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Antologia Poemas da Terra: 1x04

Antologia Poemas da Terra
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RIO (OU CHORO?)
Guimarães Pena
Sinopse:
Lembranças do Rio São João, onde me banhava quando criança... Hoje, um caminho largo de pedras e cascalho...

Rio

Diverso da classe dos rios, o alagado
preencheu o entorno dos pântanos, na água
franjada por juncos e por outros valados,
entre os ribeirões ou canais, assim denominados.

Mas ainda há réstias de vida de primavera no rio plácido...
Ele é um rio menor, rio de hora agendada, que
sempre volta suas águas para a proa da terra,
como o pescoço de um cisne, que
mergulha no lago para pescar seu alimento...

Despede-se no arredondamento de uma curva,
e de repente, está entre os salgueiros,
lambe as tábuas de uma velha embarcação
que apodrece em suas margens,
tudo isso num num esguicho de tempo
até retornar a nossos olhos de hoje,
tristes, vendo parte de seu leito seco...

Molho a cabeça em uma de suas poucas poças d'água, quase remanescentes...
Como fazer para não perder a substância, a beleza do rio?
Do meu cabelo molhado escorrem gotas
sobre meus olhos e minha boca.
Sinto o gosto dele, quase ácido, salgado, talvez..
Devem ser suas lágrimas, repletas de adeus...
Rio, ou choro ?
Ah!
Deus!

PARTE DE UM CORPO
Victória Rossi
Sinopse: Somos parte de um corpo que é o lugar em que vivemos, o meio ambiente, esta terra. Nossas ações geram impacto nele e em nós mesmos. Estamos interligados.

Aqui, descalça, com os pés se aventurando por sobre a grama e a luz do sol fazendo danças em meu rosto, eu me sinto viva.
Os dedos afundam na terra recém-molhada pela água da chuva e o frescor me lembra dos velhos tempos.
Vejo um coração que no centro de tudo bombeia a vida, seus galhos retorcidos são como artérias que carregam o oxigênio.
Aqui posso respirar.
Quase me sinto uma parte deste corpo. Quase sinto que posso ser sol, areia, sal e mar. Vento e cachoeira. Rocha e montanha.
Talvez eu faça mesmo parte do todo, de alguma forma. Afinal, ele bombeia a vida até mim.
O que é o canto que ouço ao amanhecer, as asas que levantam voo, livres? Levando sementes, gerando frutos. Vida. Tudo aqui pulsa.
Debaixo do solo, sobre os galhos e folhagens.
Há esperança para os galhos secos. Clamo.
Temo. E então lanço uma prece aos céus.
Não quero ser árvore cortada pela dor. Raiz arrancada com um grito ensurdecedor.
Que o machado não nos tire a vida.
Que a fúria do fogo não nos consuma.  
Fazendo arder em chamas, tornando-nos infrutíferos.
Ceifando um por um, os sons que um dia foram conhecidos.
Jorrando o sangue que deságua em um rio de morte.
Corpos queimados.
O retrato da miséria de uma nação que já foi tão rica.
Estremeço.
Desejando dar forças a esse corpo que já começa a fraquejar.
Seu brilho já não é suave como antigamente, mas queima em desespero. Desejando ser cuidado.
É resultado do descaso de quem por ele sempre foi amado.
Só me resta um triste lamento. Pois sei que o seu fim será também o meu.

SEMEANDO
Bianca Rosenthal
Sinopse: O poema Semeando trata da beleza e do papel de cada ser vivo no planeta, tendo como enredo a transformação de uma flor.

A planta que foi semente gerou botão
O botão transformou-se em linda flor
A flor produziu novas sementes
Encantou e perfumou o ambiente
O ambiente foi melhor porque nasceu aquela flor
A flor esteve presente em cenário de muito amor
Jovens apaixonados trocavam beijos no jardim
Teve uma bela moça que olhando para ela disse sim
Pássaros e abelhas levaram as suas sementes
Nasceram outras flores mais belas e resistentes
Aquela flor, única e pequena, transformou o ambiente.
Hoje ela se despede deste mundo
Cumprindo o seu papel com maestria
Despertou sentimentos profundos
Deixou a fragrância da alegria.

PRIMITIVA E ETERNA
James C.
Sinopse: Uma ode a mãe natureza repleta de metáforas gregas.

