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Passos da Paixão - Capítulo 13

Novela de Édy Dutra
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PASSOS DA PAIXÃO - CAPÍTULO 13

 
 
 
 
 
 
NO CAPÍTULO ANTERIOR:
 

ROSANA: - Não viu nas revistas de fofoca? Não sei como descobriram... A Zoraide deve ter dado com a língua nos dentes.

SÍLVIA: - Quem é Zoraide?

ROSANA: - Minha amiga lá do hospital. É ela que vai me ajudar na morte do bebê.

SÍLVIA: - A criança não vai morrer, Rosana!

ROSANA: - Modo de dizer, Silvinha... (sente algo nas pernas)

SÍLVIA: - O que foi?

ROSANA: - Estranho. Estou me sentindo molhada nas pernas.

SÍLVIA: - Rosana é a bolsa! Estourou!

ROSANA: - Impossível! Eu não completei nove meses!

SÍLVIA: - Mas está na hora, Rosana! O bebê vai nascer!


Rosana fica um tanto surpresa.

 

 

 

CENA 01. CASA SÍLVIA. INT. DIA. 

Continuação do capítulo anterior. Rosana entra em trabalho de parto.

SÍLVIA: - Rosana, o bebê vai nascer!

ROSANA: - Mas eu nem dor estou sentindo! Não pode ser verdade!

SÍLVIA: - Vem, vamos pro hospital!

ROSANA: - Tá louca? Não posso ir com você pra lá... Mauro não pode nem saber quem você é.

Neste instante, Laerte entra na casa de Sílvia.

LAERTE: - Silvinha, você está perdendo o samba... (vê Rosana/surpreso) Rosana?!

ROSANA: - Oi Laerte! (sente fisgada) Ai, agora eu senti!

SÍLVIA: - Senta, Rosana! E respira!

LAERTE: - O que aconteceu? Ela vai parir agora?

ROSANA: - Agora ta doendo!... Sílvia traz aqui o seu telefone. Eu preciso fazer um telefonema.

SÍLVIA (entrega o aparelho fixo para Rosana): - Vai avisar o Mauro?

ROSANA: - Agora não. Preciso falar com a Zoraide.

Rosana começa a discar.

ROSANA (ao telefone): - Alô! Zoraide? Sou eu, Rosana. Está na hora...

SÍLVIA (a Laerte): - A criança vai nascer de oito meses.

LAERTE: - Puxa! Ela precisa ir para o hospital rápido! Senão ganha a criança aqui na sala!

ROSANA (ao telefone): - Tá certo. Como combinamos, ok? (pausa) Até logo. (desliga o telefone) Tudo certo. Agora o assunto é entre a gente, Sílvia.

SÍLVIA: - Eu sei...

LAERTE: - Que assunto que vocês querem resolver agora? Rosana, você precisa ir para o hospital!

ROSANA: - Cala a boca um pouco, Laerte!... Não era nem pra você estar aqui!

SÍLVIA: - Calma, Rosana!... Agora o Laerte vai ser fundamental pra gente. Ele nos leva de carro até lá.

ROSANA: - Mas e o plano? Como fica? Ele vai ficar junto?

LAERTE: - Que plano é esse?

SÍLVIA: - Laerte, depois eu explico pra você. Por favor, nos ajude agora...

ROSANA: - No caminho combinamos como faremos depois do parto. Eu vou avisar o Mauro.

Rosana disca novamente. Laerte se mostra desconfiado.

LAERTE: - Silvinha... Isso não ta bem explicado.

SÍLVIA: - Você vai entender, Laerte...

CENA 02. CASA MARÍLIA. QUARTO MARÍLIA. INT. DIA.

Marília conversa com Ivan.

IVAN: - E então, como anda o projeto da agência?

MARÍLIA: - Tudo correndo bem. Ontem mesmo tive um encontro com um arquiteto. A planta do prédio da Classic Models está linda!

IVAN: - Classic Models? Gostei!

MARÍLIA: - Amália não gostou.

IVAN: - Me diz do que é que a Amália gosta? (risos)

MARÍLIA: - É verdade... (ri)

IVAN: - Ela não se sente um pouco excluída de todo esse processo? Afinal, ela é sua irmã...

MARÍLIA: - Eu pensei nisso. Deixei que ela e a mamãe escolham a nossa casa nova, mobília, tudo. Assim ela não fica fora dessa transformação toda na nossa vida.

IVAN: - Que bom... Eu também quero te agradecer pela ajuda que você deu pra mim e pro papai. Essa grana ajudou a gente a melhorar a casa. Tem mais espaço pra sapataria. Meu pai ta rindo de orelha a orelha!

MARÍLIA: - Imagina, Ivan! Você é praticamente meu irmão. Seu pai me viu nascer. E vocês nos ajudaram tanto... Acho que fiz bem em retribuir.

IVAN: - Quando você embarca pros Estados Unidos?

