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Passos da Paixão - Capítulo 36 (Último Capítulo)

Novela de Édy Dutra
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PASSOS DA PAIXÃO - CAPÍTULO 36 (ÚLTIMO CAPÍTULO)



NO CAPÍTULO ANTERIOR:
IVANA (bate na porta): - Rosana! Abre!
ROSANA: - Infelizmente eu não vou poder, Ivana... Perdi a chave... 
Rosana joga a chave pela janela e volta para o sofá. 
IVANA: - E agora?!
ROSANA (senta no sofá): - Agora você fica aí que eu vou lá chamar o chaveiro... (fingida) Eu queria fazer uma brincadeira com você, mas não deu certo. Desculpa.
IVANA: - Vai logo, Rosana! Aqui mal tem ventilação.
ROSANA: - É mesmo? Chato né?... (ri, debochada) Fica aí, praga dos infernos... 
Rosana liga a TV, bem no canal que mostra a entrevista de Sílvia. Rosana se irrita ao ver Sílvia na TV. 
SÍLVIA (na TV): - A GF CarioLinda será uma grife que investirá no público feminino e masculino. A novidade de criar roupas para os homens é o grande trunfo dessa união, já que antes, as duas marcas eram exclusivamente femininas. E eu me sinto muito feliz em poder fazer essa transição. 
ROSANA: - Vaca!... 
Com raiva, Rosana empurra a TV no chão, que se quebra.

ROSANA: - A única transição que você vai fazer é daqui para o inferno, Sílvia. Você não perde por esperar...


 
 


