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Terra da Garoa: Capítulo 21

Novela de Édy Dutra
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TERRA DA GAROA - CAPÍTULO 21
 


CENAS DO CAPÍTULO ANTERIOR


VILMA
: - Claro que isso eu sei, não sou burra. É o Donato assinar os papéis, recebendo a grana da venda da sua parte na empresa, depois a gente dá um golpe nele, pega a grana pra nós e aí sim, quando ele não tiver mais serventia nenhuma, a gente dá um fim nele.

HUMBERTO: - Tudo muito bem arquitetado. Até porque, a Liza, filha dele, não pode desconfiar.

VILMA: - Sim, isso sim. Mas também precisamos ser rápidos, não podemos demorar. Cada dia que passa é um perigo.

HUMBERTO: - Mas quando você pretende fazer isso?

VILMA: - Amanhã mesmo. Amanhã a gente coloca a mão na grana e manda o Donato pro quinto dos infernos! 

Vilma e Humberto trocam olhares, cúmplices.


CENA 01. APTO HUMBERTO. INT. NOITE.

Continuação do capítulo anterior. Humberto e Vilma armam contra Donato.

HUMBERTO: - Você teria coragem mesmo de fazer algo contra ele? Matar?

VILMA: - Eu é que pergunto isso pra você, Humberto... Você teria coragem de matar o Donato?

Vilma encara Humberto, que hesita em responder.

VILMA: - Já vi que você fraqueja nas decisões...

HUMBERTO: - Eu tenho coragem sim!

VILMA: - Isso é música para os meus ouvidos... Então amanhã será o nosso grande dia. (segura a mão de Humberto) prepara-se para viver a maior emoção da sua vida!

HUMBERTO: - Você fala tão friamente, tão calma diante disso tudo... Você já matou alguém antes, Vilma?

VILMA: - Eu não tive um berço de ouro como você. Vivi a lei da rua, Humberto. E na lei da rua, se você não virar predador, vira presa. E presa fácil.

Vilma se levanta, abre a bolsa, pega um cigarro, acende, traga.

VILMA: - Não se preocupa, Humberto. Nada vai acontecer a você. Só fazer tudo como eu estou planejando...

HUMBERTO: - E o que você está pensando?

VILMA: - O plano é infalível...

Vilma senta-se próxima de Humberto novamente e começa a falar com ele sobre o plano. Fala baixo, para não acordar Donato, que dorme no sofá.

CENA 02. RESTAURANTE GOURMET PAULISTA. SALA CLAUDE. INT. NOITE.

Henrique abre a porta da sala de Claude, no restaurante. Raquel entra em seguida e Henrique fecha a porta, trancando.

RAQUEL: - Eu não posso demorar muito tempo aqui, Henrique.

HENRIQUE: - Está fugindo de mim?

RAQUEL: - Você sabe que eu nunca gostaria de me afastar de você. Mas nós sabemos que aqui não dá pra dar bandeira...

HENRIQUE: - Mas agora pouco me importa o que vão pensar se encontrarem a gente aqui. O que eu tenho pra falar pra você é muito mais importante do que qualquer outra coisa.

RAQUEL: - Então fala. O que é?

HENRIQUE: - Eu vou me separar da Lenara.

Raquel se mostra surpresa.

RAQUEL: - Você não pode estar falando sério, Henrique!

HENRIQUE: - Eu cometi um grande erro seguindo com um casamento com alguém que eu não amo de verdade, Raquel. A mulher da minha vida é você! É com você que eu quero ficar!

(sobe trilha “I Look To You” – Whitney Houston)

RAQUEL (emocionada): - Eu nem sei o que dizer, Henrique... Eu não quero estar forçando você a nada.

HENRIQUE: - Raquel, essa decisão é minha e é com convicção. Eu te amo! E nós vamos ter um filho... Eu não tenho mais motivos para ficar longe de você.

Henrique se aproxima de Raquel, a beija. Os dois se abraça, apaixonados.

RAQUEL: - E quando você vai conversar com a Lenara?

HENRIQUE: - Em breve. Nós já andamos discutindo feio, mas eu quero que esse assunto seja tratado com sensatez. Até para ela não sofrer tanto.

RAQUEL: - Mesmo ela me dizendo coisas horríveis, eu também não quero que ela sofra.

