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Terra da Garoa: Capítulo 25

Novela de Édy Dutra
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TERRA DA GAROA - CAPÍTULO 25
 


CENAS DO CAPÍTULO ANTERIOR


REPÓRTER
: - O carro foi encontrado numa rua abandonada, quilômetros de distância aonde o atropelamento teria acontecido. Donato Malheiros Queirós, foi atropelado e o possível acidente ganhou ares de crime. A perícia constatou que a velocidade do carro aumentou antes do choque com Donato e que, após a batida, o carro parou e seguiu novamente, acelerando.

VILMA: - Não pode ser!

HUMBERTO: - Encontraram o carro, Vilma. A arma do crime!

Humberto se mostra apreensivo.



CENA 01. RESTAURANTE. INT. DIA.

Continuação do capítulo anterior. Humberto e Vilma ficam surpresos ao ver que a polícia encontrou o carro usado por eles na morte de Donato.

HUMBERTO: - É o fim!

VILMA (segura o braço de Humberto): - Acalme-se por favor! Estamos no meio do restaurante.

Humberto tenta se acalmar, mas não consegue. Seu olhar é de aflição.

VILMA: - Eles apenas acharam o carro e nada mais. Ninguém sabe quem estava lá.

HUMBERTO: - Mesmo assim. A polícia não vai sossegar até achar alguma coisa. Com certeza vão vir atrás de mim e da Liza.

VILMA: - A Liza é uma tonta. Não vai influenciar em nada. Mas você sim! Se a polícia perceber esse nervosismo todo que você está tendo, vai desconfiar. E aí, acabou tudo!

HUMBERTO: - E agora, o que a gente faz?

VILMA: - Nada... (bebe um gole do vinho) Como diria o famoso filósofo brasileiro Zeca Pagodinho, “deixa a vida me levar”.

HUMBERTO: - Mas é impressionante como você consegue fazer piadas tendo o mundo desabando nas nossas cabeças, Vilma!

VILMA: - Eu só preciso de tempo para pensar, poxa! Deixa de ser moleque!...

Humberto se cala.

VILMA: - Nós vamos sair ilesos. Ninguém vai descobrir o crime e pronto. Agora termine esse almoço. Não esqueça que precisamos colocar a falsa empresa na rua e pegar muito dinheiro desses empresários ricos e trouxas.

Humberto encara Vilma, enquanto ela age naturalmente, como se nada estivesse acontecendo.

CENA 02. CASA QUEIRÓS. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Henrique conversa com Maria Alice.

MARIA ALICE: - Grávida?!

HENRIQUE: - Sim, mamãe. A Lenara está grávida.

MARIA ALICE: - Nossa!... Eu nem sei o que dizer, meu filho. Estou surpresa!

HENRIQUE: - Eu também fiquei quando ela me contou. Mas confesso que não estou feliz por isso não, mãe.

MARIA ALICE: - Eu percebi, Henrique. Eu vejo nos seus olhos que você não está contente com essa novidade.

HENRIQUE: - Não era para ser assim... A Lenara não é a mulher que eu quero, mãe.

MARIA ALICE: - Henrique! Isso que você está dizendo é muito sério, meu filho. Se ela não é a mulher que você quer, por que casou?

HENRIQUE: - Nem eu sei, mamãe. Nem eu. Só que agora, com ela grávida...

MARIA ALICE: - Henrique, se é pela sua felicidade, você precisa seguir seu caminho. Lógico, vai assumir as responsabilidades como pai. Mas não precisa mais ficar preso a alguém que você não ama.

HENRQUE: - Eu tenho medo dessa separação, mamãe. Medo do que a Lenara possa fazer caso eu realmente vá embora.

MARIA ALICE: - Do que você está falando, Henrique?

HENRIQUE: - Eu tentei terminar com ela uma vez. Neste dia que ela me falou que estava esperando um filho meu. Ela disse que, se eu me separasse, ela faria uma loucura.

MARIA ALICE: - Henrique... Ela falou isso de cabeça quente, sem pensar. Lenara seria incapaz de fazer qualquer coisa contra ela ou ao bebê.