CENA 01. CASA IVANA. INT. DIA.
Continuação do capítulo anterior. Rosana planeja dar um fim à Sílvia.
ROSANA: - Você não perde por esperar, Sílvia! Essa fama que você me roubou, os louros da vitória... Tudo eu vou recuperar. Nem que eu precise manchar as minhas mãos com o seu sangue...
Ivana, presa no banheiro, grita para Rosana.
IVANA: - Rosana! Me tira daqui!
Rosana, irritada, chuta a porta do banheiro.
ROSANA: - Alguém já disse pra você, Ivana, que você é um poço de chatice? Cala essa boca! Você não vai sair daí nunca mais, vai apodrecer nesse banheiro imundo!
IVANA: - Rosana! Pensei que nós fossemos amigas!
ROSANA: - Você é uma topeira mesmo. Acha que eu, Rosana Gonzales, linda e loura, iria ser amiga de uma pessoa tão ralé como você? Você é pobre, Ivana, idiota!...
IVANA: - Não fala assim comigo, Rosana! Eu arrisquei a minha vida, minha carreira para tirar você do presídio!
ROSANA: - Fez isso porque é tonta. Agora aguenta, e aprende a não ser mais tão idiota assim.
Rosana vai até o quarto, revira as coisas de Ivana, até encontrar um revólver.
ROSANA: - Meu brinquedo.
Rosana ainda pega dinheiro na bolsa de Ivana. Ela troca de roupa, prende os cabelos, e usa óculos escuros.
ROSANA: - Bora achar outra toca. Só mais um tempinho e eu me consagro de vez!
CENA 02. BAR DO NOEL. INT. DIA.
Alceu e Janice organizam o bar, quando Walter chega, acompanhado de Karina.
JANICE: - Filha!
KARINA: - Mãe...
WALTER: - Acho que vocês precisam conversar... A Karina está arrependida do que fez.
ALCEU: - E você é quem?
WALTER: - Eu sou o dono da boate onde ela trabalhava.
ALCEU: - Sim, você fazia a minha filha dançar seminua no palco, se oferecendo para os outros...
KARINA: - Papai!
WALTER: - Em nenhum momento a sua filha se ofereceu. O caso que ela teve nada tem a ver com o fato dela dançar na boate, que aliás, é um ambiente com mais de vinte anos de funcionamento e nunca houve uma reclamação sequer... Bem, eu vou deixar vocês conversarem. Acho que a família, para ser feliz, precisa se entender bem.
Walter sai.
JANICE: - Como você está, filha?
KARINA: - Bem, mamãe. Pelo menos por fora. Por dentro eu sinto um aperto tão forte.
JANICE: - Foi um choque para todos nós.
KARINA: - Eu sei. E eu fico muito triste por causa disso...
ALCEU: - Você ficou na casa desse rapaz?
KARINA: - Fiquei, pai. O Walter é uma pessoa muito querida, respeitador. Me deu ajuda e me aconselhou muito.
JANICE: - Dá pra ver que ele é sério.
KARINA: - Foi ele quem me orientou para vir aqui falar com vocês e... pedir perdão por tudo o que eu fiz de ruim.
JANICE (comovida): - Filha... Você não precisa pedir perdão por nada!
KARINA: - Preciso, mãe. Eu sei que não fui uma boa filha, que fiz coisa errada e magoei você e o meu pai. Eu só queria aparecer, mas esqueci de ser uma pessoa boa, que respeita os outros.
ALCEU: - Acho que foi isso o que mais nos magoou. Nós nos esforçamos para te dar uma boa educação, mostrar os valores da vida... E vimos você desrespeitar tudo isso.
KARINA: - Por isso que eu peço o perdão de vocês, pai. Eu não quero mais passar por isso de novo. Não quero mais magoar vocês. Eu quero é mudar, ser uma pessoa melhor. E sei que vocês podem me ensinar isso de novo.
JANICE: - Claro que podemos. Sempre!
Janice e Karina se abraçam, emocionadas. Alceu se junta a elas, abraçando as duas.
ALCEU: - Nós te perdoamos, filha.
KARINA: - Vocês não sabem como é bom ouvir isso...
JANICE: - Como é bom ter você de volta!
KARINA: - E voltei mesmo. Já quero ajudar aqui no bar, fazer o que tem que ser feito.
Walter volta ao bar.
WALTER: - Pelo visto, a família se acertou.
JANICE: - Obrigada pelos conselhos que você deu para a Karina.
WALTER: - Ela é uma moça legal. Merece ser feliz junto com a família.
ALCEU: - Senta aí, seu moço. Vamos comemorar!
Karina pega cerveja no freezer, enquanto Janice traz os copos. Os quatro brindam, felizes.
CENA 03. APTO GEÓRGIA. INT. DIA.
Geórgia abre a porta do apartamento. Renato surge na porta, com Ivan.
RENATO: - Como você está?
GEÓRGIA: - Bem... Entrem.
Renato entra. Ivan sorri para Geórgia, que não corresponde. Renato fica surpreso ao ver Fábio no local.
RENATO: - Quem é esse cara?
IVAN: - Fábio?
RENATO: - Vocês se conhecem?
IVAN: - Sim, somos amigos... Não sabia que você conhecia a Geórgia, Fábio.
FÁBIO: - Sim, acabamos nos conhecendo e ficamos muito amigos.
RENATO: - Confesso que nem eu sabia dessa amizade.
GEÓRGIA: - Acho que o seu espanto não deve ser tão grande quanto o meu, com relação às coisas que eu não sabia de você, Renato.
FÁBIO: - Eu acho que a gente pode ir com calma, nessa conversa.
RENATO: - Mas a conversa é somente entre os envolvidos no caso.
GEÓRGIA: - O Fábio também faz parte. Afinal, ele está comigo agora.
RENATO: - O quê?!
GEÓRGIA: - Isso mesmo. Nós estamos juntos.
RENATO: - Rápido assim?!
GEÓRGIA: - Pelo menos eu terminei com você antes de começar um outro relacionamento. Não fiquei enganando ninguém.
IVAN: - A gente não fez por mal, Geórgia.
GEÓRGIA: - Se fizeram pelo meu bem, fizeram errado.
FÁBIO: - Calma gente...
Silêncio na sala.
IVAN: - O Fábio tem razão. A gente precisa resolver essa situação com calma.
GEÓRGIA: - Resolver o quê? Não há mais nada para resolver. Está tudo feito.
RENATO: - Aí é que você se engana, Geórgia... Tem uma única coisa que é realmente importante e que a gente precisa acertar aqui e agora. O respeito entre nós dois.
GEÓRGIA: - Disso você tem razão.
RENATO: - Não quero que, por conta disso tudo que aconteceu, a gente apague os anos maravilhosos que tivemos juntos. Os momentos de alegria e tristeza em que compartilhamos um da companhia do outro, como um casal de verdade. E antes que você pense que era tudo fingimento, eu te digo que era amor de verdade.
GEÓRGIA: - Eu sei, Renato. Era o que eu sentia também. E não vou mentir se disser que ainda sinto um pouco desse amor guardado aqui dentro. Talvez não da mesma forma como antes. Mas é amor. Eu sei que é.
RENATO: - O Ivan me aconselhou muito para vir nessa conversa e eu concordo com ele. A gente não pode se afastar. Temos que continuar sendo amigos.
IVAN; - Eu não sei o que seria de mim sem a sua amizade, Geórgia. Sem as nossas conversas, os passeios, as compras, as suas poses para as fotos.
Geórgia esboça um sorriso.
IVAN: - Eu sei que eu errei com você (pausa)
RENATO (interrompe): - Nós erramos.
IVAN: - Mas a gente quer colocar um ponto final nessa história e começar um novo caminho, pra todos nós. E que a gente ande junto, passo a passo nessa estrada nova.
Geórgia fica pensativa.
RENATO: - E então, Geórgia, o que você me diz? Aceita ser nossa amiga?
Geórgia pensativa, encara Renato e Ivan. Vira para Fábio, que lhe acena com a cabeça. Geórgia volta-se para Renato e Ivan.
GEÓRGIA: - Eu fiquei muito magoada com tudo isso. Principalmente com a forma de como essa história veio à tona. Mas depois, pensando bem, eu percebi que eu não posso impedir a felicidade de ninguém!... Eu fui muito feliz ao seu lado, Renato. Eu me diverti muito com você, Ivan. E estou sentindo toda essa felicidade agora de novo, ao lado do Fábio... Mas sinceramente? Eu não saberia continuar sem vocês, Renato e Ivan, do meu lado. Acho que é como você disse, Ivan. A gente precisa caminhar junto nessa estrada nova. (sorri, feliz) Eu quero muito ser amiga de vocês!