HENRIQUE: - Só tenho uma certeza... Eu e você vamos ser muito felizes.

Os dois se beijam novamente. (fade out trilha “I Look To You” – Whitney Houston)

CENA 03. APTO LENARA. INT. NOITE.

Lenara, no escritório de sua casa, faz anotações em um bloco, diante do computador. Na tela, o registro de Joaquim no Centro de Estudos de Lisboa.

LENARA: - Chegou a hora...

Lenara pega o telefone, disca um número. Cena alternada entre Lenara e Joaquim, conversando ao telefone.

LENARA (ao telefone): - Alô? Eu gostaria de falar com Joaquim...

JOAQUIM (ao telefone): - Aqui é ele mesmo.

LENARA: -  É ele? Joaquim, eu sou Lenara. Você não me conhece, mas nós temos algumas coisas em comum e que eu gostaria de conversar com você.

JOAQUIM: - Mas aconteceu alguma coisa?!

LENARA: - Calma, calma... Eu vou lhe explicar. Você conhece uma moça chamada Raquel?

JOAQUIM: - Raquel! Claro!

LENARA: - Conhece? Pois então, eu sou a melhor amiga dela!

JOAQUIM: - Ora, pois! Agora estou a lembrar... A Raquel falava de você aqui.

LENARA: -Ah, ela falou de mim é? Que ótimo... Pois então, Joaquim, eu estou entrando em contato com você justamente para falar sobre a Raquel. Ela veio embora para o Brasil, mas acredito que ela não lhe disse o porquê exatamente, não é?

JOAQUIM: - Nunca claramente... Mas sei que tem algo a ver com o Henrique. Você deve conhecer este rapaz.

LENARA: - Sim, eu o conheço. E muito bem... Mas eu vi umas fotos de vocês na internet, eram muito próximos... Presumo que rolou algum tipo de aproximação entre vocês, além da amizade...

JOAQUIM: - Não vou negar que a Raquel mexeu muito comigo sim.

LENARA: - Pois então, Joaquim. A Raquel voltou na verdade para fugir de um amor que ela não sabia controlar por você.

JOAQUIM: - Como é?! É sério isso?

LENARA: - Eu sou amiga dela, nós somos confidentes... E tem mais... Ela está grávida.

JOAQUIM (surpreso): - Grávida?!

LENARA: - Sim. Ela fala que é do Henrique, mas Joaquim, eu vejo que ela está mentindo. Esse filho só pode ser seu. E é para reparar essas histórias mal contadas, que eu estou te propondo vir para o Brasil, o mais rápido possível, para conversar com a Raquel e se acertar com ela. Minha amiga precisa de você.

JOAQUIM: - Eu adoraria, mas não tenho nem como pegar passagem agora, nada!

LENARA: - Eu já fiz uma reserva pra você, vôo e tudo. Amanhã mesmo você estará em solo brasileiro. Eu mesma irei te receber.

JOAQUIM: - Nossa, tudo tão rápido!

LENARA: - Não desperdice essa chance, Joaquim. É muito importante tanto pra Raquel quanto pra você.

JOAQUIM: - Eu só posso te dizer muito obrigado, Lenara. Reencontrar a Raquel é o que eu mais quero agora. Ainda mais sabendo que ela está apaixonada por mim.

LENARA: - Estou mandando para o seu e-mail que eu peguei aqui os dados do seu vôo. Te aguardo amanhã.

JOAQUIM: - Até amanhã!

Lenara desliga, ri, debochada.

LENARA: - Gente, como é fácil enganar as pessoas!... Agora com esse português idiota aqui, colado na Raquel, o Henrique fica livre para ficar comigo... E aí, Lenara, é sacrificar seu corpo de novo... Mais um filho pra segurar o homem e a grana. Investimento... Pensa nisso. Investimento!

CENA 04. CASA CARLOS. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

Jaqueline se despede de Carlos e Cássio.

CARLOS: - Muito obrigado Jaque. Você foi excepcional em todos os momentos.

JAQUELINE: - Era o mínimo que eu poderia fazer, Carlos... Agora nós estaremos juntos.

CARLOS: - Obrigado mesmo. De coração.

Carlos e Jaqueline se abraçam. Cássio está sentado no sofá, pensativo. De repente, se levanta e sobe as escadas rumo ao andar de cima.

