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Talismã - Capítulo 07

Novela de Édy Dutra
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CAPÍTULO 07
 
     
     
     
     
 
 
 

CENA 01. APTO MARILU. INT. NOITE.

Continuação do capítulo anterior. Marilu e Elizabeth frente a frente.

MARILU: - Quem é você?!

ELIZABETH (entrando): - Quanto despeito... Só uma vadia seria capaz de se submeter ao papel ridículo que você fez hoje na festa.

MARILU: - Desculpa, mas a ridícula aqui é você! Entra no meu apartamento, me xinga. Tá pensando o quê?! Você nem me conhece!

ELIZABETH: - E nem preciso te conhecer pra saber que você é uma vagabunda!

MARILU: - Eu não sou obrigada a ouvir esses desaforos todos aqui dentro da minha casa. (vai até a porta, abre) Sai agora.

ELIZABETH: - Como você tem coragem de andar com homem casado? O Tarcísio é casado comigo, sabia?

MARILU: - Ah, então você é a ex-mulher do Tarcísio!

ELIZABETH: - Ex-mulher? Eu ainda sou casada com ele!

MARILU: - Você ainda é iludida por ele, isso que você quis dizer. Ou é um casamento muito moderno, onde o marido sai de casa pra morar num hotel ou passar a noite com a amante, enquanto a esposa dorme sozinha na cama, aguardando o maridinho chegar.

ELIZABETH: - Amante? Há quanto tempo? Há quanto tempo você é amante dele?

MARILU: - A gente já está junto há um tempo aí. Mas não se preocupa, porque eu não vou mais ser amante dele não. Vou ser a esposa.

Elizabeth fica surpresa com as declarações de Marilu.

CENA 02. CASA ONIRA. SALA. INT. NOITE.

Marcos chega, cuida para não fazer barulho. Fecha a porta, senta-se no sofá. Está pensativo, sorri.

MARCOS: - Adriana... Tenho a impressão de que vamos nos dar muito bem a partir de agora.

Onira aparece.

ONIRA: - Mas você chegou à essa hora, Marcos? Amanhã tem que trabalhar! Não pode ficar de farra assim, meu filho!

MARCOS: - Relaxa mãe, que amanhã eu trabalho, vai ficar tudo certo. E a senhora, acordada ainda?

ONIRA: - Vim pegar um copo d’água na cozinha. Foi aonde pra chegar à essa hora?

MARCOS: - Num barzinho com o Plínio.

ONIRA: - Ele veio com você?

MARCOS: - Não, não. Ele foi embora do bar mesmo e eu vim pra casa.

ONIRA: - Menos mal. Não quero nem pensar na possibilidade de ver você transitando por Itaquera!

MARCOS: - Lá vem você com essa história de novo.

ONIRA: - Meu filho, é um local de periferia, criminalidade alta! Vira e mexe sai nos jornais prisão de bandidos, assaltos, crimes diversos, violência.

MARCOS: - Tá bom, mãe, tá bom. A senhora anda vendo muita coisa na TV. A vida não é assim. E pode ter certeza que em Itaquera existe muita, mas muita gente boa.

ONIRA: - Vou fingir que acredito só pra não brigar com você. Agora já pra cama, garoto! Amanhã tem que levantar cedo!

Marcos levanta-se do sofá, beija Onira e sai. Onira observa o filho.

ONIRA: - O Marcos em Itaquera. Deus me livre. Gente pobre, gente de cor.

CENA 03. FESTA FLASH PAULISTA. INT. NOITE.

Festa animada. Maria Rita canta no palco. Os convidados curtem o show, alguns dançam, outros apenas acompanham nas mesas, cantando as músicas.

CENA 04. BOATE AGE AQUARIOUS. CAMARIM. INT. NOITE.

Sarah entra um pouco cansada do show. Outras dançarinas estão no local, se arrumando. Sarah senta-se em frente à penteadeira, começa a retocar a maquiagem.  Henri entra no local.

HENRI: - Belo show, Sarah, parabéns.

SARAH: - Obrigada, fofo! Meus shows sempre são bons.

HENRI: - Não esqueça que hoje não tivemos Marilu, a grande Diana.

SARAH: - Com ou sem aquela bisca, eu sempre arraso, Henri. Pena que você nunca reconhece isso.

HENRI: - Como não reconheço? Acabei de te elogiar.

SARAH: - Mas insiste em lembrar daquela lá.

HENRI: - Há essa hora ela deve estar aproveitando um monte a festança.

SARAH: - Que festança?

HENRI: - Coisa dela. Não te diz respeito.

SARAH: - Isso, fica de segredinho com ela. Cedo ou tarde ela vai te dar um pé na bunda que você não vai achar nem graça.

HENRI: - Nunca! Eu e Marilu somos amicíssimos, unha e carne.

SARAH: - Ela não é amiga de ninguém, Henri. Vocês estão se dando bem enquanto for conveniente pra ela. Depois, ela te põe pra fora da vida dela da mesma forma como me colocou pra fora do apartamento.

HENRI: - Imagina. Marilu é minha amiga.

SARAH: - Vai vendo.

Sarah continua retocando a maquiagem. Henri fica pensativo.

CENA 05. APTO MARILU. SALA. INT. NOITE.

Marilu e Elizabeth discutem.

ELIZABETH: - Esposa?! Tá ficando louca é?

MARILU: - Não estou não. A nossa relação está se fortalecendo cada vez mais. A cada noite que a gente passa junto, a cada presente que ele me dá, a cada beijo na boca/

ELIZABETH: - Cala a boca! Foi por causa de você que ele saiu de casa.

MARILU: - Mas eu não quero ser culpada de nada! Nem pelo fracasso da festa das bodas de casamento. Ele quis ficar aqui e eu nem/

ELIZABETH: - Ele deixou de ir à nossa festa pra ficar aqui com você? Pra passar a noite se esfregando com uma vagabunda?!

