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Boletim Virtual - Edição 84

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NA EDIÇÃO DE HOJE DO BOLETIM VIRTUAL:
     
- O Reportagem da Semana mostra os bastidores dos programas Cyber Backstage e Observatório da Escrita
- Fiquei tenso e confuso (não que ainda não fique) e foquei todas as energias no objetivo de querer tornar meu texto palatável, diz Francisco Siqueira no Diário do Autor
- As últimas notícias no Giro Virtual com Ritinha.
     

     
 
     

BOLETIM VIRTUAL - EDIÇÃO 84
(DOMINGO, 22 DE DEZEMBRO DE 2019)

 
 
     
REPORTAGEM DA SEMANA: OS BASTIDORES DOS PROGRAMAS CYBER BACKSTAGE E  OBSERVATÓRIO DA ESCRITA - por MARCELO DELPKIN
     
     
MARCELO DELPKIN: Olá, leitores! Aqui é Marcelo Delpkin. Vou contar um pouco da minha rotina em meio aos dois programas que apresento na Cyber TV. O Cyber Backstage e o Observatório da Escrita são programas que existem desde o início da Cyber TV, quando ainda era Cyber Séries, mas foram apresentados inicialmente como pequenos esquetes sem dia certo. Depois o Cyber Show estreou em setembro do ano passado e, logo depois, o Well Vianna me chamou para reinaugurar o Cyber Backstage aos sábados de manhã. E ele voltou em 13 de outubro de 2018. Em seguida veio o convite para o dominical Observatório da Escrita, que recomeçou em 11 de novembro. Desde o começou, fiquei bem livre para elaborar e postar os quadros do programa.

Hoje exibido aos domingos, o Backstage consiste de vários quadros. Os principais são o Entrevista, o Bastidores, o Lançamentos, o Propaganda e o ClassifiCyber. No Entrevista, o convidado é escolhido na segunda-feira e contatado na terça. Após uma rápida pesquisa, elaboro as perguntas e envio para ele ou ela na terça mesmo, por e-mail ou pelo zap. Até sexta recebo as respostas e copio para a edição do próximo programa. Então escrevo o ClassifiCyber, que é uma espécie de classificados na qual indico sites, livros, revistas, emissoras virtuais, canais do YouTube e tudo mais que me der na telha (rsrs). Recentemente foi divulgada ali a programação do canal DNA, por exemplo. 

Se tiver novela ou série para estrear na semana seguinte, aí entra em ação o Lançamentos, no qual apresento a trama e uma pequena sinopse, geralmente a do próprio autor, da história nova. Teve uma edição na qual apresentei oito. Uma loucura! Foi na semana das reprises da Cyber e das estreias da DNA, além da novela do Anderson Silva. O quadro Propaganda tem a mesma função, mas todas as histórias e programas podem entrar. Nele só ponho as artes gráficas que o Well faz tão bem. No Bastidores, que é o carro-chefe do programa, seguem as fofocas da semana. Todos estes são feitos no sábado. No domingo, faço a revisão e agendo a postagem para as 19h. 


 

Já o Observatório, que vai ao ar logo antes do Backstage, é formado de quatro quadros principais: Pérolas, Nossa Língua, Diário de Leitura e Resenha. Na quarta, faço a pesquisa do tema do Nossa Língua, o de dicas de ortografia, pontuação e gramática. No próximo programa os vícios de linguagem ganham destaque. O quadro é escrito na quinta, junto com o Pérolas e com o Diário de Leitura. No primeiro, deixo frases engraçadas ou absurdas escritas em provas de redação de vestibulares e concursos; no outro, comento sobre minhas leituras. No sábado leio o capítulo da obra a ganhar resenha. Embora apareça no logotipo, odeio a palavra crítica. Mesmo que “positiva”, dá a impressão de que sou um Monteiro Lobato a descer a lenha na obra da Anita Malfatti – no caso, outros escritores. E sou tão ou mais iniciante do que os autores das obras. Prefiro chamar então de resenha ou feedback. Fica mais harmônico com o que quero passar no Observatório, que é comentar, dar dicas, trocar figurinhas.

