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Passos da Paixão - Capítulo 35 (Penúltimo Capítulo)

Novela de Édy Dutra
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PASSOS DA PAIXÃO - CAPÍTULO 35 (PENÚLTIMO CAPÍTULO)
NO CAPÍTULO ANTERIOR:
Melissa caminha pela rua, com as sacolas de compras do mercado. A rua não está movimentada. Ela passa por um beco, quando alguém a chama.
VOZ FEMININA: - Melissa!
Melissa para, olha, não vê ninguém. De repente, Rosana se aproxima de Melissa por trás e prendendo a boca dela com um pano. Melissa tenta se soltar.
ROSANA: - Surpresa filha querida!
Laerte desce do carro, estacionado próximo ao beco e se aproxima delas, amarrando as mãos de Melissa.
LAERTE: - Como vai, filha? Papai não vai te machucar não.
ROSANA: - Anda logo, Laerte!
Rosana puxa a arma da cintura e coloca na cabeça de Melissa.
ROSANA: - Agora você vai obedecer à mamãe. Entra nesse carro quietinha.
Rosana entra com Melissa no carro. Laerte vai à frente, dirigindo. Ele liga o carro e sai. O carro passa pela rua, no mesmo instante em que Tereza caminha na calçada. Ela vê Rosana, Laerte e Melissa no carro.
TEREZA: - Mas era a Melissa naquele carro!


 
 


CENA 01. VILA ISABEL. RUA. EXT. DIA. 
Continuação do capítulo anterior. Rosana entra com Melissa no carro. Laerte vai à frente, dirigindo. Ele liga o carro e sai. O carro passa pela rua, no mesmo instante em que Tereza caminha na calçada. Ela vê Rosana, Laerte e Melissa no carro. 
TEREZA: - Mas era a Melissa naquele carro! 
Tereza rapidamente pega o celular e anota a placa do veículo.
CENA 02. CASA SÍLVIA. INT. DIA.
Tereza, Sílvia e Júlio na sala da casa de Sílvia. Clima tenso.
SÍLVIA: - A Rosana com a Melissa?! Ai meu Deus!
JÚLIO: - Quando você viu eles, Tereza?
TEREZA: - Agora há pouco!... E o Laerte também estava presente.
SÍLVIA: - Eu estou com medo. A Rosana é perigosa! Eu pensando que ela estava longe daqui!
TEREZA: - Eu anotei no telefone a placa do carro. Acho que serve para avisar a polícia. 
Neste instante, o telefone da casa toca. Sílvia atente. É Rosana. Cena alternada entre as duas. Rosana no carro, falando ao telefone com a arma apontada para a cabeça de Melissa. 
SÍLVIA (ao telefone): - Alô?!
ROSANA: - Como vai, Silvinha? Com saudades de mim?
SÍLVIA: - O que você está fazendo com a minha filha, sua bandida?!
ROSANA: - Cala a boca e me escuta!... Em primeiro lugar, a Melissa é minha filha, infelizmente. E portanto, eu faço com ela o que eu quiser!
SÍLVIA: - Se você fizer algum mal pra ela, eu juro que (pausa)
ROSANA (interrompe): - Você não vai fazer porcaria nenhuma ta legal? Você acabou com a minha vida, Sílvia. Eu tinha fama, dinheiro, tudo o que era mais valioso pra mim. Agora eu vou acabar com aquilo que é mais valioso para você e para o Júlio.  
Enquanto as duas conversam, Melissa vai observando o trajeto percorrido pelo carro. 
SÍLVIA (aflita): - Não! Você não vai fazer nada com a minha filha!
Júlio pega o telefone das mãos de Sílvia, que é confortada por Tereza.
JÚLIO (ao telefone): - Escuta aqui, sua desgraçada! Não faça nada de ruim com a minha filha, ta entendendo?
ROSANA: - Júlio! Que bom ouvir você... Eu não sei se vou fazer algo com essa praga que você chama de filha. Na verdade estou em dúvida. Não sei se degolo ou se jogo num penhasco.
JÚLIO (grita): - Monstro!
ROSANA: - Não grita comigo, seu lixo! Escuta aqui! Mais tarde eu entro em contato de novo. Se vocês querem essa idiota da Melissa sã e salva, vão precisar pagar caro. Muito caro para isso, está entendendo?
JÚLIO: - Quanto você quer, Rosana? Fala!
ROSANA: - Mais tarde nos falamos!(desliga) 
JÚLIO: - Alô?! Rosana?! Desligou...
TEREZA: - E então?
JÚLIO: - Ela quer grana alta. Não disse quanto, mas falou que vai entrar em contato mais tarde pra falar.
SÍLVIA: - Eu não quero que a minha filha sofra nas mãos dessa mulher, Júlio.
JÚLIO: - Nós vamos conseguir salvar a Melissa, meu amor. Fica calma.
TEREZA: - Me surpreende o Laerte de comparsa dessa bruxa!
JÚLIO: - Ele sempre invejou o nosso amor, meu e da Sílvia. Mas também não pensei que fosse capaz de chegar a esse ponto.
SÍLVIA: - Vamos chamar a polícia! A gente precisa fazer alguma coisa!
JÚLIO: - Sim, vamos para a delegacia!
TEREZA: - Eu vou avisar o Mauro. Pode ser que ele consiga ajudar de alguma forma. (segura às mãos de Sílvia) Nós vamos conseguir trazer a Melissa de volta. 
CENA 03. APTO GEÓRGIA E RENATO. INT. DIA. 
Geórgia pressiona Renato. 
RENATO: - Não era pra você mexer aí nas minhas coisas.
GEÓRGIA: - Me responde, Renato!... Você é gay?
RENATO: - Não, eu não sou!
GEÓRGIA: - Então o que significa isso tudo, meu Deus?! 
Renato pega a carta e a foto das mãos de Geórgia. 
GEÓRGIA: - Não vai me dizer nada? 
Silêncio. Renato de costas para Geórgia, que não consegue segurar as lágrimas. 
RENATO: - Eu queria retardar ao máximo esse dia, essa conversa... Mas acho que agora não tem mais o que esconder.
GEÓRGIA: - Eu queria conversar com você olhando nos meus olhos. 
Renato se vira, fica de frente para Geórgia. Ela o encara. 
GEÓRGIA: - O Ivan escreveu uma declaração de amor para você... E essa foto, é em Búzios, na praia, Renato.
RENATO: - Quando você me apresentou o Ivan, eu não tinha nada para dizer dele, para me aproximar dele. Pra mim, ele seria um simples fotógrafo do nosso casamento e só. Mas aí vocês ficaram amigos, ele passou a fazer parte da nossa rotina. Eu antes estava distante, mas passei a me aproximar mais dessa amizade de vocês... Até que eu senti que alguma coisa não estava sendo normal na minha relação com ele. 
Geórgia procura conter as lágrimas. 
RENATO: - Começaram com as trocas de olhares... Depois as conversas. Até que nos aproximamos de fato.
GEÓRGIA: - O que você quis dizer com isso?
RENATO: - Nós nos beijamos e... Fomos para a cama. 
