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HOT 3!

A Marca do Primogênito - 1x09

Série escrita por Anderson Silva, Gabo Olsen e Marcos Vinicius
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A MARCA DO PRIMOGÊNITO

 


O amor é paciente, o amor é gentil. O amor não se deleita com o mal, mas se alegra com a

verdade. ”


(1 Coríntios 13: 4,7)



CENA 01. ARMAZÉM ABANDONADO. NOITE. INT.


Alexandre e Caíque se encarando. O irmão mais velho vê seus pais.


CAÍQUE (assustado)

Você atirou nela! Você atirou na Ayla! O que você fez? Que droga tá acontecendo aqui!


ALEXANDRE

Não temos tempo pra.../


É interrompido por Ayla rindo no chão. Alexandre fica sério, aponta a arma para a garota, que se levanta lentamente, como se nada tivesse acontecido. Ao ficar em pé, CAM destaca o buraco da bala em sua testa. Caíque a observa, sem entender o que está acontecendo.


AYLA (ri)

Ele é tão ingênuo, não é Alexandre?! (a Caíque) Privá-lo da verdade o deixou bobalhão. (gargalha)


ALEXANDRE

Uma bala mata bruxa não seria o suficiente para te calar, não é desgraçada?!


AYLA (a Alexandre)

Doeu um pouquinho, confesso. Mas logo passou! (ri)


CAM destaca o rosto de Ayla, o buraco em sua testa cicatriza sozinho.


CAÍQUE

Como você fez isso, Ayla?


AYLA

Ah, por favor, Caíque?! Você sempre foi um pouco meio lerdo para algumas coisas, mas acho que essa situação está bem clara para todo mundo. Mas eu vou te dar uma ajudinha. (sorri) E que tal agora?


Em segundos, Ayla se transforma em Serafine. Caíque recua para trás, em choque ao ver a mulher que sua namorada se transformou.

SERAFINE

Agora está claro pra você?!


ALEXANDRE

Ela veio enganando você esse tempo todo, irmão. Agora eu gostaria de saber o porquê dela não ter agido antes?


SERAFINE (a Alexandre)

Confesso que não foi fácil encontrar um modo de me envolver com vocês. Desde que você descobriu sobre a maldição e se afastou do irmãozinho para protegê-lo e ficou viajando pelo mundo em busca de colocar um ponto final nessa história, eu fiquei por aqui, à espreita… (a Caíque) …do irmãozinho abandonado.


Serafine anda pelo espaço, Alexandre continua apontando a arma em sua direção.


SERAFINE

Acompanhei a fase solitária da infância, sua adolescência e todos seus questionamentos pelo o irmão tê-lo abandonado e toda a sua dedicação e motivação pelos estudos. Fui quase que uma babá acompanhando todos os seus passinhos. (ri) Enquanto isso, o irmão mais velho continuava se afastando cada vez mais.


ALEXANDRE

Então esse tempo todo você esteve nos observando?


SERAFINE

Eu precisava saber o que vocês estavam fazendo, afinal, como iria estar sempre a um passo à frente, se não os observassem.


ALEXANDRE

Então porque não fez nada e acabou logo com isso? Precisava envolver meu irmão nesse joguinho de relacionamento?!


SERAFINE

Porque é divertido! Qual é rapazes, que graça teria em chegar em vocês e obrigá-los a matar seu irmão? Graça nenhuma! (se aproxima de Caíque) E me aproximar do Cay, foi bem divertido. (tenta tocar no ombro dele)


CAÍQUE (se afasta) 

Não toque em mim!


SERAFINE

Por conhecer tão bem seu irmão, eu sabia exatamente o tipo de garota que o atrairia.


Em segundos, seu corpo volta a ser Ayla novamente.


AYLA

Ayla foi uma das minhas mais fiéis seguidoras. (olha para seus braços) Entregou sua alma para mim, por livre e espontânea vontade.


ALEXANDRE (sarcástico)

Imagino, do mesmo modo que aqueles jovens fizeram!