MARÍLIA: - Amanhã. Uma temporada por lá, depois Inglaterra, Itália, Japão... Volto pra Europa, Espanha, Bélgica, Alemanha, França. E aí sim, Brasil novamente pra tocar de vez o projeto da agência.

IVAN: - Nossa! Passaporte cheio de carimbos então!

MARÍLIA: - Não é só o meu né, Ivan? Você também vai estar andando pelo mundo que eu sei.

IVAN: - América Latina, Canadá, França e Itália.

MARÍLIA: - Pra quem nunca tinha saído do Rio de Janeiro, está sendo um passeio e tanto!

IVAN: - Vou a trabalho né, mas vai dar pra curtir sim.

MARÍLIA: - Bom ver que estamos crescendo. Sucesso pra gente!

IVAN: - Sucesso!

CENA 03. HOSPITAL. SALA DE CIRURGIA. INT. DIA.

Raquel está deitada na mesa de operação. Equipe médica em volta dela.

MÉDICO: - O ultrassom mostrou que o bebê está enrolado no cordão umbilical. Vamos iniciar a cesariana.

Raquel está acordada, mas respira com ajuda de aparelhos. Uma enfermeira se aproxima dela.

ENFERMEIRA: - Tudo bem com você?

Raquel sinaliza que sim com a cabeça.

O médico realiza o processo da cesariana. CAM alternada entre o rosto de Raquel e o trabalho da equipe médica. Foco em Raquel. Silêncio. De repente, ouve-se o choro de um bebê. CAM ainda focada no rosto de Raquel, onde uma lágrima cai e um leve sorriso aparece.

A enfermeira se aproxima de Raquel novamente, tirando o aparelho respiratório. Em seguida, a moça lhe traz o bebê para o seu colo.

ENFERMEIRA: - Parabéns! É uma linda menina!

RAQUEL (surpresa/feliz): - Menina?! (beija o bebê)

ENFERMEIRA: - Já tem nome?

RAQUEL: - Márcia...

Raquel beija o bebê, que chora em seu colo.

CENA 04. HOSPITAL. INT / EXT. DIA.

Maria Helena, Orestes, Estér, Fernando e Valquíria aguardam na sala de espera.

FERNANDO (nervoso): - Meu Deus, que demora!

VALQUÍRIA: - Calma, Fernando, está tudo bem. Daqui a pouco teremos notícias.

MARIA HELENA: - Meu filho, logo logo você estará com meu neto nos braços.

ORESTES: - Ou neta, não é? A Raquel não quis saber o sexo do bebê.

ESTÉR: - Lá vem o médico!

O médico se aproxima do grupo.

FERNANDO (ansioso): - e então, doutor?

MÉDICO: - Parabéns, papai. Tens uma linda menina.

Todos vibram, felizes.

VALQUÍRIA: - E a Raquel, como está?

MÉDICO: - Daqui a pouco ela estará no quarto, mas o bebê já está no berçário da maternidade.

O médico se retira. Maria Helena abraça Fernando.

MARIA HELENA: - Que essa criança lhe traga muita felicidade, meu filho.

FERNANDO: - Obrigado, mãe!

ORESTES: - Ei, vamos lá ver a menina!

Eles saem para o berçário, enquanto Mauro e Leocádia chegam com Rosana.

MAURO: - Eu disse que deveria ter ido com você!

ROSANA: - Ai, Mauro, não precisava.

MAURO: - Como não? Agora você está aí, quase ganhando nossa filha!

LEOCÁDIA: - Como é que você conseguiu chegar aqui, Rosana?

ROSANA: - Eu pedi um táxi no shopping. Por sorte, foi rápido...

Um funcionário do hospital vai passando, Mauro o aborda.

MAURO: - Por favor, minha esposa está entrando em trabalho de parto. Sou Mauro Gonzales, tenho convênio aqui no hospital.

ROSANA: - Mauro chame a doutora Zoraide. Fiz todo meu pré-natal com ela!

Nesse instante, Zoraide (loura, cabelos curtos, por volta dos 40 anos, magra) se aproxima.

ZORAIDE: - Rosana!

ROSANA: - Oi doutora! Acho que chegou a hora da minha menina!

ZORAIDE: - Claro, venha comigo...

MAURO: - Eu quero assistir ao parto, doutora.

ROSANA: - Mauro, não!

LEOCÁDIA: - Mas por que não? É tão normal o pai assistir ao parto ao lado da mãe...

ROSANA: - Eu acho que atrapalha, sei lá...

LEOCÁDIA: - Quem vai dizer isso é a doutora.

Rosana e Zoraide trocam olhares cúmplices.

ZORAIDE: - Eu, particularmente, não gosto muito. Nem sempre os pais colaboram na hora do parto. Eu aconselho vocês a esperarem aqui. A Rosana será bem cuidada.

MAURO: - Tudo bem... (beija Rosana) Estou com você no coração, meu amor.

ROSANA: - Sempre querido! Sempre!

Rosana segue com Zoraide.

ROSANA (cochicha): - Tira logo essa coisa de dentro de mim, porque eu já estou com muita dor...

