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Talismã - Capítulo 01

Talismã - Novela de Édy Dutra
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CAPÍTULO 01
 
     
     
     
     
 
 
 

CENA 01. SÃO PAULO. EXT. DIA. 

MUSIC ON: Retratos e canções – Paulinho Moska

CAM PANORÂMICA passeando pela cidade mostra sua arquitetura com edifícios altíssimos e pontos turísticos em geral. CORTA PARA a movimentação de automóveis e de pessoas na avenida paulista em sua rotina diária.

LEGENDA: 2018.

MUSIC OFF.

CENA 02. AMARO. SALA PRESIDÊNCIA. INT. DIA.

Tarcísio, Paulo e Rafael entram conversando. Tarcísio senta-se na cadeira principal, detrás da mesa.

PAULO: - Foram as maiores vendas dos últimos anos, Tarcísio! Nunca vi coisa igual antes.

TARCÍSIO: - Isso é resultado de um bom trabalho em equipe, Paulo. Nossa proposta foi irrecusável. E todos se empenharam para isso.

RAFAEL: - Mas é bom ressaltar também o talento da Vitória, não é pai? As jóias que ela criou são obras-primas!

TARCÍSIO: - Tem razão, Rafael. Sua irmã tem nos surpreendido a cada dia com seu belo trabalho. É uma mulher dedicada. Puxou ao pai.

Os três riem.

PAULO: - Agora é só fecharmos o balanço para saber quanto foi o nosso lucro, que eu imagino ir nas alturas!

RAFAEL: - Se tudo correr dentro do previsto, teremos a maior fatia de participação do mercado.

TARCÍSIO: - Este é o objetivo.

RAFAEL: - Isso aí.

TARCÍSIO: - Pelo menos na empresa a maré está boa.

PAULO: - Como assim, Tarcísio?

TARCÍSIO: - Nada não. Bom, se vocês me dão licença, eu preciso resolver uns assuntos aqui.

RAFAEL: - Claro, papai. Bom trabalho pra você.

PAULO: - Bom trabalho.

Rafael e Paulo saem. Tarcísio olha uma foto no porta-retrato de sua mesa. Ele e Elizabeth, abraçados, felizes.

TARCÍSIO: - Até quando...?!

CENA 03. AMARO. CORREDOR. INT. DIA.

Rafael e Paulo saem da sala de Tarcísio quando encontram Lorena. 

LORENA: - Bom dia rapazes!

RAFAEL: - Bom dia Lorena, como vai?

LORENA: - Tudo bem. E então, como foi a reunião?

PAULO: - Melhor impossível! Fechamos uma grande venda.

LORENA: - Que ótima notícia!

RAFAEL: - Melhor impossível. Fecharemos o ano da Amaro com chave de ouro, melhor que o esperado!

LORENA: - Com certeza. Agora deixa eu ir porque preciso levar esses documentos lá na contabilidade.

PAULO: - Veja só, eu estava indo lá agora mesmo. Não quer que eu leve para você?

LORENA: - Não, não precisa. Pode deixar que eu mesma levo.

PAULO: - Como quiser.

Lorena se retira.

RAFAEL: - Eu vou indo. Qualquer coisa, to na minha sala.

PAULO: - Depois nos falamos.

Rafael sai. Paulo fica ali, põe a mão no queixo.

PAULO: - Eu preciso achar um jeito de tirar pelo menos uma casquinha desse dinheiro todo.

CENA 04. PENSÃO BEM QUERER. CORREDOR. INT. DIA.

Agitação entre os moradores no estreito espaço que dá acesso ao banheiro. Tatiana, Jonas, Carla e Kléber formam uma fila enquanto esperam sua vez.

KLEBER: - E aí hein? Como é que é? Vai terminar com a água do planeta, é isso? Aqui fora tem gente que quer tomar banho!

VOZ (O.S) – Já vaaaai! Só mais um minuto!

CARLA: - Eu só quero retocar a maquiagem, oh, já to de saída!

TATIANA: - Mas pra isso não precisa ficar na fila, Carla. Vai no meu quarto, tem um espelho lá!

CARLA: - Ai, brigada amiga!

Carla sai da fila e passa rebolando a bunda. Os homens ficam reparando, babando. Carla passa pela porta do banheiro, que se abre revelando Wanda, que estava dentro.

WANDA: - Não se pode nem tomar banho em paz.

JONAS: - Até pode, dona Wanda, só não precisa demorar tanto!

Alaíde chega no local.

ALAÍDE: - Mas que furdúncio é esse aqui, minha gente? Lá da cozinha eu ouvi o zum zum zum!

KLÉBER: - A Wanda tava morando dentro do banheiro.

ALAÍDE: - Já desocupou, Wanda?

WANDA: - Já, já. Podem usar!

E sai. Kléber, que estava no final da fila, entra no banheiro, na frente de Jonas. Nova reclamação e fuzuê.

JONAS: - Ah não Kléber! Qual é, cara!

KLÉBER (O.S): - Desculpa aí parceiro, mas eu to super atrasado! Tenho reunião com o dono do restaurante onde eu vou tocar e não posso me atrasar ainda mais!

TATIANA: - Já vi que hoje o dia vai ser cheio.

ALAÍDE: - E tu, Tati, não vai trabalhar hoje não?

TATIANA: - Tirei folga, dona Alaíde. Hoje vou aproveitar pra dar uma passeada no shopping.

ALAÍDE: - Poderia aproveitar e pagar aquela parte que falta do aluguel também, né?

TATIANA (sem jeito): - Claro, claro.

ALAÍDE: - Deixa eu ir porque hoje tem feira e não quero perder nenhuma oferta!

Alaíde sai.

TATIANA: - E você Jonas, vai fazer o que hoje?