MARILU: - Ei! Vê lá como fala comigo! Modera aí as tuas palavras! Eu não sou qualquer uma!

ELIZABETH: - Você é um ser humano da pior estirpe. Um lixo. Arruinou o meu casamento, a minha vida.

MARILU: - O seu casamento já tava na lama faz tempo. Eu só dei uma mãozinha. Mas não vou ficar fingindo. Eu gosto do Tarcísio e eu vou ficar com ele pro resto da minha vida.

Elizabeth vai até a porta e a fecha. Volta em direção a Marilu.

ELIZABETH (aproximando-se): - Deve ser fácil ficar com ele, linda, bonita, pele macia. Quero ver se ele vai querer ficar com você depois do presente que eu vou te dar.

MARILU: - Presente?

Elizabeth dá um tapa na cara de Marilu, que vai parar longe.

MARILU: - Mas o que é isso?! Sua louca! Ninguém bate em mim não!

Marilu parte para cima de Elizabeth, que lhe acerta outro tapa. Marilu fica escorada na parede. Elizabeth a cerca, e lhe dá mais umas bofetadas. Marilu tenta se defender, mas não consegue. Elizabeth estapeia Marilu, que cai no chão e continua apanhando. Elizabeth está com raiva, dá muitos tapas em Marilu. Caída no chão, Marilu já nem consegue reagir. Elizabeth, exausta, se afasta. Marilu está completamente machucada da surra.

Elizabeth se levanta, recompõe-se. Vai em frente à um espelho, arruma o cabelo, observa Marilu caída no chão. Elizabeth se aproxima de Marilu.

ELIZABETH: - Eu sei ser fina, mas também posso ser baixo nível, micróbio, igual a você. Isso foi só pra você aprender uma coisinha: nunca brinque com os sentimentos de uma mulher traída.

Elizabeth vai embora. Marilu caída no chão, chora de dor e raiva.

CENA 06. FESTA REVISTA FLASH PAULISTA. INT. NOITE.

Maria Rita termina o show. Conrado sobe ao palco, a cumprimenta. Algumas pessoas se aproximam do palco, querem fotos. Num outro ponto, Beatriz, Isabela e Vitória conversam.

ISABELA: - Olha lá o Conrado, todo bobo com a Maria Rita.

VITÓRIA: - Mas até eu ficaria toda boba com uma cantora como ela.

ISABELLA: - Mas se ela soubesse o tipo de cara que ele é, ela nem dava a mão pra ele. Vocês não sabem a raiva que eu to desse cara. Me fez de boba.

BEATRIZ: - Pra mim você já não está com raiva. Está é gostando dele isso sim.

ISABELA: - Gostando?! Tá louca, Beatriz?!

BEATRIZ: - Está gostando sim. Tá gostando e não quer admitir. Se você não tivesse gostando, não estivesse se importando com ele, não ficaria com tanta raiva dele como está agora.

VITÓRIA: - Mas gente, o que foi que aconteceu entre esses dois?!

BEATRIZ: - Você quer saber o que não aconteceu, é isso? (risos)

ISABELA: - E se depender de mim, nem vai acontecer.

Num outro espaço, Breno e Rafael conversam.

RAFAEL: - Foi embora, como assim?

BRENO: - Foi embora, sumiu, evaporou! Eu cheguei com ela aqui na festa, fui buscar um drink e quando voltei, a gata já não estava mais aqui.

RAFAEL: - Vai ver ela é esperta. Fugiu das suas garras.

BRENO: - Deixa de brincadeira, Rafael. Não estou mais nessa vida de pegador não.

RAFAEL: - Entregou os pontos, é isso?!

BRENO: - Claro que não! Não estou colocando coleira ainda como você fez. Só estou definindo algumas prioridades.

RAFAEL: - IH, coleira... Sai fora. Estou namorando, mas não tenho dona não.

BRENO: - Tá bom, Rafa, me engana que eu gosto. Nunca vi você pular a cerca. Não vem com esse papo de cavalo amarrado também pasta, porque eu conheço você. Sempre certinho, respeitador. Sabe que, por um lado, eu até te invejo por isso. Com essa fama de bom moço, a mulherada fica louca!

Os dois riem.

Conrado se despede de Maria Rita, que é acompanhada pelos produtores para o camarim. Mayra se aproxima de Conrado, que já não se mostra tão animado.

MAYRA: - Ah, Maria Rita já vai?

CONRADO: - Vai para o camarim, descansar um pouco, mas depois já embarca pro Rio. Por que? Quer uma foto?

MAYRA: - Ah, eu quero sim. Gosto dela.

CONRADO: - Vamos ali então que eu coloco você no camarim.

MAYRA: - Tá bom. Mas, tá acontecendo alguma coisa?

CONRADO: - Não, ela só está descansando e/

MAYRA: - Tô falando de você, Conrado. Tá com essa cara de cachorro abandonado por quê?

CONRADO: - Nada não, coisa minha.

MAYRA: - Eu sou sua amiga e você vai me esconder o que está acontecendo? Eu não acredito Conrado!

CONRADO: - É melhor você entrar logo no camarim senão Maria Rita vai embora e você fica sem sua foto.

MAYRA: - Está bem. Mas que você está me escondendo alguma coisa, está.

Mayra se afasta. Conrado, de longe, vê Isabela conversando com as meninas (Beatriz, Vitória) e suspira.

Num outro ponto, Fausto, Lorena, Demétrio e Charlote conversam.

DEMÉTRIO: - Vamos indo, não é querida?

CHARLOTE: - Vamos sim, meu bem. A festa está ótima, mas eu não tenho mais pique para curtir a noite assim.

LORENA: - Eu também não, Charlote. E amanhã ainda trabalho. Amanhã não, logo mais, né?