AYLA

Pensa que é fácil conseguir almas hoje em dia? Com esses jovens viciados em redes sociais, internet e joguinhos eletrônicos. São tão diferentes dos jovens de antigamente, que com algumas simples palavras, você reuniria uma legião. O fato é que Ayla era uma dessas seguidoras fanáticas por mim. (a Caíque) E faz muito bem seu tipo, não é Cay?


Caíque lhe lança um olhar de desprezo.


AYLA

Nem deu tanto trabalho te fazer se apaixonar por

mim. Mas se você quer saber a verdade… (o encara)

…os dias que eu passei ao seu lado foram os

piores dias da minha vida.


Caíque sente como se tivesse levado um soco forte no estômago.


AYLA

Sentir suas mãos tocando em mim, seus braços,

sua pele, sua boca… (sente repulsa em seu corpo)

… você não sabe o tanto que eu me segurei para não acabar com sua vida, enquanto ficávamos juntos.


Alexandre olha para o irmão, vê-lo daquele jeito também o deixa mal.


AYLA

Felizmente, o meu desejo em ver o seu irmão fazendo isso, era maior. (ri) E cá estamos, finalmente para o grande momento.


Seu corpo se transforma e ela retorna a ser Serafine.


SERAFINE

Então, quem vai começar? (olha para os dois irmãos)


CAM destaca Alexandre, tenso. Ele olha para o irmão, que está de cabeça baixa completamente paralisado.


ALEXANDRE

Cuide de nossos pais, Cay! Deixa que eu me entendo com a bruxa.


Caíque continuava imóvel.


ALEXANDRE

Eu não sei o que você e essa garota viveram, mas não foi real. Você precisa ser forte e precisa se recuperar. Tudo isso foi uma ilusão dessa bruxa maldita.


(MÚSICA: Mad Hatter - Melanie Martinez) Serafine observa Caíque de cabeça baixa, exibe um grande sorriso em seu rosto.


SERAFINE

Se você quiser, Cay… (indo até ele) …eu posso encontrar um modo de juntar você e a Ayla pela eternidade.


ALEXANDRE

Não ouça o que essa bruxa tem a dizer, Cay. Ela quer manipular sua mente. Faça o que eu disse. Pegue nossos pais e saiam daqui.


SERAFINE

Verdade… bem lembrado, Alexandre! (vira-se para os pais dos rapazes) Que tal um joguinho, meninos?


Com um gesto de mãos os pais dos garotos se sentem sufocados. Isso faz Caíque reagir e olhar para os pais.


SERAFINE (a Alexandre)

Ao invés de ficar apontando essa arma sem serventia alguma em minha direção, porque não aponta para o seu querido irmãozinho?


Caíque olha para Serafine. Alexandre está angustiado em ver seus pais sendo maltratados.


SERAFINE

Ou então, eu vou torturar seus pais até a morte, aqui na frente de vocês.


Alexandre e Caíque se entreolham, ele continua com a arma erguida em direção a Serafine.


SERAFINE

Então, meninos… o que vocês vão fazer?


CAÍQUE (desesperado)

Coloca logo essa arma em minha direção, Alexandre. Ela vai matar nossos pais!


Receoso, Alexandre aponta a arma em direção ao irmão. Caíque se aproxima dele.


CAÍQUE

Acho que no fundo, desde o início eu sempre soube que não levaria jeito pra essa vida.


Caíque aproximando-se do irmão. A arma está a poucos centímetros do seu peito. Serafine alivia o feitiço lançado sobre os pais deles. Eles voltam a respirar, com um pouco de dificuldade ainda.


SERAFINE

Será que vocês não podiam pular o momento de despedida? Você só precisa puxar o gatilho Alexandre e tudo isso terá acabado.


ALEXANDRE (irritado) Cala a boca desgraçada!


SERAFINE

Tudo bem!


CAÍQUE

Você nasceu pra isso, irmão. Salvar pessoas desses seres que andam por aí. (emociona-se) Eu nunca vou levar jeito pra isso. Então, não me importo de me sacrificar pela família.


Chega mais perto do irmão, a arma toca em seu peito.


CAÍQUE

Sou grato por ter cuidado de mim esse tempo todo. Hoje eu entendo o quanto você sacrificou para me proteger. E imagino o quanto você deve estar cansado dessa jornada, então, chegou a hora de descansar, irmão.