HENRIQUE: - Mesmo assim, mamãe. Alguma coisa nela estava diferente. Eu não sei se estou preparado para correr esse risco.

MARIA ALICE: - E você vai deixar de correr atrás da sua felicidade por medo?

Henrique fica pensativo.

MARIA ALICE: - Independente do que você for fazer, eu estarei sempre aqui para te ajudar, tá bem?

Maria Alice abraça o filho, confortando-o. De repente, Liza entra na sala.

HENRIQUE: - Liza? Você está em casa... Pensei que já estivesse no restaurante.

LIZA: - Eu estava mesmo saindo, quando vi na televisão que acharam o carro que atropelou o meu pai.

MARIA ALICE: - A polícia entrou?!

LIZA: - Sim! E a perícia deduziu que não foi acidente. Foi um crime. Bem como eu desconfiava. Meu pai foi assassinado!

Henrique e Maria Alice ficam sem reação.

CENA 03. HOTEL. QUARTO JOAQUIM. INT. DIA.

Joaquim e Lenara conversam. Clima tenso.

LENARA: - Desistir?! Você está louco, Joaquim! Só pode!

JOAQUIM: - Eu estou cansado dessa história, para falar a verdade, Lenara. Não quero mais.

LENARA: - E você acha que é fácil assim? Eu estou gastando uma grana preta te mandando aqui em São Paulo e você acha que é só ir embora?

JOAQUIM: - Eu não sou seu escravo.

LENARA: - Mas deve favores... Não esqueça que antes de você voltar, eu quitei todos os aluguéis atrasados do seu apartamento lá em Lisboa. E agora ele está em meu nome. Se você for embora, vai morar na rua.

JOAQUIM: - Você não pode fazer isso.

LENARA: - Eu paguei, Joaquim! Grana, dinheiro! Eu paguei. Agora é meu! Você não tem nada! Ou fica aqui em São Paulo até o final do plano ou vai virar mendigo na Europa até morrer de fome.

JOAQUIM: - E quando vai acabar esse maldito plano?! Eu estou farto de mentir para a Raquel.

LENARA: - Você não está mentido...

JOAQUIM (grita): - Eu estou!

Lenara se surpreende com Joaquim, que se exalta.

JOAQUIM: - Eu estou mentido desde que cheguei aqui. Seguindo esse seu maldito plano. Não deveria ter aceitado vir. Não deveria. A Raquel estava feliz com o Henrique e por causa disso tudo acabou.

LENARA: - A vagabunda da Raquel estava feliz com o meu homem! E isso não é justo!... Mas agora ela vai ter o que merece. O Henrique já sabe que ela dormiu com você e que o filho pode ser seu, então (pausa)

JOAQUIM (interrompe): - O filhão não é meu e você sabe disso.

LENARA: - Para de ficar falando isso! O plano não é falar a verdade. O plano é separar Raquel e Henrique de vez!... Você não quer ficar com ela? Então! Deixa ela pensar que o filho é seu. Que vocês realmente transaram naquela noite.

JOAQUIM: - Eu não conseguiria suportar essa mentira a minha vida inteira. Eu toquei num fio de cabelo dela a noite inteira.

LENARA: - Porque você foi um idiota, Joaquim. A Raquel é piranha, mas não é de se jogar fora.

JOAQUIM: - Piranha é você! Que fica fazendo intrigas para se dar bem.

LENARA: - Já chega dessa lengalenga. Você não vai embora daqui e acabou, ok? (indo em direção à porta do quarto) E tem mais uma coisa (vira-se para Joaquim) Quem manda aqui sou eu. Não esquece.

Lenara vai embora. Joaquim fica pensativo.

CENA 04. ITAQUERA. EXT. RUA.

Bárbara vai saindo de casa, quando um grupo de paparazzi se aproxima dela. Bárbara se surpreende.

PAPARAZZI 01: - Bárbara! É verdade que você e o jogador Daniel, do Corinthians estão namorando?

PAPARAZZI 02: - É verdade que vocês vão morar juntos?

PAPARAZZI 03: - Soube que você recebeu convites para posar nua, isso procede?

