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Terra da Garoa: Capítulo 29

Novela de Édy Dutra
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TERRA DA GAROA - CAPÍTULO 29
 


CENAS DO CAPÍTULO ANTERIOR


Henrique ouve o grito de Liza e corre em direção ao carro. Humberto dá um tapa em Liza, que cai no banco do carro.

HUMBERTO: - Vilma! Vai embora!

Vilma liga o carro e parte.

HENRIQUE: - O que vocês fizeram com a Liza?

HUMBERTO: - Você sempre atrapalhando meus planos, Henrique! Mas de hoje não passa!

Humberto acerta um soco em Henrique, que cai no chão.

HUMBERTO: - Fim da linha, maninho!

Henrique, no chão, fica a encarar Humberto.



CENA 01. RUA. EXT. DIA. 

Continuação do capítulo anterior. Humberto acerta um soco em Henrique, que fica caído no chão. 

HUMBERTO: - Acabou Henrique. É o fim!

Henrique se levanta, um tanto impressionado com a atitude do irmão.

HENRIQUE: - O que vocês estão tramando, Humberto? Eu ouvi a Liza pedindo socorro!

HUMBERTO: - Anda ouvindo vozes agora? Só pode estar ficando louco...

HENRIQUE: - Louco está você! A Liza veio até aqui e agora foi jogada dentro daquele carro com a Vilma. Fala logo! O que vocês vão fazer com ela?

HUMBERTO: - A Liza anda sabendo de coisas demais. Coisas que ela não precisa nem se preocupar. Coitada... Ousou em medir forças comigo. Ninguém pode querer medir forças comigo. Mas não adianta. As pessoas não aprendem. Elas insistem em me desafiar.

HENRIQUE: - Já chega, Humberto! Estou cansado dessas suas loucuras!

HUMBERTO: - E eu estou cansado de ver você feliz, Henrique.  Veja só... O meu maior desejo era vê-lo infeliz pelo menos uma vez na vida.

HENRIQUE: - E por que esse ódio todo? Qual a razão disso tudo? Dinheiro? Você agora tem! E muito!

HUMBERTO: - Eu nunca tive o prestígio que te deram. Eu era sempre o preterido... Você não sabe o quanto dói ficar na sombra de alguém, Henrique... Mas agora eu vou dar fim a essa minha agonia de uma vida inteira.

HENRIQUE: - Você é doente...

HUMBERTO: - E o teu fim será a minha cura.

Humberto encara Henrique, com fúria.

CENA 02. APTO JAQUELINE. INT. DIA.

Jaqueline entra em seu apto, seguida de Daniel, que fecha a porta atrás de si.

JAQUELINE: - Bem-vindo ao meu cantinho. Que aliás, será seu também.

DANIEL (abraçando Jaqueline): - Por enquanto será sim...

JAQUELINE: - Como assim, por enquanto?

DANIEL: - Você acha mesmo que nós vamos conseguir morar todos aqui? Eu, você e as crianças? Eu penso em comprar uma casa, com um bom quintal, para os almoços de final de semana, as festas, o seu espaço de pintura ao ar livre...

JAQUELINE: - Meu amor! Você está querendo ter uma família? Construir isso tudo comigo?

DANIEL: - E com quem mais seria, Jaque? Eu não estou com você agora? Então! É você a mulher da minha vida.

JAQUELINE: - Você não sabe o quanto eu amo ouvir isso... Em pensar que a sonsa da Bárbara tentou separar a gente e (pausa)

DANIEL (interrompe): - Minha linda, esquece a Bárbara. Ela é passado na minha na vida e também precisa ser passado na sua.

JAQUELINE: - Tá certo. Você está certo, meu amor. Vamos deixar a Bárbara  no passado. Mas ela que não ouse chegar perto do meu homem e da minha família linda que eu terei com ele.

DANIEL (beijando Jaqueline): - Seu homem é?

JAQUELINE: - Sim, meu homem!

DANIEL: - Fala de novo...