Geórgia se mostra em choque. 
RENATO: - Eu me senti completamente estranho com tudo isso. Nunca me passou pela cabeça ter uma vida dupla. Mas eu confesso que, ao mesmo tempo, estava confortável com essa situação. Eu nunca havia sentido atração nenhuma por homem, fiquei com medo. Eu amo tanto você, Geórgia! Eu sinto prazer com você e acabei descobrindo o prazer e o amor com o Ivan também!
GEÓRGIA: - Desde quando?
RENATO: - Desde antes do nosso casamento.
GEÓRGIA: - E por que você escondeu isso de mim, Renato?! Por que me fez fazer papel de trouxa nessa história?! Por quê?!
RENATO: - Eu não queria que você sofresse! Nem eu sabia lidar com essa bissexualidade! 
Geórgia senta no sofá, com as mãos no rosto, chorando. Aos poucos, Renato se aproxima, tenta encostar nela, mas ela se afasta. 
RENATO: - O Ivan também não queria fazer você sofrer, mas essa atração foi mais forte que nós dois!...
GEÓRGIA: - A viagem que poderia ser da nossa lua de mel, Renato. Não acredito que você fez isso comigo. Não acredito!
RENATO: - Eu marquei essa viagem porque eu precisava ter certeza se era realmente isso que eu queria.
GEÓRGIA (encarando Renato): - E você decidiu o que você quer?
RENATO: - Eu quero é ser feliz, Geórgia... Eu fui feliz com você durante esses anos todos, mas... Estou muito mais feliz agora, com o Ivan. 
Geórgia se levanta do sofá, fica de costas para Renato. Olhos marejados. 
RENATO: - Me perdoa.
GEÓRGIA: - Pega as suas coisas, e vai embora, Renato. Agora.
RENATO: - Eu não queria te fazer sofrer, jamais! Mas eu não poderia continuar me enganando também.
GEÓRGIA: - Tarde demais para tentar não me fazer sofrer, não acha?... Se você quer que eu fique bem, por favor, vá embora. Porque você está me fazendo sofrer agora... 
Renato com olhar triste, se afasta. 
RENATO: - Eu vou trocar de roupa e saio logo... Eu só quero que você não esqueça de uma coisa, Geórgia. Eu te amei e ainda te amo muito. E está sendo muito difícil pra mim também me afastar desse amor. Você é sempre será muito especial na minha vida. 
Renato vai para o quarto, cabisbaixo. Geórgia chora, entristecida. 
CENA 04. BARRACO. EXT / INT. DIA. 
Laerte estaciona o carro num barraco afastado. Rosana desce com Melissa e entrega a arma para Laerte. 
ROSANA: - Fica por aqui, do lado de fora, de olhos bem abertos.
LAERTE: - Pode deixar comigo. 
Rosana pega Melissa pelos cabelos e vai entrando com ela no barraco. Lá dentro, Melissa é empurrada e cai no chão. 
MELISSA: - Ai!
ROSANA: - Cala a boca, praga!... 
Rosana amarra os pés de Melissa. 
ROSANA: - Agora você fica aí quietinha. 
Rosana sai.
Do lado de fora, Rosana conversa com Laerte. 
LAERTE: - Como ta a garota?
ROSANA: - Tá bem. Tá amarrada, assustada. Essa aí não puxou a mim. Muito fraquinha, muito covarde. Vai ser fácil ganhar grana com ela.
LAERTE: - Só não machuca a garota.
ROSANA: - O que é, Laerte? Tá com peninha é? (ri, debochada) Quer dar uma de pai protetor? Tarde demais pra isso...
LAERTE: - Deixa pra lá... Eu só quero pegar a grana e ir embora daqui, como a gente combinou.
ROSANA: - Vai ser assim... Por enquanto a gente fica aqui. Vila Valqueire não é grande coisa, mas dá pra se esconder no momento. Depois que a gente estiver com a mão na grana, Europa é o nosso destino! Viver com tudo o que eu mereço, gastando todo o dinheiro do Júlio e da Sílvia. Quero a pobreza, a miséria desses dois. E um pouco de sofrimento, é claro. 
Enquanto isso, dentro do casebre, Melissa começa a mexer as mãos, forçando a corda que a amarra. Ela consegue afrouxar a corda e libera as mãos. Ela pega no bolso da calça seu celular e escreve uma mensagem. 
TELA DO CEL: Socorro mãe! Estou num casebre em Vila Valqueire, perto do morro! 
Melissa envia a mensagem. Neste instante, Rosana retorna e se irrita ao ver a garota solta. 
ROSANA: - O que você está fazendo, sua infeliz?! 
Rosana puxa o telefone das mãos de Melissa, pisa em cima do aparelho até quebrá-lo. Em seguida, acerta um tapa no rosto de Melissa. 
MELISSA: - Você vai perder, Rosana!
ROSANA: - Você vai perder a vida se continuar estragando o meu plano, sua praga! Eu ainda vou faturar muito em cima de você. 
Rosana dá outro tapa em Melissa. Em seguida, amarra a garota novamente. 
CENA 05. RESTAURANTE PRATO CHEIO. INT. DIA. 
Durval e Heloísa estão sentados em uma das mesas do restaurante. Perto da entrada do restaurante, há uma fila de rapazes. Heloísa atônita. 
HELOÍSA: - Ai Durval, não sabia que fazer seleção para garçom fosse tão cansativo!... (a si mesma) Se bem que com esses corpinhos aí vale a pena o sacrifício...
DURVAL: - Mas nós precisamos fazer isso. A Gaby está praticamente só na carreira de modelo e fazendo sucesso!... Karina nunca mais deu as caras...
HELOÍSA: - Fiquei sabendo que é problema de família.
DURVAL: - E o Guilherme, agora com esse projeto do centro de ajuda aos portadores do TOC, não vai ter tempo pra ficar aqui. Precisamos de mais atendentes.
HELOÍSA: - Chama logo o próximo então, pra gente encerrar com isso. Já estou cansadinha, Durvalzinho...
DURVAL: - Próximo! 
Talles se aproxima deles. 
DURVAL: - A gente não se conhece não?
TALLES: - Sim, seu Durval, sou Talles, amigo do Guilherme.
DURVAL: - Ah, claro! Como vai rapaz? Veio concorrer à vaga de garçom também é?
TALLES: - Eu preciso começar a trabalhar, seu Durval. A situação lá em casa ta meio punk. Antes eu só queria saber de sol e mar... Agora preciso ralar para ajudar em casa.
HELOÍSA: - Que belo garoto...
DURVAL: - Como, Heloísa?
HELOÍSA: - Quero dizer que belo exemplo ele é para esses jovens que só querem saber de farra e zoeira!... Um belo exemplo. 
Heloísa arruma o decote. Talles se impressiona com a sensualidade dela. 
DURVAL: - Mas você não tem experiência, Talles. Nós estamos buscando rapazes que já tenham trabalhado na área.
HELOÍSA: - Mas ele pode aprender, Durval!
DURVAL: - Mas foi você mesma que disse que não devemos selecionar pessoas sem experiência.