(sobe trilha “My Life” – Robin Thicke) Renato e Ivan sorriem. Geórgia se abraça nos dois, emocionada. Fábio, afastado, sorri.
RENATO: - Eu nunca vou deixar de amar você, Geórgia.
GEÓRGIA: - Eu também não, Renato.
IVAN: - Vem, Fábio! Vai ficar parado, só olhando? Você também ta nessa!
FÁBIO: - Opa! Vamos lá então!
Os quatro se abraçam, felizes no meio da sala. (fade in trilha “My Life” – Robin Thicke)
CENA 04. CONDOMÍNIO POPULAR. APTO AMÁLIA. INT. DIA.
(fade out trilha “My Life” – Robin Thicke) Amália está sentada no sofá da sala de seu apartamento. A decoração é simples e os móveis também. Nada do luxo da mansão onde morava. De repente, a campainha toca.
AMÁLIA: - Se for algum vizinho querendo se enturmar, eu juro que mando para bem longe!
Amália abre a porta. Bruno aparece, com uma mala.
AMÁLIA: - Bruno?! O que você está fazendo aqui?
Bruno vai entrando.
BRUNO: - Eu perguntei para sua irmã por você e ela me disse que você agora está morando aqui. Lógico, antes ela me disse um monte de xingamentos. Acho que ela não quer me ver nem pintado de ouro.
AMÁLIA: - E essa mala aí? Vai viajar?
BRUNO: - Na verdade, eu vim aqui para pedir se eu posso morar aqui com você, Amália.
AMÁLIA: - Como é?!
BRUNO: - A Valquíria brigou comigo, sua irmã não quer saber de mim. Eu não tenho mais grana, nem para onde ir. Você é a minha única salvação.
AMÁLIA: - Quem diria que isso um dia fosse acontecer... Eu e você morando num condomínio popular na zona norte...
BRUNO: - Então eu posso ficar?
AMÁLIA: - Claro que pode. Assim você trabalha e ajuda a pagar o condomínio.
CENA 05. ESCRITÓRIO GF. SALA GILSON. INT. DIA.
Reunião na sala de Gilson. Ele termina de analisar o material produzido por Pedro, para o novo comercial da GF CarioLinda. André, Duda, Pedro, Aline e Vitinho também estão na sala.
VITINHO: - E então, Gilson, o que achou do material do rapaz aí?
GILSON: - Ele tem talento...
Pedro e Duda se olham, ansiosos.
ANDRÉ: - Eu confesso que gostei do que vi, pai. Mas a decisão é sua. Você é quem escolhe.
GILSON: - Eu aceito a proposta.
Pedro vibra.
PEDRO: - É mesmo, seu Gilson? O meu comercial foi aprovado?
GILSON: - Aprovadíssimo. Com certeza, o Mauro também irá gostar.
DUDA: - Viu amor? Eu disse que daria tudo certo! (beija Pedro) Parabéns!
ALINE: - Eu já posso ir agendando os dias de produção, contatando modelos para o comercial?
GILSON: - Pode sim, Aline. E por favor, modelos da Classic Models.
ALINE: - Claro.
Gilson cumprimenta Pedro.
GILSON: - Parabéns, Pedro. Tens uma carreira de sucesso pela frente. Tenho certeza que o mercado publicitário está ganhando um novo talento a partir de agora.
PEDRO: - Muito obrigado, seu Gilson. Muito obrigado!
CENA 06. CASA MARIA HELENA. SALA. INT. DIA.
Fernando e Marcinha visitam Maria Helena, numa casa simples, porém, bem mobiliada, com um certo luxo inclusive.
FERNANDO: - Como você está, mamãe?
MARIA HELENA: - Vivendo, não é?...  Ainda não me acostumei em ter trocado a mansão por essa casa de dois quartos, cozinha e sala.
MARCINHA: - Pelo menos tem um teto, não é, vovó? E a casa é linda, bem pintada...
MARIA HELENA: - Mas não é a casa dos sonhos, Marcinha... Não adianta explicar. Para vocês, sempre vai parecer que é futilidade minha. Mas para quem esteve no topo da alta sociedade carioca, morar aqui é uma decadência sem fim!
FERNANDO: - Você não precisa ficar desse jeito, mamãe. O papai já falou com os advogados. Você vai receber uma boa pensão, vai poder viajar, fazer compras, só que agora moderadamente.
MARIA HELENA: - Eu sempre tive tudo o que eu quis, Fernando. E nunca precisei de controle, de moderação! Agora que eu estou pobre, isso começa a fazer parte da minha vida. Ai que inferno!
MARCINHA: - Não fala assim vovó...
MARIA HELENA: - Eu não mereço isso. Não mereço... O que as minhas amigas do grupo das Gérberas vão pensar de mim?!
MARCINHAS: - Se elas são mesmo suas amigas, elas vão te ajudar a ficar bem e não ficar comentando sobre a sua vida. O resto não importa.
MARIA HELENA: - Perca o seu status, Marcinha. E aí você vai saber do que eu estou falando.
Maria Helena fica com olhar cabisbaixo. Fernando e Marcinha trocam olhares.
FERNANDO: - Bem, eu e a Marcinha precisamos ir agora.
MARIA HELENA: - Vão... Voltem para o conforto do lar de vocês. Me deixem aqui, nessa pobreza. Estou cansada!
MARCINHA: - A pior pobreza que há, vovó, não é a material. É da alma... Pensa nisso.
Marcinha sai. (sobe trilha “Marcas do Passado” – Alcione e Homero Ferreira)
MARIA HELENA: - Ela nem se despediu de mim...
FERNANDO: - Vai ver ela também se cansou de tantas lamentações... Tá na hora de dar um rumo na vida, dona Maria Helena.
Fernando beija a testa de Maria Helena e sai. Ela fica pensativa, sozinha na sala da casa. (fade in trilha “Marcas do Passado” – Alcione e Homero Ferreira)
CENA 07. PASSAGEM DO TEMPO. IMAGENS GERAIS / BOATE GLAMOURIO. INT. NOITE.
Imagens gerais da cidade do Rio de Janeiro, alternadas entre dia e noite. Mostra o Maracanã, o Pão de Açúcar, a praia de Copacabana, a Avenida Niemeyer, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o cotidiano do centro da cidade, um vôo de asa-delta. O Rio de Janeiro ao anoitecer, iluminado pela lua.
(fade out trilha “Marcas do Passado” – Alcione e Homero Ferreira)
LEGENDA: Dias depois...
(fade in trilha “The Beat Goes On – Bob Sinclair) Aniversário de Bia na boate. Estér segura um pequeno bolo de aniversário, com uma vela de faíscas. Bia está feliz. Walter, Orestes, Marcinha, Fábio, Geórgia, Renato, Ivan estão presentes. Bia assopra a vela, em seguida, dá um selinho em Estér. As duas sorriem uma para a outra, felizes. (baixa trilha)
WALTER: - Eu fico feliz em ver o senhor aqui na minha boate, seu Orestes.
ORESTES: - É um ambiente muito alegre, Walter. Alegre como você. Lembro das suas brincadeiras que irritavam Maria Helena lá na mansão. (risos)
WALTER: - Sempre espalhafatoso desde jovem... Agora eu vou lá pro camarim mudar o visual. Hoje Waleska vai fazer uma apresentação especial para a aniversariante.
Walter se afasta. Osvaldo sorri. Bia recebe os cumprimentos dos convidados quando um rapaz jovem (por volta dos 25 anos, cabelos curtos, castanhos, pele clara, alto) se aproxima dela. Bia se mostra surpresa e feliz.
BIA: - Caio! Você veio!
Bia abraça o rapaz.
BIA: - Que bom te ver aqui!
CAIO: - Como eu poderia deixar de vir no aniversário da minha irmã querida?
Estér se aproxima.
ESTÉR (simpática): - Então você é o famoso Caio?
CAIO: - E você só pode ser a Estér.
Os dois se abraçam.
ESTÉR: - Seja bem-vindo ao Rio, Caio.
CAIO: - Muito obrigado. Mas acho que desta vez não venho só para visitar e ir embora. Estou voltando pra ficar.
BIA: - Como assim?
CAIO: - A empresa vai abrir uma filial aqui no Rio e eu fui nomeado o novo gerente. Estou de mudança de São Paulo pra cá.
BIA: - Que maravilha! Esse é o melhor presente de aniversário que eu poderia ganhar! Meu irmão pertinho de mim!
Neste instante, Marcinha se aproxima.
MARCINHA: - Tia, pra variar meu pai foi embora nem me ofereceu carona.  Você deixa eu e o vovô na mansão?
ESTÉR: - Claro, Marcinha.
Marcinha e Caio trocam olhares.