JONAS: - Tenho que terminar o projeto da agência e entregar hoje à tarde, senão o Marcos me corta a cabeça. (bate na porta do banheiro) Anda logo, Kléber!

CENA 05. CASA TARCÍSIO. COZINHA. INT. DIA.

Elizabeth dá instruções para Nice e Moisés, os empregados da casa.

ELIZABETH: - Todo o serviço de copa deve estar funcionando perfeitamente. Eu não ficarei disponível para resolver os problemas que surgirem.

NICE: - Claro, dona Beth. A senhora vai estar ocupada com os convidados.

ELIZABETH: - Isso mesmo, Nice. E não serão poucos!

MOISÉS: - Olha, dona Beth, eu já trabalho aqui há um bom tempo e não consigo lembrar de uma festa tão grande como essa que a senhora está preparando.

ELIZABETH: - É porque ainda não tivemos uma festa desse porte, Moisés. Por incrível que possa parecer. Mas, é uma data especial, afinal de contas, não é todo dia que se comemora 35 anos de casado, não é?

NICE: - É verdade.

ELIZABETH: - Bom, era só isso. Ah, Nice, a lista do mercado, já está pronta?

NICE: - Já sim, dona Beth. Mais tarde, eu e o Moisés vamos lá comprar as coisas, pra não ter correria amanhã.

ELIZABETH: - Certo, fazem muito bem. Se me dão licença...

Elizabeth sai.

MOISÉS: - Vai ser um festão daqueles!

NICE: - E nós vamos trabalhar dobrado!

MOISÉS: - Mas vale a pena, Nice. Patrões bons assim não vamos achar em outro lugar.

Nice concorda com a cabeça.

CENA 06. CASA TARCÍSIO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Agda está ao telefone quando Elizabeth entra.

AGDA: - Então está bem, querida. Estaremos aí mais tarde. (T) Tudo bem... (T) Outro pra você. (desliga o telefone)

ELIZABETH: - Quem era, mamãe?

AGDA: - Charlote. Nos convidou para um chá hoje à tarde.

ELIZABETH: - Eu não vou, mamãe. Tenho que ver os detalhes da decoração da festa de amanhã. Tem que estar tudo perfeito!

AGDA: - Pelo menos a festa né, Beth.

ELIZABETH: - Não entendi o que a senhora quis dizer.

AGDA: - Entendeu sim, minha querida. Já falei isso inúmeras vezes. Seu casamento não está em clima de festa e você sabe muito bem disso.

Elizabeth senta-se no sofá, calada, um pouco sentida.

AGDA: - Você parece uma criança, tentando esconder os problemas com essa bobagem.

ELIZABETH: - Meu casamento não é um problema, mamãe.

AGDA: - E está longe de ser um mar de rosas, Elizabeth! Tudo bem que vocês tiveram outras crises, mas agora, está na cara que está perto do fim e/

ELIZABETH (levanta-se/firme): - Não! Isso não. É apenas mais uma crise, coisas de casal. Depois vai passar, nós vamos nos entender, ter uma lua-de-mel linda na Europa.

AGDA: - E quando o sonho de princesa acabar, a realidade volta a bater na sua porta. Francamente, Elizabeth!

ELIZABETH: - As coisas vão melhorar entre mim e o Tarcísio.

Agda se aproxima de Elizabeth. Ficam cara a cara.

AGDA: - Desista enquanto ainda há tempo, Elizabeth. Aceita a realidade. Vai ser melhor para todo mundo.

ELIZABETH: - Eu não vou aceitar nada. Eu sou feliz com o Tarcísio.

Agda esboça um riso irônico.

AGDA: - Mas e ele, Beth? Ainda é feliz com você?

Agda se retira. Elizabeth engole em seco os dizeres da mãe.

CENA 07. CASA CHARLOTE. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Demétrio está lendo o jornal no sofá. Charlote arruma as flores num vaso.

CHARLOTE: - Preciso de flores novas aqui pra sala.

DEMÉTRIO: - Não precisamos de mais flores. Você já é a flor mais linda desse lugar.

CHARLOTE: - Ai que romântico, meu amor! Mas eu não conto, né? A Agda e a Elizabeth vão vir aqui tomar um chá comigo. Falei com a Inês também.

DEMÉTRIO: - A Elizabeth deve estar ocupada com os preparativos para o jantar.

CHARLOTE: - Pois é, nem pensei nisso. Mas a Agda confirmou a presença delas. De qualquer forma, teremos visitas e não quero essas flores assim, sem vida!

DEMÉTRIO: - Sem vida vai ficar seu filho, que até agora não levantou da cama para ir trabalhar!

CHARLOTE: - Não fale assim do Breno, Demétrio! Ele chegou tarde ontem.

DEMÉTRIO: - Tarde? Chegou é cedo, isso sim, junto com o nascer do sol.

CHARLOTE: - Eu vou chamá-lo.

DEMÉTRIO: - É bom mesmo, senão é capaz do Alfredo nem querer mais o Breno trabalhando no escritório. Tudo bem que somos amigos, mas a gente não pode se aproveitar disso, o Breno tem que mostrar serviço.

CHARLOTE: - Não se preocupe. O Breno vai levantar e vai trabalhar, feliz e disposto, você vai ver. 

CORTA PARA

CENA 08. QUARTO BRENO. INT. DIA.

CLOSE num rapaz dormindo esparramado numa cama de solteiro. O lençol está no chão. Charlote entra e vai direto pra janela, abrindo-a. O sol pega no rosto do rapaz, que aos poucos se acorda.

CHARLOTE: - Vamos levantar, amorzinho!

BRENO: - Tá cedo ainda, mãe... (espreguiça-se)

CHARLOTE: - Seu pai está uma fera com você. Vamos lá, levanta dessa cama. O trabalho te espera.

BRENO: - Nem me fala em trabalho. Devo estar mega atrasado.