ZORAIDE: - Fica calma, por favor. Vai dar tudo certo.

Do lado de fora do hospital, nos fundos, dentro do carro, Laerte e Sílvia aguardam. Sílvia está um tanto apreensiva, ansiosa.

LAERTE: - O que está acontecendo, Sílvia?

SÍLVIA: - Logo logo você vai saber, Laerte. Eu só preciso que você guarde isso consigo, pra sempre.

LAERTE: - Me fala, o que está acontecendo? Por que esse mistério todo com a Rosana, com essa criança? Por que a gente está aqui?

SÍLVIA: - Não me faça mais perguntas, Laerte! Por favor!... Na hora certa você vai saber. Só espero que esteja tudo bem.

CENA 05. HOSPITAL. SALA. INT. DIA.

Rosana e Zoraide entram numa sala do hospital.

ROSANA: - Eu vou ter o bebê aqui?!

ZORAIDE: - Foi o melhor que eu consegui arrumar. Não podemos usar uma sala de operações, senão outras pessoas precisam participar do parto. Aqui estamos seguras.

ROSANA: - E você já fez um parto antes?

ZORAIDE: - Sou obstetra, esqueceu?

ROSANA: - Mas uma obstetra fora do convencional. Com esse caráter que só nós sabemos (ri)

ZORAIDE: - Engraçadinha. Não podemos perder tempo. A gente faz o parto aqui e depois você segue para o quarto que eu já deixei desocupado. Dei alta para uma mãe hoje cedo.

ROSANA: - Você sempre muito prestativa, Zoraide.

ZORAIDE: - Antes de começar qualquer coisa, trouxe a grana?

Rosana retira de dentro da blusa um pequeno envelope dobrado e entrega para Zoraide.

ROSANA: - Tudo aí, conforme combinado. Tive que passar numa agência bancária pra tirar essa grana. Não esperava que a criança nascesse antes do tempo. Agora, por favor, vamos logo!

ZORAIDE (conferindo o dinheiro): - Certinho... Vamos começar. Deita aí na maca. E por favor, não faça muito escândalo.

ROSANA: - Parto normal?!

ZORAIDE: - Você queria que eu fizesse uma cesariana em você aqui, sem estrutura alguma? Ah, me poupe Rosana! Deita logo!

Rosana se deita, abre as pernas. Zoraide se posiciona. (sobe trilha “Infiltrado” – Bajofondo)

ZORAIDE: - Faça força agora. Depende de você agora.

Rosana começa a fazer força para o parto. Zoraide a auxilia.

CENA 06. HOSPITAL. EXT. DIA.

(segue trilha anterior) Zoraide sai pela porta dos fundos do hospital, carregando um bebê enrolado em cobertas.

SÍLVIA: - Acho que aquela lá é a Zoraide.

LAERTE: - Será?

Sílvia abaixa o vidro da janela, faz sinal. Zoraide vê e se aproxima, apressadamente.

ZORAIDE: - Está aqui a criança.

Sílvia pega o bebê no colo. A criança está dormindo, rosto risonho. Sílvia se emociona.

ZORAIDE: - Agora saiam daqui, depressa.

Zoraide se afasta.

LAERTE: - Sílvia! Essa é a filha da Rosana?!

SÍLVIA: - Vamos embora, Laerte. Rápido!

Laerte liga o carro e os dois saem. (fade out trilha)

CENA 07. HOSPITAL. QUARTO. INT. DIA.

Rosana está deitada na cama, pinga colírio nos olhos.

ROSANA: - Que colírio mais ardido que a Zoraide me arrumou! Agora sim eu vou chorar com vontade ao invés de fingir...

A porta se abre. Rosana esconde o colírio, faz cara de tristeza. Mauro e Leocádia entram na sala, acompanhados de Zoraide.

MAURO (entristecido): - Meu amor... (abraça Rosana)

ROSANA (chora, fingida): - Nossa filha, querido... Nossa filha se foi!...

LEOCÁDIA: - Eu sinto muito, Rosana...

ROSANA: - Eu sinto mais ainda, dona Leocádia. Era um sonho dar um filho para o Mauro.

MAURO: - Não, meu amor, não se preocupe comigo. Agora você precisa pensar na sua recuperação.

LEOCÁDIA (a Zoraide): - Mas não conseguiram reverter a situação?

ZORAIDE: - A criança nasceu com o cordão umbilical enrolado ao pescoço. Morreu por asfixia. Infelizmente, não conseguimos fazer nada... Eu sinto muito também.

ROSANA: - A senhora fez o que pode, doutora. Obrigada.

Zoraide acena com a cabeça e sai do quarto.

MAURO: - Eu só quero que você fique bem. Vai superar essa perda, tenho certeza.

ROSANA: - Nós dois vamos, meu amor. Nós dois juntos.

Rosana segura a mão de Mauro, troca olhares carinhosos com ele.

CENA 08. HOSPITAL. QUARTO. INT. DIA.