JAQUELINE (sussurra): - Meu homem. Que eu amo muito. Obrigada por fazer parte da minha vida.

(sobe trilha "Sunday Morning" - Maroon Five)

Os dois se beijam, apaixonados. Jaqueline pega Daniel pela mão e o leva até o quarto. El entra e puxa Daniel para perto de si.

DANIEL: - Eu amo você.

JAQUELINE: - Eu amo muito mais!

Jaqueline deita na cama. Daniel deita-se sobre ela. Aos poucos, os dois vão se despindo de suas roupas, entre beijos e carícias.

CENA 03. APTO BARRETO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

(fade out trilha "Sunday Morning" - Marron Five)

Barreto e Tarsila entram na sala de estar. Stefany, Nuno e Aimée estão conversando.

BARRETO: - Meus queridos, um minuto da atenção de vocês.

STEFANY: - Ih... Pra quê toda essa formalidade?

BARRETO: - Não há formalidade nenhuma, Stefany. Apenas um recado. Importante para todos.

NUNO: - Fala aí então pai. Logo mais eu e a Aimée estamos indo pra casa.

TARSILA: - Por favor, Nuno, fique. O recado quem vai falar sou eu.

Aimée e Nuno se entreolham.

STEFANY: - Bom, então eu vou me retirando.(levanta-se)

BARRETO: - Pode ficar também filha. A conversa é com todos.

Stefany se senta no sofá, ao lado de Nuno e Aimée.

TARSILA: - Eu vou ser breve porque também não gosto de rodeios... Eu quis a presença de todos aqui porque eu quero pedir desculpas a vocês. Desculpas não, perdão.

STEFANY: - Mas por quê, mãe?

TARSILA: - Por todos os erros que eu cometi com vocês durante todo esse tempo... E esse pedido vai principalmente para você, Aimée. Me perdoe. Eu demorei muito para perceber o quanto você é importante na vida do meu filho.

AIMÉE: - Eu jamais faria o Nuno sofrer, dona Tarsila. Eu não estou com ele por interesse. É por amor mesmo. Puro e sincero.

TARSILA: - Eu agora acredito nisso... Eu tive muito medo de que tudo o que nós temos hoje fosse embora num passe de mágica... Eu sempre fui rica. Meu pai foi um homem negro que batalhou e muito para ter o que teve. Estudei nos melhores colégios de São Paulo. Me formei no exterior... Mas mesmo com toda a boa vida que eu tinha, nós em casa vivíamos uma instabilidade muito grande, um temor... Meu pai levou muitas rasteiras da vida. De pessoas que não admitiam que ele pudesse ser negro e rico. Tentaram invalidar seus negócios, diminuir seus ganhos, dilacerar o nosso patrimônio. Por interesse. Por preconceito... 

Todos na sala escutam em silêncio o desabafo de Tarsila.

TARSILA: - Eu demorei e muito até me entregar para o Barreto. Eu sofri muito pensando que ele estava se aproximando de mim para tomar posse dos bens que meu pai tanto suou para me deixar... E depois ele me provou que eu estava errada e hoje ele é o homem da minha vida... Mas esse medo nunca me deixou. E aí ele voltou com essa aproximação de vocês, Nuno e Aimée.

NUNO: - Mãe... A Aimée jamais faria uma coisa dessas...

TARSILA: - Mas eu estava aflita! Eu criei vocês com tanto zelo, carinho, dedicação, instrução...

AIMÉE: - Pelo menos os seus filhos não herdaram o preconceito que a senhora teve comigo. Desculpa, dona Tarsila, mas pensar que quem mora na periferia é gente ruim, é preconceito puro. Gente ruim tem em qualquer lugar. Caráter não se define pelo lugar onde mora, onde vive. Pode ser pobre ou rico, negro ou branco. Não há faixa social pra quem quer fazer o mal e ser oportunista.

