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      Música: TKO - Justin Timberlake 
      
      A beladona puxa o homem para próximo do seu corpo, sem 
      medo, os lábios se encontram pela primeira vez, os dois 
      caminham tranquilamente chegando a sala de estar, a 
      lareira encontra-se acesa, não houve questionamentos, 
      existe sede de desejos e a libido precisa ser alimentada 
      de qualquer maneira. Eles se acomodaram no longo 
      estofado, para as caricias iniciais começarem e as 
      chamas queimarem. Pamela não teve medo de se despir na 
      frente de Tomaz Brayton, compartilhou o seu corpo e a 
      mente, os dois estavam sincronizados entre as posições, 
      para finalmente ambos os sexos se encontraram, em um 
      estado límpido de prazer, o que a mulher não sentia 
      fazia tempos, Fagner não era um homem de verdade, não se 
      preocupava em dá-la um orgasmo. A dama nota que a boca 
      dele era tão doce e sorriu institivamente. Tomaz apenas 
      a abraçou enquanto o fogo deixava o ambiente ainda mais 
      agradável, ela estava aninhada naquele peitoral com 
      poucos pelos, sentia perfeitamente a respiração forte.  
       
      Enquanto conversavam, Pamela inventou uma outra mentira, 
      antes mesmo que o varão observando o lustre de cristal 
      no teto, a indagasse, teve que colocar na cabeça que 
      Tomaz Brayton é um detetive, pode ser um aliado ou um 
      grande inimigo. No enredo, a ilha é de um amigo 
      empresário, que mora fora do Brasil. O homem parece ter 
      engolido perfeitamente aquela ideia, não fez sinal de 
      reprovação. O cheiro dele estava no seu corpo quando foi 
      embora, deixando apenas as ligações. Pamela arrumou-se 
      novamente, mas não conseguiu esquecer daqueles últimos 
      momentos. O seu aparelho celular começa a tocar diversas 
      vezes, não se surpreendeu ao escutar o timbre masculino, 
      que atualmente está cuidando dos empreendimentos em São 
      Paulo.  
       
      - Fagner, precisamos conversar...  
      - A respeito do quê?  
      - Agora, vai ser apenas negócios.  
      - Posso saber o motivo desta decisão?  
      - Preciso tomar as rédeas da minha vida neste momento.  
      - Case-se comigo e não irá se preocupar com mais nada.  
      - Sabes perfeitamente a resposta desta indagação.  
      - Estou tentando.  
      - É um não.  
       
      A linha fica completamente muda, Pamela sobe as escadas 
      e observa o irmão dormindo na cama. Não conseguiu 
      prender os olhos naquela noite, passou a madrugada em 
      claro, na manhã seguinte, foi ao munícipio visitar 
      Amália Monteiro, seu lado enternecido começa a despertar 
      lentamente. A senhora fez um convite quase inevitável de 
      recusar, depois de longas horas dialogando, Pamela 
      aceitou morar naquele palacete, não precisava deixar a 
      matriarca morando sozinha. Barbara Novak está com uma 
      viagem marcada para as próximas semanas, precisa passar 
      um tempo longe, para tentar esquecer dos problemas e 
      cuidar melhor da gravidez e Tony Federline, este é 
      apenas um conhecido.  
       
      Ela despediu-se.  
       
      Quando Pamela infiltrou-se dentro do estabelecimento na 
      Bróduei e sentou em uma das cadeiras, uma outra mulher 
      se aproximou lentamente, ela reconhecia aqueles cabelos 
      encaracolados, trata-se de Evelyn, sua amiga de 
      infância. Ela acomodou-se adiante, estava impressionada 
      com cada detalhe, as duas eram completamente idênticas. 
      As pessoas ao redor não paravam de observar, esta ideia 
      começou a ficar agoniante.  
       