CARLOS: - Cássio!

Cássio sai sem dar ouvidos.

JAQUELINE: - Vai ver ele foi para o quarto. Depois converse com ele.

CARLOS: - Farei isso mesmo.

JAQUELINE: - Boa noite, Carlos. Fique bem.

Jaqueline vai embora. Carlos fecha a porta, fica pensativo por um tempo. Em seguida, sobe as escadas.

CENA 05. CASA CARLOS. SÓTÃO. INT. NOITE.

Cássio está de pé, no sótão, diante de uma tela pintada por Dalva, onde uma família formada por uma mãe, um pai e um filho fora retratada. Cássio se aproxima, toca a tela.

Carlos chega no local, observa Cássio.

CÁSSIO: - Por que tem que ser assim pai? Por que as pessoas que a gente gosta vão embora?...

CARLOS: - Infelizmente a gente não tem respostas pra isso, Cássio. É o destino.

CÁSSIO: - E agora? Como vai ser sem ela?

CARLOS: - Eu não sei, meu filho... A gente só vai saber vivendo... E eu queria você aqui comigo, Cássio.

Cássio se vira, encara Carlos.

CARLOS: - Eu não quero passar por isso de novo. Você também não precisa voltar lá e (pausa)

CÁSSIO (interrompe): - Pode parar de falar pai. Eu já entendi.

CARLOS: - E então?

CÁSSIO: - Eu cuido da minha vida.

Cássio vai passando por Carlos, quando este segura o braço do filho.

CARLOS: - Eu já perdi a mulher que eu mais amei nessa vida. Não quero perder o único fruto que ela me deixou.

Os dois ficam a se olhar. Carlos solta Cássio, que sai do sótão. Carlos fica pensativo.

CENA 06. CASA SANTIAGO. QUARTO CAROL. INT. NOITE.

Carol está em seu quarto, ouvindo música com os fones de ouvido, enquanto faz anotações em sue caderno, quando Paula entra no quarto.

PAULA: - Eu quero falar com você. Agora, Carolina.

CAROL (retira os fones): - O que você disse?

PAULA: - Eu quero falar com você.

CAROL: - E aí? Pode dizer...

PAULA: - Que história é essa de você aparecer no enterro da sua tia com o Robson?!

CAROL: - Eu sei que não foi a melhor hora para apresentá-lo, mas foi a oportunidade que surgiu. Nós estamos juntos, mãe. E pra valer.

PAULA: - Carolina... Você está é me desafiando!

CAROL: - Eu estou é buscando a minha felicidade!

PAULA: - A sua felicidade não é o Robson!

CAROL: - Quem é você pra dizer o que é a minha felicidade?! Você mal sabe da sua... Traiu o meu pai, mas continua casada com ele. Tem medo de perder tudo isso aqui, não quis se jogar de vez nos braços do Robson e agora que eu estou com ele você vem querendo tirá-lo de mim!

PAULA: - Você não tem o Robson, Carol. Não é uma aventura com uma menina que ele quer agora.

CAROL: - Se é isso que ele quer ou não, não é você quem pode dizer, é o próprio Robson. E é comigo que ele está agora e não com você. É melhor você tomar vergonha na cara e parar de correr atrás do namorado da sua filha!

Paula não se segura e acerta um tapa no rosto de Carol. Paula está visivelmente abalada, sai do quarto da filha às pressas. Carol leva a mão no rosto, com lágrimas nos olhos.

Do lado de fora, no corredor, Paula apóia-se sobre uma pequena bancada. Respira fundo, procura se controlar.

PAULA: - O que eu estou fazendo, meu Deus?! Que loucura é essa?...

CENA 07. RESTAURANTE GOURMET PAULISTA. INT. NOITE.

Henrique e Raquel estão abraçados.

RAQUEL: - Coisa boa sentir seu calor, seu cheiro...

HENRIQUE: - Em pouco tempo você vai poder ter isso todos os dias. E eu vou poder contemplar essa sua beleza pra sempre.

De repente, Claude bate à porta.

CLAUDE (VOZ): - Posso entrar?

Raquel abre a porta da sala.

CLAUDE: - Não quero atrapalhar vocês, mas acontece que eu vou precisar usar o meu computador aqui...