Em um ato inesperado, Caíque abraça o irmão. Serafine olha a cena e revira os olhos, achando aquele momento patético.


CAÍQUE

Você já fez muito por mim, irmão. Acho que chegou a hora de retribuir.


Sem perceber, Caíque toma a arma do irmão, se afasta dele e a aponta para sua cabeça.


ALEXANDRE

O que você vai fazer, Caíque? Não faça nenhuma besteira.


CAÍQUE

Você não vai ter coragem de atirar, eu sei. Então eu farei isso.


SERAFINE

Não é assim que as coisas funcionam, querido. (estala os dedos) É seu irmão quem deve matar você. (a arma surge nas mão de Alexandre)


CAÍQUE

Pensei que seu objetivo fosse me ver morto.


SERAFINE

Sim, mas pelas mãos de seu irmão.


ALEXANDRE

Não dê ouvidos a ela, Cay. Foque em mim. Vai dar tudo certo, está bem? Essa história não vai se repetir novamente, eu garanto a você.


CAÍQUE

Não temos como lutar contra ela. Eu li coisas terríveis dela no livro.


SERAFINE

Que honra, não tinha ideia de que era tão famosa assim.


CAÍQUE

Nós dois sozinhos e com nossos pais sendo mantidos como reféns, não temos chance alguma contra ela.


ALEXANDRE (sorri)

E quem disse que estamos sozinhos?


TALES

Espero não termos demorado muito!


Alexandre vira-se, olha para a entrada do local onde estão Tales, Domeni e Caim.


ALEXANDRE

Se demorassem mais um pouco, vocês perderiam a festa. (ri)


CAIM

Muitos símbolos e sigilos precisavam ser desenhados em todo canto do local, por isso a demora.


ALEXANDRE

Não se preocupem. Eu sei que vocês estavam bem ocupados. (vira-se a Serafine)


SERAFINE

Olá, Caim! Quanto tempo não nos vemos?! (a Alexandre) Posso saber o que vocês andam tramando agora?


ALEXANDRE

Essa droga de maldição vai chegar ao fim hoje, bruxa! Demorou! Oh, como demorou! Mas essa história toda acaba aqui!


Em Alexandre, com uma expressão confiante no rosto. (MÚSICA OFF).

1x09 - FAMÍLIA


CENA 02. CASA DE DOMENI. COZINHA. NOITE. INT.


Letreiro: Duas horas atrás.


Alexandre está reunido com Caim, sua tia e Tales ao redor da mesa. Sua tia e o amigo, estão boquiabertos em ver Caim ali na frente deles. Alexandre sorri brevemente, ao notar a reação deles.


CAIM

Os sigilos irão bloquear parcialmente os poderes de Serafine. Não sei o quanto isso vai ajudar, uma vez que ela conseguiu finalizar seu ritual.


ALEXANDRE

E pensar que tínhamos a chance de evitar isso, se tivéssemos salvado aquele rapaz.


CAIM

Você e seu irmão não tinham como saber. A nossa única opção de enfraquecer o poder de Serafine, é dessa maneira. Ela não está mais se escondendo de mim, consigo senti-la.


ALEXANDRE

Ela continua ainda com o meu irmão?


CAIM

Sim.


TALES

E qual é o plano?


CAIM

Serafine está levando Caíque para algum lugar. (fecha os olhos brevemente) Ambos estão em movimento, indo ao leste da cidade. (abre os olhos) Seja qual for o local que ela irá, temos que colocar esses sigilos em todo o espaço. (a Tales e Domeni) Para isso, vou precisar da ajuda de vocês. (a Alexandre) Enquanto estivemos colocando os sigilos do lado de fora do local, precisamos que você ganhe o máximo de tempo possível com ela.


ALEXANDRE

Pode deixar, tenho uma lista de perguntas a fazer pra aquela bruxa.


CAIM

Precisaremos de tempo, após os símbolos serem desenhados. Quanto mais tempo Serafine permanecer no local, mais os poderes dela se enfraquecerão. Com ela enfraquecida, precisamos ir para a segunda parte do plano.


