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Antologia Poemas da Terra: 1x02

Antologia Poemas da Terra
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CHORA...
Maria Eunice
Sinopse: Devido a corrida pela tecnologia do progresso, o homem é o maior responsável pela degradação do meio ambiente. A natureza está sendo destruída. A fauna e a flora sofrem devastação constantemente. Assim sendo, o homem em sã consciência é predador da terra inteira.

Chora a terra, a sua dor!
Tiraram sua roupagem,
Tudo ficou em ardor.
A flora tombada ao chão,
Seu verde, já não tem cor.
Pelas queimadas constantes,
O céu perdeu seu fulgor.
A fauna desprotegida!
Tudo é desolador.
O passarinho sem ninho,
Triste canta o seu louvor.
Em pernas pra que te quero,
Foge o bicho do autor.
Chora a terra, a sua dor!
Pelos mares que vomitam,
Do progresso, o dissabor.
O homem em sua ganância,
De si mesmo é predador.
Perante Deus que perdoa,
Mesmo assim é pecador.
Chora a terra, a sua dor!

TERRALTO
Luiz Carlos Araujo
Sinopse: Terralto retrata, de forma ampla, algumas situações que interferem, direta e indiretamente, no agravamento das questões referentes ao meio ambiente (queimadas, poluição, extração ilegal, conflitos, guerras, ausência de humanismo, etc.), tendo como citação inicial/metáfora revisitada a "Canção do exílio", de Gonçalves Dias, tudo através de um imbricar de palavras - inclusive neologismos - que visam fomentar imagens, permitindo fundamentalmente um espaço de reflexão ao seu leitor.

Minha terra, sem palmeiras,
onde o ar já escasseia – ah!…
Por todo canto há queimadeiras,
fogo do Pantanal até o Pará…
A passarada, assustada, emudeceu…já não canta…
Assim, assada, na sauna, toda fauna se extinguirá…
Por que tanta e tonta inconsequência? O que aconteceu?
Santa paciência: será que o Homem não mudará?
Até os rios estão sumindo
e, com eles, os peixes, o maná…
Cidades definham, sucumbindo inteiras
e esses meus gentios a pé, ao Deus dará…Resiliência…
“O progresso virá”, prometem…
Se hidroeletrificará, com potência, a vida banida a qualquer pretexto…
De resto, medem e mentem!...Enriquecimento…
O desonesto final será funesto,
coberto com o pó pela pá de cal do esquecimento…
De certo pensavam-se perigosas as atiradeiras
até chegar pesada munição do mal…
“Matem esses renitentes das eiras
e comecem logo com a extração!”, agita e vocifera o “pseudono”, dedo em riste…
Foram-se todas as inocentes brincadeiras de roda, volta e meia, pique e pião…
Índios mortos, no abandono ou no exílio – moda de poda, triste canção…
Perambulantes, rostos em destinos tortos,
indigentes, andantes, velhos, mulheres, meninos,
aleijados, descontentes, descrentes e, como tal, expostos…
Na desforra da guerra que fere e ferra de forma mortal,
refugiados em desatinos tentam se adaptar a novos ambientes,
agonizantes esperas…berra brutal dos povos que não se encerra…. Resistentes…

ESPERANÇA

Fátima Gomes
Sinopse: Responsabilidade do ser humano, como ser racional, em relação ao planeta Terra.

Eu espero que o sol sempre aqueça
esta terra concedida
para os homens terem vida
e que ela não pereça.
Eu espero que o ar seja mais puro
e o homem se conscientize
que o trazendo poluído
não há vida que perdure.
Eu espero que a água permaneça
limpa, pura, cristalina,
nos lagos, rios e mares,
chegando a todos os lares.
Eu espero que a terra abençoada
que a natureza oferece
gratuita, fecunda e farta,
chegue àquele que padece.
Eu espero que o céu azul e límpido
permaneça em paz e calmo
e que as bombas de uma guerra
não assolem esta Terra.
Eu espero que todos os animais
que compõem a natureza
não sejam eliminados
por vaidade ou avareza.
Eu espero que o homem,
único ser racional,
faça jus à natureza,
preservando-a de todo mal!

ANGUSTIANTE VERMELHO DO CÉU
Sombra
Sinopse: Em versos bárbaros e livres, o poema retrata aridez do semiárido cearense. A paz ambiental não é algo que se adia. Mote: O Quinze de Rachel de Queiroz.

1915: vibrante vermelho no Sertão Saara do Ceará
Desengano. Desesperança. Nada d’água. Por que será?!
O drama da seca… Pelejar com o sol, com a fome…
A fome d’angústia, por dentro, a natureza consome.

Conceição-Rachel: cultas. Independentes. Cidade-campo…
Onde se esconde  esperada esperança da luz do pirilampo?
Assinatura energética em cada folha da obra bendita
Vácuo Quântico a nortear o rumo de tanta estrela caída…

Batismo de esperança chora do céu orvalhado. Renovamento.
Alvorada. Tórrido chão. Cadê a chuva? Deus, que tormento!
Sol que ilumina, castiga. Preguiça da vida. Rogativa de graça…
O cansaço a amolentar, a erigir insistente e rotineira desgraça.