Fernando, Valquíria, Maria Helena, Orestes e Estér visitam Raquel no quarto.

RAQUEL: - E então, viram minha filha? Como ela está?

MARIA HELENA: - Ela é linda, Raquel! Puxou ao pai!

ESTÉR: - Eu já acho que ela tem os traços da Raquel, muito delicada.

VALQUÍRIA: - Eu não consegui ver nada dos dois na criança. Ela é tão novinha ainda!...

ORESTES: - Ela está bem, Raquel. Nasceu saudável.

FERNANDO: - Engraçado é que eu sou o pai e não sei o nome da minha filha!

ESTÉR: - É mesmo, Fernando! Raquel, qual é o nome da minha sobrinha linda?

RAQUEL: - Márcia.

ORESTES: - Gostei.

MARIA HELENA: - Márcia? Não seria melhor Valentina ou Sophie?

ESTÉR: - Lá vem mamãe, querendo dar nomes de nobreza pra criança... Eu achei Márcia lindo, Raquel. Belo nome.

VALQUÍRIA: - Já dá até pra chamar de Marcinha! (ri)

FERNANDO: - Márcia, Marcinha... Gostei. (beija Raquel)

Neste instante, a enfermeira abre a porta trazendo o bebê nos braços.

ENFERMEIRA: - Com licença! Trouxe a pequena Márcia para a primeira amamentação.

Raquel segura Márcia nos braços, e coloca a filha para mamar. Todos observam, ternos.

VALQUÍRIA: - Quem me dera um dia poder viver esse momento... Um dia, longe, quem sabe? (risos)

MARIA HELENA: - Só uma mãe sabe o que é o prazer de dar o peito para um filho. Não há explicação essa ligação da natureza.

CENA 09. CASA SÍLVIA. INT. DIA.

Sílvia e Laerte chegam com a neném nos braços.

LAERTE: - Agora você vai me explicar, Sílvia, o que está acontecendo aqui. Por que você trouxe a filha da Rosana pra cá? Por que esse mistério todo?

SÍLVIA: - Essa criança é filha do Júlio.

LAERTE (surpreso): - Como é que é?!

SÍLVIA: - A Rosana ficou grávida dele, mas não queria ter a criança. Pensou em aborto, em jogar a pobre menina no lixo... Eu não poderia permitir isso, Laerte!

LAERTE: - Meu Deus, que loucura! Rosana está completamente louca!...

SÍLVIA: - Eu decidi cuidar da menina... A Rosana então levaria uma vida normal até o dia do nascimento da garota. Depois, eu ficava com a criança.

LAERTE: - Mas, e o marido dela?

SÍLVIA: - Foi enganado.

LAERTE: - Silvinha! Você compactuou com a Rosana nessa mentira toda? Em algum momento pensou na vida desse cara, da família dele?

SÍLVIA: - Eu só pensei na vida desse pobre anjo, Laerte!... Não é justo ela pagar pelos erros dos pais... E o Júlio não merece mais essa tragédia na vida dele. Ter uma filha jogada por aí... O Júlio nem sonha que a filha dele é uma princesa, tão linda.

LAERTE: - Não adianta... Você ainda ama o Júlio, não?

SÍLVIA: - Eu fiz isso por amor sim, Laerte. Não há outra justificativa... Agora, por favor. Essa história toda, da criança, dessa mentira que eu não tenho mais como voltar atrás... Por favor, não diga nada para ninguém.

LAERTE: - Não se preocupe. Eu não vou dizer nada. Mas precisamos pensar numa desculpa boa. Não dá pra simplesmente dizer que uma criança surgiu assim, na sua vida. E outra, ela precisa de documentos, tudo que comprove que, de agora em diante, ela é sua filha.

SÍLVIA: - É tanta coisa que eu nem sei por onde começar.

LAERTE: - Deixa que isso eu consigo pra você.

SÍLVIA (surpresa): - Você faria isso por mim?

Laerte se aproxima de Sílvia.

LAERTE: - Eu amo você, Silvinha. E agora que eu já sei de toda essa história, só me resta te ajudar para que tudo termine bem.

Laerte abraça Sílvia e o bebê. (sobe trilha “Corcovado” – Gal Costa)

CENA 10. IMAGENS GERAIS RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.

Imagens diversas da cidade do Rio de Janeiro. A transformação urbana do Rio ao longo do tempo. Os prédios, as ruas, as pessoas, a paisagem natural da Cidade Maravilhosa. (mantém trilha anterior)

Legenda na tela: ANOS DEPOIS... DIAS ATUAIS.

CENA 11. CASA MAURO. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

(fade out “Corcovado” – Gal Costa) Reunidos na sala de jantar, Leocádia e Mauro. Ambos mais velhos. Mauro, mais maduro, ar charmoso. Leocádia, mantém a postura requintada e a expressão jovial e alegre. Uma linda moça, magra, cabelos lisos, escuros, compridos, usando vestido solto, florido, senta-se à mesa com eles.