DOMENI

Enfrentá-la frente a frente.


CAIM (a Domeni)

Alexandre disse que você é um pouco sensitiva e tem um pouco de conhecimento sobre magia.


DOMENI

Aprendi uma coisa e outra nos últimos anos para ajudar meu sobrinho.


CAIM

Chegou a hora de colocar o que você aprendeu em prática. (a Tales) Enquanto a você, me disse que sua mira é muito boa, assim como uma resistência admirável.


TALES (constrangido)

Uau, jamais pensei que ouviria isso vindo de você! Afinal, você é Caim, filho de Adão e Eva, os primeiros humanos da criação.


CAIM

Vamos contar com suas habilidades, rapaz. O confronto que teremos com Serafine, será decisivo. Se falharmos, nenhum de vocês voltará.


Tales e Domeni se entreolham, tensos.


CAIM

Se vencermos, colocamos um fim a essa maldição.


Alexandre olha para sua marca. CAM em seu rosto, com uma expressão confiante.


CENA 03. ARMAZÉM ABANDONADO. NOITE. INT.


Continuação imediata da cena 01. Serafine olha para todo aquele pessoal atrás de Alexandre.


SERAFINE

Entendi, trouxe seus amiguinhos para me matar. Eu sou imortal, rapazes. O livro não contou esse detalhe para vocês.


ALEXANDRE (firme)

Não importa o quanto você é poderosa. Não importa quantos milênios de anos você tem. Essa história toda vai acabar aqui e agora. Chega de provocar mortes inocentes, para satisfazer uma vontade mesquinha igual a sua.


SERAFINE

Mesquinha? Você não sabe o que é ver a pessoa que você ama sendo morta na sua frente! Porque eu sei muito bem que sentimento é esse. A dor da perda. O vazio que fica no peito. (aponta para Caim) Porque eu vi muito bem, quando ele matou o próprio irmão, a sangue frio e sem remorso algum. Se eu sou um monstro, Caim também é um.


CAIM

Não compare as suas motivações com as minhas, Serafine. O que fiz com o meu irmão era necessário.../


SERAFINE

Você sempre diz isso, mas até hoje nunca explicou nada. Você matou seu irmão, porque quis. Você enfiou aquela lança no peito dele, porque quis. Ninguém te obrigou. Eu estava lá. Eu vi.


ALEXANDRE

Eu não sei os motivos que o levaram a fazer isso, e também não quero saber. O meu desejo agora, é acabar com você.


Domeni repara sua irmã e o marido dela, deitados no chão do outro lado do salão. Calmamente, tenta ir até eles.


SERAFINE

Tudo bem, que bom trouxeram mais pessoas para o nosso joguinho.


Seus olhos ganham uma coloração violeta intensa. Isso dura por poucos segundos, até voltarem ao normal.


SERAFINE

O que está acontecendo?


Símbolos estranhos brilham nas paredes. Vários deles espalhados pelo local.


ALEXANDRE

Acho que alguém não conseguirá usar todos os seus poderes.


SERAFINE

Eu não preciso deles para derrotar vocês. Acho que faltam alguns convidados para essa festa. Que tal alguns demônios?!


Serafine estala os dedos. Um grupo de homens surgem na sala e ficam envolta de Alexandre, Caim e Tales. Cerca de 10 homens, de estilo físico variado e com olhos vermelhos. CAM destaca Domeni na lateral do local, próxima a sua irmã.


SERAFINE

Cuidem deles!


Serafine recua, enquanto os homens ao mesmo tempo vão para cima de Alexandre e seus amigos. Uma briga se inicia. Tales enfrenta três demônios. Caim dois. Alexandre três. Os demais ficam de guarda, dando espaço para Serafine sair do local.


ALEXANDRE

A bruxa tá fugindo!


TALES

Vai atrás dela. Deixa que cuidamos desses demônios.


CAIM

Ela não pode sair daqui, Alexandre! Se ela chegar lá fora, ela recupera seus poderes.


ALEXANDRE

Eu sei. Só que como você pode ver, estou um pouco ocupado agora.