 

 

Lembro até hoje de uma “resenha” que li sobre uma novela de uma emissora que não lembro agora. Foi pouco antes de escrever O Leão. Fiquei de cara com a maneira com que destruíram a obra.



 

Por mais que o autor seja iniciante, um texto sempre tem pontos positivos. Não tinha elementos que pudessem ajudar o autor a melhorar seu texto, nada. Enfim, quando a Débora Costa me chamou pra resenhar no Cyber Show e o Well fez o mesmo para o Observatório, pensei: “não quero fazer daquele jeito que li no outro site; estou aqui pra ajudar e não pra pisar”. Voltando ao que interessa, escrevo a resenha entre sábado e domingo, antes de agendar no sistema da Cyber. 




 

Entre segunda e quinta, com os programas já encaminhados e enquanto planejo os da semana seguinte, me dedico à novela Escândalo. Bem, é isso. Espero que tenham gostado. Um abração pra todos vocês!

     

 
     
GIRO VIRTUAL: ANTOLOGIA "A MAGIA DO NATAL", COMIC CON É ADIADA, DNA ANUNCIA ENCERRAMENTO E SURPREENDE O PÚBLICO - por RITINHA
     
RITINHA: Menina, voltei pra contar os últimos babados do MV. Desce a rolagem e veja as fofocas...
 


FIM DE ANO NA WEBTV I


 

Menina, a WebTV se empolgou mesmo no segmento de antologia. Tudo começou em outubro com a estreia da "Antologia Contos Contemporâneos da Violência Urbana". Já na última semana, a rede chocou ao anunciar a Antologia "A Magia do Natal" como parte do especial "Fim de Ano WebTV". Os trabalhos internos da antologia começaram no mês passado.

 


 

 

Serão ao todo 5 histórias: O Natal do pequeno David (de Luiz Gustavo), A Maior Riqueza (de Diva Olsen e Gabo Olsen), Gatinho de Natal (de Douglas Barres), O Bom Velhinho (de Cesar L. Theis) e Paz (de JF Martignoni). Os contos serão apresentados de segunda a sexta, com início no dia 23 e término em 27 de dezembro.


 

 


FIM DE ANO NA WEBTV II


 

O jornalismo da emissora está trabalhando a todo vapor no Retrospectiva Mundo Virtual 2019. O especial vai falar sobre os grandes destaques do ano, vai contar com depoimentos fofos dos artistas e as emissoras vão ter espaço para relembrar o que marcou durante o ano.


 

 

FIM DE ANO NA WEBTV III


 

Para fechaaaar o pacotão de especiais, a rede vai exibir o tradicional Show da Virada que reúne os artistas do MV para elegerem a música que representou o ano de 2019.




 

COMIC CON VIRTUAL 2019/2020 É ADIADA


 

Geeente, a Comic Con Virtual 2019/2020, organizada pelo Megapro e programada para ir ao ar entre os dias 18 e 20 de dezembro foi adiada. Até o momento a emissora não soltou nenhum comunicado. O que será que aconteceeeu, menina? Veja como seria o cronograma do evento divulgado no Blog da Zih:


 


 


 


 

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA ESQUECE


 

Vocês virammm? O conto A Sombra do Medo, da Antologia Contos Contemporâneos da Violência Urbana marcooou a estreia do boss Gabo Olsen no segmento literário. Menina, eu fiquei sabendo que ele já teve experiências com o gênero por volta de 2009 e 2010, mas o projeto ficou arquivado no notebook dele. Ele gostou tanto do resultado que convidou sua mãe para participar da Antologia A Magia do Natal. A parceria foi repetida, mãe e filho já trabalharam juntos em 2004 na novela Maria Cristina, que inclusive já teve sua versão literária, porém nunca foi ao ar.