LEOCÁDIA: - Bom dia, Celeste! Dormiu bem, minha filha?

CELESTE: - Na medida do possível, mamãe. Estou tão nervosa...

MAURO: - Primeiro dia de faculdade é sempre assim, minha irmã. Mas depois passa.

LEOCÁDIA: - Vai dar tudo certo. Tome seu café da manhã sossegada.

CELESTE: - E a Rosana, não vem?

MAURO: - Olha que eu fiz o maior barulho no quarto antes de descer, mas ela nem se mexeu na cama... Sempre gostou de dormir.

Neste instante, chega à sala um rapaz negro, trajando paletó e calça jeans escuros, bem vestido, óculos escuros.

RAPAZ: - Bom dia pessoal!

MAURO: - Bom dia, Vitinho, como vai?

VITINHO: - Tudo bem, doutor Mauro.

LEOCÁDIA: - Já tomou café, Vitinho?

VITINHO: - Já sim, dona Leocádia, muito obrigado... E a minha estrela, onde está?

MAURO: - Apagada na cama.

VITINHO: - Ainda? Meu Deus, hoje aquele atelier vai estar um furdúncio. E ela dormindo? Se me permite, doutor Mauro...

MAURO: - Vai, pode ir.

VITINHO: - Com licença. Bom café da manhã para vocês!

Vitinho se afasta.

CELESTE: - Vitinho sempre bem perfumado!

LEOCÁDIA: - Ele é um rapaz muito vaidoso. Não é a toa que a Rosana o escolheu para ser seu assessor particular.

CENA 12. CASA MAURO. QUARTO ROSANA. INT. DIA.

Vitinho entra no quarto, acorda Rosana, que está dormindo.

VITINHO: - Isso é hora de uma artista estar deitada ainda? Olha o sol que faz lá fora, Rosana!

ROSANA (resmunga): - E você já viu algum artista levantar cedo? Gente famosa só funciona depois das onze da manhã, Vitinho!

VITINHO: - Não, não, não! Bora levantar! O sucesso te espera!

ROSANA (senta-se na cama): - Eu já estou casada com o sucesso, querido.

VITINHO: - Ah, desculpe. Esqueci que eu falo com a estilista mais badalada do país!

ROSANA: - Capas e mais capas de revista!

VITINHO: - Se bem que, nesta semana, tem outra pessoa chamando a atenção na mídia.

ROSANA: - Quem?

VITINHO: - A dona da agência Classic Models, a modelo Marília Pereira.

ROSANA (irônica): - Pensei que você tivesse dito pessoa... (risos)

VITINHO: - Hoje você acordou de bom humor, hein?

ROSANA; - Se a vida sorriu pra mim, não posso fazer nada, né querido?

VITINHO: - É verdade. Mas a vida também sorriu pra essa modelo aí. A agência dela é uma das mais procuradas do mercado. Faturando horrores!

ROSANA: - Bom pra ela... Não sou muito fã desta moreninha... E o Mauro insistiu que as modelos da coleção precisam ser da agência dela...

VITINHO: - Nossa, Rosana! Falando assim, parece racista.

ROSANA: - Não sou racista, Vitinho! Longe de mim!

VITINHO: - Acontece que já ouvi tanta coisa de você, e já vi algumas também. Desculpa falar, mas às vezes parece que a senhora não gosta muito de negros. E se isso for verdade, porque será que me atura então?

ROSANA: - Você é um negro de alma branca, Vitinho. É diferente. É por isso que é impossível não gostar de você... E pra encerrar esse assunto, não tenho nada contra a negros, a índios, a nenhuma dessas minorias, que agora é moda dizer assim, tá certo?

VITINHO: - Fechado, madame.

ROSANA: - Estão todos lá embaixo?

VITINHO: - Sim, todo mundo.

ROSANA: - Até a estranha da Celeste?

VITINHA: - Até ela.

ROSANA: - Essa garota é muito esquisita! Tem umas manias, umas coisas nada a ver... (ri, debochada) Coitada, parece que veio com defeito da fábrica. Só quero ver na faculdade.

VITINHO (ri): - Madame, por favor... Vamos logo, levante dessa cama porque hoje tem muita coisa pra fazer no ateliê. Lembra que a nova coleção da Gonzales Fashion está prestes a ser lançada? Precisamos dos últimos retoques!

ROSANA: - Antes, eu preciso fazer uma coisa. Muito importante.

VITINHO: - Ih, quando você fica assim, já sei até o que é...

ROSANA: - Odeio ficar voltando ao passado. Odeio. Mas sem isso, o meu presente e o meu futuro não serão prósperos...

CENA 13. VILA ISABEL / CASA SÍLVIA. INT. DIA.

(fade in “Feitiço da Vila” – Noel Rosa) Imagens do bairro de Vila Isabel, das pessoas caminhando pelas “calçadas musicais”.