HELOÍSA: - A gente precisa dar oportunidade, meu querido. E dar oportunidade é o que eu sei fazer melhor...
TALLES: - Eu adoro ter oportunidades.
HELOÍSA: - Viu só? Garoto é até pró-ativo! Gosta de desafios, é esforçado?
TALLES: - Sim, muito!
HELOÍSA: - Se depila?
DURVAL: - O que isso tem a ver, Heloísa?
HELOÍSA: - Nada não, só pra descontrair.
DURVAL: - Sinto muito, meu rapaz, mas... (pausa)
HELOÍSA: - Durval, contrata o garoto. Deixa ele aprender. Contrata mais dois pra ajudar, a gente monta uma equipe nova, vai ficar tudo numa boa.
DURVAL: - Tem certeza?
HELOÍSA: - Eu que faço a gestão de pessoas no restaurante. Sei que podemos contratar mais.
DURVAL: - Tudo bem. Você está contratado, Talles.
TALLES: - Valeu seu Durval! Maneiro!
HELOÍSA: - E eu, não mereço um abraço de agradecimento? 
Heloísa abraça Talles, colocando a cabeça do rapaz em seu decote. 
HELOÍSA: - Eu tenho certeza que você vai ser muito útil aqui no restaurante. 
Se afastam, Heloísa sorri, ajustando o decote. 
DURVAL: - Próximo! 
CENA 06. CASA MAURO. INT. DIA. 
Celeste e Guilherme conversam com Leocádia e Mauro. 
LEOCÁDIA: - Eu adorei essa ideia de vocês! Tem tudo para dar certo!
GUILHERME: - Ideia da própria Celeste, dona Leocádia.
MAURO: - Pode ter certeza que a GF vai apoiar esse projeto.
CELESTE: - Eu fico muito feliz com o apoio de todos vocês. Criar esse grupo de apoio aos portadores do transtorno obsessivo-compulsivo e seus familiares é algo que eu acho super importante. Eu acredito que eu vá crescer muito também, aprendendo com as outras pessoas e ajudando muita gente a superar os seus transtornos.
GUILHERME: - E a doutora Marcela pode ajudar também.
CELESTE: - Claro. Pensei nela para dar todo o aporte médico, clínico. Ela está sendo fundamental no meu tratamento e eu quero que outras pessoas tenham a oportunidade de conhecê-la e também se tratar. 
Mauro se levanta, caminha pela sala. Leocádia se aproxima dele, enquanto Guilherme e Celeste continuam conversando. 
LEOCÁDIA: - Alguma notícia do sequestro?
MAURO: - Nada ainda. A Tereza só me informou que o Júlio e a Sílvia estavam na delegacia.
LEOCÁDIA: - Deus queira que nada de ruim aconteça com essa menina, Melissa.
MAURO: - A Rosana está realmente fora de si. Chegar a esse ponto! 
O telefone de Mauro toca. Ele atende. 
MAURO (ao telefone); - Alô? (pausa) Oi meu amor! Alguma notícia? (pausa) É mesmo?! Que ótimo! (pausa) Claro, eu vou ficar no aguardo de mais notícias! (pausa) Beijo! (desliga)
LEOCÁDIA: - O que foi?
MAURO: - A Melissa conseguiu mandar uma mensagem de celular para a Sílvia, dizendo onde estava. A Polícia já está indo pra lá.
LEOCÁDIA: - Que ótima notícia, meu filho! Tomara que prendam essa desgraçada da Rosana e que ela finalmente pague por tudo o que está fazendo e pelo o que já fez! 
CENA 07. BARRACO. EXT/ INT. DIA. 
(sobe trilha “Infiltrado” – Bajofondo) Laerte está sentado dentro do carro, ouvindo música quando vê pelo retrovisor os carros da polícia se aproximando ao longe. Ele fica apreensivo. 
LAERTE: - Essa não! 
Laerte sai do carro. 
LAERTE (grita): - Rosana! 
Rosana sai do casebre. 
ROSANA: - O que foi, homem?!
LAERTE: - A polícia ta chegando!
ROSANA: - Droga!... Dá um jeito aí enquanto eu pego a menina pra gente fugir. 
Rosana volta para dentro do casebre. As viaturas da polícia estão perto. Laerte pega o revólver no carro e atira. As viaturas param, alguns policiais descem. Um deles atira contra Laerte, que se esconde atrás do carro. Porém, quando Laerte levanta para atirar de novo, o policial acerta um tiro nele. Laerte é atingido no instante em que Rosana sai na porta do casebre com Melissa. 
ROSANA (grita): - Laerte! 
Laerte cai no chão, ferido no peito. Ele fica desacordado. Melissa e Rosana se assustam. Rosana empurra Melissa para dentro do casebre. 
MELISSA: - Mataram ele?
ROSANA: - É tudo culpa sua, praga! Foi você que chamou a polícia, não foi? Desgraçada! 
Rosana acerta uns tapas em Melissa. Ela escuta as sirenes da polícia e se desespera. 
ROSANA: - Eu não posso ser presa sem fazer a Sílvia e o Júlio sofrer. E é isso que eu vou fazer agora. 
Rosana pega Melissa pelo pescoço e começa a estrangular a moça. 
ROSANA: - Isso também é culpa sua, sua peste. Vai para o inferno! 
De repente, a polícia entra no casebre. Dois policiais (homens) pegam Rosana e a afastam de Melissa, que fica caída no chão, tossindo. 
POLICIAL 01: - Você está presa, Rosana!
ROSANA (tentando se soltar): - Não! Eu não posso ser presa! Não! 
Os policiais saem do casebre levando Rosana, enquanto Melissa é socorrida por outros oficiais. Do lado de fora, uma ambulância está estacionada próxima do casebre. Rosana vê os enfermeiros levando Laerte, desacordado, em uma maca para dentro da ambulância. Em seguida, Rosana é posta dentro de um carro da polícia. (fade out trilha “Infiltrado” – Bajofondo) 
CENA 08. CARRO. INT / CONDOMÍNIO POPULAR. EXT. DIA. 
Marília dirige o carro. Ao seu lado, está Pedro. No banco de trás, Amália, Ilza e Cristóvão. 
CRISTÓVÃO: - Ansiosa para conhecer sua casa nova, Amália?
AMÁLIA: - Estou. Espero que esteja à altura da minha pessoa.
MARÍLIA (olhando pelo retrovisor): - Vai estar...
ILZA: - Se for com luxo ou não, o importante é ter um teto para morar.
CRISTÓVÃO: - Isso é verdade, querida.
AMÁLIA: - Eu só não entendo porque o Cristóvão está aqui junto. Era pra ser algo apenas da família.
PEDRO: - O seu Cristóvão agora é namorado da vovó, portanto, faz parte da família.
ILZA: - Disse tudo, meu neto! 
Marília estaciona o carro em frente a um condomínio popular. Todos descem. Amália se impressiona com a simplicidade do lugar. 
AMÁLIA: - Que lugar é esse?! Gente, que coisa horrível! O que vamos fazer aqui, Marília? A gente não vai para a minha casa nova?