PAPARAZZI 04: - Você foi mesmo convidada para ser rainha de bateria da Mocidade Alegre?

BÁRBARA (surpresa): - Eu?! Na Morada do Samba! Ai calma, gente! Um de cada vez!

Bárbara adora o agito em volta de si. Zuleica sai na porta de casa e se impressiona com o assédio à Bárbara. As pessoas passam na rua e se surpreendem também. 

ZULEICA: - Bárbara! O que está acontecendo, minha filha?!

BÁRBARA: - É a fama, mamãe! É a fama chegando!

Bárbara posa para fotos, exibindo-se para os fotógrafos.

CENA 05. APTO DANIEL. INT. DIA.

Em seu novo apartamento, bem decorado, Daniel e Rosa olham pela internet a matéria forjada de Bárbara.

ROSA: - Mas essa garota não toma jeito mesmo, hein! E você, Daniel? Agarrando a Bárbara no meio da calçada!

DANIEL: - Não fiz nada, mãe! Ela tropeçou, ia cair e eu segurei!

ROSA: - Deveria ter deixado cair, pra ver se os miolos voltam pro lugar. E a Zuleica aprova tudo isso...

DANIEL: - Dona Zuleica nem deve saber das coisas que a Bárbara apronta... Vejam só. Agora minha namorada.

ROSA: - Você precisa desmentir isso, meu filho. Não pode ficar carregando esse fardo.

DANIEL: - Isso vai dar muito pano pra manga, mãe... O que me deixa triste é que tem uma pessoa que com certeza está vendo isso e que não merecia. 

CENA 06. ATELIER JAQUELINE. INT. DIA.

Jaqueline se chateia ao ver a matéria de Daniel e Bárbara juntos, numa revista. Ela joga a revista longe.

JAQUELINE: - Que garota baixa!... Mas pelo visto, eles estão juntos mesmo...

De repente, alguém chega no atelier. Jaqueline olha para a porta e vê Carlos chegando, com um pequeno buquê de flores.

CARLOS: - Com licença.

JAQUELINE (surpresa): - Carlos! Que surpresa boa!

CAROS: - Espero não estar atrapalhando!

JAQUELINE: - Imagina! Você nunca atrapalha.

CARLOS: - Trouxe pra você.

Carlos entrega o buque para Jaqueline, que cheira as flores, simpática.

JAQUELINE: - São lindas! Obrigada!

CARLOS: - Lindas como você.

Jaqueline fica sem jeito, tenta disfarçar.

JAQUELINE: - Aceita um café, uma água...?

CARLOS: - Não, não. Vim aqui apenas para te convidar para dar uma volta. E como eu sei que és corintiana, queria te levar para conhecer a arena do clube. Aceita?

JAQUELINE: - Essa não... Eu adoraria, Carlos, mas sabe o que é... Hoje o Corinthians não me trouxe muitas alegrias não.

CARLOS: - Aconteceu alguma coisa?

JAQUELINE: - Nada não, esquece. Eu agradeço muito o convite mas vou ter que deixar para uma próxima. Obrigada mesmo, de coração.

CARLOS: - Bom, tudo bem. Não vou insistir. Mas saiba que sempre que precisar, qualquer coisa, eu estarei por aqui, ok?

JAQUELINE: - Tá certo. Obrigada. Você é um queridão, Carlos!

Os dois se abraçam carinhosamente.

CARLOS: - Vou indo nessa então.

JAQUELINE: - E eu vou procurar um vaso para colocar essas flores! Lindas!

Jaqueline vai saindo enquanto Carlos segue para a porta do atelier, quando vê a revista que Jaqueline jogou no chão. Na capa, tem a foto de Daniel e Bárbara. Carlos fica pensativo.

CENA 07. DELEGACIA DE POLÍCIA. INT. DIA.

Leopardo é levado para a cela e colocado atrás das grades, sozinho.

LEOPARDO: - Me tira daqui! Vocês estão se metendo com quem não deveriam!

POLICIAL: - Ei rapaz! Fica na tua que aqui tu não manda nada. E mais um grito seu, eu vou ter que tomar atitudes mais firmes contigo, entendeu?

