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Perfume - Capítulo 15

Novela de Luiz Gustavo
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CAPÍTULO 15 - MENTIRAS
 
     
   
 

Mais uma vez, para a grande satisfação de Levi Monteiro e seus sócios, é fechado um excelente contrato com um grupo do Paraguai, na fabricação de produtos e na abertura de um novo shopping, na cidade de San Lorenzo. Quanto mais o governo e os empresários anseiam em destruir essa praga chamada “pirataria”, é como se nada os desestruturassem. A pobreza exacerbava do terceiro mundo e o preço abaixo da média, é obviamente mais acessível, tornando-se assim a melhor opção desses consumidores.

 

- Colhemos o que plantamos.

Havia passado o dia todo atrás de pistas a respeito do assassinato da irmã, esquecendo da sua vida pessoal, ao subir para o quarto, encontra-se a namorada deitada na cama, em um sono profundo. Por um instante, amaldiçoou-se por não ter lembrado de chegar a morada um pouco mais cedo, Barbara queria jantar com o amado. 

Ele acariciou as madeixas da mulher e beijou sua cabeça. 

- Desculpe. 

Ele retorna para o escritório. A escuridão toma conta de toda a residência. Poucas luzes permanecem acesas. Levi continua apreciando o vinho italiano, verificando alguns gráficos de vendas pelo notebook. Olha para o relógio no visor, três horas da manhã, como o horário passa rápido quando se está na frente de uma máquina de entretenimento. Levanta-se da mesa do escritório bocejando, com a taça novamente cheia em mãos, divisa as portas de vidro abertas e um corpo feminino no lado externo. Anda lentamente chegando perto da matriarca, que permanece olhando para as estrelas.

- Não consigo dormir como antes. – Ela começou a falar. 
- Eu também não. 
- As estrelas são como sinais, a minha filha deve estar bem. 
- A Pamela está fazendo muita falta. 
- Eu me sinto literalmente quebrada por dentro, Levi. Sem um coração, apenas uma verdadeira pedra. Tudo isso é a minha culpa, a morte da Pamela, se não tivesse imposto toda essa pressão.
- Uma hora irá cicatrizar.
- Expressando-se assim até parece com o Antônio. Sempre objetivo com cada fala.
- Isso é ruim?
- Dependendo do momento.

Amália continua a choradeira nos ombros do filho.

- Preciso te contar algo Levi. – Ela se fasta repentinamente. – Quem sabe isso, pode tirar um peso de dentro de mim. Libertar-me desse padecimento ininterrupto. É o meu maior segredo.
- Confie em mim. 

Levi esboça um sorriso fraco, encarando-a.

- É que, eu não sou a mãe da Pamela.

Olhar a verdade escondida durante anos dentro de uma caixa trancada a sete chaves pode-se trazer dores e feridas. Não existe uma luz na escuridão e escolhas sem consequências, o mundo foi dominado pelos lobos, aqueles que nós mesmos alimentamos.

- Como desejo voltar ao passado, por pelo menos um minuto. Gostava tanto da minha garotinha.
- A senhora acabou se esquecendo de mim. – Levi demonstra a solidão abarcada durante anos em seu peito. Levantando a âncora que o faz parecer seco e deixa algumas lagrimas a deslizar por sua face e logo as enxugam. – Por que sempre foi assim?
- Sinceramente? Eu te amo Levi, mas nunca consegui manter um ponto de equilíbrio entre você e a Pamela. Sempre fomos diferentes, as ideias nunca bateram e por isso, acabamos nos distanciando.
- E de quem ela era filha exatamente? Ou foi adotada?
- Pamela é fruto de um romance do Antônio com nossa antiga empregada, a Neide. Descobri o caso, quando cheguei com antecedência de um passeio de Porto Seguro e topei os dois transando na sala de estar. Enquanto você estava chorando no segundo andar, com muita fome. Eu tive que manter a calma e a pose. Naquela época eu só me preocupava em meu nome, perdoei o seu pai e mantive esse segredo, durante vinte e cinco anos. 
- Inacreditável. Papai era como um herói, meu melhor amigo.
- Nunca diminua o amor do Antônio a você e a Pamela. Ele pode ter tido vários defeitos como marido, mas como pai, foi excelente, o melhor. Sempre atencioso.
- Verdade. – Continua o monologo. – Mas e essa Neide?
- O meu único pedido, foi que essa vagabunda desaparecesse da minha vida e desde então, como um estralar de dedos. Sumiu feito uma fumaça.
- Estranho uma mãe dar a filha assim.
- Quem fez parte dessa empreitada foi o Antônio. Ele quis criar a Pamela e com o tempo passei a sentir o amor aflorando e quando ela me chamou de “mamãe” pela primeira vez estava entregue a aquele rostinho angelical. Tornou-se a minha razão de viver.
- E eu achando que sempre fui adotado.
- Desculpe-me.
- Está tudo bem, sou um homem agora e consigo enfrentar o mundo sem a ajuda de ninguém.
- Você sempre foi assim, independente.

Os dois permanecem calados, o silêncio é quebrado por Levi.

- Mãe. Tenho uma dúvida, mas não é nada sobre o nosso passado.
- Continue...
- A senhora sabia sobre a relação que a Pam teve com o Jonathan?
- Sim. Mas como você descobriu?
- Isso não é segredo para ninguém nessa cidade. 
- A Pamela era apaixonada por este garoto. Eu o achava até bonito. Mas quando começou a atrapalhar os meus planos de pagar as dívidas, tive que a reprimir e proibir o relacionamento.
- Estranho. Qual motivo dela entrar na igreja? 
- Ás vezes acreditamos na mentira. 
- Casar-se com o Miguel Xavier, por amor? 
- Pamela sempre pensou no futuro, sempre foi vaidosa, casar-se com aquele homem era um sinal de segurança e tranquilidade para o resto da vida, cada um faz a sua escolha. 

Nos minutos posteriores à noite é finalizada com um rápido enlace na escada, entre mãe e filho, oficialmente estenderam a bandeira branca. Levi, no entanto, continua com as últimas palavras em mente. Será que aquele desgraçado, teve coragem de matar a própria noiva na entrada da igreja? As ideias não fazem sentidos. Talvez este não seja o assassino ou faltam provas para persistir neste suspeito. A exaustão o consome, finalmente entregando-se a cama macia, dormindo rapidamente.

 
     

 

     

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