MARÍLIA: - Pois então, Amália. Aqui vai ser a sua nova morada.
AMÁLIA (chocada): - Neste condomínio classe C, D, E?!
MARÍLIA: - Sim, neste condomínio popular, onde você vai poder ter as suas coisas e pagar as suas contas com o suor do seu trabalho.
AMÁLIA: - Marília, eu nunca trabalhei!
MARÍLIA: - Também nunca é tarde para começar, minha irmã.
AMÁLIA: - Isso que você está fazendo comigo é uma calúnia!
MARÍLIA: - Você não tem o direito nenhum de dizer alguma coisa, Amália. Durante todos esses anos, tudo o que você fez contra mim... Só inveja, maldade, sugando minha energia e o meu dinheiro. Agora você vai poder viver a sua vida em paz. E deve agradecer a Deus por isso, pois eu poderia muito bem te mandar embora da mansão e não te dar um papel pra você secar as suas lágrimas. 
Amália se cala. Marília entrega a chave para ela. 
MARÍLIA: - Seu bloco é o B, apartamento 205, aqui na frente. Já está mobiliado. O condomínio é muito bom, é novo...
AMÁLIA: - E essa gente veio da onde?
MARÍLIA: - Das mais diversas regiões da cidade. Pessoas que não tinham onde morar e que conseguiram um teto digno, como você.
CRISTÓVÃO: - A estrutura é muito boa sim.
AMÁLIA: - Fácil pra você dizer isso, não é Cristóvão? Vai morar lá na mansão com a mamãe, só na vida boa! Aproveitando tudo do bom e do melhor!
ILZA: - Não fale assim com o Cristóvão, Amália! Para começo de conversa, não vai ser ele que vai morar lá na mansão. Eu é que estou saindo de lá para ir morar com ele.
AMÁLIA: - Mamãe, a senhora vai fazer isso mesmo? Sair da mansão para morar com um sapateiro?!
MARÍLIA: - Não há nada demais em o Cristóvão ser um sapateiro.
ILZA: - Eu vou! A Marília precisa ter a vida dela em paz com o Fernando. E eu vou viver ao lado do meu amor. 
Ilza beija Cristóvão. Amália faz cara de nojo. Pedro se aproxima, deixando as malas de Amália ao lado dela. 
PEDRO: - Suas malas, mãe.
AMÁLIA: - Até você nesse complô contra mim.
PEDRO: - A senhora só está colhendo o que plantou, mãe.
MARÍLIA: - Não se preocupe com o Pedro. Ele vai continuar morando na mansão, eu vou bancar a faculdade dele e tudo mais o que ele precisar.
PEDRO: - E eu virei te visitar sempre que conseguir.
AMÁLIA (irônica): - Nossa, estou comovida com a solidariedade de vocês... 
Marília se aproxima de Amália, ficam frente a frente. 
MARÍLIA: - Espero que você cresça. Na alma, no espírito. Que você mude pra melhor, para colher coisas boas na sua vida. 
Marília abraça Amália, que fica imóvel. Pedro também a abraça e Amália permanece com a mesma reação. Ilza e Cristóvão também se despedem de Amália. Eles entram no carro e vão embora. Amália fica de frente para o condomínio. Há crianças brincando, as pessoas caminham pelo local. 
AMÁLIA: - Eu não plantei isso. Não plantei... Pobreza? Gente humilde? Eu não plantei isso! 
Amália começa a chorar, desesperada. 
CENA 09. CASA SÍLVIA. INT. DIA. 
Melissa chega a casa, acompanhada de um policial, e se emociona ao reencontrar Sílvia e Júlio. Os três ficam abraçados, felizes com o reencontro. 
SÍLVIA: - Minha filha! Que bom ter você aqui, meu amor!
JÚLIO: - Como você está, filha? Está tudo bem?
MELISSA: - Estou sim, pai. Só com o rosto um pouco dolorido, por causa dos tapas.
SÍLVIA: - Tapas?! Eles te bateram, meu amor?!
MELISSA: - Rosana... Ela estava com muita raiva. De vocês, principalmente. Ela tentou... Tentou até me matar.
JÚLIO: - Desgraçada!
SÍLVIA: - Mas agora ela vai ter o que merece na cadeia. Vai mofar lá, com certeza!
JÚLIO: - E o Laerte? Foi preso também?
POLICIAL: - O outro sequestrador foi atingido enquanto trocava tiros com a polícia. Ele foi levado para o hospital, mas não resistiu.
SÍLVIA (surpresa): - O Laerte morreu?!
POLICIAL: - Sim, senhora. 
Melissa se abraça em Sílvia, que conforta a moça. 
JÚLIO: - Meu Deus... Ele não precisava se aliar com a Rosana. Ele poderia ter poupado a vida.
SÍLVIA: - Mesmo depois de tudo isso, eu não consigo ter ódio ou rancor dele... Laerte foi um bom companheiro. Errou e pagou por esse erro... Uma pena.
JÚLIO: - Mas agora tudo está bem. O pior já passou. Vamos viver a nossa vida em paz, como deve ser. 
CENA 10. PENITENCIÁRIA. INT. DIA. 
Rosana é levada em direção à sua cela na cadeia, acompanhada de uma carcereira. As celas estão cheias, as presas gritam enquanto Rosana passa pelo corredor. 
DETENTA 01: - Acabou o dia de madame!
DETENTA 02: - Rosana, a famosa? Só se for famosa presidiária! (risos) 
A carcereira abre a cela para Rosana, que entra no local, calada. Ela está sozinha na cela. A carcereira fecha a cela e sai. Rosana se mostra apreensiva, olha em volta. A cela é escura e fria. 
ROSANA: - Esse não pode ser o meu fim, Senhor! Não pode!... (senta no chão, abraça os joelhos) Não pode, não pode! 
De repente, alguém bate na grade da cela. Rosana levanta os olhos para ver quem é. Uma mulher, usando o uniforme das carcereiras (cerca de 40 anos, aparência mais envelhecida, cabelos escuros e presos num coque) encara Rosana com surpresa. 
ROSANA: - O que foi?
MULHER: - É você?! Rosana Gonzales?!
ROSANA: - Sim, sou eu.
MULHER: - Eu não posso acreditar que estou diante de você... Quem diria que um dia isso fosse acontecer?!
ROSANA: - Eu não fiz nada de errado aqui. Cheguei há pouco e já estão de piadinha comigo?
MULHER: - Não é piada não... Eu sou sua fã! 
Rosana encara a mulher com uma expressão diferente, um tanto esperançosa. A mulher se debruça na cela, encantada por ver Rosana, que se aproxima dela. 
ROSANA (simpática/fingida): - Minha fã?! Que coisa linda! Quanta honra para mim ter uma... carcereira... como fã!
MULHER: - Eu adoro o seu trabalho! Meu sonho era ter um vestido assinado por você! Você é linda, é diva!
ROSANA: - Imagina, são seus olhos!...
MULHER: - Eu fico até emocionada de estar frente a frente com você.
ROSANA: - Não chore, minha querida! Todo mundo tem o seu dia de sorte! E o seu é hoje, me conhecendo!... Qual seu nome, gracinha?