Leopardo fica a encarar o policial, quieto. O oficial se afasta.

LEOPARDO: - Eles me enganaram... A Aimée... Aquele playboy. O Cássio... Ah, eles me pagam. Eles me pagam!

CENA 08. CASA AIMÉE. INT. DIA.

Aimée, Nuno, Igor, Cássio, Fernanda e Salete estão juntos, comemorando.

SALETE: - Finalmente Itaquera está longe do medo daquele bandido, safado!

FERNANDA: - E nossas crianças estão a salvo. Graças a vocês meninos.

AIMÉE: - Graças ao Nuno e ao Cássio, que com coragem, enfrentou o Leopardo.

CÁSSIO: - Eu errei muito. Principalmente por estar do lado dele e fazer coisas horríveis. Estou muito arrependido do que eu fiz, mas agora é olhar para a frente e começar do zero. Fazendo o bem.

AIMÉE: - Já que você está falando em fazer o bem, acho que eu preciso contribuir para isso.

NUNO: - Como assim?

Aimée vai até o quarto e retorna, trazendo nas mãos uma pequena caixa e entrega para Cássio.

CÁSSIO (recebendo a caixa): - O que é isso?

AIMÉE: - Pode abrir.

Cássio abre a caixa e se emociona ao retirar de dentro dela o colar de esmeraldas que era de Dalva.

SALETE: - Gente, que colar lindo!

CÁSSIO (emocionado): - O colar da minha mãe...

AIMÉE: - Eu ouvi o Leopardo dizer que era o pagamento de uma dívida sua. Eu não sabia o que era e até então usei o colar quando fui coroada rainha da bateria. Mas não seria justo eu continuar com ele. Acho que agora ele está nas mãos certas.

Cássio chora, lembrando de Dalva.

CÁSSIO: - A gente faz tanta burrada na vida. Ela adorava esse colar.

FERNANDA: - Agora você vai dar uma alegria para ela, mesmo ela não estando mais aqui.

SALETE(cochicha com Fernanda): - Ela morreu?

FERNANDA: - Você não soube? Salete, o Cássio é filho da Dalva, famosa artista plástica...

SALETE: - Não! Gente, que mundo pequeno... A mãe famosa e o filho envolvido com essas porcarias... Se bem que isso, infelizmente, está cada vez mais comum. O problema é geral, não tem classe social nem nada.

Aimée abraça Cássio.

CÁSSIO: - Obrigado, Aimée. Muito obrigado mesmo.

AIMÉE: - Não fiz mais do que a minha obrigação.

IGOR: - Já que tudo acabou bem, que tal a gente comer alguma coisa? Estou morrendo de fome.

NUNO: - Não é por ada não, mas eu concordo com o Igor.

FERNANDA: - Pizza, que tal?!

AIMÉE: - Eu topo!

CENA 09. APTO HUMBERTO. INT. DIA.

Humberto caminha nervoso de um lado a outro na sala do apartamento.

HUMBERTO: - Acharam o carro... Droga!... Calma Humberto, você não precisa se preocupar. Ninguém viu você lá. Ninguém.

Vilma chega na sala.

VILMA: - Mas você continua com essa preocupação toda?! Humberto, para um pouco! Pense na empresa e na grana que vamos ganhar!

HUMBERTO: - Eu tento, mas não consigo.

VILMA: - Ninguém vai encostar uma unha em você. Esqueceu que é um dos homens mais ricos de São Paulo, quiçá do país?

A campainha toca.

HUMBERTO: - Você está esperando alguém?

VILMA: - Eu não...

Humberto vai atender a porta e se surpreende com a chegada de Maria Alice, Henrique e Liza no apto.

HUMBERTO: - Comitiva?

HENRIQUE: - Sem delongas, Humberto. O assunto aqui é sério.

Liza encara Vilma.

CENA 10. FLASHBACK. CAP 21. CENA 23. PRÉDIO. EXT. NOITE.

Na rua do prédio de Donato, na calçada, Liza segue caminhando, passa pelo carro e vê Humberto, mas pensa se enganar. Humberto no carro não percebe Liza.