BIA: - Marcinha, deixa eu te apresentar. Esse aqui é o meu irmão, Caio. Acabei de saber que ele agora vai vir morar no Rio.
CAIO: - Prazer.
BIA: - A Marcinha é sobrinha da Estér.
Caio cumprimenta Marcinha. Os dois sorriem um para o outro.
MARCINHA: - Então você vai vir para o Rio? Que legal!
CAIO: - Também estou gostando da ideia. Fui criado em São Paulo, mas sempre que podia, vinha para o Rio. Agora vou poder morar aqui.
Os dois se afastam, conversando.
BIA: - Acho que eles vão se dar bem.
ESTÉR: - Ouso dizer que eles já estão se dando bem... Vejo um novo casal surgindo aí... (risos)
A música rola na boate, as pessoas dançam na pista. Fábio e Geórgia dançam em clima de romance, um para o outro, trocando carinhos e sorrisos. Enquanto isso, Ivan faz o registro com fotos dos convidados, da aniversariante com Estér. Renato observa Ivan, sentado em uma das mesas. Ivan se aproxima de Renato e tira algumas fotos dele, brincando, sorrindo.
De repente, a música para. Uma luz no palco se acende. Todos prestam atenção. Waleska surge, com um vestido longo, coberto de plumas verdes e pedrarias, além de uma peruca loura. Todos aplaudem.
WALESKA: - Boa noite gente! Hoje a casa está recebendo pessoas muito especiais. Entre elas, a Bia, a nossa aniversariante da noite!
O público aplaude.
WALESKA: - E como eu já disse, a Bia está de aniversário e por isso, receberá um presente. É surpresa pra ela, mas tenho certeza que vai emocionar a todos.
BIA: - O que será, Estér? (olha em volta, procura Estér) Estér? Onde está você?
Estér surge no palco, carregando nas mãos uma pequena caixa.
ESTÉR: - Bia! Estou aqui!
BIA: - O que você está fazendo aí no palco?
ESTÉR: - Estou aqui para te entregar o presente...
Estér abre a caixinha e revela para todos um lindo par de alianças.
WALESKA: - Olha isso gente! É isso mesmo que eu estou pensando?
ESTÉR: - Bia... Casa comigo?
Todos os presentes olham para Bia, ansiosos pela resposta. Bia está surpresa com o pedido.
BIA: - Claro que eu caso!
Bia se apressa para subir ao palco, enquanto recebe os aplausos das pessoas presentes no local. Bia sobe ao palco. Ela e Estér trocam as alianças e em seguida, se beijam. Ivan registra tudo. Waleska seca as lágrimas, emocionado.
WALESKA: - Eu fico até emocionada!
ESTÉR: - Então você vai ficar ainda mais...
WALESKA: - Mais surpresa, gente?
ESTÉR: - Você aceita ser nosso padrinho de casamento?
WALESKA: - Mas é claro que sim!
Os três se abraçam no palco.
FÁBIO: - A gente também poderia fazer isso né?
GEÓRGIA: - Está a fim de casar comigo?
FÁBIO: - Por que não?
GEÓRGIA: - Tudo bem, eu aceito. Vou adorar usar vestido de noiva novamente.
Os dois se beijam, apaixonados. Ivan se aproxima de Renato.
IVAN: - Que momento lindo! Nunca pensei em registrar algo assim. A Estér e a Bia merecem toda a felicidade do mundo.
RENATO: - Assim como eu e você.
Renato coloca no dedo de Ivan uma aliança de compromisso. Ivan se surpreende, encara Renato com um sorriso.
Estér e Bia voltam para a pista de dança, animadas. Aos poucos, a pista se enche, todos dançando, se divertindo.
(fade in trilha “The Beat Goes On – Bob Sinclair)
CENA 08. CASA MARÍLIA. SALA DE ESTAR / QUARTO MARÍLIA. INT. NOITE.
(fade out trilha “The Beat Goes On – Bob Sinclair)
Fernando e Marília chegam a casa.
MARÍLIA: - Pelo visto, a festa de aniversário da Bia vai até altas horas da manhã.
FERNANDO: - Será que meu pai vai aguentar até o sol raiar? (risos)
MARÍLIA: - Não duvide de seu Orestes! Agora que ele ta solteiro, tem mais é que aproveitar! (risos)
FERNANDO: - Falando em aproveitar, sua mãe não está em casa?
MARÍLIA: - Não. Esqueceu que ela foi morar com o Cristóvão. Está tão feliz com ele. E eu fico mais feliz ainda em saber que ela está bem, está amando.
FERNANDO: - E nem o Pedro está em casa?
MARÍLIA: - Se não me engano, ele ia sair com a Duda e depois ia ficar na casa dela... Por que tantas perguntas, senhor Fernando? (risos)
FERNANDO (abraça Marília): - Nada não... É que você falou em aproveitar e então eu pensei que nós dois também poderíamos aproveitar... Que tal?
MARÍLIA: - Adorei a ideia...
Os dois se beijam, apaixonados. (sobe trilha “Aliança das Marés” – Paula Lima e Péricles) Corta para o quarto de Marília. Fernando e Marília nus na cama, fazendo amor. Ele deitado sobre ela. As mãos dela deslizando sobre as costas dele. Eles se beijam, apaixonados.
CENA 09. ATELIER GF - CARIOLINDA. INT. NOITE.
(fade out trilha “Aliança das Marés” – Paula Lima e Péricles) Sílvia, Duda e Aline conversam no atelier.
DUDA: - Não precisa de ajuda não, Sílvia? Tem certeza?
SÍLVIA: - Tenho sim, Duda. Pode ir para o seu jantar. O Pedro deve estar ansioso para sair com você.
DUDA: - Ele fez reserva no Prato Cheio e tudo.
ALINE: - Ai que fofo! O Vitinho faz tempo que não me leva para jantar... Aliás, vou cobrar isso dele hoje!
SÍLVIA: - Coitado, Aline! (risos)
ALINE: - Coitada de mim, Silvinha!... Louca pra dar uma saída, uma badalada... Isso! Vou chamar ele pra balada. É hoje que eu tiro aquele homem de dentro de casa!
DUDA: - Vamos lá então... Sílvia, os croquis estão na gaveta da minha mesa. E alguns moldes já estão cortados lá nas bancadas.
SÍLVIA: - Obrigada, Duda. Eu já vou saindo daqui a pouco. Amanhã continuamos tudo. Podem ir. Aproveitem a noite. Está ótima mesmo.
Duda e Aline saem. Sílvia fica sozinha, organizando suas coisas quando escuta um barulho.
SÍLVIA (organizando sua mesa): - Duda, pode ir embora, eu já arrumei tudo aqui e (pausa)
Sílvia olha para frente e se surpreende ao ver Rosana.
ROSANA: - Surpresa!
SÍLVIA: - Rosana! Como você entrou aqui dentro, sua infeliz?!
ROSANA: - Esse atelier aqui é meu. Conheço tudo aqui dentro. Não foi fácil chegar aqui... Assim como não é fácil ver você tão à vontade na minha mesa.
SÍLVIA: - Nada disso aqui é seu. O seu lugar não é aqui. É na cadeia, de onde nunca deveria ter saído!
ROSANA: - E o seu é no inferno, Sílvia!... Roubou tudo o que era meu. Agora você vai pagar!
SÍLVIA: - Quem vai pagar é você! Vou ligar para a polícia agora mesmo!
Sílvia pega o telefone para discar, quando Rosana saca a arma e aponta para ela. Sílvia se surpreende.
ROSANA: - Larga esse telefone agora.
Sílvia deixa o telefone na mesa.
ROSANA: - Até hoje eu não entendo como eu consegui ser sua amiga por tanto tempo, Sílvia... Você é tão idiota, tão mesquinha... Insignificante.
SÍLVIA: - Se eu sou tudo isso, Rosana, por que você se importa tanto comigo hein? Está sempre correndo atrás de mim, me acusando de roubar o que é seu. Eu não roubei nada de ninguém, até porque, a ladra aqui é você. Foi você quem perdeu tudo sozinha!
ROSANA: - Cala a boca! Não mandei você falar, sua ordinária! Quem está no controle aqui sou eu. A partir de agora, você não vai dizer mais nenhuma palavra. Nada mais. Ou melhor, nunca mais!
Rosana aponta a arma para Sílvia, mirando, com um sorriso no rosto.
Enquanto isso, no corredor, do lado de fora do atelier, Júlio e Melissa se aproximam do local.
JÚLIO: - Sua mãe vai gostar da surpresa.
MELISSA: - Nós dois buscando ela no trabalho e depois saindo para jantar. Ela curte muito esses programas de família. Confesso que antes eu não gostava muito não, mas agora eu me amarro!
Júlio e Melissa entram no atelier e se chocam ao ver Rosana com a arma apontando para Sílvia.