Corta para casa de Sílvia. Sílvia e Laerte se organizam para sair, na sala de estar. Sílvia, mais madura, cabelos curtos, usando um vestido floreado, verde. Laerte decalca jeans e camisa. Ele com expressão um pouco mais fechada. (fade out trilha)

SÍLVIA: - Já escuto daqui a batucada lá no bar do Noel.

LAERTE: - Esse aniversário da Tereza vai bombar, como dizem por aí...

SÍLVIA (grita): - Melissa, vamos logo, minha filha! (coloca os brincos) Nunca vi demorar tanto para se arrumar.

LAERTE: - Mulheres...

SÍLVIA: - Nem todas são assim, querido. (beija Laerte) Eu sou bem prática.

LAERTE: - Eu to pronto, vou saindo. Apressa lá a Melissa.

Laerte vai saindo de casa.

SÍLVIA: - Melissa anda logo!

Uma moça de cabelos escuros, cacheados, vestindo calça jeans e blusa branca, estatura mediana, sai de um dos quartos da casa.

SÍLVIA: - Demorou, hein, Melissa! Seu pai já está impaciente.

MELISSA: - Me diga quando ele não está impaciente, mãe?... Aff, eu nem queria ir nessa festa.

SÍLVIA: - Como não, querida? A Tereza adora você! Seria uma desfeita enorme se você não fosse. Agora melhora essa cara aí e vamos lá curtir esse domingo lindo!

Sílvia pega Melissa pela mão e sai.

CENA 14. BAR DO NOEL. INT. DIA.

O bar do Noel está, como sempre, lotado. O clima é de festa. A roda de samba está animando o pessoal. Entre as pessoas, Tereza samba, alegre. Janice e Alceu ajudam a servir os convidados, com bandejas de salgados, bebidas.  Enquanto isso, uma moça, de pele amorenada, usando um vestido curto, cabelos lisos e curtos, samba na roda. Alceu vê a moça.

ALCEU: - Karina!

A moça para de dançar.

KARINA: - O que foi, pai?

ALCEU: - Minha filha ajuda aqui a servir os convidados! Não dá pra ficar sambando não!...

KARINA (resmunga): - Nem um samba eu posso curtir direito...

Karina pega a bandeja em cima da mesa e sai da roda de samba. Sílvia, Laerte e Melissa chegam ao bar. Tereza os recepciona. Recebe o cumprimento da família pelo aniversário.

TEREZA: - Que bom que vocês vieram!

SÍLVIA: - Imagina se iríamos deixar de comparecer, Tereza?

LAERTE: - Festança ta animada!

TEREZA: - Isso que a Vila ainda nem se apresentou!

SÍLVIA: - Como é que é? Tem show da Vila Isabel?

TEREZA: - Meu amor é samba pra gente se acabar! (ri, alegre) E você, Melissa, que bom que veio!

MELISSA: - Parabéns, Tereza.

Janice se aproxima.

JANICE: - Que bom que chegaram! Tem uma mesa bem ali pertinho da banda. Reservei pra vocês!

LAERTE: - Obrigado, Janice. Vamos então.

SÍLVIA: - Ai gente, que mancada! Esqueci o presente da Tereza lá em casa!

TEREZA: - Ai, Silvinha, não precisa!

SÍLVIA: - Claro que precisa sim. Eu vou lá buscar e já volto, é rapidinho.

Sílvia sai. Laerte e Melissa vão para a mesa. Tereza se aproxima da roda de samba, sambando.

CENA 15. MANSÃO LINHARES. EXT / INT. DIA.

Mostra a fachada da mansão dos Linhares. O vasto jardim na frente mostra a beleza da residência. Corta para o interior da mansão. Na sala de estar, Maria Helena, Orestes, Tarso, Sandra, Gilson e Selma conversam.

SELMA: - Ótima essa sua ideia do almoço, Maria Helena. É tão bom comemorar bodas de casamento.

MARIA HELENA: - Para falar a verdade, Selma, a ideia foi do Orestes. Eu preferiria ir viajar. Faz tempo que não vou para a Europa. Mas o Orestes insistiu na comemoração...

TARSO: - Ambas as opções seriam boas.

ORESTES: - Viajar, isso podemos fazer a qualquer momento. Ainda mais agora que eu não estou mais ligado diretamente à empresa.

MARIA HELENA: - Mas sempre que pode está lá, dando seus pitacos...

ORESTES: - Ora, eu gosto de acompanhar mesmo assim... Mas eu acompanho tranquilamente. O Fernando está sabendo lidar com a presidência da Àurea Calçados muito bem. Conseguiu enfrentar essa última crise do setor e ainda dar lucro para a empresa.

GILSON: - Ele sempre foi bom administrador.

SANDRA: - Pelo menos na empresa ele mandou bem... Pena que o casamento com a Raquel não foi adiante.

SELMA: - É mesmo. Formavam um casal tão lindinho.

ORESTES: - Pelo menos continuaram sendo amigos.

TARSO: - O mínimo né, já que eles têm uma filha.

MARIA HELENA: - Não quer dizer, Tarso... A Raquel tem um gênio difícil... Ainda bem que a Marcinha não puxou a mãe.