HUMBERTO: - Vamos, Vilma... Dê o sinal...

Liza enxerga de longe Vilma, prefere parar para ver, se esconde próxima de um portão de um dos prédios. Donato vai para o meio da rua, se engraçar para Vilma, que começa a filmar tudo pelo celular.

HUMBERTO: - É o sinal. O celular é o sinal.

Humberto liga o carro e acelera. Donato no meio da rua não percebe o carro se aproximando, com os faróis desligados. Vilma enxerga o carro se aproximando rapidamente.

VILMA: - Donato, cuidado!

Donato vira e vê o carro se aproximando dele. Humberto acelera ainda mais, sem dar tempo de Donato escapar eo atropela. O corpo de Donato cai no chão, imóvel. Liza se choca. Vilma entra no carro, que vai embora. Liza corre para socorrer Donato.

CENA 11. APTO HUMBERTO. INT. DIA.

Liza se mostra aflita.

LIZA: - Foi ela! (aponta para Vilma)

MARIA ALICE: - Ela o quê, Liza?

VILMA: - Mas quem essa garota pensa que é para ficar apontando o dedo para mim?

LIZA: - Você estava junto no momento em que meu pai foi atropelado!

Vilma gela. Humberto fica nervoso.

HUMBERTO: - Que história é essa?!

HENRIQUE: - Liza, isso é muito sério?

LIZA: - Eu estou reconhecendo o seu rosto...

VILMA: - Deixa de ser louca, garota! Drogada, sei lá! Eu nunca mais vi o Donato e bem antes da morte dele. Somente na empresa, na divisão dos bens.

HENRIQUE: - O que foi muito suspeito, logo após a divisão, ele aparecer morto.

HUMBERTO: - Está insinuando alguma coisa, Henrique?

VILMA: - Eu não tenho tempo para devaneios.

Vilma vai saindo quando Maria Alice a segura pelo braço.

MARIA ALICE: - Não fuja, Vilma. Você e o Donato eram muito ligados. E a morte dele não te comoveu nenhum pouco?

VILMA (soltando-se): - Não, nem um pouco. Mas tenho certeza que a você sim, Alice. Afinal, ele foi sua grande paixão, não é?

MARIA ALICE: - Não diga bobagem, Vilma!

VILMA: - Então saia da casa do meu filho e leve junto essa garota infeliz.

LIZA: - Você estava junto! E entrou no carro ainda!

HENRIQUE: - Vilma, isso é sério? Você está envolvida nisso?!

VILMA: - Já chega! Não sou obrigada a ouvir essas acusações! Humberto, faça alguma coisa!

HUMBERTO: - Já chega gente! Saiam daqui agora!

MARIA ALICE: - Vamos sim, gente... E fique bem esperta, Vilma. Certamente a polícia virá atrás de você saber certinho se você tem envolvimento na morte do Donato ou não.

VILMA: - Eu não tenho medo da polícia, Alice. Pode vir o exército brasileiro. Tenho minha consciência tranquila.

HENRIQUE: - Vamos embora. Mas saibam que essa história está só começando.

Henrique, Vilma e Liza vão embora. Humberto fecha a porta. Se desespera ainda mais.

HUMBERTO: - Eu não disse! Eles vão descobrir!

VILMA: - Cala essa boca, Humberto! Ninguém vai saber nada.

HUMBERTO: - Eles irão até a polícia. A Liza vai dar o depoimento dela. Ela te viu entrando no carro comigo, Vilma!

VILMA: - A Liza não vai dizer nada para a polícia porque a gente vai dar um fim nela antes, Humberto.

HUMBERTO: - Como é que é?! Você quer matar a Liza?

VILMA: - É o único jeito de manter essa desgraçada de boca fechada... E digo mais. Se precisar, tiro a Alice e o seu irmão idiota do meu caminho. Nada vai atrapalhar a gente, Humberto! Nada!

Vilma sai, friamente, como se nada tivesse acontecido. Humberto fica pensativo. Pega a chave do carro e sai do apto.

CENA 12. RESTAURANTE RAQUEL. INT. DIA.