CHARLOTE: - Ah, está mesmo. Mas nada como ter um chefe amigo da família né. Mas para não piorar a sua situação, é melhor você ir logo.

BRENO: - Tudo bem, eu vou.

Charlote se aproxima.

CHARLOTE: - Por que você não segue o exemplo da sua irmã?

Charlote beija Breno e sai em seguida.

BRENO: - Exemplo da minha irmã? E me tornar o Senhor Trabalho? Nem pensar!

Ele volta a se deitar.

MUSIC ON: Downtown – Anitta feat. J Balvin

CENA 09. REVISTA FLASH PAULISTA. REDAÇÃO. INT. DIA.

Movimentação na redação. Trilha tocando em som ambiente. Isabela está em sua mesa, no telefone, quando Beatriz se aproxima.

ISABELA (ao telefone): - Certo então, obrigada. (desliga)

BEATRIZ: - E então, conseguiu a entrevista?

ISABELA: - Tudo certo. Hoje à tarde, na clínica mesmo.

BEATRIZ: - Doutor Fausto Vasconcellos... a filha dele não é aquela com cara de chatinha que vira e mexe tá aqui na redação?

ISABELA: - Ela mesma. A amiguinha do Conrado.

BEATRIZ: - Às vezes eu acho que o Conrado nem gosta dela. Só pra fazer média com o pai dela.

ISABELA: - Você acha é? Eu tenho certeza!

Nesse instante, Conrado se aproxima.

CONRADO: - Duas jornalistas de coluna social conversando num cantinho, só pode ser fofoca.

ISABELA: - E estávamos falando justamente de você.

CONRADO: - Espero que de bem, é claro.

BEATRIZ: - Sempre né? Bom, gente, vou indo nessa. Quero ver se consigo falar com o Rafael.

ISABELA: - Sinto cheiro de almoço romântico.

Beatriz sorri e sai.

CONRADO: - Bem que nós poderíamos fazer o mesmo.

ISABELA: - O mesmo o quê?

CONRADO: - Um almoço romântico, eu e você... O que acha?

ISABELA: - Eu acho que você pirou de vez! (risos)

CONRADO: - Você não me entende mesmo, hein Isabela?

ISABELA: - Entendo perfeitamente, e é por isso mesmo que não vou cair na sua lábia, tá? Te conheço e não é de hoje.

CONRADO: - Então! Me conhecer há muito tempo é mais um motivo pra deixar eu ficar mais perto de você.

ISABELA: - Nem tão perto, tá bom? Nem tão perto.

Uma outra repórter se aproxima.

ANINHA: - Conrado, o senhor Junqueira na linha 3.

CONRADO: - Obrigado, Aninha!

Aninha se afasta.

CONRADO: - Eu vou lá atender esse homem senão perdemos um mega anúncio... Mas eu volto, Isabela. A se volto!

Conrado sai, Isabela ri da situação.

CENA 10. AGÊNCIA ÔNIX. INT. DIA.

Jonas fala fora do áudio, terminando de apresentar o projeto da agência para um grupo de empresários. Marcos e Plínio estão na sala.

MUSIC FADE.

JONAS: - E com esse slogan, a nossa marca fecha o anúncio ganhando a confiança do público, que certamente, irá querer levar o produto. Esse é o nosso projeto.

Os empresários comentam. Jonas olha para Plínio, que faz sinal de positivo.

MARCOS: - E então senhores, o que acharam?

EMPRESÁRIO 01: - Sinceramente?

Jonas fica um pouco tenso.

EMPRESÁRIO 01: - Eu achei fantástico!

EMPRESÁRIO 02: - Vocês conseguiram pegar bem a essência do produto. Fantástico.

EMPRESÁRIO 03: - Projeto aprovado, com certeza. A conta é de vocês. 

Jonas fica aliviado. Marcos e Plínio cumprimentam os empresários.

CORTA PARA

CENA 11. SALA MARCOS. INT. DIA.

Marcos, Plínio e Jonas comemoram a nova conta.

MARCOS: - Jonas, você mandou muito bem!

JONAS: - Confesso que eu tremi na base olhando a cara deles todos, sérios.

PLÍNIO: - Mas não tinha como não levarmos a conta. O projeto ficou muito bom!

MARCOS: - Um dos melhores que já fizemos, com certeza... Você recém se formou e já é um talento, Jonas. Parabéns.

JONAS: - Eu é que agradeço, Marcos, pela oportunidade.

Plínio estoura uma champanhe.

PLÍNIO: - Vamos comemorar galera! Viva a Ônix!

Os três brindam.

CENA 12. AMARO. CORREDOR. INT. DIA.

Tarcísio caminha pelo corredor quando Paulo o alcança.

PAULO: - Indo almoçar?

TARCÍSIO: - Sim.

PAULO: - Companhia?

TARCÍSIO: - Claro, Paulo. Vamos.

PAULO: - Desculpa me meter, Tarcísio, mas somos amigos então acho que posso.

TARCÍSIO: - Pode falar.

PAULO: - É, que eu sinto que você não está muito bem. Nem mesmo com o negócio grandioso que fechamos. Está acontecendo alguma coisa?

TARCÍSIO: - Está sim, Paulo. Mas no caminho a gente conversa.

Eles somem no corredor.

CORTA PARA

CENA 13. SALA RAFAEL. INT. DIA.

Ele está analisando uns documentos, quando alguém bate à porta.

RAFAEL: - Entra.

Beatriz entra dizendo.

BEATRIZ: - Trabalhando ainda? Já está na hora do almoço!

RAFAEL: - Beatriz! Que surpresa boa!

BEATRIZ: - Eu é que estou surpresa de te pegar aqui na empresa ainda. Vamos almoçar juntos?

RAFAEL: - Só eu e você, é?

BEATRIZ; - Exclusivamente, apenas eu e você.

RAFAEL: - Como resistir!