FAUSTO: - E Mayra, não vai conosco?

LORENA: - Foi até o camarim, tietar a Maria Rita. Mas depois ela volta com o Conrado.

FAUSTO: - Bom, então podemos ir.

CHARLOTE: - Eu só vou avisar a Isabela e o Breno que estamos indo embora.

DEMÉTRIO: - Faça isso, eu já vou pegar o carro no estacionamento.

Os casais se despedem. Abre PLANO GERAL da festa. As pessoas ainda se divertindo, conversando.

CENA 07. SÃO PAULO. EXT. NOITE.

Imagens da cidade ao amanhecer. Mostra a marginal Pinheiros, a Avenida Paulista, outros pontos turísticos da cidade.

CENA 08. APTO MARILU. SALA. INT. DIA.

A porta se abre e por ela entra Henri.

HENRI: - Eu tava todo empolgado pra saber as novidades da festa, mas você me ligou com uma voz tão pra baixo! Vim o mais rápido possível... (espanto) Marilu!

CAM mostra Marilu caída no chão, toda machucada.

HENRI: - Meu Deus! O que aconteceu com você!! Te assaltaram? Invadiram aqui o apartamento?! Que horror!!!

MARILU: - Antes fosse isso... (geme de dor) Eu fui atacada, mas por nenhum assaltante não.

HENRI: - Não me diga que foi o bonitão que fez isso contigo?

MARILU: - Imagina! Tarcísio não mata uma mosca. Quem fez isso foi a vaca da ex-mulher dele!

HENRI: - Não acredito! Que cretina!

MARILU: - Acredita que ela nos seguiu da festa até aqui o meu apartamento, invadiu, me falou horrores de desaforos e me encheu de bofetadas, aquela vaca! Me pegou desprevenida.

HENRI (ajuda Marilu a se levantar): - Vem cá, senta aqui no sofá. Tô chocado com tudo isso!

MARILU (senta-se no sofá): - E me fala, agora, como eu vou poder ficar com o Tarcísio, nesse estado em que eu estou?! Aquela louca me deixou cheia de hematomas! Tô toda dolorida!

HENRI: - Você deveria dar parte dela na delegacia! Essa mulher não pode ficar convivendo no meio de gente normal!

MARILU: - Tá louco?! Se eu vou na delegacia, o nome do Tarcísio vai junto, seria um escândalo pra ele. Se bem que aquela desgraçada merece. Além de perder o marido, ir pra cadeia. Mas eu já sei o que eu vou fazer. Vou ligar agora pro Tarcísio. Ele mesmo vai se encarregar de me vingar daquela vagabunda.

Marilu se mostra indignada, sob os olhares atentos de Henri.

CENA 09. APTO RAFAEL. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Beatriz e Rafael tomam café da manhã. Clima de romance. Os dois trocam carícias, estão felizes.

BEATRIZ: - Você acordou com a corda toda, hein? Bem disposto, sorridente. Gostei.

RAFAEL: - Mas depois de passar a noite com você, não há outra forma de acordar senão de bem com a vida.

BEATRIZ: - Nossa, desse jeito vou ficar nas nuvens!

RAFAEL: - Você merece estar lá. É um lindo anjo. Faz eu me sentir bem.

BEATRIZ: - É tão bom ouvir isso de você. Não sabe o quanto eu sonhei com tudo isso, com esse momento só nosso. Tudo dando certo. A festa ontem, nós dois.

RAFAEL: - É verdade. Mas a festa poderia ter sido melhor se não fosse a burrada do meu pai.

BEATRIZ: - Fiquei totalmente surpresa.

RAFAEL: - Acredito que todo mundo que estava lá ficou.

BEATRIZ: - Olha só, Rafa, eu sei que o Tarcísio é seu pai, que é um homem importante, enfim. Mas o que ele fez com sua mãe, nenhuma mulher merece. Foi de um desrespeito sem tamanho.

RAFAEL: - Meu pai agiu como se fosse um adolescente sem responsabilidades. Levar a amante pra festa, na frente de todo mundo! Amigos da família, outros empresários. Eu não quero nem pensar nas consequências que estão por vir.

BEATRIZ: - Você acha que sua mãe pode fazer alguma coisa, sei lá, pra prejudicar seu pai?

RAFAEL: - Não sei. Mas que a coisa não acabou lá na festa, não acabou!

CENA 10. APTO MARILU. QUARTO. INT. DIA.

Marilu deitada na cama. Henri, ao seu lado, fazendo curativos, tratando dela. Tarcísio, de pé, próximo da cama, chocado com o estado de Marilu.

TARCÍSIO: - Eu ainda não consigo acreditar.

MARILU: - Mas é a mais pura verdade, querido. A mulher entrou aqui, disse que era sua esposa e me agrediu. Eu fiquei sem defesa.

HENRI: - Essa mulher aí é louca!

TARCÍSIO: - Mas a Beth não seria capaz de uma coisa dessas. Ela sempre foi tão centrada, comedida.

MARILU: - Então você acha que eu estou mentindo, é isso? Que eu mesma me machuquei pra fazer charme pra você?!

TARCÍSIO: - Não, não é isso, mas/

HENRI: - Por favor, doutor Tarcísio. A Marilu está totalmente fragilizada! Tá na cara que não é mentira! Eu acho que o senhor deveria tomar alguma atitude.

MARILU (fingida): - Se você realmente sente algo por mim, me defenda dessa mulher. Ela é perigosa, Tarcísio, pode atrapalhar a nossa vida. Veja o que ela fez comigo! Imagina se... Imagina se ela quiser me matar!

HENRI: - Ai Marilu! Nem fale uma coisa dessas!

TARCÍSIO: - Eu vou falar com a Elizabeth. Se ela fez isso mesmo, é realmente inaceitável. Passou dos limites.