Raquel feliz com a inauguração do restaurante. Ela observa cada detalhe do espaço, que está em fase de decoração. De repente, Claude e Monique chegam no local.

MONIQUE: - Com licença!

RAQUEL: - Vocês! Entrem! Vejam só, como está ficando lindo!

CLAUDE: - Lindo mesmo, Raquel! A sua cara!

RAQUEL: - Parece um sonho, Claude... Eu nem acredito.

MONIQUE: - Sonhos se realizam, Raquel. E você merece. Batalhou lá no restaurante, foi pra Portugal se aprimorar, agora voltou e está colhendo todos os frutos do seu plantio do bem.

RAQUEL: - Mas sabe Monique, que mesmo com tudo isso, às vezes eu queria voltar no tempo. Ter algumas coisas que hoje eu não tenho mais.

CLAUDE: - Como o quê, por exemplo?

RAQUEL: - A amizade da Lenara...

CLAUDE: - Ih! Por que isso agora, Raquel?

RAQUEL: - Não sei, Claude. Eu sei que ela fez tudo o que fez, que tenta a qualquer custo eliminar tudo de bom que eu sinto pelo Henrique... Mas o meu amor é mais forte.

MONIQUE: - E mesmo assim você quer amizade com essa mulher? Ela não é louca?

RAQUEL: - Eu sinto falta da época que éramos nós três... Eu, Jaque e Lenara. Agora eu estou conquistando tudo isso e não tenho elas aqui por perto. A Jaque ainda sim, vive ocupada com a galeria e é minha amiga do coração. Agora a Lenara...

CLAUDE: - Acho que você não deve ficar se lamentando, Raquel. Lenara fez o que fez totalmente consciente. Você precisa agora é olhar para frente. E cuidar do seu restaurante e desde bebê que vem chegando aí.

Raquel fica pensativa.

CENA 13. CT CORINTHIANS. INT. DIA.

Marcelo entra no vestiário do Corinthians, cuidando para não ser visto. O local está vazio. As bolsas dos jogadores estão pelos bancos, espalhadas.

MARCELO: - Onde está a bolsa do Daniel?

Marcelo procura pela bolsa de Daniel até encontrar. Ele retira do bolso de sua bermuda um pequeno pacote e coloca no meio das coisas de Daniel.

MARCELO: - Pego com drogas, Daniel. É o fim, meu amigo. É o fim.

Marcelo certifica que escondeu bem a droga. Em seguida, sai do vestiário.

CENA 14. TRANSIÇÃO DO TEMPO. NOITE

Imagens de São Paulo ao entardecer/anoitecer. Mostra as avenidas da cidade movimentadas, iluminadas.

CENA 15. MOTEL. INT. NOITE.

Humberto e Lenara caem abraçados na cama de um motel. O quarto é de luxo, com decoração requintada.

LENARA: - Confesso que eu fiquei surpresa com o seu convite, a ligação misteriosa...

HUMBERTO: - Eu preciso relaxar. Minha cabeça está uma panela de pressão!

LENARA: - E a minha então? Agora que a coisa estava começando a se endireitar pro meu lado, tem gente querendo fazer diferente. Comigo não rola...

HUMBERTO: - Contigo rola é outra coisa, né sua safada... (dá um tapa na bunda dela) Eu vinha dirigindo até aqui só pensando nesse seu corpo.

Lenara sorri, maliciosa.

LENARA: - Sério que você estava pensando em mim?.. Assim, todinha pra você?

HUMBERTO: - Eu sinto muita raiva do Henrique porque ele pode ter você a hora que ele quiser.

LENARA: - Pode, mas não tem. Henrique tá ficando um pé no saco!... Estou com medo de que ele esteja realmente querendo se separar. Apelei para a chantagem emocional.

HUMBERTO: - Você é tnta, Lenara. Larga dele e fica comigo!

LENARA: - E deixar de herdar a grana da empresa? A Queirós vale milhões! E você está tentando algo sem futuro certo. Não quero arriscar. E logo logo eu confirmo a gravidez e fica tudo certo. Por enquanto eu to sustentando a mentira.