Os dois saem de mãos dadas da sala.

CENA 14. CASA TARCÍSIO. QUARTO ELIZABETH. INT. DIA.

Elizabeth está no closet, quando Vitória entra.

VITÓRIA: - Mãe?

ELIZABETH: - Oi filha! Você em casa?

VITÓRIA: - Saí pra almoçar, mas resolvi vir comer em casa, com você.

ELIZABETH: - Pensei que fosse se encontrar com o Fabrício.

VITÓRIA: - Eu liguei pra ele, mas não me atendeu. Deve estar com paciente.

ELIZABETH: - Ele trabalha bastante na clínica, não é?

VITÓRIA: - Muito! Quase nem tem tempo pra se divertir, pra curtir... Mas o que me incomoda mesmo nem é essa falta de tempo pra gente e sim o fato dele estar perto daquela garota sem noção!

ELIZABETH: - Você fala da Mayra?

VITÓRIA: - E quem mais seria? Essa garota me tira do sério, mãe! Vive se atirando pra cima do Fabrício! Não se toca nunca!

ELIZABETH: - Mas o Fabrício não tem nada com ela, filha.

VITÓRIA; - Não, não tem, mas é homem né, mãe? Fica difícil resistir quando uma mulher fica se oferecendo o tempo inteiro Ai, não gosto nem de pensar!

ELIZABETH: - Então não pensa, meu amor, e vamos descer pra almoçar. Estou com uma fome!

As duas saem.

CENA 15. RESTAURANTE EUROPA-BRASIL. INT. DIA.

PLANO GERAL do ambiente evidenciando seu requinte e bom gosto. Kléber e Roberto conversam em uma das mesas.

ROBERTO: - Você já chegou atrasado, meu rapaz. Isso não é bom para um profissional.

KLÉBER: - Eu sei, Seu Roberto. Mas sabe como é esse trânsito em São Paulo.

ROBERTO: - Sei sim, é compreensível. Mas então você toca sax... Nunca tive algo assim no meu restaurante.

KLÉBER: - Toco sim. Eu fazia parte de uma banda de jazz, MPB... Tocávamos em alguns bares e restaurantes também. Mas com o tempo, cada um foi seguindo um caminho. E eu resolvi continuar na música, que é minha paixão e o que, modéstia a parte, eu faço bem.

ROBERTO: - Tá certo. Sabe que eu sempre tive vontade de tocar algum instrumento. Mas eu nunca tive jeito pra essas coisas.

KLÉBER: - Mas gostando já é um grande passo. Já fica mais fácil. E aí é só uma questão de tempo pra pegar a prática.

Kléber pega retira seu instrumento de dentro da capa e começa a tocar. Roberto presta atenção. As pessoas em volta observam, gostando. Roberto faz sinal pra ele parar.

KLÉBER: - Eu também levei um tempinho, mas com o tempo, a gente consegue.

ROBERTO: - Ao que parece agradou a clientela. Você é muito talentoso.

KLÉBER: - Brigado. Mas, isso quer dizer que/

ROBERTO: - Você conseguiu me convencer, rapaz. Amanhã à noite você começa aqui no restaurante.

KLÉBER: - Muito obrigado, Seu Roberto! O senhor não vai se arrepender!

Roberto e Kléber se cumprimentam. CAM desvia para outro ponto do restaurante onde Paulo e Tarcísio almoçam.

PAULO: - Crise?

TARCÍSIO: - E das grandes. Acho que desta vez meu casamento não resiste.

PAULO: - Não diga isso, Tarcísio. Não se pode jogar a toalha!

TARCÍSIO: - Eu sei, mas... Não tem mais saída. Eu até me arrependo de ter concordado com essa festa de amanhã, esse jantar em comemoração aos 35 anos de casados. Me sinto culpado por alimentar na Elizabeth uma falsa esperança.

PAULO: - Nessas circunstâncias, eu nem sei o que dizer.

TARCÍSIO: - Eu sinto falta de algo novo na minha vida. Eu caí na rotina, Paulo. Minha vida se resumiu nos últimos anos à trabalho e casa, só. Eu não fiz mais nada além de cuidar da empresa e manter um casamento morno, uma vida quadrada, limitada.

Paulo escuta tudo, atento.

TARCÍSIO: - Eu queria, pelo menos, uma vez na vida, me deixar provar de coisas novas. Sentir um furor, algo que me anime, me deixe com mais vontade de viver.

PAULO: - Eu acho que posso te ajudar, meu caro amigo.

TARCÍSIO: - Pode?

PAULO: - Posso. Mas você precisa estar disposto, se é que me entende.

TARCÍSIO: - O que você está pensando, Paulo?

PAULO: - Eu vou te levar num lugar onde você vai sentir esse furor que tanto quer. Vai ver a vida com novos olhos. Vai viver mais intensamente.

TARCÍSO: - E que lugar é esse? É no Brasil? Aqui em São Paulo mesmo?

PAULO: - Sim, aqui em São Paulo. Tarcísio, você vai conhecer os verdadeiros prazeres da vida. Te garanto que não vai se arrepender.

Tarcísio se mostra interessado.

CENA 16. SÃO PAULO. EXT. DIA.

MUSIC ON: Joga fora – Grupo Benditos

TAKES alternados da cidade de São Paulo. O trânsito, as pessoas, a movimentação da metrópole. CORTA PARA a fachada da revista Flash Paulista, algumas pessoas passando pela frente do estabelecimento. Um carro vai estacionando na calçada.

CORTA PARA

CENA 17. CARRO. INT. DIA

Dentro do carro, Rafael e Beatriz conversam.

MUSIC FADE.

RAFAEL: - Está entregue, senhorita.

BEATRIZ: - Ah, que pena. Sabe o que eu queria? Ficar o dia inteiro pertinho de você, curtindo você.