Marilu e Henri trocam olhares, cúmplices.

CENA 11. PENSÃO BEM QUERER. SALA. INT. DIA.

Lívia vai saindo da pensão quando se depara com Wanda, na porta do prédio. Lívia se mostra um tanto apreensiva.

WANDA: - Não precisa ter medo. Não vou te fazer mal algum.

LÍVIA: - Eu sei.

WANDA: - Então não fique nervosa. Hoje será um dia especial pra você.

LÍVIA: - Especial por quê?

WANDA: - O responsável por sua metamorfose... Você terá um grande encontro hoje. A partir de hoje, sua vida vai começar a mudar.

Lívia se impressiona. Wanda sorri, graciosa e entra dentro da pensão. Lívia fica pensativa, na porta. Nesse instante, Jonas se aproxima.

JONAS: - Daria todo o dinheiro que eu tivesse para saber o que você está pensando. Tudo bem que não é muito, mas...

LÍVIA: - Pensando em nada não. E você, já não tinha que estar na agência?

JONAS: - Estou saindo agora, mas quero saber se você não deseja uma carona até o restaurante. Sei que o Kléber não vai agora.

LÍVIA: - Aceito sim.

JONAS: - Então vamos.

Os dois saem.

CENA 12. CASA FAUSTO. SALA. INT. DIA.

Fausto e Lorena organizam suas coisas para irem ao serviço. Mayra entra, ainda de pijamas, se joga no sofá.

FAUSTO: - Já estou imaginando os comentários lá clínica. Só espero que não venham puxar o saco.

LORENA (irônica): Que jeito mais carinhoso de falar dos seus funcionários, querido.

FAUSTO: - Eu sei, mas é que é chato ficar sendo bajulado. Ontem na festa, tudo bem, eu fiz um esforço. Mas até porque, não eram quaisquer pessoas que estavam lá. Era gente importante.

LORENA: - Seus funcionários na clínica também são importantes. Não se esqueça que o sucesso da clínica também se deve ao trabalho deles. (a Mayra) E você, vai ficar de pijamas o dia inteiro?

MAYRA: - Vontade não me falta, mamãe.

FAUSTO: - E quando você vai voltar para o seu curso de moda, Mayra? Eu não estou pagando aquilo lá pra você ficar em casa.

MAYRA: - Eu vou voltar logo, pai. Não se preocupe.

FAUSTO: - Assim espero. (a Lorena) Vamos no seu ou no meu carro, querida?

LORENA: - Podemos ir no seu. E é bom a gente correr, preciso agilizar uns documentos na empresa.

FAUSTO: - Será que seu chefe vai aparecer por lá hoje?

LORENA: - Não sei, mas acredito que sim.

MAYRA: - Mesmo depois de todo aquele bafão lá na festa ontem?

LORENA: - Ninguém tem nada a ver com a vida dele, gente. E pelo o que eu conheço o Tarcísio, ele vai chegar na empresa como se nada tivesse acontecido.

FASUTO: - Vamos então. (beija Mayra) Fique bem. (sai)

MAYRA: - Obrigada, papai.

Lorena também se despede de Mayra e sai, acompanhando Fausto. Mayra continua deitada no sofá, ainda com preguiça.

CENA 13. CASA TARCÍSIO. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Agda, Vitória e Elizabeth tomam café. Vitória e Elizabeth caladas. Agda estranha.

AGDA: - Nunca vi um café da manhã tão silencioso aqui nesta casa. Está acontecendo alguma coisa entre vocês duas? Não trocaram uma palavra.

VITÓRIA: - Está tudo bem entre eu e a mamãe, vovó.

AGDA: - Não parece.

ELIZABETH: - Mas está tudo bem, mamãe.

AGDA: - Mas então, comentários da festa. Quero saber como estava.

VITÓRIA: - Estava boa.

AGDA: - Só isso? Vitória, você era a mais empolgada com essa festa aqui em casa e agora que eu pergunto como estava, você só responde que estava boa?

VITÓRIA: - Mas estava mesmo, vovó.

AGDA: - A quem vocês duas estão querendo enganar? Porque a mim não estão conseguindo. (T) Eu vou até a cozinha pedir pra Nice preparar um suco fresquinho pra mim.

Agda sai.

VITÓRIA: - Ai, mamãe! Você tá com cara de quem fez algo muito grave.

ELIZABETH: - Não fiz nada de mais, Vitória. Agora eu só quero um café da manhã em paz, só isso.

Nesse instante, Tarcísio invade a casa, chega na sala de jantar. Vitória e Elizabeth se surpreendem.

TARCÍSIO: - Se você queria um café da manhã de paz, não será hoje que vai ter, Beth.

VITÓRIA: - Papai!

TARCÍSIO: - Quer dizer que você resolveu agora ter chiliques de ciúmes e atacar as pessoas, é isso?

ELIZABETH (levanta-se): - Alto lá, Tarcísio! Você não tem direito algum de entrar aqui na minha casa e falar desse jeito de mim!

TARCÍSIO: - Você é que não tinha direito nenhum de fazer o que fez!

VITÓRIA: - Ai mamãe! O que foi que você fez?

TARCÍSIO: - Ela foi capaz de agredir uma amiga minha por puro ciúme.

ELIZABETH: - Amiga?! (ri debochada) Aquela vagabunda é sua amante, Tarcísio!

TARCÍSIO: - Não interessa, poderia ser quem fosse! Você não tinha direito algum de agir dessa forma!

ELIZABETH: - Interessa sim! Você é um canalha, cafajeste! Traidor! E ainda foi capaz de levar aquela vagabunda pra festa, na frente dos nossos amigos, dos nosso filhos, Tarcísio! Eu perdi a cabeça, fiquei sem chão quando eu vi você e aquela vagabunda, ordinária!