Em meio a diálogos e trocas de socos, Alexandre repara no irmão. Ele continua imóvel observando a luta.


ALEXANDRE

Caíque, preciso que você me escute. (consegue a atenção do irmão) Não a deixe sair daqui. (leva ao chão um demônio) Se ela fugir, tudo que fizemos até agora… (é pego por trás por um demônio) …terá sido em vão. (é puxado para distante do irmão)


CAIM

Caíque, ouça seu irmão. Esta é a nossa única oportunidade. (dois demônios o seguram, levam ao chão e o faz ficar calado)


Caíque procura Serafine em meio ao local. Dedica sua atenção à sua tia, ajudando seus pais. Corre até eles.


CAÍQUE (preocupado) Como eles estão?


DOMENI

Fracos, mas vão ficar bem. Não perca tempo, vá atrás da bruxa.


CAÍQUE

Eu não sei se conseguirei enfrentá-la sozinho.


DOMENI

Você é um Walker! (segura a mão dele) Todos aqui, estamos dispostos a sacrificar nossas vidas pela família.

A mãe de Caíque, mesmo fragilizada, também segura a mão dele. Vê-la naquele estado, lhe dá ânimo para fazer o que tem que fazer.


CAÍQUE

Vocês têm razão. Eu sou um Walker!


Caíque se levanta e tem sua atenção para uma porta estreita ao fundo da sala. Corre até lá, mas logo é impedido por dois demônios maiores que ele.


CAÍQUE

Escutem, vocês podem até ser fortes e tudo mais. Porém, eu tenho uma tia ao meu lado.


Domeni levanta e pronuncia algumas palavras em latim. Os corpos dos demônios ficam imóveis.


DOMENI

Vá logo, não vou conseguir segurá-los por muito tempo.


Caíque aproveita a oportunidade e entra na porta estreita.


CAM destaca a briga entre Alexandre, que continua enfrentando dois demônios. Caim no chão, se defendendo dos socos e chutes de dois homens. E Tales tendo que enfrentar três.


CENA 04. ARMAZÉM ABANDONADO. CORREDOR. NOITE. INT.


(MÚSICA: Supermassive Black Hole - Muse) Serafine correndo. A poucos metros dela uma porta de ferro, com

uma placa acima: “EXIT”.


SERAFINE

Nunca eles vão conseguir me pegar!


A poucos metros da porta, ela é surpreendida por Caíque pulando em suas costas e derrubando-a no chão.


CAÍQUE

Você pensou mesmo que ia embora sem antes discutirmos a nossa relação?!


SERAFINE (ri)

Olha só! O irmão caçula tomando atitude. Isso sempre deixou Ayla excitada, sabia?!


Imediatamente Caíque muda de expressão. Fica sério.


SERAFINE

Você quer que eu comece a ter medo agora ou prefere que eu levante e pratique minha expressão apavorada. Olha que eu sou boa nisso, viu! Acho que daria uma ótima atriz!


Caíque se levanta e está nitidamente irritado. Serafine sorri ao vê-lo assim. Ele vai até a porta de ferro, vira-se e se atenta em Serafine ficando de pé.


CAÍQUE (sério)

Você não vai sair daqui.


SERAFINE

Você acha mesmo que sozinho conseguirá me segurar aqui?


CAÍQUE

Você não vai me matar, eu sei. E está fraca para usar qualquer feitiço em mim.


SERAFINE

Verdade. Realmente não posso matar você, seu irmão que tem esse papel. Mas não estou totalmente fraca, como você pensa. Ad ventilapis!


Com um gesto de mãos, Caíque é jogado contra a porta de ferro. Ele escorrega até o chão, sente suas costas doloridas. Se levanta, continua firme impedindo a passagem.


SERAFINE

Uau. (aplaude) Vamos de novo? (ri) Ad ventilapis!


Caíque é jogado contra a porta novamente. Se levanta, mesmo sentindo dores continua determinado em não deixá-la passar dali.


SERAFINE

Ad ventilapis!


E de novo Caíque é jogado contra a porta. Serafine se diverte. A cena se repete novamente. E de novo, de novo e de novo.