      - Amália me contou a seu respeito, mas não imaginava que 
      era tão parecida com a minha finada amiga. Desculpe 
      invadir sua privacidade, mas precisava conversar com 
      alguém, este momento é muito doloroso para todos os 
      amigos da família. Não sabíamos nada a seu respeito, é 
      natural a cidade estar assim, é um lugar pequeno. 
       
      Pamela esboça um pequeno sorriso tímido no canto dos 
      lábios, levantou-se posteriormente, não está mais se 
      sentindo à vontade. Todo mundo a contemplando em cada 
      rua que seus belos saltos de camurça vermelho de bico 
      fino caminhava. Entra no carro e coloca os pés no 
      acelerador. Só se sentia calma ao lado de Tomaz, o 
      namoro dos dois estava começando a ficar sério e isso ás 
      vezes assustava, queria apenas a carne e não o amor. Os 
      meses se passaram e Pamela começou a ir menos na ilha. 
      Levi estava emagrecendo e quase não falava direito, 
      estava em um processo de depressão.  
       
      Em uma segunda-feira recebeu uma mensagem no celular: 
      “Encontre-me naquele lugar de sempre hoje ás meia-noite. 
      ” Era Fagner Lima, aquele miserável havia retornado para 
      a cidade novamente e isso não é agradável para ninguém. 
      Teve que inventar uma mentira para não dormir com o 
      namorado, ainda é uma serva daquele demônio, 
      infelizmente fez um pacto que não pode ser quebrado.  
       
      
      
      A mulher segura inarredavelmente o volante do carro, as 
      luzes continuam acesas, extingue a velocidade 
      gradualmente, até parar. Umas últimas pedrinhas soltaram 
      do pneu e o silêncio a envolveu. Ajustou-se na poltrona 
      e avistou o relógio no pulso, que informava o horário: 
      23h55min. Pamela Monteiro tinha tomado banho, o cabelo 
      permanece pouco úmido e penteado para trás, caindo 
      soltos sobre os ombros. Usava um suéter índigo, com 
      camisa preta por baixo, o jeans se enquadrava 
      perfeitamente em seus belos quadris. 
       
      - Pensei que não iria aparecer. – Falou ela, ao descer 
      do luxuoso veículo. A sua frente estava Fagner. – Esses 
      mosquitos dessa cidade me causam agonia, ainda mais a 
      esse instante da noite. 
      
      
      Fagner aproximou-se da bela dama e cheirou o seu 
      pescoço, usava perfume de pétalas orvalhas. 
        
      
      - Vontade de te foder agora mesmo. – Fagner sussurrou no 
      ouvido dela.  
      - Nunca mais iremos para a cama.  
      - Te pago bem, sabes disso. 50 mil dólares. 
      - Não. Nossa relação de hoje em diante, será 
      estritamente profissional.  
      - Uma lástima.  
       
      Eles fizeram uma pausa.  
       
      - Porquê me chamou até aqui?  
      - Está namorando aquele detetive?  
      - Sim.  
      - Posso te dar mais e sabes disso.  
      - Se foi para isso me chamou, perdeu seu bendito tempo.  
       
      Ele só queria se aproveitar da situação e do horário, 
      mas Pamela estava determinada, não precisa mais se 
      deitar na mesma cama que aquele machista. Ela retorna 
      para o Hilux, seguindo o percurso até a costa. O seu 
      coração estava um pouco acelerado e um frio envolvia o 
      estômago, o que não acontece com frequência. O iate 
      chega rapidamente, ela o atracou, correndo em direção da 
      entrada da morada, alguma das luzes estavam ligadas, ela 
      não tinha deixado daquela maneira. Pamela sobe as longas 
      escadas meio desnorteada, os planos estavam começando a 
      dar errado, ninguém precisava saber da verdade, quando 
      abriu a porta dos aposentos, Levi não estava mais lá, 
      apenas um envelope de carta com um bilhete escrito em 
      caneta preta: “Saiba trabalhar direito, vadia. ” É o 
      começo das centenas dos empecilhos, poderia cavar a 
      própria cova neste exato segundo, este seria o seu 
      epílogo. | 
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