TARSILA: - E você está coberta de razão, Aimée. Eu fiz julgamentos equivocados de tudo. Eu me neguei a ver o que é tão real diante de mim. Hoje eu sinto muita vergonha do que eu falei e pensei sobre isso. Hoje eu tenho você ao lado do meu filho, o fazendo feliz e realmente, sem nenhum interesse nisso a não ser o de amor recíproco. E tá na cara que isso você tem.

AIMÉE: - E tenho mesmo. Eu sou muito feliz ao lado do Nuno.

TARSILA: - E eu agora estou mais feliz também ao ver a minha família unida de novo. Como eu sempre quis.

STEFANY: - Eu não sabia disso tudo não, mãe. Mas saiba que eu te amo e muito tá?

NUNO: - Eu também amo muito você, mãe. E está perdoada. Te amo mãe!

Nuno e Stefany abraçam Tarsila, que se emociona. Barreto observa tudo contente.

TARSILA: - Aimée...

Tarsila abre os braços, num nobre gesto de abraço, correspondido por Aimée, que a abraça, carinhosa.

TARSILA (emocionada): - Obrigada!

AIMÉE: - Daqui pra frente, amigas.

TARSILA: - Daqui pra frente, família!

CENA 04. CARRO. INT. DIA.

Vilma segue fugindo pela cidade com Liza desacordada no banco de trás do carro.

VILMA: - Rumo à valeta mais próxima pra desovar esse verme. Inútil igual o pai e querendo bancar de graúda. 

CAM foca em Liza. Mostra detalhe do celular da moça no bolso do casaco e com a gravação de áudio ativada.

CENA 05. RUA. EXT. DIA.

Humberto e Henrique se encaram. Humberto parte para cima de Henrique, que se defende e acerta um soco no irmão. Humberto se afasta. Limpa o sangue do pequeno corte que se fez no canto da boca. Ele encara Henrique com fúria, parte novamente para a briga, acertando Henrique com um soco. Henrique se apoia num dos carros. Humberto empurra Henrique,  que bate com o corpo contra o veículo, que começa a disparar o alarme. Humberto acerta um outro soco em Henrique, que cai no chão e é alvo dos chutes de Humberto.

A briga atrai as pessoas que passam na rua.

Henrique consegue se levantar e se defender dos golpes de Humberto. De repente, ao fundo na rua, começam a se aproximar viaturas da polícia. Humberto se mostra apreensivo. Um homem (60 anos, baixo, grisalho) se aproxima dos dois.

HOMEM: - Fui obrigado a chamar a polícia! Vocês quase destruíram o meu carro!

HUMBERTO: - Velho idiota!

Humberto, ao ver a polícia se aproximando, sai correndo na direção oposta. Henrique vai atrás do irmão para não deixá-lo fugir.

Humberto atravessa um cruzamento sem olhar para os lados e acaba sendo atropelado por um carro que vinha em uma das vias. Humberto cai no chão, desacordado. Henrique fica chocado com a cena.

HENRIQUE: - Humberto!

Henrique se aproxima de Humberto, aflito.

HENRIQUE: - Fala comigo, Humberto! Alguém ajuda? Uma ambulância!

O motorista do carro que atropelou Humberto se aproxima, as viaturas da polícia também. CAM abre plano, mostrando Henrique no chão com Humberto nos braços e as pessoas em volta.

CENA 06. APTO LENARA. INT. DIA.

Lenara, um tanto apreensiva, liga para Vilma. Cena alternada entre as duas - Lenara no quarto e Vilma no carro.

LENARA: - Oi Vilma, sou eu.

VILMA: - Fala logo o que você quer!

LENARA: - Ei, calma! Eu só quero que você coloque o Humberto na linha porque eu ligo pra ele e só dá caixa postal.

VILMA: - Eu não acredito que você está me pedindo isso. Eu não posso te passar o Humberto porque ele ficou acertando as contas com o irmão dele.

LENARA: - Como assim? Que história é essa, Vilma?

VILMA: - Agora é cada um por si.