RAFAEL: - Eu também gostaria, mas não dá. Precisamos retomar nossos compromissos.

Beatriz se aproxima, beija Rafael.

BEATRIZ: - Você é maravilhoso.

RAFAEL: - Que isso, Beatriz. Assim eu fico sem jeito.

BEATRIZ: - Você sabe que eu gosto de você, que eu adoro você, sou louca por você! Mas você parece que não se importa muito com isso.

RAFAEL: - Não é verdade. Eu me importo sim. Você é uma mulher especial, linda.

BEATRIZ: - Sou especial, sou linda, mas não posso namorar com você. De que me adianta tudo isso?

RAFAEL: - Já falamos sobre isso, Beatriz. Eu não estou nessa de namoro agora. E é melhor que seja assim. Não quero assumir um compromisso com você e depois não poder cumpri-lo.

BEATRIZ: - É, talvez você tenha razão. Mas, olha só, eu sempre vou estar aqui, quando você precisar.

RAFAEL: - Eu sei disso. E é por isso que eu também gosto de você.

Os dois se beijam novamente. Beatriz SAI do carro, que segue caminho. Beatriz vai entrando no prédio quando Isabela vai saindo.

ISABELA: - Demorou esse almoço, hein?

BEATRIZ: - Já sabe porque, né? (risos)

ISABELA: - Posso imaginar... To indo pra entrevista. Beijos!

BEATRIZ: - Bom trabalho!

Isabela sai.

CENA 18. HOTEL DE LUXO. SUÍTE. INT. DIA.

Um homem de meia-idade está deitado na cama, coberto por um lençol da cintura pra baixo.

HOMEM: - Tem certeza que não quer ficar mais um pouco?

CAM mostra Carla, terminando de fechar o zíper do vestido. Ela vai até o espelho, retoca o batom.

CARLA: - Não posso, meu querido. Tenho outros compromissos.

HOMEM: - Outros compromissos, é? Sei. Tem é outros clientes, isso sim!

CARLA: - Não, claro que não, meu chuchu! (vira-se para ele) Você sabe que eu sou todinha sua, não sabe? Mas eu também preciso tocar a minha vida.

HOMEM: - Tudo bem, eu entendo.

O homem vira-se para a cabeceira da cama, pega a carteira. Abre e retira umas notas. Carla abre um sorriso de canto de boca. O homem pega as notas e oferece para ela.

HOMEM: - Seu presentinho.

Carla, sensualmente, se aproxima e pega o dinheiro.

CARLA: - O senhor sempre generoso.

HOMEM: - Você merece... Gostosa!

Carla guarda o dinheiro no sutiã, pega sua bolsinha e sai da suíte.

CORTA PARA

CENA 19. HALL. INT. DIA.

Breno e Alfredo vão entrando.

ALFREDO: - Se você não chega a tempo, perderíamos o cliente.

BRENO: - Desculpa, Alfredo. Não vai se repetir. Mas por que eu preciso estar junto nessa reunião?

ALFREDO: - Porque é você quem vai falar com ele.

BRENO (surpreso): - Eu?!

ALFREDO: - Eu desta vez serei só acompanhante.

BRENO: - Mas Alfredo, eu/

ALFREDO: - Está na hora de você entrar mais a fundo nos assuntos do escritório, Breno.

Alfredo apressa o passo. Breno tenta acompanhá-lo. Nesse instante, Carla sai do elevador e esbarra em Breno. Breno a segura, para que ela não caia. Os dois trocam olhares.

BRENO: - Opa!

CARLA: - Nossa, que trombada.

BRENO: - Tá tudo bem?

CARLA: - Está sim. Tudo bem.

Alfredo se aproxima.

ALFREDO: - Vamos lá Breno, olha a reunião!

BRENO (a Alfredo): - Claro, vamos sim. (a Carla) Bom, se está tudo bem, eu vou indo nessa. Desculpa.

CARLA: - Não precisa desculpar não. Eu que tava distraída.

BRENO: - Posso pegar seu telefone então, caso eu queria saber se você realmente não se machucou?!

ALFREDO: - Breno!

BRENO: - Oh Deus! Eu preciso ir... (saindo) Posso saber ao menos o seu nome?

Carla não responde, apenas abre um sorriso. Breno entra no elevador junto com Alfredo. A porta do elevador se fecha. Carla fica pensativa.

CARLA: - Breno... Gostei!

CENA 20. CASA CHARLOTE. JARDIM. EXT. DIA.

Agda, Inês e Charlote tomam chá.

CHARLOTE: - Pensei que Elizabeth viesse com você, Agda.

AGDA: - Ela está toda envolvida com os preparativos para o jantar de amanhã.

INÊS: - Posso imaginar. Deve estar ansiosa também.

AGDA: - Tremenda bobagem. Por mim esse jantar nem sairia.

CHARLOTE: - Mas por que isso, Agda?

AGDA: - Ora Charlote! Esse casamento é uma fachada, todo mundo sabe disso. Não há porque continuar com essa farsa.

INÊS: - Mas se sua filha é feliz, Agda, eu penso que deveria apoiá-la e incentivar para que o casamento seja realmente feliz, verdadeiro.

AGDA: - Eu não sou tola, Inês. Não consigo viver de aparências. A Elizabeth é muito boba. Cedo ou tarde o Tarcísio larga dela, encontra outra mulher e acabou esse sonho todo. Esse mundo cor-de-rosa onde ela vive.

Inês e Charlote trocam olhares.

CENA 21. CLÍNICA DR. FAUSTO. SALA FAUSTO. INT. DIA.

Isabela termina a entrevista com Fausto.

ISABELA: - Acho que era isso, doutor Fausto. Muito obrigada.

FAUSTO: - Eu que agradeço pela entrevista... (tenta lembrar o nome)

ISABELA: - Isabela.