HENRIQUE: - Claro, Claude. Eu já estava de saída.

Henrique se aproxima de Raquel, a beija.

HENRIQUE: - Nos encontramos amanhã novamente?

RAQUEL: - Sim, conforme o combinado.

Os dois se beijam. Henrique se despede e vai embora.

CLAUDE: - Esses beijos todos significam que o casal está junto, é isso?!

RAQUEL: - Ainda não!... Mas ele disse que vai se separar da Lenara.

CLAUDE: - Mas isso já é um grande avanço!

RAQUEL: - Eu sei que a Lenara vai sofrer, mas a minha felicidade está próxima, Claude. Finalmente!

CLAUDE: - E eu fico muito feliz por vocês, Raquel. De verdade!... Bem, agora eu preciso trabalhar aqui um pouco...

RAQUEL: - Por favor, Claude, antes de você se ocupar. (senta-se à mesa) Tem mais um minuto?

CLAUDE: - Claro.

RAQUEL: - Eu quero te mostrar o projeto do restaurante e tudo aquilo que eu havia te dito, lembra?

CLAUDE: - Lembro sim!

Raquel entrega a pasta para Claude, que analisa o material.

CLAUDE: - Mas isso é uma maravilha, Raquel! Seu restaurante vai ser um sucesso! E digo mais, eu falei com um amigo meu, que é corretor imobiliário... Ele viu um espaço fantástico e acha que pode servir. Se quiser, vamos amanhã mesmo dar uma olhada.

RAQUEL: - É claro que eu quero! Que maravilha Claude! Tudo dando certo na minha vida!

CLAUDE: - Você faz por merecer, Raquel. Merece isso e muito mais!

CENA 08. TRANSIÇÃO DO TEMPO.

Imagens de SP ao amanhecer. Mostra a Avenida Paulista movimentada, o trânsito na cidade já intenso.

CENA 09. EMPRESA QUEIRÓS. SALA DE REUNIÕES. INT. DIA.

Na sala de reuniões, Henrique assina os papéis da divisão da empresa. De um lado da mesa, estão Humberto, Donato e Vilma. Do outro, Henrique, Maria Alice e Lenara. Alguns outros diretores também estão presentes.

Após assinar os papéis, Henrique encara Donato, que sorri, vitorioso.

HENRIQUE: - Está aí. Tudo o que você queria.

DONATO: - Tudo o que é meu por direito... (beija os papéis)

Vilma e Humberto trocam olhares.

DONATO: - Finalmente, eu sou um homem rico!

MARIA ALICE: - Materialmente falando, porque de espírito, você sempre será pobre, Donato.

DONATO: - O que você disser não fará sentido nenhum, Alice. Agora nós somos iguais!

MARIA ALICE: - Jamais! Isso nunca!

HENRIQUE: - Calma, mamãe, não se exalte. Não vale a pena.

Maria Alice se afasta, Lenara a acompanha. Humberto se aproxima de Henrique.

HUMBERTO: - Foi a decisão mais sábia que você já fez, Henrique.

HENRIQUE: - Você realmente não sente nada? Nem remorso, Humberto? Veja o estado da nossa mãe, abalada...

HUMBERTO: - Ela não é minha mãe e você sabe disso.

HENRIQUE: - Então que tivesse ao menos um pouco de consideração por tudo o que ela fez por você.

HUMBERTO: - Esse seu discurso me cansa, Henrique. Mas no fundo mesmo, eu desejo que você seja feliz com o que sobrou da empresa. A metade não é tão ruim não.

HENRIQUE; - Agora vou precisar pensar em como manter tudo depois desse racha.

HUMBERTO: - Taí... Agora você vai poder justificar o seu posto de presidente. Resolva isso tudo.

Humberto se afasta, aproxima-se de Donato para conversar, enquanto Maria Alice bebe água, junto de Lenara.

LENARA: - É uma situação muito complicada, realmente.

MARIA ALICE: - É um patrimônio de anos sendo destruído, Lenara.

LENARA: - Mas a família fica muito pobre?

MARIA ALICE: - Claro que não, graças a Deus, temos como nos manter e muito bem. Mas é injusto isso tudo.

Neste instante, Vilma se aproxima delas.

VILMA: - Injusto é não dar ao Donato aquilo que lhe era de direito.

Maria Alice encara Vilma.