SERAFINE

Pra quem você quer mostrar essa coragem toda? Para o irmãozinho que te abandonou? Para a mamãe e papai que mentiram pra você esse tempo todo? Ou pra tia que tem Alexandre como o favorito?


Caíque fica em silêncio. Sente fortes dores, mas não quer demonstrar para a bruxa. Continua tentando se manter firme em frente a porta de ferro.


SERAFINE

Vocês só estão adiando o inevitável. Ad ventilapis!


Caíque é jogado contra a porta. Com certa dificuldade, tenta se levantar.


CAÍQUE

Porque você não me mata logo? Porque esse vai ser o único jeito de você sair daqui. (confiante) Só passando sobre o meu cadáver! (a encara, sorri)


(MUSÍCA OFF).


CENA 05. ARMAZÉM ABANDONADO. NOITE. INT.


Alexandre consegue escapar do demônio que o segurava pelo pescoço. Com um chute no estômago, derruba o que estava a sua frente e o enche de socos no rosto.


Tales troca socos com outros dois demônios. Após levar um ao chão, sua atenção vai exclusivamente para o que sobrou. Caim está em pé lutando de igual com os outros demônios.


Sabendo que não conseguirá segurar mais os demônios que querem ir atrás de Caíque, Domeni decide uma última cartada. Amplia seu feitiço para os demais demônios no ambiente. Todos imediatamente ficam paralisados.


Caim se levanta e se aproxima de Tales.


CAIM

Bom trabalho, Domeni!


DOMENI

Não vou conseguir segurar por muito tempo! Temos que exorcizá-los. Me ajude, Alexandre.


Domeni inicia o ritual de exorcismo. Em sequência, é acompanhada pelo sobrinho. Alexandre caminha pelo ambiente, aumenta a entonação da voz.


Os corpos dos demônios se contorcem. Alguns tentam resistir, mas um a um vai deixando o corpo de seu hospedeiro. Uma fumaça estranha sai da boca e nariz de cada. Alguns gritam. Domeni e Alexandre continuam o ritual em sintonia. Momentos depois, os demônios são exorcizados. Os corpos são liberados do feitiço de Domeni e ambos caem no chão.


Alexandre vai até sua tia.


ALEXANDRE

Tudo bem?


DOMENI (fraca)

Sim. Vou ficar! (sorri) Seu irmão foi atrás dela. (aponta na direção que Caíque foi)


Caim e Tales se aproximam deles.


ALEXANDRE

Cuidem dela!


Alexandre corre na direção que a tia apontou. Caim se aproxima de Domeni. Tales ajuda os pais dos garotos.


CENA 06. ARMAZÉM ABANDONADO. CORREDOR. NOITE. INT.


(MÚSICA: Supermassive Black Hole - Muse) Serafine fica irritada.


SERAFINE

Eu não gosto de ser provocada! Ad ventilapis!


Caíque é jogado contra a porta, dessa vez com mais força. Tenta ficar em pé, mas as dores o impedem.


SERAFINE

Eu só não mato você aqui e agora, porque.../


ALEXANDRE

Não tem coragem!


Serafine vira-se, se surpreende ao vê-lo ali.


ALEXANDRE

Bom trabalho, irmão. Impediu que a bruxa saísse.


SERAFINE

Vocês derrotaram meus demônios?


ALEXANDRE

Devia ter invocado mais! Aqueles ali foram fichinha! (ri)


SERAFINE

Porque vocês são tão persistentes! Porque não fazem o que estão destinados a fazer.


ALEXANDRE

Porque não somos iguais aos outros! (olha para o braço) Eu li todas as formas que cada primogênito matou o irmão. Alguns por espontânea vontade. Outros sendo manipulados por você. Cada morte está descrita no livro. (a Serafine) E li todas elas e só aumentou a minha raiva por carregar essa droga de marca.


Enquanto conversa, Caíque tenta se levantar do outro lado.


ALEXANDRE

Em saber que estou destinado a tirar a vida daquele que tem meu sangue… me fez me odiar por ter nascido. Só Deus sabe as noites que me deu vontade de tirar a própria vida, justo pra não ter que chegar nesse momento.


SERAFINE

Eu o traria de volta no mesmo instante.