MULHER: - Ivana. Me chamo Ivana!
ROSANA: - E você trabalha aqui mesmo, Ivana, na penitenciária?
IVANA: - Sim, há alguns anos. Mas é a primeira vez que uma pessoa famosa fica aqui. E é justo você!
ROSANA: - Mas acontece que eu estou aqui por causa de uma injustiça, Ivana. Estão me acusando de coisas terríveis!
IVANA: - Roubo, desvio de verba, sequestro...
ROSANA: - Imagina se eu seria capaz de tudo isso? Eu tinha uma vida de rainha... Mas como esse mundo tem tanta gente invejosa, acabaram armando pra mim.
IVANA: - É mesmo?!
ROSANA: - Gente da pior espécie... Meu marido me largou, eu fiquei sem dinheiro, sem onde cair morta. Foi horrível. E agora aqui na cadeia! Enquanto isso, aqueles que armaram contra mim estão lá fora, dando risada e usufruindo de tudo o que eu conquistei. Isso é justo?
IVANA: - Não, claro que não! Eu fico com tanta pena de você...
ROSANA: - Ah, Ivana, se eu tivesse pelo menos uma única oportunidade de sair daqui para fazer justiça, eu seria eternamente grata.
IVANA (cochicha): - Não se preocupa, Rosana. Eu vou conseguir te ajudar. 
Rosana esconde a satisfação. 
IVANA: - Você não merece passar por isso mesmo. Eu vou dar um jeito de tirar você daqui.
ROSANA: - Você faria isso mesmo por mim?
IVANA: - Claro! (segura à mão de Rosana) Somos amigas, não somos?
ROSANA: - Claro! Amicíssimas!
IVANA: - E amiga que é amiga ajuda a outra, não faz coisa errada para outra se ferrar. Por isso que eu vou te ajudar, Rosana. Pode confiar.
ROSANA: - Prometo que faço um vestido exclusivo pra você ficar ainda mais linda! 
Ivana sorri e sai pelo corredor. Rosana fica incrédula. 
ROSANA: - Meu Deus! Esse é o país das topeiras! (risos) Eu vou embora desse lixão!... Sílvia, Júlio... Me aguardem! 
CENA 11. HOSPITAL. EXT. DIA. 
Orestes recebe alta do hospital, e vai saindo do local acompanhado por Fernando e Estér. 
ORESTES: - Como é bom poder voltar para casa.
ESTÉR: - Finalmente papai. Eu não aguentava mais olhar você naquela cama.
FERNANDO: - O bom é que você está voltando bem.
ORESTES: - Nem tão bem, meu filho. Vou precisar tomar algumas providências que não me deixarão muito feliz.
ESTÉR: - Sobre a Maria Helena?
ORESTES: - Infelizmente. 
CENA 12. MANSÃO LINHARES. INT. DIA. 
Maria Helena, Marcinha e Bia estão na sala. 
MARIA HELENA: - Eles estão demorando, não acham?
MARCINHA: - Calma, vovó. Já devem estar chegando. 
Orestes chega a casa, junto com Fernando e Estér. Maria Helena sorri, se apressa para abraçá-lo, mas Orestes evita. 
ORESTES: - Não chegue perto de mim! 
Maria Helena não se aproxima, fica sem graça com a recusa de Orestes. 
MARIA HELENA: - Eu só queria te abraçar, meu amor. Estava preocupada com você.
ORESTES: - Comigo ou com a conversa que nós vamos ter aqui, agora?
MARIA HELENA: - Que conversa, Orestes? Você precisa descansar, querido.
ORESTES (se exalta): - Pare de fingir que está preocupada comigo, Maria Helena!... Pensa que eu esqueci o que você fez aqui nesta casa, no nosso quarto? Na nossa cama?
FERNANDO: - Calma, papai! O senhor não pode se exaltar desse jeito.
BIA: - É perigoso, senhor Orestes.
ORESTES: - Perigoso é estar casado com uma mulher dessas, Bia.
MARIA HELENA: - Você não tem o direito de falar assim comigo, Orestes. Durante todos esses anos eu fui uma esposa e uma companheira exemplar.
ORESTES: - Eu vi. Vi muito bem o seu exemplo de esposa e companheira. Mas agora acabou, Maria Helena. Eu vou chamar os nossos advogados. Eu vou me divorciar de você. 
(sobe trilha “Marcas do Passado” – Alcione e Homero Ferreira) 
MARIA HELENA: - O quê?! Você não pode estar falando sério...
ORESTES: - Eu nunca falei tão sério em toda a minha vida.
MARIA HELENA: - Você vai jogar fora todos esses anos de casamento, de felicidade, de história!
ORESTES: - Foi você quem jogou essa história na lama, Maria Helena. Foi você.
ESTÉR: - O papai já reservou um flat pra você ficar durante o processo, Maria Helena.
MARIA HELENA: - Eu lá sou mulher de ficar em flat?! Nunca!
ORESTES: - Fique na rua, se quiser.
MARIA HELENA: - Eu vou atrás dos meus direitos, Orestes. Não esqueça que eu tenho meus direitos!
ORESTES: - Quem anda esquecida das coisas é você, Maria Helena. Nós casamos com separação total de bens. Tudo está no meu nome. A empresa, que já era minha antes de casarmos, esta casa, a fazenda, as casas de praia, no exterior. Tudo é meu.
MARIA HELENA: - Eu não vou ficar na rua da margura, Orestes! Não vou!
ORESTES: - Você tem todo o direito de protestar e ir atrás daquilo que acredita ser seu. Mas saiba que de mim, não terá nenhum centavo... (encara Maria Helena) Nos encontramos diante do juiz. Não quero mais ver a sua cara aqui na minha casa. Rua! 
Orestes vai para o quarto, Estér e Bia o acompanham. Maria Helena senta-se no sofá, incrédula. Fernando se aproxima dela. 
MARIA HELENA: - A separação? Seu pai não quer mais viver comigo?... O que as outras socialites vão pensar de mim agora? Isso vai ser um escândalo!
FERNANDO: - Você não deveria nem estar se preocupando com isso agora, mamãe.
MARIA HELENA: - Como não?! Todo mundo vai falar... O casal exemplo da alta sociedade carioca, agora separados!
MARCINHA: - Vovó, os comentários vão existir com vocês dois juntos ou não. O que importa agora é onde você vai ficar, os advogados pra tratar do processo do divórcio... Eu também fico triste. Gostava da nossa família unida.
FERNANDO: - Eu também gostava, Marcinha, mas na vida nem tudo é como a gente deseja. Vamos ter que nos adaptar à nova realidade.
MARIA HELENA (pensativa): - Esse é o meu pior medo. Me adaptar... 
(sobe trilha “Marcas do Passado” – Alcione e Homero Ferreira) 
CENA 13. AGÊNCIA DE MODELOS PORTAL. INT. DIA. 
Diogo chega à agência de modelos Portal. O ambiente é moderno, com vários postes de modelos espalhados pelas paredes. Robson se aproxima dele. 
ROBSON: - Então você veio!