JÚLIO: - Rosana!
Rosana se assusta e acaba atirando. Sílvia é atingida e cai no chão, atrás da mesa. Rosana deixa a arma cair no chão e corre em direção às escadas que levam ao terraço. Júlio e Melissa se apressam para socorrer Sílvia.
MELISSA: - Mãe! Mãe!
JÚLIO: - Sílvia, meu amor! Fala comigo!
Sílvia está desacordada.
MELISSA: - Ela ta sangrando, pai!
JÚLIO: - Filha, chama uma ambulância, rápido. Eu vou atrás daquela bandida!
Júlio vai atrás de Rosana, enquanto Melissa pega o telefone para chamar por socorro.
Enquanto isso, Rosana sobe as escadas até chegar ao terraço do prédio. O prédio é alto, mais de vinte andares. Rosana parece desnorteada.
ROSANA: - Eu matei a Sílvia! Eu consegui. Eu matei a desgraçada. Mas eu não posso ir presa de novo. Não posso!...
Rosana se aproxima da beirada do terraço, olha para baixo. Os carros, as pessoas pequeninas vistas do alto. Rosana sobe na mureta, se equilibra na beirada do terraço. Abre os braços.
ROSANA: - Antes a morte do que a cadeia.
Rosana fecha os olhos, respira fundo e se impulsiona. Porém, uma mão firme segura seu braço, a puxando para o terraço novamente. Rosana se surpreende ao ver Júlio, que a segura firme.
JÚLIO: - Você pode até morrer, mas antes vai penar na cadeia, sua bandida!
ROSANA (tentando se soltar): - Me solta, seu canalha!
JÚLIO: - Você vai pagar por tudo o que fez, Rosana! Agora não tem saída!
ROSANA: - Eu nunca vou pagar por nada! Eu estou acima de todos vocês! Todos!
De repente, policiais chegam ao terraço. Um deles com algemas.
POLICIAL: - Rosana, você está presa. E agora com mais uma acusação. Tentativa de homicídio.
Rosana é algemada e levada pelos policiais.
CENA 11. HOLANDA. AMSTERDÃ. RUA. EXT. NOITE.
Imagens das ruas de Amsterdã, capital da Holanda, à noite. Algumas são pouco movimentadas, apenas algumas profissionais do sexo em alguns pontos.
Diogo caminha pela rua, até uma esquina, onde acende um cigarro. Faz ponto.
DIOGO: - Depois da Holanda, Paris... Vida de modelo internacional.
Um carro estaciona, baixa o vidro. Diogo sorri, sacana.
DIOGO: - Um extra com programa não faz mal a ninguém.
Diogo entra no carro, que segue pela rua iluminada da capital holandesa.
CENA 12. HOSPITAL. QUARTO. INT. NOITE.
Sílvia está deitada na cama, já acordada. O médico a examina. Júlio e Melissa próximos, apreensivos.
JÚLIO: - E então, doutor, como ela está?
SÍLVIA: - Eu já disse que estou bem...
JÚLIO: - É o médico quem vai dizer o seu estado de saúde, Sílvia.
MÉDICO: - Ela está bem sim. O tiro foi de raspão, já fizemos os curativos, nada demais. Só vai precisar mesmo ficar em observação.
JÚLIO: - E aqueles exames todos que ela fez quando chegou aqui?
MÉDICO: - Rotina. Quando a pessoa é baleada, precisa passar por exames para saber se o ferimento foi grave ou não, possíveis lesões, coisas de rotina. Mas no caso da Sílvia, e posso dizer que com uma ajuda da mão divina, ficou tudo bem.
Uma enfermeira entra no quarto, trazendo uns papéis para o médico. Ela sai em seguida.
MÉDICO: - Seus exames, Sílvia.
MELISSA: - E então, doutor? Nada grave mesmo?
MÉDICO: - Nada grave mesmo. Nem com ela e nem com o bebê.
Júlio, Sílvia e Melissa se olham com cara de espanto.
SÍLVIA: - Bebê?! Que bebê é esse doutor?
MÉDICO: - O seu bebê. Você está grávida, Sílvia.
Sílvia se mostra totalmente surpresa, assim como Júlio e Melissa.
MELISSA: - Eu vou ganhar um irmãozinho ou irmãzinha, é isso?!
MÉDICO: - Pelo visto, a família não sabia desse novo membro que está para chegar.
JÚLIO: - Meu Deus, essa é a melhor notícia que eu poderia ter na minha vida! Que eu vou ser pai de um filho seu, Sílvia!
SÍLVIA: - É a nossa família, Júlio. A nossa família!
Júlio e Sílvia, emocionados, se beijam. Melissa se junta, abraçando os pais. O médico se retira, deixando a família curtir junta a felicidade.
CENA 13. PENITENCIÁRIA. INT. NOITE.
A carcereira abre a cela e Rosana é empurrada para dentro. O local é escuro, um tanto sombrio. A carcereira tranca o portão.
CARCEREIRA: - Agora ninguém mais te ajudar aqui dentro. Não tem mais saída.
A carcereira se afasta. Rosana segura à grade.
ROSANA (grita): - Eu não conheço o fim! Eu vou além! (grita mais alto) Eu vou além!
Rosana se afasta da grade, se recosta na parede, sentada, abraça as pernas. Olhar mostrando raiva.
CENA 14. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER / CASA MAURO. JARDIM. EXT. DIA.
Imagens gerais da cidade do Rio de Janeiro, alternadas entre dia e noite. Mostra Jardim Botânico, a Central do Brasil, a Avenida Rio Branco, a Cinelância, a praia de Copacabana.
LEGENDA NA TELA: Dias depois...
Corta para o jardim da casa de Mauro, num lindo dia de sol. Decoração da festa de casamento. As mesas redondas espalhadas por todo o jardim, enfeitado nos tons de branco, prata e dourado. Muitos convidados. Mauro e Tereza caminham por entre as mesas, recebendo os cumprimentos dos amigos. Ele, de terno escuro e gravata clara. Ela, com vestido longo, branco, bordado com pedrarias. Os dois caminham de mãos dadas, compartilhando da mesma felicidade.
Em uma das mesas, Sílvia, Júlio, Melissa, Alceu, Janice e Karina.
JANICE: - Você contando essa história, Sílvia, eu lembrei de quando eu descobri que estava grávida da Karina. Fiquei numa felicidade só.
ALCEU: - E eu também. A gente já estava casado faz tempo. Tava na hora do nosso bebê chegar.
KARINA: - Você sabe o que é, Sílvia?
SÍLVIA: - Não, ainda não. Estou com poucas semanas, não há como saber o sexo ainda.
ALCEU: - Alguma preferência?
JÚLIO: - Um menino seria legal. Quero alguém pra ir comigo no Maracanã torcer pelo Fogão!
MELISSA: - Botafogo, pai? Poxa, já vai fazer a criança sofrer desde cedo... (risos)
SÍLVIA: - Eu não tenho preferência não. O importante é que venha com saúde.
Em outra mesa, Fernando, Marília, Sandra, Tarso, Aline e Vitinho.
SANDRA: - Fiquei feliz pelo Mauro ter nos convidado para o casamento. Nós não temos tanto contato assim, mas eu sempre o admirei como profissional e pela beleza também.
TARSO: - Sandra!
SANDRA: - Ora Tarso, por mais amor que eu sinta por você, não posso negar que o Mauro é um belo homem.
MARÍLIA: - Desculpa, Fernando, mas eu vou concordar com a Sandra. (risos)
FERNANDO: - Pronto, Tarso, fizeram complô contra a nossa beleza. (risos)
ALINE: - Desculpa, meninas, mas ninguém supera a beleza do meu bombom aqui! (beija Vitinho)
VITINHO: - Tô com moral pessoal! Desculpa aí!
Todos riem.
Enquanto isso, o bufê é servido por Durval, Heloísa e Talles. Enquanto Durval organiza os pratos na mesa, Heloísa e Talles trocam olhares constantes. Ele passa por ela, indo em direção ao bufê para ajudar Durval, quando discretamente, Heloísa dá uma apalpada no bumbum do garoto.
TALLES: - Ei, calma!
HELOÍSA: - Pão... Você é um pão, garoto!
Talles segue. Heloísa arruma o decote, abre um sorriso.
HELOÍSA: - Durvalzinho, meu amor! Eu te ajudo, vida!
Em outra mesa, Adônis, Orestes, Estér, Bia, Marcinha e Caio.
ORESTES: - E Raquel, Adônis, por que não veio?
ADÔNIS: - A Raquel é a fiel conselheira da Valquíria. E justamente hoje elas tiraram o dia para conversar... Mas ela me disse que logo mais está chegando.
ESTÉR: - Elas são muito amigas, tem muita coisa para conversar.