Em lua de verão, lua de inverno
fadas numa dança de céu tão claro
voam sob o sorriso do sol da noite
cantam harmoniosamente um som profundo...
Brilho de estrelas em azul celeste
sobre a guerra das faunas, suas introspectivas feras.
O sangue que escorre sobre a grama
decompõe-se na morte, reciclável mãe
que aduba seus futuros filhos.
Obeliscos protetores da natureza
balançam, caem e crescem
crescem, caem e balançam
em ritmo constante de vida.
Ecoam sórdidos ventos de fogo orvalho.
Pratos de uma culinária mística
com sabores e temperos d’alma mater.
Infinitude existencial de Ouroboros
magnitude de Gaia que transcende a carne em seu maior tom.
Que primitiva e eterna Mãe.
Que rufe o sopro de ti, em flora e fauna.
De suas riquezas: prata, ouro. Ferro, diamante.
Tu que és o Alfa & Ômega, Zeus & Odin.
Ave! Ave! Mãe Natureza.

AMAZÔNIA
Maria Vita
Sinopse: Poema que trata da devastação do pantanal e das florestas em geral, mas, neste caso, especificamente da floresta amazônica

Talvez sobre um deserto
para os meus netos e os seus
Talvez sobre um deserto
de tudo o que Deus
 – brasileiro -  
nos deu

Talvez sobre
um tanto de areia
e uma foto de floresta

Talvez sobrem
mineradoras
e grileiros em festa
comendo dinheiro
em pratos de ouro

Arrotando vômito
e o nosso olhar atônito

FLORES URBANAS
Marcelo de Oliveira Souza
Sinopse:
Flores Urbanas retrata a destruição do meio ambiente pela meio urbano

Numa terra ocupada
O ser humano é o maior culpado
A flor não respira...
Ela piora com a poluição,
Folhas sujas de fumaça
Um  cinza que sufoca.
As flores urbanas sofrem.
As pessoas sofrem...
A natureza reluta...
O povo luta.
Mais prédios aparecem,
No amanhecer ninguém conhece.
Ninguém merece...
A floresta empedrou
A pedra dominou,
As flores raras se escondem
As flores de plástico aparecem
E no mundo artificial
A ruína é total
Pobre desse animal
Num desenvolvimento total
Vai sucumbindo, definhando
Até voltar para a natureza.

INCIPIT VITA NOVA
Nilzinha Menezes dos Santos
Sinopse: Amor pousa em dois corações, atraído pela beleza que surgiu pelo cuidado com uma Terra ferida; corações que se abrem para o cuidado com a Vida encontram a plenitude da existência.

Grávidos de utopias, partimos.
Nunca Amor, flecheiro peralta, nos enxergou –
Ou fingiu que não? Quase no final do percurso
Nossos olhos se entrelaçaram, como se primeira vez.
Deixamo-nos então ficar para trás.  E fomos juntos,
Corações rejuvenescidos pela poção mágica;
Seguindo os outros, irmãos de caminhada.

Fatigados, chegamos. E acampamos ali,
Onde, um dia, se ouviu a cantiga alegre
De um riacho de águas puras e frias.
Fetos, astronautas, micróbios vulneráveis
No desconhecido, com a missão
De soprar vida em uma terra inânime.
Pousei a cabeça em teu peito; e, minúsculos, assistimos
À balada das estrelas, elegantérrimas na night.

A Terra despertou com os beijos quentes do Sol,
Que lhe trazia joias de belezas infinitas. O que não é infinita
É a beleza dela; aliás, anda bastante maltratada.  
Pode ser só uma paixão dele. Ou ele saiba
Que não existem muitas dela por aí; talvez seja única...


MÃE TERRA: GAIA
Beatriz Alves do Carmo
Sinopse: Como se o mundo fosse um filho, Gaia acorda para cuidá-lo. Confia que a mãe é a natureza.

Depois de tanto dormir, Gaia acordou
Se levantou devagarinho, abriu os olhos e bocejou
-Ai, ai!
Ela suspirou…

De repente
Sem aviso
e de surpresa
-Bum!

Uma máquina sem dó, nem piedade
Roncava forte e assustadora
Lá dentro um bicho estranho se ajeitava
Derrubando outra árvore
-Ha ha ha ha ha!
Ele gargalhou…

Gaia se encolheu um bocado
Não conseguia respirar
O ar cheio de fumaça
A água fugida do mar

O que aconteceu?
Onde as árvores foram parar?
Cadê o peixe que estava aqui?
E a vida, está escondida?

Foram décadas papeando
Até o bicho estranho escutar: jogar fora é deixar na Terra!
Depois de tanto trabalho
A vida conseguiu retornar
Ufa! Casa arrumada,
tudo no lugar…

Então, Gaia tornou a descansar
Inspirou fundo e fechou os olhos
-Ai, ai!
Ela suspirou...


Poema escrito por
Guimarães Pena
Victória Rossi
Bianca Rosenthal
James C.
Maria Vita
Marcelo de Oliveira Souza
Nilzinha Menezes dos Santos
Beatriz Alves do Carmo

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Eliane Rodrigues
Márcio André Silva Garcia
Ney Doyle
Pedro Panhoca da Silva
Rossidê Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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