TARCÍSIO: - Chega! Não fale assim da Maria Luisa!

ELIZABETH: - E tem até nome a vadia! 

CORTA PARA

CENA 14. COZINHA. INT. DIA.

Agda, Moisés e Nice estão na cozinha.

NICE: - Pode deixar, dona Agda, já vou levar seu suco.

AGDA (a Moisés): - E você prepare o carro. Acho que vou fazer uma visita para a Charlote logo mais.

MOISÉS: - Tudo bem, dona Agda.

Os três ouvem os gritos da discussão. Agda sai.

NICE: - Mas o que é isso?

MOISÉS: - Parece a voz do seu Tarcísio. E pelo visto, tá bravo!

AGDA: - Vocês dois não se metam. Eu vou ver o que está acontecendo.

Agda sai. Nice e Moisés se olham, um tanto apreensivos. 

CORTA PARA

CENA 15. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Continuação da cena 13. Vitória intervém.

VITÓRIA: - Gente, parem vocês dois, por favor!

ELIZABETH: - Você ultrapassou todos os limites do bom senso, Tarcísio, limites do respeito!

TARCÍSIO (ironia): - E o que você fez foi digno de aplausos, certamente. Você conseguiu descer ao mais baixo nível, Beth. Coisa que eu nunca esperaria de você.

Agda ENTRA.

AGDA: - Mas o que está acontecendo aqui? Os gritos ecoam pela casa inteira!

TARCÍSIO: - Parabéns Agda. A sua filha aprendeu direitinho agir feito uma cobra, como você ensinou.

AGDA: - Mas, que absurdo é esse, Tarcísio?! Eu exijo respeito!

TARCÍSIO: - Respeito aqui nessa casa já se extinguiu.

ELIZABETH: - A começar por você, o responsável por destruir a nossa felicidade, a nossa família! Você é o culpado de tudo isso, Tarcísio! Você!

TARCÍSIO: - Já chega. Espere a ligação do Alfredo, Beth. Ele vai tratar tudo o que tiver que tratar com você.

VITÓRIA: - O Alfredo?

TARCÍSIO: - Isso mesmo, minha filha. Vou providenciar o meu divórcio da sua mãe, o quanto antes.

Tarcísio encara Elizabeth.

TARCÍSIO: - Você vai se arrepender de tudo isso que você fez.

ELIZABETH: - Eu já me arrependi de ter casado com você, de criar uma fantasia em torno de uma mentira.

TARCÍSIO: - Agradeça a sua mãe. Ela foi a grande mentora desse seu mundo de fantasias.

Tarcísio vai embora, apressado, furioso. Elizabeth senta-se, recompondo-se.

AGDA: - Tarcísio é um mal-agradecido, isso sim! Fez fortuna em cima do meu dinheiro e agora me julga a responsável pela infelicidade de vocês? Eu não tenho nada a ver com isso! Ele é um verdadeiro canalha, que te enganou o tempo todo, te traiu, te iludiu e/

ELIZABETH (grita): - Chega!

AGDA (surpresa): - Beth!

ELIZABETH: - Chega! Não quero ouvir mais nada! Chega!

Elizabeth sai apressada indo em direção às escadas. Vitória vaia trás, CAM também.

VITÓRIA: - Mamãe!

ELIZABETH (subindo as escadas): - Me deixa, Vitória! Eu preciso ficar sozinha!

AGDA: - Eu sabia que cedo ou tarde, esse casamento terminaria dessa forma.

VITÓRIA: - Da pior possível. Coitada da mamãe.

AGDA: - Coitada? Espero que desta vez ela aprenda a dar valor à vida.

Vitória se mostra totalmente chateada, enquanto Agda está firme.

CENA 16. CASA TARCÍSIO. QUARTO. INT. DIA.

MUSIC ON: Mentiras – Adriana Calcanhoto

Elizabeth entra. Se joga sobre a cama. Chora. Misto de raiva e tristeza. Está muito sentida pela discussão e o anúncio do divórcio, mas ao mesmo tempo, sente raiva por ter sido abandonada pelo marido, trocada por uma garota de programa, ter tido sua felicidade atrapalhada.

MUSIC OFF.

CENA 17. LOJA DE ROUPAS. PROVADOR. INT. DIA.

Carla está provando um vestido quando escuta uma conversa do lado de fora.

VOZ MULHER (OFF): - Breno! Você aqui, querido!

Carla se mostra surpresa, sai rapidamente do provador. Vê um casal de amigos abraçados. Carla se desanima, volta para o provador, se encara no espelho.

CARLA: - Agora você não tira ele da cabeça, né?! Sua boba, que burrada você fez.

CENA 18. ESCRITÓRIO ALFREDO. SALA. INT. DIA.

Alfredo e Breno conversam.

ALFREDO (irritado): - Esses documentos eram importantes, Breno! Não podia deixar passar!

BRENO: - Eu sei, Alfredo, mas é que ontem eu tava/

ALFREDO: - Com a cabeça na festa, só pode.

BRENO: - Como é que você sabe?

ALFREDO: - Não precisa ser nenhum mago pra adivinhar que você foi na festa da revista. É o maior baladeiro de São Paulo.

BRENO: - Não, falta um pouco pra chegar lá.

ALFREDO: - E também falta pouco pra você ir pra rua, meu caro.

BRENO (apreensivo): - Falando sério?!

ALFREDO: - Seu pai é um grande amigo meu, conheceu meu pai inclusive, mas eu não posso ficar segurando você aqui dentro, se você não tá contribuindo pro serviço do escritório.

BRENO: - Eu sei, Alfredo. Prometo não vacilar. Não vou esquecer mais os prazos, processos, nada! A única coisa que eu quero esquecer agora é aquela maluca.

ALFREDO: - Quem?! Que maluca?