 



 

STREAMING


 

A webtvplay, sob o comando da loira Cristina Ravela, estreou no dia 13 de dezembro a 2ª temporada da série baphonica: Maniac de Maureen Prescott. O cinema também entrou no catálogo da plataforma com o filme Maniac: Last Christmas. O longa vai mostrar Priscilla Chapman e suas amigas indo fazer as últimas compras de natal, maaaas uma tempestade de neve bloqueia todas as saídas e o problema maior vem depois: as meninas descobrem que um assassino vestido de papai noel veio fazer companhia, transformando o cenário em uma mistura louca de jingle bells e muito sangue. Arrasouuuu. O filme estava programado para estrear no dia 21 de dezembro, porém foi adiado para o domingão. Filme, pipoca e coca gelada. #Jáquero.


 

 

SEM DRAMATURGIA


 

Rajax, a emissora de Kax Silva não vai contemplar dramaturgia. É isso mesmo que você leu, menina. A estreia está prevista para janeiro, logo aí. Paulinho Perigoso, Vinicius Apolo, Renata Landeros são uma das atrações garantidas. Sucesso, Kax.
 

 


 

JOGADA DE MARKETING
 

A emissora DNA (Dramaturgia Novos Autores) anunciou o encerramento das atividades. O motivo alegado pelos diretores foi a falta de apoio por parte dos autores e desta maneira a direção estava sobrecarregada. O evento DNA Awards seria a última atração a ser exibida, mas hoje a história teve uma reviravolta. O DNA lançou um novo site e o anúncio que o DNA não existe mais, agora eles são a DNA TV a nova emissora do Mundo Virtual. Meninaaa, eu to passada com a jogada de marketing.
 

 

 


PREMIAÇÕES NO MV

 

As emissoras estão se movimentado com as premiações do Mundo Virtual. O DNA Awards está com as inscrições abertas desde o dia 13 de novembro e segue até o dia 10 de janeiro de 2020. No último dia 17, o Megapro liberou as inscrições da segunda edição do Mega Awards. A votação vai até o dia 06 de janeiro de 2020. No mesmo dia chegou ao fim as votações do Troféu Imprensa 2019. Já no dia 23 de dezembro vão começar as votações do Cyber Awards, a lista de indicados foi liberada no último sábado dia 21. Outra premiação que vai movimentar é o Infinity Awards. A inscrição está aberta e vai até o dia 02 de fevereiro de 2019.


 

 

BEEEEM CONFUSO
 

Menina, o Prêmio Gêneros 2019, foi organizado por Felipa Lima. Algumas atrações estavam em categorias com gêneros errados, como Anti-Herói e NØ Magic em aventura, isso mesmo menina, aveeentura. Flashback estava em suspense.

 

 


 

Confira o resultado:

 

Os melhores de 2019 pelo Prêmio Gêneros

NOVELA DO ANO - "Debaixo dos Panos" (MEGAPRO) por RENNAN LOPES

SÉRIE DO ANO - "Vidas Idênticas" (MEGAPRO) por EVERTON BRANDÃO

AUTOR DO ANO - "Marcelo Delpkin" (Cyber TV)

PERSONAGEM DO ANO - "Laerte" de "Vidas Idênticas" (MEGAPRO) por EVERTON BRANDÃO

REVELAÇÃO DO ANO - "May Margret" (MEGAPRO)

MELHOR DRAMA - "Excelsior" (Cyber TV) por DÉBORA COSTA

MELHOR SUSPENSE - "Flashback" (Cyber TV) por MARCELO DELPKIN

MELHOR COMÉDIA - "Debaixo dos Panos" (MEGAPRO) por RENNAN LOPES

MELHOR AVENTURA - "No Magic!" (Cyber TV) por MELQUI RODRIGUES

MELHOR ROTEIRO - "Família 21" (MEGAPRO) por VINÍCIUS GUIMARÃES

MELHOR LITERÁRIO - "Entre Nós" (MEGAPRO) por MAY MARGRET

MELHOR MINISSÉRIE OU ANTOLOGIA - "Amarga Sedução" (MEGAPRO) por JOÃO SANE

ENTRETENIMENTO DO ANO - "Raça 2" (MEGAPRO) por EVERTON BRANDÃO/VITOR ABOU

JORNALISMO DO ANO - "Blog da Zih" por CRISTINA RAVELA

HIT DO ANO - "Nós & Ela" (MEGAPRO) por WAGNER JALES

RITINHA: Menina, por hoje é só. Beijuuuuuus.