DIOGO: - Vim para fazer o teste.
ROBSON: - Você não precisa de teste. É o que nós procuramos para esse novo trabalho na Europa.
DIOGO: - Então isso significa...
ROBSON: - Significa que é só você fazer o seu cadastro aqui na agência e pronto. Você já tem passaporte?
DIOGO: - Sim.
ROBSON: - Então agora é só você voar rumo ao sucesso nas passarelas. 
(sobe trilha “Garotos” – Leoni) Diogo sorri para Robson, pensativo. 
CENA 14. TRANSIÇÃO DO TEMPO. ANOITECER / APTO GEÓRGIA. INT. NOITE. 
Imagens do Rio ao anoitecer. Mostra a cidade iluminada, o Cristo Redentor. (sobe trilha “Garotos” – Leoni) Corta para o apto de Geórgia. Fábio consola Geórgia. Os dois estão sentados no sofá. 
GEÓRGIA: - Eu nunca poderia imaginar que aquele homem que eu amava fosse bissexual.
FÁBIO: - A história é chocante mesmo.
GEÓRGIA: - Muito obrigada por ter vindo aqui ouvir as minhas lamentações... Na verdade, eu nem deveria ter te ligado, pedido para vir aqui... Só te atrapalhei, você deve ter coisas importantes pra fazer e está aqui, ouvindo minhas lamúrias.
FÁBIO: - Nem pense isso. Você fez muito bem em me ligar.
GEÓRGIA: - Você foi a primeira pessoa em que pensei. Não falei nem com o meu irmão ainda.
FÁBIO: - Foi é?
GEÓRGIA: - Sei lá. Achei que fosse me sentir mais segura com você.
FÁBIO: - E você está se sentindo segura agora, comigo?
GEÓRGIA: - Estou... 
Fábio se aproxima dela, a abraça. Geórgia recosta a cabeça sobre o peito dele. 
FÁBIO: - Bom saber disso, que eu te deixo segura.
GEÓRGIA: - É tudo o que eu preciso agora. Me sentir bem. Eu fiquei muito mexida com tudo isso.
FÁBIO: - Eu sei. Eu também fiquei.
GEÓRGIA: - Ficou?
FÁBIO: - Sim. É a primeira vez que a gente se aproxima assim, tão intimamente. Eu nem conheço seu marido pessoalmente (pausa)
GEÓRGIA (interrompe): - Ex-marido.
FÁBIO: - Seu ex-marido pessoalmente e já sei que ele é bissexual e que tinha um caso com o seu melhor amigo.
GEÓRGIA: - Eu praticamente abri minha vida pra você. Deve estar me achando uma louca, daquelas que fala tudo sem parar.
FÁBIO: - Eu nunca pensaria isso de você. Eu te acho muito especial. E bobo foi seu marido, quero dizer, ex-marido, em te trocar por outro cara.
GEÓRGIA: - Ai, não fala isso, que me faz lembrar da conversa de hoje, da carta, da foto...
FÁBIO: - Então eu vou falar uma coisa que vai fazer você esquecer disso também.
GEÓRGIA: - O quê?
FÁBIO: - Eu te amo. 
Geórgia se mostra surpresa. 
FÁBIO: - Eu quero ficar com você, Geórgia, sempre quis. Deixa eu cuidar de você agora. Prometo que faço tudo direitinho e não te troco por mais ninguém!
GEÓRGIA: - Eu nem sei o que dizer, Fábio! Você me pegou de surpresa!
FÁBIO: - Não fala nada não. Só me beija. 
Fábio segura o rosto de Geórgia e delicadamente a beija. Geórgia se deixa se envolver. 
CENA 15. CASA IVAN. INT. NOITE. 
Ivan conversa com Renato em sua casa. 
RENATO: - E agora eu não tenho pra onde ir, o apartamento é da Geórgia. Só me resta voltar pra São Paulo.
IVAN: - Você não precisa voltar pra lugar nenhum, Renato. Fica aqui em casa, eu já falei.
RENATO: - Mas e o seu pai? E essa situação toda?
IVAN: - Eu nunca trouxe ninguém para ficar aqui em casa. Mas o meu pai sabe da minha orientação sexual, sabe como eu sou e me respeita muito. Se eu trouxer alguém pra ficar aqui, é porque a coisa é séria.
RENATO: - Tem certeza que não tem problema?
IVAN: - Você fica aqui o tempo que precisar. A gente pode até pensar em, sei lá, procurar um cantinho pra gente logo mais...
RENATO: - Uma coisa de cada vez, Ivan. Eu preciso me organizar primeiro.
IVAN: - Claro, eu entendo. Eu só quero que você saiba que eu vou estar do seu lado o tempo que precisar.
RENATO: - Obrigado. Obrigado mesmo. 
Os dois se abraçam, carinhosamente. Neste instante, Cristóvão entra na sala, trazendo uma bandeja de café. 
CRISTÓVÃO: - Um bom café para uma boa conversa.
RENATO: - Obrigado, seu Cristóvão. Obrigado por me aceitar em sua casa.
CRISTÓVÃO: - Você é amigo do meu filho, ou melhor, mais que amigo... E sei que é de boa fé. Então será sempre bem-vindo.
IVAN: - O Renato vai precisar passar um tempo aqui em casa, pai.
RENATO: - Se o senhor permitir é claro.
CRISTÓVÃO: - Por mim, não tem problema... Nós só vamos precisar de mais um colchão talvez e roupas de cama, pois teremos mais um hóspede além de você. Hóspede não, morador.
IVAN: - Como assim, pai? Isso eu não sei.
CRISTÓVÃO: - A Ilza vai vir morar aqui comigo.
IVAN: - Como é que é, seu Cristóvão? Vai trazer a namorada para morar na sua casa é?
CRISTÓVÃO: - Se a gente se ama, não tem sentido viver separados... Depois de tantos anos, vamos ficar juntos.
IVAN: - Eu faço gosto desse romance!
CRISTÓVÃO: - E eu faço gosto da felicidade de vocês. 
Renato sorri, feliz. 
CENA 16. PENITENCIÁRIA. INT. NOITE. 
Rosana está deitada na cama, quando Ivana se aproxima. 
IVANA (fala baixo): - Rosana! Rosana!
ROSANA (se aproxima): - Oi!
IVANA: - Eu já sei como te tirar daqui da cadeia. 
Rosana sorri, surpresa. 
CENA 17. CASA MAURO. INT. NOITE. 
Jantar na casa de Mauro. Leocádia, Tereza, Celeste, Guilherme, Gilson, Selma, André, Paula, Sílvia, Júlio e Melissa estão presentes. 
SELMA: - Leocádia! Há quanto tempo que não tínhamos um jantar assim? Eu adoro essas reuniões!
LEOCÁDIA: - Há muito tempo, Selma... Mas desta vez eu não organizei nada. Quem teve a ideia foi o Mauro.
SELMA: - Está se saindo um ótimo anfitrião, Mauro.
MAURO: - Obrigado, Selma. A noite de hoje exigia um jantar especial. Primeiramente, por termos aqui conosco a Silvinha, o Júlio e a Melissa, depois desse susto terrível.