BRENO: - Nada não, coisa minha. Mais alguma coisa?

ALFREDO: - Só isso, pode voltar pro serviço.

BRENO: - Com licença.

Breno sai.

CENA 19. CASA ROSA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Rosa caminha de um lado a outro pela sala.

ROSA: - Desde ontem à noite, essa sensação estranha não passa.

TOCA o telefone. Rosa se apressa em atender.

ROSA: - Alô?! (T/sorri, aliviada) É você! Como vai, querido? 

CORTA PARA

CENA 20. CARRO DE TARCÍSIO. INT. DIA. 

Ele dirige enquanto fala ao celular.

TARCÍSIO: - Será que a gente pode conversar um pouco? É rápido.

TELA SE DIVIDE ENTRE OS DOIS AMBIENTES

ROSA: - Conversar? Claro, posso sim.

TARCÍSIO: - Estive na mansão hoje. A Beth me surpreendeu mais uma vez, e de forma negativa.

ROSA: - O que tem a Elizabeth? Descobriu que eu voltei?

TARCÍSIO: - Não, não foi isso não.

ROSA: - Então o que foi?

TARCÍSIO: - Brigou com aquela moça com quem eu estava saindo, lembra? Deu uma surra na coitada da mulher.

ROSA: - Meu Deus, que loucura!

TARCÍSIO: - E eu já decidi. Vai ter divórcio.

ROSA: - Tarcísio, pensa bem. Divórcio é algo sério e no caso de vocês envolve mais coisas, a empresa, o patrimônio.

TARCÍSIO: - Mas não dá mais pra voltar, Rosa. A Beth acabou com qualquer possibilidade que existia. Ainda mais com a mãe dela colocando pilha.

ROSA: Sei, imagino. Agda deve estar soltando foguetes de alegria. Aquela cobra!

TARCÍSIO: - Eu vou ter que desligar, to no meio da avenida aqui e to vendo uma blitz ali em frente.

ROSA: - Telefonando no trânsito, Tarcísio? Olha lá, hein! Cuidado!

TARCÍSIO: - Eu sei. Liguei mais para desabafar um pouco. Você foi a primeira pessoa em quem eu pensei.

ROSA: - Obrigada pelo carinho e pela consideração. Nos falamos outra hora, então. Eu também preciso resolver um assunto aqui.

TARCÍSIO: - Coisa muito importante?

ROSA: - Ainda não sei, mas acredito que sim. Mas te explico outra hora. Fique bem! E não faça nada de cabeça quente!

TARCÍSIO: - Pode deixar! Beijão.

ROSA: - Beijos. (desliga o telefone)

Rosa fica pensativa. Tarcísio se concentra no trânsito.

CENA 21. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. EXT. DIA.

Jonas estaciona o carro do outro lado da avenida, em frente ao restaurante.

LÍVIA: - Obrigada pela carona.

JONAS: - Não precisa agradecer não. Quando precisar, só me avisa.

LÍVIA: - Imagina, não quero abusar da sua bondade não, Jonas. Você tem seus compromissos, não pode ficar me atendendo o tempo inteiro.

JONAS: - Não é abuso nenhum. Pelo contrário. É um prazer enorme estar do seu lado.

Jonas segura a mão de Lívia. Os dois trocam olhares.

JONAS: - Cada minuto que eu passo do teu lado, é mais um momento feliz na minha vida. Eu nunca senti por alguém, o que estou sentindo por você.

Os dois se aproximam aos poucos, estão prestes a se beijar quando um guarda de trânsito bate no vidro. Os dois disfarçam.

GUARDA: - Você não pode ficar parado aqui rapaz. Tá na frente de uma garagem.

JONAS: - Tudo bem, sue guarda, eu já estou de saída.

LÍVIA: - É melhor eu ir. (abre a porta do carro/sai) Obrigada Jonas!

Lívia atravessa a avenida, entra no restaurante. Jonas a observa por um instante, pensativo. Em seguida, vai embora.

CENA 22. FLASH PAULISTA. REDAÇÃO. INT. DIA.

Isabela está em sua mesa, quando vê que Conrado se aproximar. Ela, rapidamente, pega o telefone e disca um número.

CONRADO: - Isabela, a gente precisa conversar.

ISABELA: - Agora não posso Conrado, estou ocupada.

CONRADO: - Mas é importante, você sabe disso.

ISABELA: - No momento, o importante é tratar dos assuntos da revista. (ao telefone) Alô? Do escritório de Rejane Garcia? (T) Oi, aqui é Isabela Alcântara, da revista Flash Paulista, tudo bem? (T)

E faz sinal para Conrado se afastar. Ele obedece a contragosto. Beatriz sai de sua mesa e vai até Isabela, que desliga o telefone.

ISABELA: - E ele ainda insiste!

BEATRIZ: - Por que você tá fazendo isso com ele, hein?

ISABELA: - Porque ele merece! Me fez de boba.

BEATRIZ: - Mas está na cara dele que ele tá arrependido. Poxa, Isabela, custa dar uma chance pra ele?

ISABELA: - Mas é que/

BEATRIZ: - Pelo menos tentar! Escuta o que ele tem pra te dizer.

Isabela fica pensativa. Beatriz se afasta.

CENA 23. CASA TARCÍSIO. QUARTO. INT. DIA.

Elizabeth segue entristecida, sentada sobre a cama. Alguém bate à porta.

ELIZABETH: - Não quero falar com ninguém!

Agda abre a porta e entra.

AGDA: - Deixa de ser boba. Não vai ficar trancafiada aqui dentro, sozinha, pensando bobagem. A Inês veio ver você.

ELIZABETH: - A Inês!

Inês ENTRA.

INÊS: - Beth! Oh minha amiga!

As duas se abraçam.