Sorver o cheiro da terra. Denunciar e enfrentar a desdita
Êxodo de Ritas e Vicentes em busca da sorte bendita…
São José, cadê inverno? Rogais por nós. Recorremos a vós!
Dos coronéis de roupa nova, desde sempre, somos órfãos sós.

Para os ricos, as horas inúteis em dourado relógio…
Aos pobres, retirada ou morte – sem direito a necrológio.
Ceará de comadres e compadres, de tanto Chico e Bento…
(Os currais do governo desvirtuam o brio do povo sedento)

Agudeza da desesperança: paisagem humana a dizer muito
A gritar… A silenciar eloquente ante tanto caso fortuito…
Registros pictóricos sociais esquecidos. País embrutecido
Prego batido de ponta virada do que poderia ter sido.

SAÚDE TERRA!
J.R. Amorim
Sinopse: A Terra doente precisa de cuidados e vai ao médico consultar.

A Terra ficou doente e ao médico foi consultar
Não quer morrer jovem, tem muitos filhos pra cuidar
Do panda e do mico leão teme a extinção
No Brasil a onça pintada merecem atenção.

No consultório examinada, sua dor não escondeu
Ao vê-la moribunda o médico se condoeu
Sua pele verde foi queimada, proteção retirada
Com a febre elevada sua resistência minada.

Teve convulsão como tsunami e tosse como furação
Suas lágrimas alagaram áreas, onde não deveria ter construção
O exame hidrográfico mostrou vasos com mercúrio em excesso
E caindo no mar só agrava, difícil retrocesso.

Respira ofegante carbono e enxofre, atmosfera rarefeita
Também recebe radiação - camada de ozônio desfeita
Agora espera receita que a faça sair do leito
Mas é preciso mesmo uma cirurgia no peito.

Não no peito da Terra, pois nele bate coração com virtude
Mas é preciso operar o homem pra que tome atitude
Cuidar do meio ambiente é a única medicação
Pra Terra votos de saúde e plena recuperação.

O POETA DA TERRA
De Queiroz
Sinopse: O poema faz uma relação entre o fazer poético e trato da terra, o poeta vive de seu poema tal qual o lavrador vive do solo, por isso o tratar do solo é o tratar do poema.

O poeta da terra
Prepara a caneta e o papel
Examina a folha, verifica a ponta
Uma imensidão à sua frente onde jogarão as palavras.

Terá que trabalhar duro no preparo do solo:
Cavar o chão, tombar a terra, jogar a semente,
Alimentar a criação.

Vive na terra como uma parte dela,
E vive nela, e vive dela, e vive pra ela.
Terá que vender produção:

Verificar o mercado consumidor,
montar banca em feira,
e a cada fruta vendida, uma satisfação:
sua dor será consumida por outro produtor.

A FONTE DA VIDA
Aline Bischoff
Sinopse:  Essa poesia retrata a natureza como mãe complacente de toda a forma de vida e ressalta o dever de lutarmos pela preservação do meio ambiente.

Tu que possibilitas que haja vida,
Regendo-a de modo tão eficiente,
Tornando-a ricamente favorecida,
Dos seres vivos, mãe benevolente.

És guerreira sapiente e impávida,
Por tantos maus tratos, resiliente.
Seiva por nós sorvida tão indevida,
Donde todo ser vivo é proveniente.

Lute para que ela seja preservada,
Como um descendente consciente,
Proteja a natureza, madre amada,
Esteja de sua finitude, bem ciente.

A nossa existência só será mantida,
Evitando o consumo inconsequente,
Em missão efusiva e comprometida,
Com o bem-estar do meio ambiente.

SANGUE VERDE
Scarlett Matsuno
Sinopse: Um breve lamento sobre o sofrimento recente de nossas matas.

Depois que a floresta incendiou,
Nossos rios secaram e a chuva se ausentou.
A flora seca estala
E a fauna chora a perda de seus lares.
No solo a ferida enegrecida.
No céu o calor que antes nutria,
Agora tira vidas.
Ninguém viu o fogo,
Ninguém ouviu da ganância as risadas.
Mas acharam estranho
As cobras e escorpiões nos quintais de suas casas.
Ninguém sentiu o cheiro da fumaça,
Carne e madeira queimada.
Não entenderam o céu sujo que abafava.
Indignaram-se com os bichos,
Invadindo suas preciosas cidades.
Lamenta Joaquim,
Pois nossos bosques quase já não tem mais vida.
Os pastos crescem
E a miséria vem como boiada.
Tanto que nesse verão abrasador,
Tupã se apiedou e trouxe com ele as chuvas.
E pelo céu turvo as estrelas julgam e observam.
E eu sozinha, como muitos, rezo.
Desejo que a água faça seu milagre e devolva a vida ao pantanal.
Que a Amazônia recupere sua magia
E expulse o homem que carrega o mal.
Do cerrado até as pampas,
Por nossa mata atlântica lamento.
E por todas as plantas que caíram,
Por todos os últimos suspiros,
Devemos plantar um monumento.


Poema escrito por
Maria Eunice
Luiz Carlos Araujo
Fátima Gomes
Sombra
J.R. Amorim
De Queiroz
Aline Bischoff
Scarlett Matsuno

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Eliane Rodrigues
Márcio André Silva Garcia
Ney Doyle
Pedro Panhoca da Silva
Rossidê Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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