GILSON: - Uma salva de palmas! 
Todos aplaudem. 
SÍLVIA: - Muito obrigada, pessoal. O apoio de vocês foi fundamental para a gente enfrentar tudo.
ANDRÉ: - E qual o outro motivo, Mauro?
MAURO: - O outro motivo é que... (encara Tereza) Eu e a Tereza temos uma notícia para dar pra vocês.
CELESTE: - Ai, falem logo! Estou curiosa!
PAULA: - Eu também!
TEREZA: - Eu e o Mauro vamos nos casar. 
Todos vibram. 
LEOCÁDIA: - Mas que notícia maravilhosa!
JÚLIO: - E quando será o casório?
MAURO: - Ainda não temos a data, mas será o mais breve possível.
MELISSA: - Vai ser o casamento do ano, podem ter certeza. Dois ícones da moda se casando!
SELMA: - Eu já to pensando na festa! (risos)
TEREZA: - Guilherme, avise o seu pai! O bufê será dele! Faço questão!
GUILHERME: - Ele ficará muito feliz, Tereza. 
Paula puxa André num canto. 
PAULA: - É uma ótima oportunidade da gente fazer a nossa apresentação.
ANDRÉ: - Mas não era nessa festa, amor.
PAULA: - Eu sei, André. Mas acho que vai ser bacana. Seu pai e todos os outros convidados vão ver o seu talento para a dança. Tenho certeza que ele vai gostar. A Raquel pode dar uma ajuda pra gente.
ANDRÉ: - Tô nervoso só de pensar. 
GILSON: - Bons ventos soprando ao seu favor então, meu caro.
MAURO: - Graças a Deus. E amanhã, mais boas notícias, não é mesmo?
SÍLVIA: - Confesso que estou ansiosa.
JÚLIO: - Eu acho que vai dar tudo certo.
MAURO: - De uma coisa eu tenho certeza. Vai ser uma parceria de ouro! 
Mauro ergue a taça de champanhe. Todos erguem suas taças, brindando, felizes. 
CENA 18. PENITENCIÁRIA. INT. / EXT. NOITE. 
A galeria das celas está silenciosa. Ivana caminha calmamente, sem fazer barulho, trazendo uma sacola embaixo do braço. Se aproxima da cela de Rosana e abre o portão. 
IVANA: - Veste isso.
ROSANA: - Isso o quê?
IVANA: - Uniforme de faxineira. E o boné também. Prende o cabelo pra disfarçar. E aí a gente faz o seguinte... 
(sobe trilha “Infiltrado” – Bajofondo) Ivana começa a explicar o plano para Rosana enquanto esta se veste.                               
Corta para as galerias da prisão. Ivana, já com roupa normal e Rosana, vestida de faxineira, caminham lado a lado. Rosana com o boné encobrindo um pouco o rosto. As duas passam pelos portões de segurança internos. 
Corta para o portão do lado de entrada da penitenciária. As duas caminham algumas quadras até estarem afastadas do local. Em seguida, saem correndo. Rosana sorrindo, satisfeita. 
CENA 19. CASA IVANA. INT. NOITE. 
(fade out trilha “Infiltrado” – Bajofondo) Rosana está sentada no sofá da casa de Ivana. A casa é humilde, poucos móveis. Ivana vem da cozinha trazendo um copo de suco. Oferece para Rosana. 
ROSANA: - O que é isso?
IVANA: - Suco.
ROSANA: - Natural?
IVANA: - Não, de pacotinho. Mas o gosto é quase igual da fruta.
ROSANA (deixa o copo na mesa de centro): - Desculpa, amiga, mas uma estrela como eu não toma suco de pacotinho.
IVANA: - Eu é que peço desculpas pra você, Rosana! Amanhã mesmo eu vou providenciar frutas fresquinhas pra fazer um suco natural pra você.
ROSANA: - Assim é que se fala, querida!... Ivana, muito obrigada por me ajudar.
IVANA: - Imagina, eu é que fico agradecida. Ainda mais por você aceitar ficar aqui na minha casa.
ROSANA: - Nosso segredo! Ninguém pode saber.
IVANA: - Claro!... Agora eu vou lá ao quarto pegar papel e caneta.
ROSANA: - Pra quê?
IVANA: - Pra você desenhar o meu vestido? Esqueceu da promessa?
ROSANA: - Claro que não esqueci, minha linda. Mas sabe o que é, eu estou tão cansada... Preciso deitar e dormir.
IVANA: - Mas não pode nem fazer um rabisco? Eu to curiosa pra saber do meu vestido exclusivo!
ROSANA: - Não pode, Ivana! Como é que um artista vai trabalhar cansado, estressado? Não pode... Eu preciso de um bom banho e uma boa cama.
IVANA: - Tem toalha limpa no banheiro, mas cama só a minha.
ROSANA: - Ótimo. Você fica aqui no sofá, enquanto eu durmo na sua cama. 
Rosana se levanta, vai para o banheiro. Ivana fica pensativa. 
IVANA: - Vale tudo para ter uma diva em casa! 
CENA 20. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER / AEROPORTO. INT. DIA. 
Imagens do Rio ao amanhecer. Corta para o saguão do aeroporto. Adônis, Raquel e Marcinha acompanham Diogo e Robson. 
ADÔNIS: - Pegaram tudo o que precisa? Passaporte, documentos?
DIOGO: - Tudo certo, pai.
RAQUEL: - Diogo, muitas fotos, por favor! Sua madrasta adora Holanda!
MARCINHA: - Tira nos moinhos!
ROBSON: - Se sobrar tempo, não é? Vai ser uma temporada de trabalho muito corrida.
RAQUEL: - Eu estou muito feliz com essa sua nova carreira, Diogo. Tem tudo para dar certo.
DIOGO: - Eu também, Raquel. Espero que dê certo mesmo.
ADÔNIS: - E assim que vocês desembarcarem, me liga, Diogo! Não me deixa sem notícias, pelo amor de Deus!
MARCINHA: - Adônis ta mais nervoso que o Diogo. (risos)
RAQUEL: - Até parece que o Diogo é uma criança. Ele sabe se virar, meu amor. E outra, o Robson vai estar lá para dar todo o apoio. A agência é confiável. Não tem nada para prejudicar.
ADÔNIS: - Mesmo assim... Meu filho ta indo para outro país, outra língua.
ROBSON: - Não se preocupa, Adônis. Diversos modelos foram para a Europa e voltaram vivos (risos)
DIOGO: - Vamos? Já chamaram nosso voo. 
Diogo se despede dos familiares e parte com Robson. Adônis acena para o filho, feliz. 
Num outro ponto da área de embarque, Gaby caminha apressada, acompanhada por Pedro e Duda. 
GABY: - Já chamaram o meu nome duas vezes, guria! Só falta eu nesse avião!
DUDA: - Calma, Gaby! Já estamos chegando! 
Gaby chega próxima ao portão. Se despede de Pedro e Duda. 
GABY: - Torçam por mim!
PEDRO: - Vai dar tudo certo. Nova York te espera!
DUDA: - Vai amiga! Arrasa nos desfiles! 