FAUSTO: - Isabela, claro, desculpe.

ISABELA: - Imagina, acontece.

FAUSTO: - E quando sai a entrevista?

ISABELA: - Semana que vem.

FAUSTO: - Que ótimo!

Nesse instante, Mayra entra na sala, cheia de sacolas de lojas do shopping.

MAYRA: - Ai, não achei nada de interessante no shopping.

FAUSTO: - Imagina se tivesse encontrado!

Isabela ri.

ISABELA: - Bom, eu vou indo.

FAUSTO: - Muito obrigado, Isabela. Tenha um bom dia e um ótimo trabalho.

ISABELA: - O senhor também. Obrigada.

Isabela sai.

MAYRA: - Essa daí não é repórter da Flash Paulista?

FAUSTO: - Sim. Isabela.

MAYRA: - Acho que já vi ela lá na redação, quando fui falar com o Conrado.

FAUSTO: - Mayra, por favor, tire suas coisas daqui. Este é o meu local de trabalho.

MAYRA: - Ai, papai! Eu só passei aqui pra te dar um beijinho.

FAUSTO: - Eu sei, minha filha, mas eu preciso manter a ordem aqui dentro também, não é?

Mayra se aproxima, beija Fausto.

MAYRA: - Já vou indo embora. Quero ir pra academia ainda.

FAUSTO: - Não chega tarde em casa, hein?

MAYRA: - Não vou não, pode ficar tranqüilo. Ah o Fabrício tá aí?

FAUSTO: - Está sim.

MAYRA: - Vou dar um oi pra ele.

FAUSTO: - Não vai atrapalhar ele no serviço, Mayra!

MAYRA: - Não vou não, é rapidinho, só um oi. 

CORTA PARA

CENA 22. CANTINA. INT. DIA.

Fabrício e Adriana tomam café.

ADRIANA: - Hoje o dia está cheio. Graças a Deus que tive tempo para um cafezinho.

FABRÍCIO: - Nem me fala. Eu tava precisando disso. E aquele seu paciente, seu Antônio, como tá?

ADRIANA: - Ganhou alta hoje cedo. Graças a Deus a cirurgia foi um sucesso e o coração dele tá novinho em folha.

FABRÍCIO: - Que bom!

ADRIANA: - Agora eu preciso ir, tenho um outro paciente para examinar.

Adriana vê Mayra chegar no local.

ADRIANA: - Xii... Chegou sua fã aí.

FABRÍCIO: - Quem?

ADRIANA: - Mayra.

FABRÍCIO: - Essa não...

ADRIANA: - Eu vou saindo de fininho. Beijinhos amigo!

Adriana sai. Mayra vê Fabrício e se aproxima dele.

MAYRA: - Tomando café sozinho, gato?

FABRÍCIO: - É bom, eu gosto.

MAYRA: - Ah, mas não dá pra ficar sozinho assim, tendo uma ótima companhia aqui, como eu. (senta-se à mesa) Passei só pra te ver.

FABRÍCIO (seco): - Que bom, já me viu? Então pode ir.

MAYRA: - Ai Fabrício! Deixa de ser grosso. Desprezando minha amizade!

FABRÍCIO: - Desculpa. Mas é que eu estou trabalhando, não posso ficar de conversa aqui.

MAYRA (acaricia o rosto de Fabrício): - Relaxa, gato. Meu pai é o dono da clínica. Ele não vai se importar.

Vitória chega por ali e se depara com a cena. Aproxima-se da mesa e tira a mão de Mayra do rosto de Fabrício, bruscamente. Mayra e Fabrício se surpreendem.

FABRÍCIO: - Vitória?!

MAYRA: - O que você tá fazendo aqui, garota? Quase arrancou minha mão!

VITORIA: - Deveria ter arrancado mesmo. Eu vim ver se o meu namorado estava bem. E por sorte, cheguei a tempo de salvar ele de uma cobra.

MAYRA: - Olha lá como fala comigo, sua sonsa!

VITÓRIA: - Eu sou sonsa?! Essa é boa!

FABRÍCIO: - Calma, meninas, por favor!

MAYRA: - É sonsa sim! Vem aqui na clínica do meu pai me afrontar! Isso aqui tudo é meu!

VITÓRIA: - Isso tudo pode até ser seu. Mas o Fabrício não é.

MAYRA: - Pelo menos por enquanto.

Ela ri, debochada. Vitória se irrita, pega o café de Fabrício e joga em Mayra.

FABRÍCIO: - Vitória!

MAYRA: - Sua cachorra! Sujou toda minha roupa!

VITÓRIA: - E isso é pouco! Eu deveria é sujar sua cara com uns bons tapas, sua oferecida!

FABRÍCIO: - Chega, Vitória! Vem!

Fabrício pega Vitória pela mão, a tira do local. Uma funcionária da cantina ajuda Mayra a se limpar.

MAYRA: - Vaca! 

CORTA PARA

CENA 23. SALA FABRÍCIO. INT. DIA.

Fabrício conversa com Vitória.

FABRÍCIO: - Meu amor, não precisava tudo isso!

VITÓRIA: - Precisava de mais, Fabrício. Essa garota não tem noção! Ela fica se oferecendo pra você o tempo inteiro! Quando vi ela alisando seu rosto, me subiu o sangue!

FABRÍCIO: - Calma, calma. Vitória, eu sou só seu, meu amor. As mulheres podem se jogar aos meus pés, mas eu sou só seu. É você quem eu amo. É com você que eu quero ficar.

MUSIC ON: Tempo pra amar - Mahmundi

Vitória para, cai em si. Sorri.

VITÓRIA: - Só você pra me fazer uma declaração assim, do nada.

FABRÍCIO: - É só você, meu amor. Não tenho olhos pra mais ninguém.

VITÓRIA: - Eu sou uma boba, né?