LENARA: - Cada um por si?  Não to entendo... Vilma, aonde você está?

VILMA: - Quanto menos você souber, melhor. Melhor pra mim é claro!

Vilma desliga o telefone. Lenara fica pensativa.

LENARA: - Cada um por si... Humberto acertando as contas com Henrique... Vilma escondida ou fugindo... Então eu também vou fazer a minha parte.

Lenara pega sua bolsa na cama e sai apressada.

CENA 07. RESTAURANTE GOURMET PAULISTA. INT. DIA.

Monique se mostra preocupada com a demora de Liza. Claude a consola.

CLAUDE: - Calma, Monique... Daqui a pouco a Liza tá aí, sã e salva.

LIZA: - Tomara Claude. Eu já tentei ligar pra ela várias vezes e não consigo...

Maria Alice vem da copa, com um copo d'água e entrega para Monique, que bebe.

MARIA ALICE: - Eu ainda não acredito que a Liza teve essa audácia de ir atrás do Humberto e da Vilma... Me dói dizer isso mas o Humberto está doente. E a Vilma é uma cobra!

CLAUDE: - Você conseguiu falar com o Henrique novamente, Liza?

MARIA ALICE: - O Henrique também está lá?

LIZA: - Ele disse que iria falar com o Humberto também e encontrar a Liza. Mas não retornou também.

CLAUDE: - Será que a Raquel não sabe de algo?

CENA 08. RESTAURANTE RAQUEL. INT. DIA.

Raquel recebe ligação de Maria Alice.

RAQUEL (ao telefone): - Não, aqui ele não está... Ele disse que iria para uma reunião na empresa e depois viria pra cá, pro restaurante. Por quê? Aconteceu alguma coisa? (T) Com o Humberto? Que estranho...(T) Certo... Por favor, dona Maria Alice, me mantenha informada. (T) Beijo.

Raquel desliga o telefone. Fica pensativa.

CENA 09. APTO ROBSON. INT. DIA.

A campainha do apto toca. Robson abre a porta e recebe Paula.

ROBSON: - Oh meu amor! Paula! Como você está?! Eu não conseguia falar contigo! O Santiago fez alguma coisa com você??

PAULA: - Calma, querido! Eu estou bem, está tudo bem.

Paula beija Robson, carinhosa. Ela entra no apto, os dois conversam.

PAULA: - Eu passei a noite num hotel. O Santiago me expulsou de casa... Eu acabei de vir da reunião com os advogados dele. Logo eu irei assinar os papéis do divórcio.

ROBSON: - Uma pena que tenha que ser assim, dessa forma sofrida... Você se separando da sua filha, deixando a família, o patrimônio.

PAULA: - O patrimônio eu reconstruo. Ainda tenho a boutique, algumas economias.

ROBSON: - E não se preocupe porque amanhã mesmo eu estarei indo atrás de empresas e escritórios de arquitetura e designer. Quero voltar a trabalhar logo.

PAULA: - Isso quer dizer então, vida nova pra nós dois.

(sobe trilha "Sem Poupar Coração" Nana Caymmi)

Robson abraça Paula, carinhoso. Clima romântico.

ROBSON: - Vida nova com muito amor. Muito amor!

PAULA: - Te amo! Muito obrigado por estar presente na minha vida.

ROBSON: - Eu é que te agradeço por você ser essa pessoa especial e estar do meu lado. Agora pra sempre.

PAULA: - Para sempre!

Os dois se beijam apaixonados.

CENA 10. CASA SANTIAGO. INT. DIA.

(Fade out trilha "Sem Poupar Coração" - Nana Caymmi)

Santiago está no escritório, em sua casa, olhando o jardim pela janela, pensativo. Carol chega no local.

CAROL: - Atrapalho?

SANTIAGO: - Não, minha filha...

CAROL: - Pai, eu queria conversar com você um minuto. Podemos?

Santiago vira-se para Carol, que vai sentando na poltrona em frente à mesa. Santiago se aproxima da filha, recosta-se na mesa, de frente para Carol.