MARIA ALICE: - Cobra...

VILMA: - Ai Alice... Você sempre tão receptiva. Me barrou no casamento do Henrique, mas não conseguiu me barrar do patrimônio da família, que é na verdade o que me interessa.

MARIA ALICE: - Quanto a isso eu nunca tive dúvidas. Você sempre quis tudo o que eu tive.

VILMA: - E só não tive o Gurgel agora porque ele se foi cedo. Senão...

Maria Alice levanta a mão para bater em Vilma, mas Lenara a detém.

LENARA: - Dona Maria Alice, calma, por favor. Não vale a pena...

MARIA ALICE: - Tem razão, Lenara. Não vale a pena. (encara Vilma) Isso não vai ficar assim, Vilma. Pode ter certeza.

Maria Alice se afasta.

VILMA: - Você, mocinha, deveria ter namorado o Humberto. Pelo menos a sogra seria melhor que essa sem graça da Alice.

Lenara não dá bola para Vilma e vai saindo da sala, quando Humberto a aborda.

HUMBERTO: - Não vai me dar os parabéns?

LENARA: - Parabéns por quê? Por estragar a vida do meu marido, tirando dinheiro dele?

HUMBERTO: - Eu já tinha te dito que comigo a coisa seria diferente. Eu posso te dar muito mais, Lenara. Nós podemos mais! Pensa nisso...

Lenara sai da sala. Humberto sorri, sacana.

CENA 10. JOCKEY CLUB. EXT. DIA.

Barreto cavalga com o cavalo Relâmpago pela pista de turfe. Tarsila chega no local, o observa da arquibancada. Barreto a avista e se aproxima montado no cavalo. Tarsila desce até a pista.

BARRETO: - Amor! Que surpresa boa! Gostou da minha performance com o Relâmpago aqui?

TARSILA: - Gostei sim, meu querido. Está ótimo com sempre. Eu só não estou gostando de uma coisa. E acho que você também não vai gostar.

BARRETO: - O que foi?

TARSILA: - A universidade me ligou, perguntando o porquê que o Nuno não tem mais ido às aulas.

BARRETO: - Como é que é?! Impossível, se o Nuno saiu comigo agora de manhã! Eu deixei ele na porta da faculdade!

TARSILA: - Já faz mais de um mês que o Nuno não aparece nas aulas. Como ele faz parte do projeto científico, o pessoal lá deu falta. E se ele não está na faculdade, só pode estar em um lugar que me dá até náuseas de pensar...

BARRETO (desce do cavalo): Você acha que...

TARSILA: - Eu tenho certeza que ele está com aquela menina interesseira, Barreto. Nós precisamos fazer alguma coisa senão o nosso filho vai ir para o mal caminho. Precisamos salvar o Nuno dessa garota, Barreto!

CENA 11. CASA AIMÉE. INT. DIA.

(sobe trilha “Mulher” – Projota)

Nuno e Aimée deitados na cama dela. Os dois se beijam e se acariciam carinhosamente. Aos poucos, vão se despindo de suas roupas.

AIMÉE: - Eu quero que seja muito especial.

NUNO: - Você é virgem?

AIMÉE: - Não, não sou (risos)... Mas é que você é especial. E quero que essa nossa primeira vez seja tão linda quanto o que a gente sente um pelo outro.

Nuno sorri, carinhoso e beija Aimeé. Flashes dos dois fazendo amor, trocando carícias e beijos.

CENA 12. EMPRESA QUEIRÓS. SALA HUMBERTO. INT. DIA.

(fade out trilha “Mulher” – Projota)

Humberto apresenta um documento para Donato. Vilma observa.

DONATO: - O que é isso?!

HUMBERTO: - É mais um papel que faltou para você assinar lá da negociação.

DONATO: - É mesmo? Bom, deixa eu ler...

VILMA: - Que vai ler o quê, Donato? Assina isso logo e passa a grana toda pro teu nome, homem! É só burocracia! Vai perder tempo lendo?

DONATO: - Tem razão, Vilma. Deixa eu assinar isso logo pra poder pegar minha grana.

Donato assina o papel enquanto Humberto e Vilma trocam olhares, cúmplices.

DONATO: - Pronto, tudo assinado!...

VILMA: - Parabéns, Donato!