FABRÍCIO: - Você é a minha linda, que eu amo muito, muito!

VITÓRIA: - Te amo.

Os dois se beijam.

MUSIC OFF.

CENA 24. SÃO PAULO. EXT. DIA.

MUSIC ON: Bella Ciao – Alok, Bhaskar, Jetlag Music e André Sarate

Imagens da cidade na transição de dia para noite. CORTA PARA o interior do estacionamento da Amaro. Tarcísio e Paulo vão entrando no carro.

TARCÍSIO: - Espero que esse lugar para onde nós vamos seja realmente bom, Paulo.

PAULO: - Você acha, Tarcísio, que eu ia levar você numa furada?

TARCÍSIO: - Olha lá, hein!

Os dois entram no carro de Tarcísio e saem. 

CORTA PARA

CENA 25. BOATE AGE AQUÁRIOUS. EXT. NOITE.

MUSIC CONTINUED.

Movimentação intensa de pessoas na entrada do estabelecimento. CLOSE na placa em neon com o nome da boate. 

CORTA PARA

CENA 26. BOATE AGE AQUÁRIOUS. INT. NOITE.

Música continua em som ambiente. Muita gente no local, badalação. Ambiente sofisticado. Paulo e Tarcísio pegam uma mesa bem na frente do palco.

TARCÍSIO: - Não sabia que você iria me trazer para um lugar desses.

PAULO: - Vai dizer que você nunca entrou num lugar assim?

TARCÍSIO: - Numa maloca moderna? Nunca.

PAULO: - Deixa de ser chato, Tarcísio. Essa boate aqui é a mais famosa da cidade. Aqui tem as melhores mulheres de São Paulo.

TARCÍSIO: - E eu lá to querendo mulher agora, Paulo? Meu casamento indo por água abaixo e você querendo que eu me divirta com mulheres? Francamente. Eu vou embora (levanta-se)

PAULO (segura Tarcísio): - Calma, fica aí! Espera pelo menos o show. Já vai começar.

Paulo aponta para o palco, onde Henri fala ao microfone.

HENRI: - Por favor DJ, baixa um pouco som. Obrigado. Boa noite a todos os presentes, para uma noite de shows e diversão aqui na Age Aquárious! E hoje, temos uma apresentação especial dela, a rainha da noite, o brilho do diamante, a sedutora, glamourosa e envolvente... Diana!

O público, em sua maioria homens, vibra e aplaude. Henri sai do palco. As luzes se apagam. Apenas um canhão de luz no centro do palco. As cortinas se abrem. Mostra um grande baú. Toca uma música instrumental. Aos poucos, o baú se abre. E de dentro do baú, uma linda mulher começa a sair, de costas para o público. Tarcísio presta atenção. A mulher dança sensualmente, quando de repente, vira-se de frente para o público. Revela-se Marilu.

CAM foca nela, que veste apenas um tapa-sexo dourado. No bico dos seios, pingentes brilhantes. Ela sai do baú carregando dois leques dourados, fazendo sua coreografia. CLOSE em Tarcísio, embasbacado.

PAULO: - Eu não te disse que era bom!

TARCÍSIO: - Espetacular!

Marilu dança sensualmente no palco, fazendo sua coreografia com os leques. Ela desce do palco, caminha por entre as mesas, até chegar à mesa onde Paulo e Tarcísio estão. Marilu senta-se no colo de Tarcísio, insinuante. Os dois trocam olhares intensos.

CENA 27. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE

LEGENDA: Rio de Janeiro

Take rápido mostra o Cristo Redentor

CORTA PARA

CENA 28. CORTIÇO. QUARTO. INT. NOITE.

CAM foca um espelho quebrado, escorado na parede. De repente, reflete no espelho a imagem de Lívia, séria, terminando a maquiagem. Seu olhar está distante.

ABRE PLANO revelando Alexandre.

ALEXANDRE: - Tá pronta?

LÍVIA: - Você sabe que eu nunca estou pronta.

ALEXANDRE: - E você sabe que a cada dia que passa a minha paciência contigo diminui!

LÍVIA: - Fala baixo! (levanta-se)

Lívia espia numa porta, que dá para outro cômodo.

LÍVIA: - O Pedro tá dormindo.

ALEXANDRE: - Que se dane o garoto. Agora vem comigo que o cliente tá esperando.

LÍVIA: - Espera. Falta uma coisa.

CAM detalha quando Lívia abre uma caixinha, de onde tira um lindo colar, com uma pedra preciosa rara. Ela coloca o colar no pescoço, dá uma última olhada no espelho.

CENA 29. RIO DE JANEIRO. CENTRO DA CIDADE. EXT. NOITE.

Alexandre e Lívia caminham lado a lado. Ela, com um vestido curto, salto alto.

ALEXANDRE: - Tu vai fazer tudo o que ele quiser, tá ouvindo? Ele tá pagando bem, merece tratamento VIP!

LÍVIA: - Eu sei o que eu tenho que fazer, não precisa ficar recomendando.

ALEXANDRE: - Precisa sim, que é pra você não dar uma de louca como da outra vez, sair do programa antes do tempo e deixar o cliente na mão.

Alexandre segura Lívia forte pelo braço.

ALEXANDRE: - Tu não apronta nenhuma comigo de novo, Lívia. Tu sabe muito bem o que eu posso fazer contigo! Termino com a tua raça em dois toques!

LÍVIA (se solta): - Pode deixar. Não vou fazer nada não.

ALEXANDRE: - Agora vai. Anda.

Um carro está parado logo adiante. Lívia caminha até o veículo sob o olhar de Alexandre. Ela entra no carro, que vai embora.

CENA 30. SÃO PAULO. AGE AQUÁRIOUS. CAMARIM. INT. NOITE.

Marilu entra no camarim. Henri entra logo em seguida.

HENRI: - Menina, arrasou hoje, hein!