AGDA: - Vou deixar vocês duas a sós. Estou indo pra casa da Charlote.

ELIZABETH: - Está bem.

Agda sai.

ELIZABETH: - Como é que você soube?

INÊS: - A Vitória me ligou. Fiquei um tanto assustada, ela não soube me explicar direito. Minha amiga, o que aconteceu?

ELIZABETH: - Eu e o Tarcísio discutimos feio, Inês. E desta vez foi pra valer. Ele pediu o divórcio.

INÊS: - O divórcio?! Mas você tinha tanta esperança de voltar!

ELIZABETH: - Foi tudo pelo ralo. Ele vai falar com o Alfredo, pra providenciar tudo.

INÊS: - Ai amiga, eu nem sei o que dizer!

ELIZABETH: - Acabou tudo, Inês. A minha vida acabou!

Elizabeth chora. Inês a abraça, a consola.

CENA 24. AGÊNCIA ÔNIX. INT. DIA.

Marcos conversa com Plínio e Jonas.

PLÍNIO: - E então, deu uma esticada ontem depois do bar ou não?

MARCOS: - Que esticada o quê. A melhor coisa que eu fiz foi ter ficado no bar.

JONAS: - Como é que é?

PLÍNIO: - Ih, aí tem coisa. Pode falando brother.

MARCOS: - Lembra daquela mulher que eu te falei lá do bar?

PLÍNIO: - Sei, a que estava num grupo e tal.

MARCOS: - Essa mesma. Depois que você foi embora, eu vi que ela também tinha ficado sozinha. Então fui lá e me apresentei pra ela. Nós conversamos, trocamos uma ideia e eu levei ela pra casa. Nos despedimos com um beijo maravilhoso.

JONAS: - Mas esse chefe tá atacando, hein! (risos)

PLÍNIO: - Quem vê não diz nada! (risos) Pegador!

MARCOS: - Que isso rapaziada! Falando assim parece que eu sou um devorador!

PLÍNIO: - É, tem razão. Tem que comer muita pizza pra chegar onde eu já estou. (risos)

JONAS: - Tá, mas qual o nome dela? Pegou telefone pelo menos?

MARCOS: - Peguei telefone sim. O nome dela é Adriana. Uma negra linda.

PLÍNIO: - A beleza negra é tudo de bom, meu caro! Mas confesso que as loirinhas me tiram do sério!

JONAS: - E vocês marcaram de se ver novamente?

MARCOS: - Eu fiquei de ligar pra ela pra gente marcar.

PLÍNIO (olha na janela): - Falando em marcar, tá chegando o dono daquela empresa de bicicletas!

MARCOS: - Mas já?!

PLÍNIO: - Era esse o horário mesmo, chefinho.

MARCOS: - Ok. Eu vou recepcionar o cara. Jonas, pega o projeto lá na minha mesa e leva pra sala de reunião.

Jonas sai. Plínio e Marcos recepcionam o cliente.

CENA 25. CLÍNICA DR. FAUSTO. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Adriana está analisando um prontuário. Distrai-se. Lembra-se de Marcos. Gisa se aproxima.

GISA: - Pensando na morte da bezerra?

ADRIANA: - Pensando na vida, nas coisas boas da vida.

GISA: - Nossa, senti uma energia lá do fundo da alma. Olhinhos brilhando... Me conta, Adri.

ADRIANA: - Contar o que?

GISA: - Quem é o bofe. Vamos, pode falar. Mulher quando fica assim é porque conheceu um homem, tá gostando dele. Vamos, pode falar.

ADRIANA: - Não dá pra esconder nada de você hein?

GISA: - Nem tente. Tenho um sensor incrível.

ADRIANA: - Ontem, depois que vocês foram embora, um rapaz que tava lá no bar também veio sentar na mesa comigo.

GISA: - Como é que é? Ele esperou todo mundo sair pra dar o bote, é isso?

ADRIANA: - Que dar o bote o quê? Ele foi hiper carinhoso, tem um bom papo, um charme É publicitário, dono de uma agência.

GISA: - E você, como é não boba nem nada, pulou nos braços dele!

ADRIANA (risos): - Você é hilária, Gisa!

GISA: - É, conhecendo bem, você não faria isso. Já eu, na situação em que estou, nem o Heitor lá na faxina me pegaria.

Adriana ri. Fabrício se aproxima.

FABRÍCIO: - Convenção das Luluzinhas, é isso?

GISA: - A Adri tava me contanto da paquera dela ontem no bar, depois que a gente foi embora.

FABRÍCIO: - Paquera é?

ADRIANA: - Bom, não era pra ninguém saber, né? Mas já que a Gisa falou, enfim... Conheci um cara ontem. Muito legal, gente fina.

GISA: - Trocaram telefones?

ADRIANA: - Sim.

GISA: - E ele já te ligou?

ADRIANA: - Ainda não.

GISA: - Então pula fora amiga. Homem que não liga no dia seguinte, não serve. Aliás, nenhum deles serve. São todos iguais!

FABRÍCIO: - Ei! Não vamos generalizar!

ADRIANA: - Mas você agora a pouco tava reclamando da falta de homem, Gisa! Não estou te entendo!

GISA: - De vez em quando tenho lapsos de carência. Mas já passou. E não venha defender a sua espécie, Fabrício, porque é assim sim! Homem só quer saber do momento. Depois, no outro dia, a mulher que fique com a cara colada no telefone esperando a ligação. A gente quase nem come direito, esperando o telefone tocar, pra não atender de boca cheia e parecer que estamos engasgadas de emoção.

Adriana ri.

FABRÍCIO: - Não é assim, não Gisa! Olha lá!

GISA: - É assim sim!

Os três seguem conversando.

CENA 26. CASA CHARLOTE. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Charlote e Onira conversam sentadas no sofá.

CHARLOTE: - Que bom que você veio, Onira.