ORESTES: - Você diz isso porque sempre implicou com a Raquel. Não podemos dizer nada dela. Criou a Marcinha tão bem quanto o Fernando.

TARSO: - Falando neles, chegaram.

Fernando chega à sala, acompanhado de uma moça, loira, cabelos ondulados, usando roupas da moda, “ar” jovem, alegre. Fernando mantém o seu jeito charmoso, sedutor.

FERNANDO: - Olá pessoal!

MARIA HELENA: - Fernando! Marcinha! Venha cá dar um beijo na sua avó, querida!

Marcinha se aproxima de Maria Helena, a abraça.

MARCINHA: - Como vai, vovó?

MARIA HELENA: - Com saudades. (sorri, afável)

SANDRA: - Essa avó coruja!

Todos riem.

GILSON: - Como vai, Fernando, tudo bem?

FERNANDO: - Tudo tranquilo.

MARCINHA: - O pessoal está aí?

SELMA: - Estão sim, Marcinha, lá no jardim. André, Talles, Aline.

MARCINHA: - Minha mãe vai vir?

ORESTES: - Vai sim, querida.

Maria Helena troca olhares com Sandra.

MARCINHA: - Bom, vou lá com o pessoal.

Marcinha sai.

SANDRA: - Estávamos justamente falando sobre você e a Raquel, Fernando.

FERNANDO: - De bem, espero. (ri, simpático)

SELMA: - Sempre de bem, querido. Falávamos do belo casal que vocês eram.

FERNANDO: - E ainda somos. Eu e a Raquel nos damos muito bem agora. E foi melhor assim, depois da separação, a gente se entende bem melhor. O casamento foi um equívoco.

MARIA HELENA: - Não são todos que conseguem desempenhar bem seus papéis na sociedade, na arte do convívio.

FERNANDO: - Quando se tem a opção de escolha, é possível desempenhar bem esse papel, mamãe.

TARSO: - Mas agora a Raquel está bem casada. Esses dias vi a propaganda da escola de dança dela.

FERNANDO: - Eu fiquei feliz. Ela e o Adônis estão casados há um bom tempo, ele a ajudou também na estrutura da escola.

GILSON: - Não gera um certo constrangimento, a sua ex-mulher com o seu melhor amigo?

FERNANDO: - Nem um pouco, Gilson. Ao contrário, a gente ri muito disso.

CENA 16. PRÉDIO. RUA. EXT. DIA.

Mostra fachada de um prédio em Ipanema. Uma mulher, magra, alta, cabelos castanhos, ondulados, vai saindo da portaria, usando um vestido esvoaçante. Atrás dela, um homem, de camisa e jeans, óculos. Ambos vão saindo do prédio em direção ao carro, estacionado na rua.

MULHER (irônica): - Há essa hora, a Maria Helena deve estar elogiando minha falta de pontualidade nos almoços da família.

HOMEM: - Mas Raquel, se você não tem mais nada com eles, não é obrigada a ir.

RAQUEL: - Eu sou mãe da única neta dela. E outra, eu e o Fernando ainda somos muito amigos. Portanto, não dá pra fugir, Adônis.

ADÔNIS: - Você e o Fernando sempre juntos...

RAQUEL: - Com ciúmes, meu amor?

ADÔNIS: - Claro que não... E o Diogo que não desceu ainda?

RAQUEL: - Ele já vem vindo ali.

Um rapaz, magro, cabelos curtos, porte atlético, chega junto do casal.

ADÔNIS: - Com essa roupa, Diogo?

DIOGO: - É a melhor que eu tenho pai.

ADÔNIS: - Impossível. Com certeza você tem coisa melhor do que essa calça velha e essa camiseta aí.

RAQUEL: - Adônis, ele está vestido como os jovens de hoje se vestem. Não há nada de velho nele. (a Diogo) Está ótimo, Diogo.

DIOGO: - Pelo menos alguém me dá um pouco de moral. (entra no carro)

ADÔNIS: - Você vive defendendo esse garoto.

RAQUEL: - E você só pressionando o rapaz... (entra no carro, lado do carona)

Adônis pensativo entra no carro.

CENA 17. MANSÃO LINHARES. JARDIM. EXT. DIA.

Marcinha se aproxima do grupo de jovens à beira da piscina, dois rapazes e uma moça: Talles, magro, cabelos cacheados, curtos, castanhos; Aline, magra, cabelos lisos, ondulados, pele bronzeada, usando roupas curtas e leves; e André, estilo mais sarado, cabelo curto.

MARCINHA: - Oi pessoal!

ALINE: - Ai Marcinha, ainda bem que você chegou. Não aguento mais esses dois falando sobre futebol.

TALLES: - Esqueci que do futebol você só curte os jogadores.

ALINE: - Se você não fosse meu irmão, eu juro que te matava, Talles.

Marcinha ri.

ANDRÉ: - Anda sumida, Marcinha.

MARCINHA: - Estudando bastante depois da viagem que eu fiz com a minha mãe.