SANTIAGO: - O que queres falar?

CAROL: - São duas coisas... Primeiro é sobre você e a mamãe. O divórcio é certo mesmo? Não tem mais volta?

SANTIAGO: - A sua mãe me traiu, Carol. Ela ama outra pessoa agora. Talvez sempre tenha amado a outros e outros... Não seria justo nem com ela e nem comigo reatarmos o casamento. Nesses casos é melhor que o casal deixe de ser casal e passem a ser livres. Para viver a vida novamente ao modo que acham melhor.

CAROL: - Eu queria te pedir desculpas por saber de tudo e não ter te contado. Eu não sabia que a minha mãe iria continuar com essa história...

SANTIAGO: - Tudo bem. Isso são águas passadas.

CAROL: - A segunda coisa que eu queria falar com você é que foi aprovado o meu pedido de bolsa de estudos em Londres.

SANTIAGO: - Minha filha! Que notícia ótima!

CAROL: - Mas eu não sei se vou aceitar. Não quero deixar você sozinho aqui.

SANTIAGO: - Carol, minha filha, deixe de bobagem! Seu pai não é uma criança. Você está tendo uma oportunidade única de concluir seus estudos na Europa. Aceite!

CAROL: - Tem certeza que vai ficar bem?

SANTIAGO: - Eu estarei bem vendo você progredindo na vida,filha. Eu te amo. Pode ir tranquila que eu ficarei bem, torcendo sempre por você.

Carol abraça Santiago, que a envolve nos braços.

CAROL: - Obrigada, pai.

SANTIAGO: - Eu amo você. (beija Carol, carinhoso)  Amo você.

CENA 11. RESTAURANTE RAQUEL. INT. DIA.

Raquel trabalha no restaurante mas um pouco apreensiva. Um cliente sai do local. O salão está vazio.

RAQUEL: - Vou aproveitar que não tem mais ninguém, e vou ir atrás do Henrique. Essa situação está me deixando nervosa.

Raquel termina de organizar suas coisa quando escuta um barulho na porta do restaurante e vê Lenara entrar no local.

RAQUEL: - O restaurante está fechando.

LENARA: - Melhor ainda. Assim ficamos apenas eu e você aqui dentro. Precisamos conversar.

RAQUEL: - Lenara, eu tenho um assunto sério pra resolver e preciso sair. Por favor, dá um tempo!

LENARA: - O assunto que você deve estar indo tratar certamente tem como personagens centrais o Henrique e o Humberto. Acertei?

RAQUEL: - O que você sabe sobre isso?

LENARA: - Tão pouco quanto você certamente. Mas com certeza o meu assunto com você é muito mais importante. Até porque hoje será dado o meu recado definitivo pra você, Raquel.

RAQUEL: - Como é que é?

LENARA: - O Henrique será meu. E para sempre. Eu vou tirar você do meu caminho.

RAQUEL (passa por Lenara, indo em direção à porta): - Você só pode estar louca e eu não estou com tempo pra isso agora!

Raquel tenta abrir a porta mas esta está trancada.

RAQUEL: - Você trancou a porta?

LENARA (mostra a chave em sua mão): - Quanta ingenuidade a sua deixar a chave na porta, Raquel. Chega a beirar o ridículo. Mas por um lado facilitou o meu plano. Agora estamos nós duas aqui. Mas só uma de nós sairá daqui de dentro.

Lenara e Raquel se encaram.

CENA 12. HOSPITAL. INT. DIA.

Humberto dá entrada no hospital. Ele é levado numa maca para o setor de emergência. Henrique se mostra um tanto aflito, do lado de fora.

CENA 13. CARRO. INT. DIA.

Liza acorda no banco de trás do carro e vê que Vilma está perto da cidade, trafegando por uma das rodovias.

Vilma dirige concentrada, não percebe Liza acordada no banco.

Liza se encoraja e dá uma chave de braço em Vilma, que perde a direção do carro e sai da pista.