BIA: - Falando em conversar, como está o Diogo, Adônis? Tem falado com ele?
ADÔNIS: - Diogo está bem. Me manda postais da Europa praticamente toda semana. Nos próximos dias, ele embarca para o Japão.
MARCINHA: - Essa vida de modelo deve ser incrível! Conhece o mundo todo!
CAIO: - Eu acho bacana também, mas não sei se me adaptaria a viver cada tempo num lugar diferente. Eu já acho um saco ficar na ponte aérea Rio - São Paulo.
MARCINHA: - Ah, amor, falta pouco para o seu apê ficar pronto. Aí sim, você fica aqui no Rio pra sempre. E do meu lado! (beija Caio)
ESTÉR: - Ai, o amor é lindo, não é?!(risos)
Todos riem.
Mauro e Tereza sentam-se à mesa, onde estão Leocádia, Celeste, Guilherme, Selma, Gilson, Paula e André.
SELMA: - Que festa de casamento incrível! Adoro isso tudo! Decoração, bebida... Tem até um palquinho!
TEREZA: - É para a orquestra. Vamos balançar o esqueleto depois!
LEOCÁDIA: - Fazia tempo que eu não via esse jardim cheio.
CELESTE: - Eu acho que nunca vi tanta gente aqui em casa...
GUILHERME: - Não mesmo?
LEOCÁDIA: - Celeste chegou à família depois da época das festas homéricas! Ah, já foram quantas...
GILSON: - Lembro do tradicional jantar de primavera.
MAURO: - Eu era jovem, mas gostava de participar desses eventos.
GILSON: - Nem tão jovem assim, Mauro. (risos)
LEOCÁDIA: - E vocês aí, Paula e André. Estão tão quietos...
SELMA: - É mesmo? Desde que chegamos, estão falando pouco, aos cochichos...
ANDRÉ: - Acontece que a gente está combinando aqui e... (levanta-se) Se vocês permitirem, Mauro e Tereza, eu e a Paula queremos fazer uma surpresa, ali no palco.
MAURO: - Claro, podem ir.
Paula e André se afastam.
GILSON: - O que será que ele vai aprontar?
Paula e André se posicionam no palco. As pessoas prestam atenção.
PAULA: - Preparado?
ANDRÉ: - Só se for agora.
Paula faz sinal para a orquestra, que começa a tocar “Fly Me To The Moon”, de Frank Sinatra. (sobe trilha) André e Paula dançam o foxtrot de forma belíssima, deixando os convidados encantados.
SELMA: - Gente! É mesmo o André dançando?!
GILSON: - O próprio...
SELMA: - Eu nem sabia que meu filho dançava assim, tão bem! Tô até emocionada!
A apresentação termina e o casal é aplaudido. Mauro e Tereza sobem ao palco, cumprimentam Paula e André.
MAURO: - Depois dessa linda apresentação, só tenho uma coisa a dizer... (vira-se para a orquestra) Que comece o baile!
A orquestra começa a tocar. Aos poucos, os casais se levantam e seguem para o centro do jardim, onde há o palco para a pista de dança.
GILSON: - André. O que significa isso tudo?
ANDRÉ: - Pai há muito tempo que eu venho fazendo aulas de dança, escondido do senhor. Eu sei que você não gosta nem de pensar nisso, mas eu não nasci para viver a minha vida trancafiado dentro de um escritório, de terno e gravata. Eu quero dançar, ser livre como ar, mexer o meu corpo!
SELMA: - Aliás, você mexe muito bem!
GILSON: - Eu nem sei o que dizer.
PAULA: - O seu filho só quer feliz fazendo o que ele realmente gosta, seu Gilson.
GILSON: - Se é isso mesmo que você quer, vá em frente... Eu não posso prender você nos meus padrões, como meu pai fez comigo. Não o culpo, era outra época. Mas hoje, não há motivos para isso.
ANDRÉ: - Você não sabe o quanto eu fico feliz em saber disso, pai.
Gilson abraça André,feliz.
A festa segue animada, as pessoas curtindo a música, dançando, conversando, clima alegre.
CENA 15. CASA MARIA HELENA. INT. DIA.
Maria Helena recebe uma equipe de TV em sua casa, para a gravação de um programa. A apresentadora (loira, cabelos lisos e compridos, pele clara, olhos verdes, 30 anos) entrevista Maria Helena.
APRESENTADORA: - Então, Maria Helena, como você fazia para conciliar a sua agenda de eventos com a alta sociedade com a sua vida pessoal, família?
MARIA HELENA: - Eu ainda faço, querida... Eu consigo resolver isso perfeitamente, porque fui criada, educada para esse tipo de vida. O meu status me exige nos encontros das grandes sociedades. Eu não posso me afastar disso. E a minha família compreende perfeitamente.
APRESENTADORA: - E como está sua relação com a sua família, depois desse escândalo que foi o seu divórcio?
Maria Helena muda a expressão.
MARIA HELENA: - Nós continuamos com uma relação ótima.
APRESENTADORA: - Ouvi dizer que o seu ex-marido, o senhor Orestes Linhares, expulsou você de casa depois de dar um flagra em você com o amante na cama do casal. É verdade isso?
MARIA HELENA: - De onde vocês tiram essas informações?!
APRESENTADORA: - É por isso que você mora agora nessa casa pequena? Sem grandes luxos? Aliás, a produção recebeu um comunicado dizendo que a senhora está fora do Grupo das Gérberas. Podemos dizer que isso é por causa da sua decadência?
MARIA HELENA: - Eu não sou nenhuma decadente! Eu sou Maria Helena Linhares, a grande dama da sociedade carioca!
APRESENTADORA: - Dama que se deita com um rapaz que poderia ser seu neto, não é?
MARIA HELENA: - Hipócritas! É isso que vocês são! Um bando de hipócritas! Saiam da minha casa, agora! Rua!
Maria Helena vai expulsando a apresentadora e o cinegrafista da casa. Em seguida, bate a porta. Do lado de fora, a apresentadora encerra a reportagem.
APRESENTADORA: - E essa foi a nossa entrevista com a ex-socialite Maria Helena Linhares, que não quis falar sobre o famoso escândalo do michê. Reclusa nessa casa que nem de longe apresenta o luxo da sua antiga mansão, ele segue vivendo sua vida, sozinha.
Dentro de casa, Maria Helena chora, sentada no sofá.
MARIA HELENA: - Nunca... Decadente, nunca!
Ela permanece sozinha na sala, perdida em suas lamentações.
CENA 16. PENITENCIÁRIA. PÁTIO. EXT / GALERIA. INT. DIA.
Rosana caminha pelo pátio do presídio, no seu banho de sol diário, quando algumas presas a cercam.
ROSANA: - O que foi? Nunca me viram não? Querem um autógrafo é?
De repente, ouve-se uma voz.
VOZ FEMININA: - Eu quero!
Rosana vira de costas e se surpreende ao ver Ivana junto das presas.
ROSANA: - Ivana... Como está querida?
IVANA: - Não muito boa, Rosana... Até porque, agora eu estou aqui, presa também.
As presas fazem uma roda, deixando Rosana e Ivan no meio. Há carcereiras pelo pátio, que apenas observam, de longe.
ROSANA: - Presa é?
IVANA: - Sim... Eu fui presa por colaborar na fuga de uma criminosa, que ainda tentou praticar um homicídio com a minha arma de trabalho.
ROSANA: - Ivana, eu só fiz aquilo porque (pausa)
IVANA (interrompe): - Cala a boca, sua vadia.
ROSANA: - Não me chama de vadia não, hein!
IVANA: - Por que não, Rosana? Vai fazer o quê? Vai me bater é?
Ivana empurra Rosana, que para em outras presas, que a empurram de volta.
IVANA: - Me prometeu vestido exclusivo, disse que era minha amiga. Mas no final, só me ferrou. E eu falei que amiga que é amiga não ferra uma com a outra.
ROSANA: - Eu juro que eu ia voltar lá na sua casa para te tirar do banheiro!
IVANA: - Nem precisou, viu? A polícia fez isso antes de você... aí eu vim pra cá, fiquei presa na outra galeria. Logo em seguida, você chegou. Eu esperei todos esses dias para poder estar aqui, frente a frente com você. E sabe por quê? Porque aqui se faz, aqui se paga, Rosana. E no meu caso, eu quero receber com juros e correção monetária!