ALEXANDRE

Eu sei. Justamente por saber disso, que eu nunca fui em frente. E mesmo que eu não existisse, a marca certamente teria sido colocada em outra pessoa. (a marca) Fugir dela é inevitável. Ela sempre estará fazendo a sua cabeça. (a Serafine) Se eu não tivesse tido força de vontade, já teria sucumbido a ela faz tempo.


Caíque baixa a cabeça ao ouvir aquilo.


ALEXANDRE (chora)

Felizmente, as memórias da minha família me ajudaram a criar força e lutar contra essa vontade.


Caíque ergue a cabeça, repara o irmão chorando.


(MÚSICA OFF).


FLASHBACK


CENA 07. CASA DE ALEXANDRE. SALA. TARDE. INT.


Alexandre (07 anos) sentado no sofá, vendo TV. A porta se abre e seus pais entram no cômodo carregando Caíque recém-nascido no colo. Domeni vem da cozinha, se alegra ao ver a irmã carregando a criança.



MÃE

Oi, Alexandre! Vem ver seu irmãozinho!


Alexandre pula do sofá e vai até sua mãe.


MÃE (se agacha um pouco)

Esse é o Caíque! Diga oi para o seu irmãozinho.


ALEXANDRE

Oi, Caíque!


CAM destaca o bebê brevemente. Na sequência, em Alexandre com expressão feliz no rosto.


MÃE

Esse é seu irmão mais velho, Caíque! (beija a testa do bebê) Ele cuidará de você, não importa o que aconteça. (faz carinho na cabeça de Alexandre) Vocês sempre terão um ao outro. Nunca se esqueçam disso!


Alexandre se atenta às palavras de sua mãe. Chega mais perto do bebê e observa. CAM o destaca feliz.


FIM DO FLASHBACK


CENA 08. ARMAZÉM ABANDONADO. CORREDOR. NOITE. INT.


Em Alexandre com os olhos em lágrimas. Caíque está em silêncio.


ALEXANDRE

Você pode fazer o que quiser. Me obrigue, bagunce a minha mente, mas eu não vou matar ele nunca! (enxuga as lágrimas) A única forma de conseguir a sua vingancinha, é me obrigando a fazer isso.


SERAFINE

Eu gosto quando esse sentimento que une vocês é forte. Porque a dor que vem logo em seguida, é maior ainda. O amor que você sente agora, logo se transformará em um vazio em seu peito e o atormentará pelos restos dos seus dias. E é isso que eu gosto de ver. Vocês sendo atormentados por essa dor é a minha maior vitória.


Caim e Tales aparecem logo atrás de Alexandre.


CAIM

Ainda bem que vocês não a deixaram sair. Quanto mais tempo ela ficar dentro dos sigilos, mais os poderes dela serão enfraquecidos.


SERAFINE

Então era isso o que você queria? (a Caíque) Estava ganhando tempo para que meus poderes fossem cada vez mais bloqueados?


ALEXANDRE

Entendeu porque agora é o fim da linha?


TALES

Você não conseguirá escapar de nós quatro.


MÚSICA: (Eyes On Fire - Blue Foundation)


Serafine fica em silêncio por alguns segundos. Baixa a cabeça e sorri logo em seguida.


SERAFINE

Vocês me subestimam!(a Caim) Eu não sou a mesma bruxa daquela época. Meus poderes estão em um nível superior. Você não tem ideia do que eu sou capaz de fazer agora.


Os olhos dela ganham uma coloração roxa intensa. Um brilho roxo surge em suas mãos e com uma onda de energia, consegue derrubar todos. Caíque é jogado contra a porta, bate forte a cabeça e fica desacordado. Alexandre, Tales e Caim contra a parede.


SERAFINE

Eu sou Serafine Maclean/Feigenbaum… (flutua) …e não serei derrotada por vocês! (tom alto) Contritos Catenae!


Uma segunda onda de energia sai do seu corpo. Dessa vez, atinge todo o local.


Em uma visão externa do ambiente, os símbolos desenhados brilham como uma coloração roxa. Pouco a pouco, cada um vai sendo apagado. Todos os símbolos foram apagados.