DONATO: - Eu quero agora é andar livremente pela empresa, sem nenhum segurança me seguindo. Pelo menos pela última vez, já que depois eu vou fazer loucuras com essa grana toda!

HUMBERTO: - Isso, vá aproveitar seu patrimônio.

Donato sai. Humberto e Vilma riem.

VILMA: - Eu não pensei que seria tão fácil! Ele assinou tudo direitinho?

HUMBERTO: - Tudo certo. É um babaca mesmo, você tinha razão. Mal ganhou a grana e agora passou tudo para o meu nome!

VILMA: - Primeira parte do plano, ok. Hoje à noite, vem a segunda parte. Esta sim, é decisiva!

CENA 13. ATELIER JAQUELINE. INT. DIA.

Lenara e Jaqueline conversam no atelier.

LENARA: - Eu sei que você está do lado da Raquel, mas eu só estou pedindo para que você alerte sua amiga para deixar de correr atrás do meu marido.

JAQUELINE: - Eu estou do lado do que é certo, Lenara. A Raquel não voltou lá de Portugal pra te atingir, enfrentar. Foi por amor.

LENARA: - Amor?! Ah, Jaque! A Raquel saiu daqui disposta a estudar apenas. E aí retorna morrendo de amores pelo meu noivo?! Que estranho, não é?!

JAQUELINE: - Você sabe que não foi assim, Lenara.

LENARA: - Já vi que não adianta falar com você também. Você e a Raquel se merecem. Duas falsas!

JAQUELINE: - Não fala assim comigo, Lenara! Eu não tenho nada a ver com o que aconteceu entre vocês!

LENARA: - Enquanto você continuar defendendo a vadia da Raquel, você está envolvida na história sim!

Lenara vai saindo do atelier quando o telefone de Jaqueline toca. Lenara chega perto da porta, quando escuta Jaqueline conversando.

JAQUELINE (ao telefone): - Nossa, Raquel, coincidência incrível você me ligando agora! (T) Sim, a Lenara acabou de sair daqui do atelier. Veio pedir pra eu ajudar ela a afastar você e o Henrique. (T) Claro, totalmente sem noção!

Lenara fica escondida, ouvindo a conversa.

JAQUELINE (ao telefone): - Mas então amiga, o que você queria falar comigo? (T) Jura! Que ótimo! Esse seu novo restaurante vai ser um sucesso! (T) Sim, e onde fica? (T) Claro que sei! Nove de Julho, na Bela Vista, próximo daquele prédio azul...

Enquanto Jaqueline conversa com Raquel, Lenara grava o endereço no celular e sai do atelier sem ser notada por Jaqueline.

CENA 14. PRÉDIO. INT. DIA.

Raquel desliga o telefone, aproxima-se de Claude e Maciel (negro, 34 anos, porte atlético), que termina de mostrar as dependências do prédio.

CLAUDE: - E então, Raquel, gostou daqui? Vai fechar negócio?

RAQUEL: - Eu adorei! Maciel, você é um anjo! Esse espaço aqui é tudo o que eu precisava!

MACIEL: - Sendo assim, negócio fechado então!

RAQUEL: - Negócio fechado!

Raquel cumprimenta Maciel, feliz por conseguir um espaço para o seu restaurante.

CENA 15. TRANSIÇÃO DO TEMPO.

Imagens de SP ao anoitecer. Mostra a cidade iluminada, os arranha-céus paulistanos.

CENA 16. APTO BARRETO. INT. NOITE.

Nuno chega em casa e encontra Barreto e Tarsila na sala, com algumas malas.

NUNO: - Oi pai, oi mãe!

TARSILA: - Chegou tarde hoje, filho...

NUNO: - É que a gente teve um trabalho pra entregar em aula, por isso eu demorei... E essas malas aí? Vocês vão viajar é?

BARRETO: - Essas malas são suas, Nuno. E quem vai ficar fora por um tempo é você.

NUNO: - Ué, como assim?

TARSILA: - Agora até mentir você anda mentindo, garoto... Eu e o seu pai sabemos que você não esteve na faculdade hoje. Aliás, que você não pisa lá há dias!

Nuno se mostra apreensivo.

BARRETO: - Por que isso tudo, Nuno?

NUNO: - Só pode estar acontecendo um engano, eu vou nas aulas sim...