Ivana parte para cima de Rosana, que se esquiva. Rosana tenta sair da roda, mas as outras presas não deixam. Uma delas segura Rosana, mas Rosana consegue se livrar, empurrando a mulher, e sai correndo. Ivana e outras detentas correm atrás de Rosana, que entra na galeria.
Rosana passa pelos corredores aflita, vendo Ivana e as outras presas se aproximarem. Rosana sobe as escadas o mais depressa que pode. Ivana está bem perto de alcançá-la. Numa das subidas, Rosana esbarra em outra detenta e cai no chão, sendo alcançada por Ivana, que levanta Rosana pelos cabelos.
ROSANA: - Me solta, Ivana!
IVANA: - Cala essa boca, vadia!... Agora não tem mais choro.
Rosana encara Ivana apreensiva.
ROSANA: - O que você vai fazer comigo?
IVANA: - Eu, por enquanto nada. Mas umas amigas minhas querem se cobrar por mim.
Ivana empurra Rosana, que cai nos pés de outras 4 detentas. As mulheres são fortes, invocadas. Uma delas, levanta Rosana pelo braço e lhe dá um tapa no rosto. Rosana cai, escorada na parede. As detentas encurralam Rosana, que começa a apanhar, com socos, tapas e chutes.
Ivana observa tudo de perto, deixando Rosana apanhar, sem conseguir se defender. Rosana já está com o rosto machucado e a roupa rasgada. Ela fica deitada no chão, sem forças para levantar.
IVANA: - Já chega, meninas, obrigada!
As 4 detentas se afastam. Rosana no chão, com o rosto ensangüentado. Ivana se aproxima dela.
IVANA: - Viu só?... Isso é que dá mexer com Ivana... Mas sabe que, eu acho que isso nem doeu! Parece que você não pagou todos os pecados que precisa pagar comigo... Ai Rosana, estou te achando tão quieta. Fala alguma coisa!
ROSANA (com esforço/murmurando): - Vai para o inferno, vagabunda...
Ivana fecha a cara, expressão de ódio.
IVANA: - Acho que você vai chegar lá antes do que eu. (levanta) Meninas, acho que a Rosana está afim de chegar lá no andar de baixo, mas ela não quer ir caminhando não. Ela quer ir rolando pelas escadas. Vamos ajudar?
Ivana, junto com as 4 detentas erguem Rosana do chão e a carregam até a ponta da escada.
IVANA: - Boa viagem, Rosana. Sou sua fã!
As detentas empurram Rosana, que cai rolando os degraus, de forma brusca, parando só quando se choca com a parede.
CAM abre plano na escada, o corpo de Rosana caído no chão, muito sangue.
CENA 17. CAFETERIA. INT. DIA.
Valquíria e Raquel conversam numa cafeteria.
RAQUEL: - E então, como você está se sentindo agora?
VALQUÍRIA: - Eu me sinto melhor, sabe? Esses encontros no MADA me ajudaram a controlar esse meu lado emocional. Eu era muito impulsiva...
RAQUEL: - Fico feliz em saber que você está bem.
VALQUÍRIA: - Agora que tudo passou, eu vou dar um jeito de reorganizar a minha vida pessoal. Preciso de novos ares, sabe? Vai ser um pouco difícil, depois do escândalo da última exposição, mas acho que a poeira já baixou... Dá pra começar devagarzinho.
RAQUEL: - Claro que dá! O importante é nunca desistir. E eu vou estar aqui sempre que você precisar de mim, ta?
As duas se abraçam.
RAQUEL: - Agora eu preciso ir porque eu falei para o Adônis que não demoraria.
VALQUÍRIA: - Vai para o casamento do Mauro?
RAQUEL: - Sim. Você não vem?
VALQUÍRIA: - Não estou com clima pra festa não. Mas mande lembranças ao casal. São pessoas incríveis e merecem toda felicidade do mundo.
RAQUEL: - Pode deixar. Beijo amiga!
Raquel sai. Valquíria continua tomando seu café quando um homem (alto, moreno, de camisa e calça social, cabelos curtos, por volta dos 45/50 anos) se aproxima de Valquíria.
HOMEM: - Você não é Valquíria, a artista plástica (pausa)
VALQUÍRIA (interrompe): - Que fez um mega escândalo na galeria em Ipanema? Sim, sou eu... (risos)
HOMEM: - Desculpe, eu não quis dizer isso.
VALQUÍRIA: - Eu só facilitei pra você.
HOMEM: - Na verdade, eu estava procurando por você faz tempo. Eu me chamo Otávio, sou dono de uma galeria de arte em Nova York e queria saber se você aceita expor as suas obras lá.
VALQUÍRIA (surpresa): - Eu? Expondo em Nova York?!
OTÁVIO: - Em frente ao Central Park. É um espaço novo e eu quero deixá-lo bem movimentado. Vi algumas obras suas pela internet e são incríveis. Quero dar espaço para artistas brasileiros lá nos Estados Unidos.
VALQUÍRIA: - Nossa, eu nem sei o que dizer.
OTÁVIO: - Aceite o meu convite.
Otávio estende a mão para Valquíria. Ela aceita, cumprimentando ele. No momento em que as mãos se tocam, eles trocam olhares.
VALQUÍRIA: - Tenho certeza que será um prazer.
OTÁVIO: - Eu também.
VALQUÍRIA: - Um café?
OTÁVIO: - Claro.
Otávio senta-se à mesa com Valquíria e os dois começam a conversar.
CENA 18. PENITENCIÁRIA. ENFERMARIA. INT. DIA.
Rosana está deitada na cama da enfermaria da penitenciária, desacordada. Próximos dela, uma médica e o diretor do presídio conversam.
MÉDICA: - O estado é grave. Talvez seja preciso até transferir para um hospital.
DIRETOR: - A briga foi feia... Houve colaboração de algumas agentes, que não impediram tudo isso.
MÉDICA: - Ela sofreu inúmeras agressões. Costelas quebradas, hemorragia interna muito forte, golpes na cabeça que causaram fraturas no crânio. Fora que, com a queda da escada, ela fraturou vértebras na coluna. É um milagre ela está viva.
DIRETOR: - Milagre mesmo...
MÉDICA: - Muita coisa vai mudar pra ela, agora que ela está tetraplégica...
CAM foca em Rosana, deitada, olhos fechados. O rosto irreconhecível, muito machucado, inchado. CAM fecha plano no rosto dela que, de repente, abre os olhos. E uma lágrima cai pela face de Rosana.
CENA 19. PASSAGEM DO TEMPO. IMAGENS GERAIS / BAIRRO DE VILA ISABEL. EXT. DIA.
Imagens gerais do Rio de Janeiro alternadas entre dia e noite. (sobe trilha “Corcovado” – Gal Costa) Mostra Jardim Botânico, a Central do Brasil, a Avenida Rio Branco, a Cinelância, a praia de Copacabana, Maracanã, o Pão de Açúcar, a praia de Copacabana, a Avenida Niemeyer, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o cotidiano do centro da cidade, um voo de asa-delta. (fade out trilha “Corcovado” – Gal Costa)
LEGENDA: MESES DEPOIS.
(sobe trilha “Com que Roupa Eu Vou?” – Caetano Veloso e Zeca Pagodinho) Em frente ao Bar do Noel, uma grande passarela é montada para o desfile de lançamento da grife GF CarioLinda.
Sandra, Tarso, Aline, Vitinho, Talles, Heloísa, Durval, Guilherme, Celeste, Leocádia, Fábio, Geórgia, Renato, Walter, Estér, Caio, Bia, Marcinha, Orestes, Cristóvão, Ilza, Pedro, Janice, Alceu, Karina, Gilson, Selma, André, Paula, Duda, Raquel, Adônis, Fernando, Marília, Mauro e Tereza na platéia.
O desfile de começa com Gaby entrando na passarela triunfante e sob aplausos calorosos. Outras modelos desfilam. Gaby desfila sob aplausos do público. Ivan registra todos os momentos, tirando diversas fotos.
Ao final do desfile, Sílvia, num lindo vestido amarelo, estampado com flores e com barrigão de grávida, sobe ao palco junto com as modelos para receber os aplausos do público.
Sílvia acena para Tereza e Mauro, feliz. Júlio e Melissa sobem ao palco, trazendo um lindo buquê de rosas vermelhas e entregam para Sílvia, que os abraça, emocionada.
As pessoas aplaudem de pé, o desfile que termina triunfante, assim como essa história de amor. (fade in trilha “Com Que Roupa Eu Vou?” – Caetano Veloso e Zeca Pagodinho) 
“Cada passo é uma história. O caminho para felicidade é você quem faz”.