Os olhos de Serafine brilham com mais intensidade. Continua flutuando.


SERAFINE

Agora sim, vocês conheceram o meu verdadeiro poder! (a Alexandre) Aproveite o tempo com o seu irmão. Em breve, só restarão vocês dois neste mundo.


Serafine desaparece. Caíque continua desacordado. Alexandre soca o chão furioso. Caim e Tales se entreolham.


CENA 09. LOCAIS ALTERNADOS.


LEGENDA: Londres.


Uma família comum, marido, esposa e duas crianças, reunida na sala de casa vendo TV. A mulher começa a tossir. A tosse aumenta e a família acha estranho. Manchas escuras surgem no braço dela. A tosse piora e a mulher expele uma quantidade considerável de sangue da boca. A criança mais nova também tosse estranhamente. Em segundos, a família inteira apresenta a mesma situação.


LEGENDA: Japão


Um casal andando de mãos dadas pela rua. A garota começa a tossir. O namorado estranha e segundos depois ele também tem o mesmo sintoma. Em uma visão ampla da rua, várias pessoas estão na mesma situação. Alguns caem no chão, tendo ataques no meio da rua. Boca espumando e manchas escuras espelhadas por todo o corpo.


LEGENDA: Brasil


Pessoas se divertindo na praia. Sol escaldante, pessoas nadando. Uma mulher sentada na areia tosse descontroladamente. Ao redor delas, outras pessoas sentem o mesmo. Seja o que for, em segundos boa parte das pessoas apresentam o mesmo sintomas: tosse forte, manchas no corpo e secreção saindo da boca.


LEGENDA: Itália


Uma moça lendo um livro no parque. Outras pessoas se divertindo. Uma senhora que pedala de bicicleta começa a tossir. Isso ganha a atenção da moça que lê o livro. De repente, várias pessoas também estão tossindo. Imediatamente, a moça protege seu nariz com a gola de sua roupa. Se levanta e sai dali. CAM destaca várias pessoas tendo a mesma crise de outros lugares.


CENA 10. ARMAZÉM ABANDONADO. NOITE. INT.


Caíque apoiado no ombro do irmão. Ambos retornam decepcionados por Serafine ter conseguido fugir.


DOMENI

O que aconteceu?


ALEXANDRE

A desgraçada fugiu!


DOMENI

A missão falhou, então!


ALEXANDRE

Mas não vamos desistir. Vamos encontrar uma outra forma de pegá-la.


Caim caminha pelo espaço. Sente algo estranho ao seu redor. Tales o observa.


TALES

Tudo bem?


CAIM

Tem algo estranho no ar. Vocês não sentem nada diferente?


TALES

Eu não. (tosse) Só com o corpo dolorido mesmo. (tosse) Lutar com aqueles demônios não foi fácil. (tosse)


ALEXANDRE

Que tosse estranha, Tales?!


TALES (tosse)

Estranho que começou de repente! (tosse sem parar) O que tá acontecendo?


CAIM

Todos cubram seus narizes rápido!


DOMENI

Porque?


CAIM

Só façam o que estou mandando!


Todos protegem o nariz. Embora Tales tenha feito o mesmo, era tarde pra ele. Manchas escuras surgem em seu corpo. Tossindo muito, ele cai no chão. CAM enquadra o seu corpo se contorcendo no chão.


série criada por
Anderson Silva
Gabo Olsen
Marcos Vinicius

episódio escrito por
Anderson Silva
Marcos Vinicius

revisão de texto
Gabo Olsen

elenco
Chirs Wood...................................Alexandre
Matt Dallas.....................................Caíque
Danielle Campbell.................................Ayla
Lauren Graham...................................Domeni
Khylin Rhambo....................................Tales

participação especial
Ruth Connell..................................Serafine
Jeffrey Dean Morgan...............................Caim
Samara Lee.......................................Uriel
Wendy Moniz........................................Mãe
Frank Grillo.......................................Pai

música
Mad Hatter - Melanie Martinez
Supermassive Black Hole - Muse
Eyes On Fire - Blue Foundation

produção

Bruno Olsen
Cristina Ravela


 

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO




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