TARSILA (firme): - Não diga mais mentiras, Nuno! Já chega! Amanhã mesmo você embarca para Nova York. Seu pai já fez os acertos da sua transferência.

NUNO: - Como é que é?!

TARSILA: - Isso mesmo que você ouviu. Você vai embora daqui, Nuno. E se Deus quiser, nunca mais vai ser essa favelada de novo!

Nuno encara Tarsila e Barreto.

CENA 17. AEROPORTO. SAGUÃO. INT. NOITE.

A movimentação no aeroporto é grande. Lenara aguarda sentada num dos bancos do saguão, quando um homem se aproxima dela. Ela se levanta, o encara. CAM revela Joaquim.

JOAQUIM: - A senhorita que é a Lenara?

LENARA: - Sou eu sim. Muito prazer, Joaquim.

Os dois trocam olhares.

CENA 18. APTO DONATO. INT. NOITE.

Humberto e Vilma conversam com Donato.

DONATO: - Acham mesmo que eu já tenho que sair daqui?

HUMBERTO: - Pai, você agora é dono de milhões e milhões de reis! Fica lá em casa hoje à noite e depois vai comprar uma mansão nos Jardins!

DONATO: - Você me chamou de pai, Humberto... (emociona-se) Pela primeira vez você me chamou de pai...

HUMBERTO: - Mesmo eu sabendo de toda a verdade, o Gurgel não me deu todo o carinho em anos que você me deu nesse pouco tempo que está aqui. É amor de pai, eu sinto isso.

Donato abraça Humberto. De frente para Vilma, Humberto pisca o olho para ela, cúmplices.

HUMBERTO: - Bem, eu vou preparar o carro para levar a gente.

VILMA: - Vai sim, meu filho. Eu só vou terminar de me arrumar e já desço com o Donato.

Humberto sai.

DONATO: - Você viu isso, Vilma?! Ele me considera o pai dele!

VILMA: - Você merece esse carinho, Donato. Agora é uma nova vida. (aproxima-se de Donato) Uma nova oportunidade pra você... Pra nós.

DONATO: - Pra nós?

VILMA: - Pra nós, Donato, eu e você... Ou você não percebeu que desde que eu voltei pra São Paulo eu fico te cuidando?

DONATO: - Fica é?

VILMA (sussurra): - O tempo todo...

DONATO: - Sei não, Vilma... Tô achando que esse seu papo mole pra cima de mim é por causa do dinheiro que eu peguei lá na venda da empresa.

VILMA: - Meu Deus, Donato, eu não sou tão fria assim... Eu realmente mudei...

Vilma vai até o espelho, coloca um turbante, passa batom.

DONATO: - Eu sofri muito quando a gente se separou, Vilma. Eu era apaixonado por você.

VILMA: - Mas andou com a Alice também...

DONATO: - Tadinha da Alice, tão bobinha... Mas era de você que eu gostava.

Vilma termina de se arrumar, vira-se para Donato, o encara.

VILMA: - Gostava ou ainda gosta?

Donato hesita em responder, enquanto Vilma se aproxima dele e o beija.

VILMA: - Eu sei que você não resiste, Donato... agora nós estamos juntos, pra valer! Vamos recomeçar essa nossa história.

DONATO: - Você quer isso mesmo, Vilma?!

VILMA: - Dá sua mão aqui, querido. Vamos descer. Nosso filho está nos esperando.

Vilma estende a mão para Donato. Ele a pega, sorrindo.

CENA 19. PRÉDIO. EXT. NOITE.

(sobe trilha “Turtango Instrumental”)

Humberto entra num carro que estava estacionado do lado de fora do prédio.

HUMBERTO: - Volta na quadra, ficar a espreita, esperando o sinal... É hoje o teu fim, Donato.

Ele liga o carro e sai.

CENA 20. PRÉDIO. ELEVADOR. INT. NOITE.

Vilma joga charme para Donato, os dois trocam beijos dentro do elevador do prédio.

CENA 21. CARRO. RUA. EXT. NOITE.

Humberto para o carro próximo da saída do prédio. Está um tanto apreensivo, com as mãos ao volante.

Do lado de fora do carro, Liza vem caminhando na calçada ao fundo, ouvindo música com fones de ouvido.