HUMBERTO: - Esperta... Decidida... Isso me dá mais tesão ainda!

Humberto agarra Lenara e a beija calorosamente. Lenara se entrega, deixando Humberto beijar cada centímetro do seu corpo. Ela veste uma saia e uma blusa, que logo são jogadas ao ar, deixando-a apenas de roupa íntima na cama. Humberto, rapidamente, despe-se de suas roupas, ficando de cuecas.

Ele deita-se sobre ela. Respiração ofegante. Os dois trocam olhares.

LENARA: - Com o Henrique eu caso. Mas o prazer mesmo, eu tenho com você.

HUMBERTO: - Vagabunda... (ri, sacana) Só você mesmo para me fazer esquecer os problemas, Lenara. Só você.

Os dois se beijam, ardentemente. As mãos de Humberto percorrem o corpo de Lenara, seus seios, o abdômen, a virilha. Ela se contorce de prazer, geme no ouvido dele. CAM mostra de cima, Humberto deitado sobre Lenara e as mãos dela agarrando-o pelas costas, olhar de desejo.

CENA 16. RESTAURANTE RAQUEL. INT. NOITE.

Raquel conversa com Claude e Monique.

CLAUDE: - E quando será a inauguração de fato, Raquel?

RAQUEL: - Nos próximos dias. Já distribui alguns convites. Inclusive o seu está aqui.

Raquel vai até sua bolsa, que está numa das mesas do restaurante, para pegar o convite de Claude. Quando retorna, ela se surpreende ao ver Henrique no local.

(sobe trilha “Entre Olhares” – Ana Carolina e John Legend)

RAQUEL (surpresa): - Henrique?

HENRIQUE: - Eu também vou ganhar um convite?

(baixa trilha “Entre Olhares” – Ana Carolina e John Legend

Claude e Monique trocam olhares.

CLAUDE: - Raquel, acho que eu pego o convite com você outra hora.

RAQUEL: - Já vão?

MONIQUE: - Já sim! Eu lembrei que tinha um compromisso e o Claude vai me levar. A gente se fala Raquel. Parabéns pelo restaurante.

CLAUDE: - Boa noite!

Claude e Monique saem. Raquel e Henrique ficam a sós.

HENRIQUE: - Você não me respondeu sobre o meu convite.

RAQUEL: - Confesso que eu não estava esperando te ver aqui, assim, de repente, ainda mais depois da nossa última conversa e (pausa)

HENRIQUE (interrompe): - Lógico que eu não vim aqui atrás de convite. Eu vim aqui atrás de você. Exclusivamente.

RAQUEL: - Atrás de mim? Por quê?

HENRIQUE: - Porque eu te amo.

Raquel sorri. Uma lágrima cai de seu rosto.

HENRIQUE: - Eu conversei muito tempo com a minha mãe hoje. E ela me fez uma pergunta que me deixou balançado por demais... “Você vai deixar de correr atrás da sua felicidade por medo?”. Eu estava com medo Raquel. Casei por medo e vivi com medo de tudo até agora. Mas já chega. Eu não quero ter medo. Eu quero é viver. E viver do teu lado, meu amor! Pra sempre... Eu, você... E o nosso filho.

Raquel chora, emocionada. Henrique se aproxima, acaricia seu rosto, enxuga as lágrimas dela, delicadamente. Os dois ficam a se olhar.

RAQUEL: - Eu amo você.

Os dois se beijam, apaixonadamente no meio do salão do restaurante.

(sobe trilha “Entre Olhares” – Ana Carolina e John Legend)

CENA 17. CT CORINTHIANS. INT. NOITE.

Os jogadores voltam do treino, no vestiário. Marcelo volta junto, enturmado com os rapazes. Daniel também está no grupo, rindo, contente. Ele chega e vai seguindo para a parte dos chuveiros.

MARCELO: - Daniel, me empresta seu desodorante, brother? O meu acabou.

DANIEL: - Claro, meu irmão. Só pegar na minhas coisas.

Marcelo então aproveita e vai até a bolsa de Daniel. Ao tirar o desodorante, ele deixa cair o pacote de drogas no chão.