 
 
autor:
 Édy Dutra

 elenco:
 Malu Galli como Sílvia
 Eduardo Lago como Júlio
 Bruna Lombardi como Rosana
 Domingos Montagner como Mauro
 Marcello Antony como Fernando
 Isabel Fillardis como Marília
 Maria Fernanda Cândido como Raquel
 Nill Marcondes como Bruno
 Maria Luísa Mendonça como Valquíria
 Adriana Garambone como Estér
 Ana Lúcia Torre como Leocádia
 Rafaela Mandelli como Celeste
 Jonathan Haagensen como Vitinho
 Maria Padilha como Sandra
 Eduardo Galvão como Tarso
 Erika Mader como Aline
 Rafael Almeida como Talles
 Paulo Figueiredo como Gilson
 Denise Del Vecchio como Sophia
 Iran Malfitano como André
 Gabriela Durlo como Paula
 Mário Gomes como Durval
 Paulo Nigro como Guilherme
 Luiza Tomé como Heloísa
 Marcello Airoldi como Adônis
 Gustavo Leão como Diogo
 Lázaro Ramos como Ivan
 Leonardo Vieira como Renato
 Francisca Queiroz como Geórgia
 Paulo Gorgulho como Laerte
 Maria Ceiça como Tereza
 Amanda Ritcher como Melissa
 Bianca Comparato como Duda
 Letícia Colin como Gaby
 Luma Costa como Marcinha
 Léa Garcia como Ilza
 Valquíria Ribeiro como Amália
 Antonio Pitanga como Cristóvão
 Rocco Pitanga como Gustavo
 Joana Foom como Janice
 Roberto Bonfim como Alceu
 Amandha Lee como Karina
 Marcello Melo Jr. como Pedro
 Gabriel Braga Nunes como Walter/Waleska
 Guilherme Winter como Fábio
 Lavínia Vlasak como Bia
 Eva Wilma como Maria Helena
 Othon Bastos como Orestes

 participações especiais - 1ª fase
 Maria Flor como Sílvia
 Caio Blat como Júlio
 Regiane Alves como Rosana
 Rafael Cardoso como Laerte
 Cauã Reymond como Fernando

 Ana Sophia Folch como Raquel
 Sophia Abrahão como Valquíria
 Tainá Müller como Estér
 Vergniaud Mendes como Adônis

 Alex Gomes como Bruno
 Caio Castro como Fábio
 Élida Muniz como Marília
 Quelynah como Amália
 Darlan Cunha como Ivan
 Armando Babaioff como Mauro

 trilha sonora:
 
This Love - Marron Five (abertura)
Rosas – Ana Carolina
Doce Castigo – Nana Caymmi
Codinome Beija-Flor – Luiz Melodia
Minha Rainha – Luiz Melodia
Ela vai passar – Papas da Língua
Me Segura – Eduardo Dussek
Aliança das Marés - Paula Lima e Péricles
Dura na Queda – Elza Soares
Garotos – Leoni
Mania de Você – Rita Lee
Marcas do Passado – Alcione e Homero Ferreira
Talismã – Paulinho da Viola
À Francesa – Marina Lima
My Life – Robin Thicke
Love You I Do – Jennifer Hudson
Cuide Bem do Seu Amor – Paralamas do Sucesso
Cuidando de Você – Luiz Melodia
Pérola Negra – Luiz Melodia
Feitiço da Vila – Noel Rosa
World hold on – Bob Sinclair
Com que Roupa eu vou? – Zeca Pagodinho e Caetano Veloso
Infiltrado – Bajofondo
Corcovado – Gal Costa
The Beat Goes On – Bob Sinclair
 
 produção:
 
Bruno Olsen
 Diogo de Castro
 Joey Anderson


 

 
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
   

REALIZAÇÃO




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