ALINE: - Fiquei sabendo. Bariloche né?

MARCINHA: - Aham. Foi bom esquiar.

ANDRÉ: - Diogo foi junto?

MARCINHA: - Foi, mas pouco participou. Ele e o pai não se dão muito bem. Isso que a viagem foi para aproximar os dois ainda mais, mas não sei se deu certo.

ALINE: - Eles brigaram?

MARCINHA: - Não... Mas sabe quando o clima não é sempre alto astral. Eu e a mamãe sempre rindo, e os dois fechadões... Sei lá, é estranho.

TALLES: - A gente precisa combinar uma praia, que tal? Vamos pra Búzios, curtir um final de semana, só a gente?

MARCINHA: - É uma boa. Posso ver com as meninas também, a Gaby e a Duda. Acho que elas vão gostar.

O celular de Aline toca, ela se afasta para atender, animada.

ALINE (ao telefone): - Pensei que não fosse me ligar! (pausa) Não esquece do nosso encontro hoje, hein! Tem show do Papas da Língua na praia do Arpoador! E você prometeu me levar... (pausa) Por isso que eu adoro você, meu brigadeiro! (desliga o telefone)

Aline sorri, feliz.

CENA 18. CASA SÍLVIA. EXT. DIA.

Um carro, modelo importado, preto, está parado do outro lado da rua da casa de Sílvia. A janela de trás do carro abaixa. Revela o rosto de Rosana, óculos escuros.

ROSANA: - Vai sair mais tarde e não me diz nada, Vitinho?

VITINHO (guarda o telefone): - Eu ia dizer, madame, mas acontece que (pausa)

ROSANA: - Calado! Ela chegou!

Rosana observa Sílvia entrar em casa.

ROSANA: - É agora. Não saia daqui, entendeu?

Rosana sai do carro, vestida de forma estilosa, chique.

VITINHO: - E ela não me diz nunca o que vem fazer aqui em Vila Isabel.

CENA 19. CASA SÍLVIA. INT. DIA.

Sílvia entra em casa e encontra o presente sobre a mesa.

SÍLVIA: - Ainda bem que deixei bem à vista.

Ela pega o pacote e quando se vira para a porta, se surpreende com a chegada de Rosana.

ROSANA: - Silvinha, minha amiga. Quanto tempo, não?

Sílvia fica a encarar Rosana, um tanto surpresa.

 



autor:
Édy Dutra

elenco:
Malu Galli como Sílvia
Eduardo Lago como Júlio
Bruna Lombardi como Rosana
Domingos Montagner como Mauro
Marcello Antony como Fernando
Isabel Fillardis como Marília
Maria Fernanda Cândido como Raquel
Nill Marcondes como Bruno
Maria Luísa Mendonça como Valquíria
Adriana Garambone como Estér
Ana Lúcia Torre como Leocádia
Rafaela Mandelli como Celeste
Jonathan Haagensen como Vitinho
Maria Padilha como Sandra
Eduardo Galvão como Tarso
Erika Mader como Aline
Rafael Almeida como Talles
Paulo Figueiredo como Gilson
Denise Del Vecchio como Sophia
Iran Malfitano como André
Gabriela Durlo como Paula
Mário Gomes como Durval
Paulo Nigro como Guilherme
Luiza Tomé como Heloísa
Marcello Airoldi como Adônis
Gustavo Leão como Diogo
Lázaro Ramos como Ivan
Leonardo Vieira como Renato
Francisca Queiroz como Geórgia
Paulo Gorgulho como Laerte
Maria Ceiça como Tereza
Amanda Ritcher como Melissa
Bianca Comparato como Duda
Letícia Colin como Gaby
Luma Costa como Marcinha
Léa Garcia como Ilza
Valquíria Ribeiro como Amália
Antonio Pitanga como Cristóvão
Rocco Pitanga como Gustavo
Joana Foom como Janice
Roberto Bonfim como Alceu
Amandha Lee como Karina
Marcello Melo Jr. como Pedro
Gabriel Braga Nunes como Walter/Waleska
Guilherme Winter como Fábio
Lavínia Vlasak como Bia
Eva Wilma como Maria Helena
Othon Bastos como Orestes

participações especiais - 1ª fase
Maria Flor como Sílvia
Caio Blat como Júlio
Regiane Alves como Rosana
Rafael Cardoso como Laerte
Cauã Reymond como Fernando

Ana Sophia Folch como Raquel
Sophia Abrahão como Valquíria
Tainá Müller como Estér
Vergniaud Mendes como Adônis

Alex Gomes como Bruno
Caio Castro como Fábio
Élida Muniz como Marília
Quelynah como Amália
Darlan Cunha como Ivan
Armando Babaioff como Mauro

trilha sonora:
This Love - Marron Five (abertura)
Infiltrado – Bajofondo
Corcovado – Gal Costa
Feitiço da Vila – Noel Rosa

produção:
Bruno Olsen
Diogo de Castro
Joey Anderson



Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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