MARILU: - Me diz quando que eu não faço um verdadeiro espetáculo nesse palco aí?

HENRI: - Os homens todos babando por você. Você é realmente, a melhor dançarina da casa.

Nesse instante, a porta do camarim se abre. Marilu olha. É Tarcísio.

HENRI: - Desculpa senhor, mas não pode entrar aqui!

MARILU: - Deixa ele, Henri.

HENRI: - Marilu, regras são regras.

MARILU: - Deixa comigo, eu sei o que eu to fazendo.

HENRI: - 5 minutos, nada mais que isso.

Henri sai.

MARILU: - Pode entrar.

TARCÍSIO (entrando): - Pensei que seu nome fosse Diana.

MARILU: - Nome de guerra. Todas aqui têm.

TARCÍSIO: - E o seu nome verdadeiro, qual é?

MARILU: - Maria Luísa. Mas todo mundo me chama de Marilu.

TARCÍSIO: - Você fez um belo show. Me deixou encantado.

MARILU: - Obrigada. Mas, se o senhor quiser, posso fazer um show particular. (aproxima-se de Tarcísio, cara a cara) Só pra você. O que acha?

Marilu seduzindo Tarcísio, claramente envolvido pela mulher.

Encerra com “Toda la noche – Mario Bautista feat. Alok”
 
     
CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO:
     
 

CENA 01. AGE AQUARIOUS. CAMARIM. INT. NOITE. 

MARILU: - E então, o que acha da minha proposta?

TARCÍSIO: - Você é rápida, decidida.

MARILU: - Tem coisas que a gente não pode deixar passar.

Tarcísio a pega pela cintura. Os dois se aproximam ainda mais.

TARCÍSIO: - Amanhã. Me espera amanhã que eu venho.

Marilu se afasta, vai até à penteadeira. Pega caneta e papel, anota o endereço e entrega para Tarcísio.

MARILU: - Tu me acha lá. Pode ir que é tranqüilo, discreto. Vai dar pra se divertir e muito.

Tarcísio sorri. Henri chega na porta.

 
     
NESTE SEGUNDA, NÃO PERCA AS EMOÇÕES DO 2° CAPÍTULO
     
 

CENA 30. RIO DE JANEIRO. CORTIÇO. QUARTO. INT. NOITE.

Alexandre chega com Pedro no colo. Lívia se apressa, tira o garoto dos braços de Alexandre. Abraça o filho fortemente, emocionada.

LÍVIA: - Meu amor! Minha vida! Está tudo bem com você, está?!

ALEXANDRE: - O moleque tá bem. O que não tá boa por aqui é a tua situação.

Lívia leva Pedro para o quarto. Volta, encara Alexandre.

ALEXANDRE: - Que palhaçada é essa? Tu não tá pronta ainda?!

LÍVIA: - E nem vou ficar. Hoje eu não vou fazer programa nenhum.

ALEXANDRE: - Como é que é?!

LÍVIA: - Isso mesmo que você ouviu.

ALEXANDRE: - Não brinca comigo, Lívia. Você sabe que não gosto! Anda logo, coloca uma roupa qualquer e vai. Já tem cliente pronto lá pra ti.

LÍVIA; - Você tá surdo, Alexandre? Eu já disse que não vou e pronto!

ALEXANDRE (parte pra cima): - Escuta aqui, sua vadia! Quem manda aqui sou eu!

Lívia se levanta, pega uma faca que estava sobre a mesa e ameaça Alexandre.

 
     
     

autor
Édy Dutra

elenco
Christine Fernandes como Lívia
Taís Araújo como Marilu
Zé Carlos Machado como Tarcísio
Fábio Assunção como Rafael
Bruno Ferrari como Jonas
Marcos Caruso como Paulo
Renata Domingues como Carla
Júlio Rocha como Breno
Bianca Castanho como Beatriz
Júlia Feldens como Vitória
André Bankoff como Fabrício
Danton Mello como Marcos
Lavínia Vlasak como Isabela
Caco Ciocler como Conrado
Janaína Lince como Sarah
César Mello como Alfredo
Aída Leiner como Inês
Luíza Curvo como Tatiana
Jonathan Haagensen como Plínio
Marco Ricca como Fausto
Sílvia Pfeifer como Lorena
Thaís Vaz como Mayra
Gisele Policarpo como Gisa
Guilherme Leme como Almir
Mônica Martelli como Louise
Sérgio Menezes como Kléber
Cyria Coentro como Nice
Ernesto Piccolo como Moisés
Natália Guimarães como Rita

Atrizes convidadas
Sônia Braga como Elizabeth
Regina Duarte como Rosa
Valquíria Ribeiro como Adriana
Ângela Leal como Agda
Mila Moreira como Charlote
Denise Del Vecchio como Onira
Beatriz Segall como Wanda
Arlete Salles como Alaíde

Atores convidados
Gracindo Júnior como Demétrio
Rodrigo Santoro como Henri
Juan Alba como Alexandre
Nill Marcondes como Eduardo
Roberto Bonfim como Roberto
Floriano Peixoto como Jorge

Participações especiais
Dudu Azevedo como Romão
Elisa Lucinda como Cidália
Antonio Pitanga como Tenório
Vanessa Lóes como Clair
Alexandre Slaviero como Hugo
Lui Mendes como Pereira

trilha sonora
Pra rua me levar - Ana Carolina (abertura)
Retratos e canções – Paulinho Moska
Downtown – Anitta feat. J Balvin
Joga fora – Grupo Benditos
Tempo pra amar - Mahmundi
Bella Ciao – Alok, Bhaskar, Jetlag Music e André Sarate
Toda la noche – Mario Bautista feat. Alok

produção

Bruno Olsen
Cristina Ravela
Diogo de Castro


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO


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Proibida a cópia ou a reprodução
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