     

 
     
FIQUEI TENSO E CONFUSO (NÃO QUE AINDA NÃO FIQUE) E FOQUEI TODAS AS ENERGIAS NO OBJETIVO DE QUERER TORNAR MEU TEXTO PALATÁVEL, diz FRANCISCO SIQUEIRA
     
  Desde o início da adolescência ele se interessava pela escrita, por contar histórias, e foi assim que Francisco Siqueira narrou pequenas enquetes para alguns colegas e depois teve coragem de colocar no papel. Sua irmã ajudou bastante neste patamar.
A partir de então, Francisco passou a ler várias histórias, buscando encontrar um estilo para sua escrita. Em 2016 descobriu o “Séries de Web”, onde publicou a trama “Depois de tudo” em 12 episódios, e que, segundo o Domingos Santiago, administrador do site, foi a trama mais acessada daquele ano.

No ano seguinte teve a oportunidade de publicar duas séries e dois contos no “Cyber Séries”, que concorreram ao Troféu Mundo Virtual. Hoje ele é conhecido como autor da série de sucesso "Eu, Kadu" e conquistou vários leitores. Francisco Siqueira, seja bem-vindo ao Diário do Autor.




FRANCISCO SIQUEIRA: Obrigado, Gabo, pelo convite e pela oportunidade de poder estar aqui, conversando um pouco com você e com os leitores do “Diário do Autor.

GABO: Francisco, na adolescência você descobriu o interesse pela leitura. Foi nessa fase que você narrou algumas histórias para seus colegas. Como surgiam essas histórias e qual era a reação do público?

FRANCISCO SIQUEIRA: Não sei bem dizer como surgiam. Elas estavam lá. Na minha mente. Dia e noite. Ideias soltas, algumas com começo, meio e fim, mas que logo criavam lacunas ao serem depositadas na folha de papel.

Lembro-me que enquanto trabalhava (meu primeiro emprego “amador” com uns 13,14 anos) elas, as histórias, dialogavam na minha cabeça e eu me peguei muitas das vezes falando “sozinho”.

Em relação ao público, apenas alguns colegas da minha irmã, no colégio, tiveram acesso a algumas histórias. Um tanto rocambolescas, diga-se de passagem. “Pobre na chuva” foi a que teve maior audiência rsrsrs.

GABO: A teoria e a prática. Você leu diversos livros para encontrar um estilo de escrita. Qual foi o livro que você mais se identificou? E o que você aprendeu durante essa temporada de leitura?

FRANCISCO SIQUEIRA: Três livros pontuais me fizeram, de fato, encontrar um estilo de escrita com o qual me sentisse confortável e, claro, me sentisse verdadeiro como autor: “O ladrão do tempo”, de John Boyne”, “...E o vento levou”, de Margareth Mitchell e “Cem anos de Solidão”, do meu autor preferido, Gabriel Garcia Márquez.

Sobre a lição que tomei ao ter acesso a esses gênios é a de que sou um grão de areia dentro do imenso universo da literatura e que, sempre e sempre, buscarei a excelência.

GABO: O seu primeiro contato com o Mundo Virtual foi através do site "Séries de Web". Como você conheceu o site?  

FRANCISCO SIQUEIRA: Pesquisando na internet. Estava buscando um local para exibir uma história, pois já havia lido que existiam esses sites, ou plataformas, que permitiam, davam oportunidades a autores, independente da carga de conhecimento que traziam.

GABO: A obra "Depois de tudo" marcou a sua estreia no MV. Você encontrou alguma dificuldade na sua estreia?

FRANCISCO SIQUEIRA: A de querer agradar... rsrsrs

Fiquei tenso e confuso (não que ainda não fique) e foquei todas as energias no objetivo de querer tornar meu texto palatável, sem considerar o quão real e convincente eu poderia estar sendo.

GABO: A prática é um trabalho importante para o autor. Fazendo uma comparação da sua estreia com as tramas atuais, como você avalia sua evolução?

FRANCISCO SIQUEIRA:
Sem modéstia, uma curva ascendente. Até porque me esforço para isso.

