO DE SCOTT E MARGARETH. NOITE
 
MARGARETH já pegou no sono.
 
A luz acende repentinamente sozinha. MARGARETH desperta com a claridade e senta-se na cama. Passa a expressar medo. Se levanta rapidamente e vai até a porta para sair do quarto. Se assusta ao constatar que ela está trancada. Bate desesperada enquanto chama por Scott. Ouve novamente o rosnado de cães.
 
Diante dela estão dois cães ferozes que rosnam e latem para ela.
 
MARGARETH dá um grito de pavor.
 
CENA 21 - INT. SALA DA RESIDÊNCIA DE SCOTT E MARGARETH. NOITE
 
SCOTT, que já cochilava, desperta com o grito. Se levanta e sobe as escadas correndo.
 
SCOTT: Margareth!
 
CENA 22 - INT. QUARTO DE SCOTT E MARGARETH. NOITE
 
MARGARETH continua gritando assustada.
 
Os cães continuam latindo e acabam avançando em sua direção.
 
CENA 23 - INT.CORREDOR DA RESIDÊNCIA DE SCOTT E MARGARETH. NOITE
 
SCOTT surge correndo e vai até o quarto. Ouve MARGARETH gritar desesperada.
 
Tenta abrir a porta e não consegue. Tenta arrombar e não tem forças. Os gritos de MARGARETH repentinamente cessam. SCOTT volta a bater na porta.
 
SCOTT: Margareth! Responda! O que aconteceu? Abra a porta pra mim!
 
SCOTT passa a ouvir também um estridente rosnado e olha para a sua direita.
 
No final do corredor vê os mesmos cães ferozes que atacaram MARGARETH no quarto.
 
SCOTT se assusta. Tenta se afastar bem devagar deles.
 
Os cães começam a latir e correm em sua direção.
 
SCOTT começa a correr assustado na direção da escada.
 
Um dos cães salta sobre ele fazendo com que role as escadas.
 
CENA 24 - INT. SALA DA RESIDÊNCIA DE SCOTT E MARGARETH. NOITE
 
O corpo de SCOTT está caído enquanto os cães avançam violentamente sobre ele para devorá-lo.


autores
Marco Souza e Tina Welch

elenco
Kevin McKidd como Paul Stanley
Joe Pantoliano como John Fuller
Michael Gambon como Scott Berman
Judi Dench como Margareth Berman
Jared Padalecki como David Burton
Mark Boone Junior como Benjamin Gray
Bryce Dallas Howard como Jenny
 

trilha sonora

Insomnia - Epica
 

produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.



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