(fade out trilha “Turtango Instrumental”)

CENA 22. CASA QUEIRÓS. INT. NOITE.

Maria Alice conversa com Henrique.

MARIA ALICE: - O dia hoje foi difícil meu filho. Confesso que essa sua ligação avisando que vinha pra cá me deixou um pouco preocupada.

HENRIQUE: - Desculpa, mamãe. Não era essa a intenção. Mas acontece que eu preciso conversar com você antes de tomar a decisão que eu vou tomar.

MARIA ALICE: - Decisão? Sobre o quê? Sobre a empresa?

HENRIQUE: - Não, ainda não é sobre a empresa. É sobre minha vida pessoal.

MARIA ALICE: - Fala meu filho...

HENRIQUE: - Eu vou me separar da Lenara, mãe.

Maria Alice se mostra surpresa diante da revelação de Henrique.

CENA 23. PRÉDIO. RUA. EXT. NOITE.

(fade in trilha “Turtango Instrumental”)

Vilma e Donato vão saindo do prédio. Vilma segue jogando charme para Donato, o seduzindo.

DONATO: - Vem cá, meu amor! Vem Vilma! Vem dançar comigo aqui na rua!

VILMA: - Tá louco, Donato? Ficou rico e pirou é?! (risos)

Vilma procura o carro de Humberto com o olhar, disfarçando para que Donato não perceba. Na calçada, Liza segue caminhando, passa pelo carro e vê Humberto, mas pensa se enganar. Humberto no carro não percebe Liza.

HUMBERTO: - Vamos, Vilma... Dê o sinal...

Liza enxerga de longe Vilma, prefere parar para ver, se esconde próxima de um portão de um dos prédios. Donato vai para o meio da rua, se engraçar para Vilma, que começa a filmar tudo pelo celular.

HUMBERTO: - É o sinal. O celular é o sinal.

Humberto liga o carro e acelera. Donato no meio da rua não percebe o carro se aproximando, com os faróis desligados. Vilma enxerga o carro se aproximando rapidamente.

VILMA: - Donato, cuidado!

Donato vira e vê o carro se aproximando dele. Humberto acelera ainda mais, sem dar tempo de Donato escapar e  o atropela. O corpo de Donato cai no chão, imóvel. Liza se choca. Vilma entra no carro, que vai embora. Liza corre para socorrer Donato.

LIZA (aflita): - Pai! Fala comigo, pai!

Liza segura Donato em seus braços, mas ele já está morto.

LIZA: - Aquele carro... Aquela mulher... eles mataram o meu pai!


novela de
Édy Dutra
 
elenco
Juliana Alves como Raquel
Guilherme Winter como Henrique
Christine Fernandes como Lenara
Júlio Rocha como Humberto
 
Daniele Suzuki como Jaqueline
Jonathan Haagensen como Daniel
Cláudio Lins como Ulisses
Rodrigo Hilbert como Robson
Cinara Leal como Bárbara
Carlos Casagrande como Claude
Diego Cristo como Joaquim
 
Erika Januza como Aimée
Liliana Castro como Fernanda
Léo Rosa como Marcelo
Aline Dias como Stefany
Cecília Dassi como Carol
Luiz Otávio Fernandes como Nuno
Renata Castro Barbosa como Salete
Bernardo Mesquita como Cássio
Jonatas Faro como Igor
Odilon Wagner como Carlos
 
Rodrigo dos Santos como Barreto
Patrícia Werneck como Monique
Karina Bacchi como Keylla Mara
Nando Cunha como Candinho
Sérgio Guindane como Leopardo
Letícia Colin como Rita
Luiz Felipe Mello como Otávio
Maria Pinna como Lisa
 
atrizes convidadas
Carolina Ferraz como Paula
Regina Braga como Maria Alice
Aída Leiner como Tarsíla
Tânia Alves como Zuleica
Zezé Motta como Rosa

atores convidados
Zé Carlos Machado como Donato
Aílton Graça como Macedão
Nuno Leal Maia como Jair
Jean Pierre Noher como Santiago
 
Malu Galli como Dalva
Sônia Braga como Vilma
Reginaldo Faria como Gurgel

trilha sonora
I Look To You - Whitney Houston
Mulher - Projota
Turtango Instrumental

produção

 Bruno Olsen
 Diogo de Castro
 Israel Lima


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


 
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