Como já disse agora a pouco: busco a excelência.

Sei que estou galgando por essa estrada (da literatura) e que um bom pedaço de chão ainda me aguarda, contudo, acredito, venho aprendendo a aceitar e a dispensar, sem grandes sofrimentos, o que é necessário para minhas histórias.

GABO: Entre as obras publicadas, qual é a sua preferida? Você tem planos em transformar a história em livro?

FRANCISCO SIQUEIRA: Todas as tramas publicadas no MV, espero, que se tornem um livro físico. E pretendo batalhar por isso. Quanto “a uma preferida”, posso afirmar que não há. Todas as 4 tem suas origens e motivações para estarem onde estão, além das próprias singularidades.

GABO: A série Eu, Kadu relata a história de um adolescente de 17 anos que guarda para si a homossexualidade por medo do preconceito. A trama foi exibida na Cyber TV, além da plataforma Wattpad. Como surgiu essa história que muitos jovens se identificaram com o garoto Kadu?

FRANCISCO SIQUEIRA: Pela necessidade de ir na contramão da “moda” de que ser gay em pleno século XXI é super fácil. Sem dramas. Sem “noias”. Portas abertas...

Só que não!

Mesmo com todo (suposto) avanço moral da sociedade em relação à homossexualidade, em particular aos adolescentes homossexuais, existem muitos jovens que ainda temem sair de seus armários por diversos motivos, sendo os principais a aceitação familiar e a coragem para enfrentar o estigma que esta orientação, infelizmente, ainda carrega.

Conversei com vários e é triste constatar o quão covarde a nossa sociedade consegue ser para com essas pessoas que estão entrando na fase adulta, já confusas e temerosas pelo que as aguarda em relação ao seu lugar no mundo.

GABO: A história alcançou diversos leitores através da Cyber TV e Wattpad. Alguns jovens se identificaram com a trama e entraram em contato contigo para falar o quanto a série foi importante em suas vidas. Através desse feedback, como foi o feedback dos leitores da série?

FRANCISCO SIQUEIRA: Decerto, gratificante. Que autor não se sente lisonjeado quando sua obra, suas palavras conseguem ultrapassar o limite, ainda que tênue, que separa o leitor do texto à sua frente? E no caso de “Eu, Kadu”, a empatia que motivou os jovens que entraram em contato me surpreendeu, de certa maneira, pois quase todos atravessaram ou atravessam os dramas pontuados pelo protagonista; desde seu temor em assumir a orientação sexual ao amor platônico por outrem que, quase sempre, e, claro, mais que natural, acaba por desaguar sobre aquela pessoa que está bem próxima.

Como disse antes, fiz pesquisas para ajudar na construção de Kadu, no sentido de me atualizar, afinal minha fase adolescente já vai um pouco longe (rsrs), e percebi o quão contemporâneo são as dores e questionamentos que permeiam essa fase de um jovem gay, independente do tempo e espaço. E ler de adolescentes “anônimos” esses relatos diversos foi mais que enriquecedor, contudo me deparar com histórias pontuais, de adolescentes que não se preocuparam em esconder a identidade, foi (e é) um sentimento que beira o surreal. Como se esses rapazes quisessem abraçar o Kadu e tornarem-se seus amigos.

GABO: Como você analisa o investimento do tema "orientação sexual" na televisão brasileira e na televisão do exterior?

FRANCISCO SIQUEIRA: Tem evoluído de forma considerável, porém ainda é preciso galgar diversos patamares. Sem sombras de dúvidas o tratamento estereotipado exacerbado que era dado ao homossexual na literatura ou na dramaturgia, e me refiro ao cinema e à TV, se tornou peça de museu. Aleluia. Porém ainda encontramos personagens gays sendo tratados como algo “fantástico”; um bibelô; um artifício para satisfazer o modismo e aumentar a audiência, enquanto na verdade, ele deveria ser tratado como “mais um” personagem dentro de uma trama.