MARCELO: - Ei, Daniel? Que parada é essa aqui nas tuas coisas?

Todos ficam surpresos. O técnico se aproxima.

TÉCNICO: - O que tem aí nesse pacote?

MARCELO: - Sei lá. Estava nas coisas do Daniel.

DANIEL: - Nas minhas coisas? Tem certeza?

TÉCNICO: - Dá aqui, Marcelo. 

Marcelo entrega o pacote nas mãos do técnico, que analisa e encara Daniel.

TÉCNICO: - Isso aqui é droga, Daniel. E da pesada.

DANIEL: - Droga?! Mas eu nunca cheguei perto disso!

MARCELO: - Mas estavam nas suas coisas cara...

DANIEL: - Impossível. Eu não uso drogas não. Alguém mexeu nas minhas coisas!

TÉCNICO: - E aí tu vai acusar todos os teus colegas?

DANIEL: - Isso não é meu, professor! Eu juro!

TÉCNICO: - Isso aqui, é até caso de polícia...

Daniel se mostra aflito, enquanto Marcelo tenta esconder seu sorriso de satisfação.

CENA 18. MOTEL. INT. NOITE.

Humberto e Lenara deitados na cama do motel, envoltos pelos lençóis.

LENARA: - Eu preciso mais vezes disso, Humberto. É muito bom.

HUMBERTO: - Bom mesmo... Faz a gente relaxar, esquecer de tudo.

LENARA: - Vem cá, Humberto. Você tinha dito que eu te fazia esquecer os problemas. O que é que tá pegando então? Você estava tão voraz na cama...

Humberto se levanta, caminha pelo quarto em silêncio.

LENARA: - Fiz a pergunta errada? Se não quiser não precisa responder.

HUMBERTO: - É que eu to numa panela de pressão, Lenara. Eu preciso botar pra fora senão eu explodo.

LENARA: - Então fala. O que tá acontecendo?

HUMBERTO: - Você não vai falar pra ninguém? Estou me abrindo contigo.

LENARA: - Deixa de ser bobo, Humberto. Fala logo!

HUMBERTO: - Fui eu o responsável pelo acidente do Donato.

Lenara se surpreende.

HUMBERTO: - Eu matei o Donato, Lenara. Eu estava dirigindo o carro que a polícia encontrou.


novela de
Édy Dutra
 
elenco
Juliana Alves como Raquel
Guilherme Winter como Henrique
Christine Fernandes como Lenara
Júlio Rocha como Humberto
 
Daniele Suzuki como Jaqueline
Jonathan Haagensen como Daniel
Cláudio Lins como Ulisses
Rodrigo Hilbert como Robson
Cinara Leal como Bárbara
Carlos Casagrande como Claude
Diego Cristo como Joaquim
 
Erika Januza como Aimée
Liliana Castro como Fernanda
Léo Rosa como Marcelo
Aline Dias como Stefany
Cecília Dassi como Carol
Luiz Otávio Fernandes como Nuno
Renata Castro Barbosa como Salete
Bernardo Mesquita como Cássio
Jonatas Faro como Igor
Odilon Wagner como Carlos
 
Rodrigo dos Santos como Barreto
Patrícia Werneck como Monique
Karina Bacchi como Keylla Mara
Nando Cunha como Candinho
Sérgio Guindane como Leopardo
Letícia Colin como Rita
Luiz Felipe Mello como Otávio
Maria Pinna como Lisa
 
atrizes convidadas
Carolina Ferraz como Paula
Regina Braga como Maria Alice
Aída Leiner como Tarsíla
Tânia Alves como Zuleica
Zezé Motta como Rosa

atores convidados
Zé Carlos Machado como Donato
Aílton Graça como Macedão
Nuno Leal Maia como Jair
Jean Pierre Noher como Santiago
 
Malu Galli como Dalva
Sônia Braga como Vilma
Reginaldo Faria como Gurgel

trilha sonora
Entre Olhares – Ana Carolina e John Legend

produção
 Bruno Olsen
 Diogo de Castro
 Israel Lima


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


 
REALIZAÇÃO



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