Gaby segue para embarcar. 
DUDA: - Tomara que dê tudo certo.
PEDRO: - Vai dar sim... Agora quem precisa correr somos nós! Tenho o projeto para apresentar para a Gonzales Fashion!
DUDA: - É mesmo, meu amor! É hoje! Vamos lá! 
CENA 21. APTO TARSO E SANDRA. INT. DIA. 
A campainha do apto de Sandra toca. Ela atende. É Tarso. 
SANDRA: - Tarso?
TARSO: - Posso entrar? 
Sandra dá passagem para ele, que entra. Em seguida, ela fecha a porta. Os dois ficam a sós na sala. 
SANDRA: - Quer falar com o Talles ou com a Aline? Vai ter que voltar numa outra hora, porque eles estão trabalhando agora.
TARSO: - Trabalhando?
SANDRA: - Aline é assessora na Gonzales Fashion. E o Talles trabalha no Prato Cheio.
TARSO: - Nossa, o Talles trabalhando? As coisas mudam, não?
SANDRA: - Muito... As coisas, as pessoas...
TARSO: - Bem, mas eu não vim aqui falar com nossos filhos não, Sandra. Eu quero falar é com você mesmo.
SANDRA: - Comigo? Acho que nós não temos mais nada para falar, Tarso. Apenas na presença dos nossos advogados.
TARSO: - Não, Sandra. Nós temos muito o que conversar. Na verdade, eu tenho muita coisa para dizer... E a primeira delas é que eu amo você. 
Sandra “amolece”, mas procura se manter firme diante de Tarso. 
TARSO: - Eu sei que errei, que fui um trouxa, um canalha, babaca... Mas esses dias todos que eu estou longe de você não tem me deixado feliz. Eu estou me sentindo mal. Eu estou arrasado.
SANDRA: - Imagine como eu fiquei quando vi você com a minha amiga, aos beijos.
TARSO: - Eu estou arrependido, meu amor. E eu não sei mais o que fazer para ter o teu perdão. Mas principalmente, o teu amor de volta... Você é a mulher da minha vida, Sandra.
SANDRA: - Se eu sou a mulher da sua vida, por que as outras, Tarso? Por quê?
TARSO: - Sei lá, fraqueza minha, falha de consciência... Sandra é você quem eu amo! Eu não quero ficar mais nenhum segundo longe de você.
SANDRA: - Eu também te amo tanto, Tarso, mas eu fiquei muito machucada com tudo o que você fez.
TARSO: - Então deixa eu cuidar de você... Deixa eu sanar essas feridas todas. E eu te prometo que nunca mais vou te machucar. Nunca mais!... Me aceita de volta, Sandra, por favor?
SANDRA: - Ai coração, por que você faz isso com a gente? 
Sandra se joga nos braços de Tarso e os dois se beijam, apaixonados. 
CENA 22. ESCRITÓRIO GF. SALA DE REUNIÕES. INT. DIA. 
A sala de reuniões da Gonzales Fashion está repleta de jornalistas. Mauro, Gilson, Vitinho, Aline, Tereza, Leocádia, Celeste, André, Pedro e Duda, além de outros diretores estão presentes para a assinatura do contrato de Sílvia. Júlio e Melissa estão presentes também, acompanhando tudo de perto. 
MAURO: - E neste dia que marca a fusão das grifes CarioLinda e Gonzales Fashion numa única marca, a GF CarioLinda, eu, como presidente da mesma, anuncio a contratação de Sílvia Cardoso como a estilista responsável pela criação da marca. 
Sob aplausos, Sílvia fica ao lado de Mauro na mesa. Recebe os cumprimentos do mesmo e faz o seu pronunciamento à imprensa. 
SÍLVIA: - Eu quero agradecer, primeiramente, ao Mauro e a Tereza, pela confiança e credibilidade que estão dando ao meu trabalho. Tenho certeza que será uma parceria e tanto!... Quero agradecer também à Duda, que vai trabalhar comigo a partir de agora, pela recepção e pelo empenho que ela já demonstrou ter. 
Duda sorri, feliz. 
SÍLVIA: - Eu quero agradecer também à minha família. Ao meu esposo e minha filha pelo apoio e pelo amor incondicional. E também a todos vocês que estão aqui e que irão acompanhar a partir de agora, um novo momento da moda carioca e nacional. A GF CarioLinda será referência de estilo, conceito e qualidade. Podem confiar. 
Sílvia é aplaudida novamente. 
VITINHO: - Agora, por favor, em ordem de inscrição, a Sílvia, juntamente com o Mauro e a Tereza, vai responder as perguntas da imprensa. Começando por você. 
Os repórteres começam a fazer suas perguntas aos três. 
CENA 23. CASA IVANA. INT. DIA. 
Ivana conversa com Rosana, mas esta está de saco cheio de ouvir a voz da dona da casa. 
IVANA: - E aí a vizinha do lado reclamou do barulho da outra. Ah, mas a Felícia foi direto na síndica do prédio e reclamou também! Eu, que moro aqui do lado, ouvi toda a discussão e (pausa)
ROSANA: - Ai, Ivana, pelo amor de Deus! Pode calar a boca só um pouquinho?! 
Ivana se surpreende com a reação de Rosana. 
IVANA: - Eu pensei que você estava interessada na história.
ROSANA: - O que vai me interessar nessa história de gente pobre, medíocre e barraqueira? Se enxerga!
IVANA: - Nossa, você está estressada, hein!
ROSANA: - Acho que estou mesmo... Você não tem nenhum remedinho não, pra acalmar?
IVANA: - Tenho aqui no banheiro. 
Ivana se levanta para buscar. Rosana vai atrás dela. Quando Ivana entra no banheiro, Rosana pega a chave da porta, empurra Ivana, que cai no chão e, em seguida, fecha a porta, trancando Ivana no local. 
IVANA (bate na porta): - Rosana! Abre!
ROSANA: - Infelizmente eu não vou poder, Ivana... Perdi a chave... 
Rosana joga a chave pela janela e volta para o sofá. 
IVANA: - E agora?!
ROSANA (senta no sofá): - Agora você fica aí que eu vou lá chamar o chaveiro... (fingida) Eu queria fazer uma brincadeira com você, mas não deu certo. Desculpa.
IVANA: - Vai logo, Rosana! Aqui mal tem ventilação.
ROSANA: - É mesmo? Chato né?... (ri, debochada) Fica aí, praga dos infernos... 
Rosana liga a TV, bem no canal que mostra a entrevista de Sílvia. Rosana se irrita ao ver Sílvia na TV. 
SÍLVIA (na TV): - A GF CarioLinda será uma grife que investirá no público feminino e masculino. A novidade de criar roupas para os homens é o grande trunfo dessa união, já que antes, as duas marcas eram exclusivamente femininas. E eu me sinto muito feliz em poder fazer essa transição. 
ROSANA: - Vaca!... 
Com raiva, Rosana empurra a TV no chão, que se quebra. 
ROSANA: - A única transição que você vai fazer é daqui para o inferno, Sílvia. Você não perde por esperar...



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