Em pleno século XXI, depois de tantas discussões, livros lançados no intuito de desmistificar o tabu imposto por uma sociedade machista e preconceituosa, a medicina e a ciência afirmando que a orientação sexual homossexual não é “o diferente”, não é a exceção, nos deparamos, infelizmente, com alguns textos que tratam de mostrar o gay rotulado. “X” ou “Y”. Nunca um ser, digamos, “normal”.

GABO: Além da série "Eu, Kadu", você assina a trama "A difícil arte de ser, Lucas". A história do Kadu foi a inspiração para escrevê-la ou você teve outra inspiração? Conta pra gente.

FRANCISCO SIQUEIRA: Acredito que a fonte primária de inspiração é a mesma, afinal Lucas e Kadu são adolescentes gays que sabem perfeitamente que fazem parte do “tal grupo da orientação sexual”, mas as semelhanças entre ambos termina aí. Busquei retratar através de Lucas um viés contrario ao de Kadu.

Lucas encara sua homossexualidade sem dramas, estigmas, até porque tem na figura da mãe, a psicóloga Lucia, uma mulher esclarecida, e nela a base para entender e enfrentar o que for preciso no que diz respeito a isso. Sem falar também na existência da melhor amiga, Gabriela, e no (segundo) melhor amigo, Rômulo, outro jovem que lida com a sua condição sexual sem qualquer problema relativo ao ponto de vista da sociedade. Algo que Kadu não possui.

As questões que são pontuadas em “A difícil arte de se eu, Lucas” não se referem à sexualidade. Ok. Ela está lá, claro. Faz parte do essência do protagonista, mas ele, Lucas, enfrenta, ao contrário de Kaduzinho, dramas externos que acabam por interferir em seu universo.

GABO: Suas histórias são escritas no formato literário. Você tem interesse em publicar uma obra em roteiro?

FRANCISCO SIQUEIRA: Não. Admiro e muito os colegas que o fazem, porém não consigo encontrar o tom num texto roteirizado. Gosto de esmiuçar sentimentos. De “cutucar” feridas da alma. De viajar pela psiquê humana (Nicolas Coutinho de um “Homem Singular” e Miguel de “Inimigos” têm suas almas reviradas). Mas não digo isso no intuito de afirmar que não é possível demonstrar essas emoções em um roteiro, afinal de contas, a arte é o mais próximo do impossível que o artista se permite chegar.

GABO: Quem é Francisco Siqueira fora do Mundo Virtual?

FRANCISCO SIQUEIRA: Irei me apropriar das palavras de Margot Chaning, brilhantemente interpretada por Bette Davis em “A malvada”: “Quando descobrirem quem eu sou, por favor, me digam.”

GABO: Preparado para o bate-bola?

FRANCISCO SIQUEIRA: Teremos ajudar dos universitários, claro (rsrsr)

BATE-BOLA:

SÉRIES DE WEB: meu “berço” no MV
CYBER TV: nossa casa
WATTPAD: como diz nossa amiga Isa Miranda: Terra de ninguém”
EU, KADU: simplesmente ele, Kadu
A DIFÍCIL ARTE DE SER EU, LUCAS: o inesperado agora
INIMIGOS: “é aquela que fere, que virá mais tranquila... Com a fome do povo... Com pedaços da vida...”
UM HOMEM SINGULAR: devemos buscar a cura de nossas feridas, não apenas um tratamento paliativo
DEPOIS DE TUDO: ... Ainda temos uma longa estrada
MUNDO VIRTUAL: Jane Austen ia amar
FRASE: “Seja você mesmo, todos os outros já existem”, Oscar Wilde
FRANCISCO POR FRANCISCO: precisarei de um bom espelho

GABO: Francisco, agradeço sua participação no Diário do Autor. Fico o espaço para suas considerações finais.

FRANCISCO SIQUEIRA: Eu quem agradeço a oportunidade, Gabo. Um bom bate papo está difícil de se encontrar.

Um grande abraço a todos do MV.

GABO: O Boletim Virtual fica por aqui. Amanhã estreia a "Antologia: A Magia do Natal" com 5 capítulos que serão exibidos de segunda a sexta. Não percam. Feliz Natal a todos do Mundo Virtual. Voltamos no próxima final de semana. Até lá.

 
     


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