VILMA: - Louca! Quer matar a gente?!

Liza consegue sair do carro e corre pelo acostamento. Vilma sai atrás dela.

VILMA: - Volta aqui sua maldita!

Liza corre ao mesmo tempo em que tenta fazer contato com Monique. CAM foca no visor do telefone, mostra um aplicativo de troca de mensagens. Liza envia um áudio para Monique.

De repente, Vilma consegue alcançá-la, puxando-a pelos cabelos.

LIZA: - Me solta, sua assassina! (grita) Socorro!

VILMA: - Cala a boca, seu verme! Tentando fugir é? Agora vai fugir para o inferno, sua vaca!

Vilma puxa Liza, que deixa cair o telefone no chão. Vilma vai levando Liza de volta para o carro. CAM mostra o telefone caído no chão, enviando o áudio para Monique.

CENA 14 . HOSPITAL. INT. DIA.

Henrique aguarda na sala de espera. O médico se aproxima dele.

HENRIQUE: - Como está o meu irmão, doutor?

MÉDICO: - O estado dele é um pouco grave. Sofreu sérias lesões com o atropelamento. E, pelos exames que nós fizemos, ele vai precisar de sangue. Você como irmão pode ajudar.

Henrique fica pensativo por um instante.

MÉDICO: - Está tudo bem?

HENRIQUE: - Eu posso vê-lo pelo menos?

MÉDICO: - Não será permitida a entrada no quarto ainda, mas pode ver através da janela.

O médico acompanha Henrique até a janela de vidro que dá para o quarto onde Humberto está deitado, na cama, incubado, dormindo. Henrique o observa e em OFF as lembranças da briga com o irmão vêm a tona.

HUMBERTO: - E eu estou cansado de ver você feliz, Henrique.  Veja só... O meu maior desejo era vê-lo infeliz pelo menos uma vez na vida.

HENRIQUE: - E por que esse ódio todo? Qual a razão disso tudo? Dinheiro? Você agora tem! E muito!

HUMBERTO: - Eu nunca tive o prestígio que te deram. Eu era sempre o preterido... Você não sabe o quanto dói ficar na sombra de alguém, Henrique... Mas agora eu vou dar fim a essa minha agonia de uma vida inteira.

HENRIQUE: - Você é doente...

HUMBERTO: - E o teu fim será a minha cura. 

De repente, Humberto abre os olhos na cama. Henrique se apressa e entra no quarto, junto com o médico. 

HENRIQUE: - Humberto!

HUMBERTO (fraco): - Me salva, Henrique. Pelo amor de Deus... Salva a minha vida.

Humberto segura na mão de Henrique, encarando o irmão.

CENA 15. RESTAURANTE GOURMET PAULISTA. INT. DIA.

Maria Alice consola Monique, quando esta recebe o áudio enviado por Liza.

MONIQUE: - É uma mensagem da Liza!

MARIA ALICE: - Abre! Vê o que é!

Liza abre a mensagem de áudio, onde Vilma afirma ter matado Donato com a ajuda de Humberto.

MARIA ALICE (chocada): - Monstros!

MONIQUE: - Meu Deus! Que horror! A Liza corre perigo! Vamos avisar a polícia!

CLAUDE: - Eu vou ligar para a Raquel!

Claude liga para Raquel, mas esta não atende.

CLAUDE: - Que estranho, Raquel não atende...

CENA 16. RESTAURANTE RAQUEL. INT. DIA.

Lenara e Raquel frente a frente. O telefone de Raquel tocando.

LENARA: - Você não vai atender.

RAQUEL: - É o Claude. Pode ser importante.

LENARA: - Nada é mais importante do que eu e você aqui agora. Vagabunda.

RAQUEL: - Pode parar com esse show porque se você acha que eu vou ficar ouvindo calada você me dizendo essas baboseiras, está muito enganada!

LENARA: - Ah, botando as asinhas de fora? Isso! Mostra sua verdadeira face! De piranha!