ONIRA: - Já estamos a tanto tempo marcando, não é?

CHARLOTE: - É verdade. Mas eu também vou receber uma amiga, que me ligou a pouco tempo, que está enfrentando um problema difícil na família.

ONIRA: - É mesmo?

CHARLOTE: - É. Pobre Agda... Mas vamos falar de coisas boas! Como vai o seu filho?

ONIRA: - O Marcos vai muito bem. A agência dele está a mil com diversos trabalhos.

CHARLOTE: - Agência?

ONIRA: - Sim, o Marcos é publicitário, dono de uma agência de publicidade e propaganda.

CHARLOTE: - Que maravilha! Bem a cara desses jovens de hoje em dia. Bem, a Isabela é repórter da Flash Paulista. E o Breno trabalha num escritório de advocacia.

ONIRA: - Que maravilha! Seus filhos também estão bem encaminhados.

CHARLOTE: - Estão sim. Agora só estou na espera de um netinho!

ONIRA: - Ainda não tem?

CHARLOTE: - Não. E acho que vai demorar um pouquinho ainda... (risos)

ONIRA: - Eu também ainda não sou avó. Mas acho que logo logo o Marcos se arruma com uma moça bonita. Linda, loura...

CHARLOTE: - Idealizando a nora dos sonhos é?

ONIRA: - O que eu puder para que ela se torne realidade, eu farei.

CHARLOTE: - Olha, Onira, saiba que nem sempre podemos interferir no futuro e no desejo dos filhos. Ainda mais quando se trata de amor.

ONIRA: - Mas pra tudo se dá um jeito, Charlote. E nada melhor do que os conselhos de uma mãe com uma vida bem vivida para saber o que é bom ou não para o seu filho.

As duas seguem conversando.

CENA 27. PENSÃO BEM QUERER. EXT. DIA.

Oscar está varrendo o pátio em frente a pensão. Do outro lado da rua, Rosa estaciona o carro. Ela olha a pensão, observa Oscar. Se mostra pensativa, um tanto apreensiva.

CENA 28. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. INT. DIA.

Tarcísio e Paulo conversam.

PAULO: - Eu ainda estou incrédulo com tudo isso que você está dizendo. A Elizabeth agrediu a Marilu, é isso?

TARCÍSIO: - Deixou a pobre coitada em frangalhos. Eu nunca pensei que a Beth fosse capaz de um ataque de fúria como esse.

PAULO: - Se você, casado com ela há mais de trinta anos se surpreende, imagine eu!

TARCÍSIO: - Mas agora é definitivo, Paulo. Nosso casamento acabou mesmo. Vou pedir para o Alfredo providenciar os papéis do divórcio.

PAULO (surpreso): - Divórcio? Tem certeza?

TARCÍSIO: - Absoluta. Quero me divorciar da Elizabeth e assumir de vez meu relacionamento com a Marilu.

Paulo finge estar surpreso, mas esconde sua satisfação. Nesse instante, Lívia se aproxima da mesa dos dois.

LÍVIA: - Com licença, senhores. Desculpe atrapalhar a conversa de vocês. Quando os senhores chegaram, eu estava recepcionando outros clientes. Mas quero que se sintam a vontade aqui no Europa-Brasil.

Tarcísio observa Lívia atentamente, enquanto ela fala.

LÍVIA: - Eu tenho aqui os menus (entregando para eles) para que possam escolher os nossos pratos.

PAULO: - Obri/

TARCÍSIO: - Qual o seu nome?

LÍVIA (surpresa): - Me chamo Lívia.

Tarcísio a olha fixamente. Lívia, um tanto surpresa.

Encerra com Talismã – Monique Kessous feat. Raimundo Fagner
 
     
     

autor
Édy Dutra

elenco
Christine Fernandes como Lívia
Taís Araújo como Marilu
Zé Carlos Machado como Tarcísio
Fábio Assunção como Rafael
Bruno Ferrari como Jonas
Marcos Caruso como Paulo
Renata Domingues como Carla
Júlio Rocha como Breno
Bianca Castanho como Beatriz
Júlia Feldens como Vitória
André Bankoff como Fabrício
Danton Mello como Marcos
Lavínia Vlasak como Isabela
Caco Ciocler como Conrado
Janaína Lince como Sarah
César Mello como Alfredo
Aída Leiner como Inês
Luíza Curvo como Tatiana
Jonathan Haagensen como Plínio
Marco Ricca como Fausto
Sílvia Pfeifer como Lorena
Thaís Vaz como Mayra
Gisele Policarpo como Gisa
Guilherme Leme como Almir
Mônica Martelli como Louise
Sérgio Menezes como Kléber
Cyria Coentro como Nice
Ernesto Piccolo como Moisés
Natália Guimarães como Rita

Atrizes convidadas
Sônia Braga como Elizabeth
Regina Duarte como Rosa
Valquíria Ribeiro como Adriana
Ângela Leal como Agda
Mila Moreira como Charlote
Denise Del Vecchio como Onira
Beatriz Segall como Wanda
Arlete Salles como Alaíde

Atores convidados
Gracindo Júnior como Demétrio
Rodrigo Santoro como Henri
Juan Alba como Alexandre
Nill Marcondes como Eduardo
Roberto Bonfim como Roberto
Floriano Peixoto como Jorge

Participações especiais
Dudu Azevedo como Romão
Elisa Lucinda como Cidália
Antonio Pitanga como Tenório
Vanessa Lóes como Clair
Alexandre Slaviero como Hugo
Lui Mendes como Pereira

Trilha Sonora
Pra rua me levar - Ana Carolina (abertura)
Mentiras - Adriana Calcanhoto
Talismã – Monique Kessous feat. Raimundo Fagner

Produção

Bruno Olsen
Cristina Ravela
Diogo de Castro


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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