RAQUEL: - Eu falei que não ia me segurar!

Raquel acerta um tapa em Lenara. Lenara revida, partindo para cima de Raquel. Lenara empurra Raquel sobre uma mesa e acerta uns tapas nela. Raquel consegue empurrar Lenara para longe de si e quando Raquel parte novamente para cima de Lenara, esta acerta um soco na barriga de Raquel, que cai no chão com dores.

RAQUEL: - O meu filho!

LENARA: - Eu falei que esse monstrinho não vai nascer!

RAQUEL: - Você é um monstro, Lenara!

LENARA (puxa o cabelo de Raquel): - E você é uma vagabunda que quis roubar o Henrique de mim. Mas você não terá ele... O Henrique, rico, poderoso, vai ser meu! E sabe por quê? Porque você e essa criança infeliz vão estar mortos, longe do meu caminho! 

Lenara puxa Raquel pelo cabelo, levantando a moça, e segurando firme pelo braço, leva Raquel até o lavabo, pegando a chave da porta e trancando a moça lá. 

RAQUEL (grita, com dores): - Socorro!

LENARA: - Cala a boca!... Infelizmente eu ainda terei que ir chorar no teu enterro, Raquel. Afinal, quem poderia imaginar que um incêndio poderia acontecer aqui no restaurante recém inaugurado?

Lenara tira da bolsa uma garrafa de álcool e uma caixa de fósforos. Ela espalha o álcool pelo salão e em seguida, acende um fósforo e joga. Rapidamente o fogo começa. Ela pega a chave da porta do salão e vai para a saída.

CENA 17. RESTAURANTE RAQUEL. EXT. DIA.

Jaqueline e Daniel dobram na esquina do restaurante e veem Lenara saindo do local apressada.

JAQUELINE: - Ali é a Lenara saindo do restaurante?

DANIEL: - Acho que sim. Mas estranho, porque o restaurante parece está fechado.

Jaqueline percebe sinais de fogo dentro do restaurante.

JAQUELINE (aflita): - Daniel! Chama os bombeiros! O restaurante está pegando fogo!


novela de
Édy Dutra
 
elenco
Juliana Alves como Raquel
Guilherme Winter como Henrique
Christine Fernandes como Lenara
Júlio Rocha como Humberto
 
Daniele Suzuki como Jaqueline
Jonathan Haagensen como Daniel
Cláudio Lins como Ulisses
Rodrigo Hilbert como Robson
Cinara Leal como Bárbara
Carlos Casagrande como Claude
Diego Cristo como Joaquim
 
Erika Januza como Aimée
Liliana Castro como Fernanda
Léo Rosa como Marcelo
Aline Dias como Stefany
Cecília Dassi como Carol
Luiz Otávio Fernandes como Nuno
Renata Castro Barbosa como Salete
Bernardo Mesquita como Cássio
Jonatas Faro como Igor
Odilon Wagner como Carlos
 
Rodrigo dos Santos como Barreto
Patrícia Werneck como Monique
Karina Bacchi como Keylla Mara
Nando Cunha como Candinho
Sérgio Guindane como Leopardo
Letícia Colin como Rita
Luiz Felipe Mello como Otávio
Maria Pinna como Lisa
 
atrizes convidadas
Carolina Ferraz como Paula
Regina Braga como Maria Alice
Aída Leiner como Tarsíla
Tânia Alves como Zuleica
Zezé Motta como Rosa

atores convidados
Zé Carlos Machado como Donato
Aílton Graça como Macedão
Nuno Leal Maia como Jair
Jean Pierre Noher como Santiago
 
Malu Galli como Dalva
Sônia Braga como Vilma
Reginaldo Faria como Gurgel

trilha sonora
Sunday Morning - Maroon Five
 Sem Poupar Coração - Nana Caymmi


produção

 Bruno Olsen
 Diogo de Castro
 Israel Lima


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


 
REALIZAÇÃO



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