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LAÇOS DE AMIZADE - CAPÍTULO 06

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CAPÍTULO 06
 
     
 
     

 

     
 

| CENA 01 | UNIVERSIDADE CAMPELO COSTA / EXT. / DIA.

A câmera dá um close na fachada frontal do prédio e em seu portão preto de entrada onde observamos uma movimentação constante de universitários entrando e saindo do local. Do outro lado da rua localiza-se o Bar Ponto de Encontro mostrado nos capítulos anteriores. CORTA PARA.

| CENA 02 | CAMPELO COSTA / ESTACIONAMENTO / EXT. / DIA.

O Gol vermelho de Cláudio e o Ford preto de Luciano estacionam um do lado do outro e os republicanos começam a descer fazendo o maior fuzuê. 

VALESKA: Graças a Deus! Não aguentava mais ficar nesse forno ambulante. Você tá precisando trocar de carro hein.

VANESSA: Concordo plenamente.

LUCIANO: Surpresa mesmo seria se você discordasse dela né Vanessa.

Todos riem.

CLÁUDIO: E que tal se você comprasse um carro e parasse de reclamar Valeska?

VALESKA: Não se preocupe querido. Já estou providenciando.

VANESSA: Não vejo a hora de termos nosso possante, maninha.

FABIANA: (irônica) Tenha medo!

BRUNA: Pessoal, vocês não acham que a gente já perdeu tempo demais no trânsito ‘pra’ ficar brincando aqui não?

MARCELO: Sem dúvida galera. Vamos à luta!

Os republicanos começam a caminhar em direção a saída do estacionamento. Cláudio e Celso permanecem no local despertando a curiosidade de Luciano.

LUCIANO: Vocês não vêm não?

Todos param de caminhar para ouvir a resposta dos colegas.

CELSO: Daqui a pouco.

CLÁUDIO: É. Antes a gente tem umas paradinhas ‘pra’ resolver.

LUCIANO: Hum. Coisa boa não deve ser.

CLÁUDIO: Qual foi Luciano?! Acha mesmo que o Celso estaria comigo nessa se tivesse erro?

CELSO: Não precisam se preocupar pessoal. É coisa nossa.

LUCIANO: Tudo bem então.

Eles voltam a caminhar. Close em Marcelo e Valeska.

MARCELO: Depois quero falar com você, Val.

VALESKA: (impaciente) O que foi que eu fiz dessa vez?

MARCELO: Depois a gente conversa.

Valeska fica apreensiva. Fabiana e Bruna que ouviam disfarçadamente trocam um olhar de cumplicidade.

| CENA 03 | REPÚBLICA / SALA / INT. / NOITE.

Celina vem descendo as escadas com uma flanela vermelha na mão direita e um espanador na mão esquerda. Ela cruza a sala em direção a uma estante localizada um pouco antes da porta e verifica algumas peças de decoração no ambiente pegando em seguida uma delas para ser limpa. Celina respira fundo, entediada.

CELINA: Esto se queda tan vacío cuando mis pupilos no están! [Isso aqui fica tão vazio quando meus pupilos não estão.]

Ela parece lembrar-se de fazer algo e se dirige até o telefone fixo localizado em cima de uma mesa marrom, colada no sofá verde limão. Celina pega o telefone cor vermelho maçã e a agenda que está ao lado. Procura um número, encontra e disca. Ouve-se o som do telefone tentando completar a chamada. A ligação cai.

CELINA: Como siempre... Nunca atende!

Desanimada, Celina coloca o telefone no gancho e volta aos afazeres domésticos.

| CENA 04 | RODOVIA QUALQUER / EXT. / DIA.

O Corsa azul de Igor segue estacionado no mesmo lugar. Dentro, ele e Jaqueline estão mais impacientes do que nunca. Surge há poucos metros um Gol vermelho se aproximando. Ao avistá-lo Igor liga seu carro e imediatamente se posiciona em um dos lados da pista. Não demora muito para o carro de Cláudio se alinhar ao Corsa. Nota-se a presença de um sujeito forte e com cara de mal no banco de trás do Gol vermelho. Celso e Jaqueline flertam cada um em seu canto, trocando olhares e sorrisos discretos.

IGOR: Quem é esse cara?

CLÁUDIO: Betão. Alguém tem que dá a largada da corrida né. Aposto que você não pensou nesse detalhe.

IGOR: Menos conversa. Mais ação!

Os dois se encaram por um momento.

CLÁUDIO: (irônico) Que medo cara! Esse é o problema dos iniciantes. Acham que metem medo em alguém. Se prepara ‘pra’ ficar pra trás.

IGOR: Isso é o que vamos ver.

Cláudio faz um sinal para Betão que sai do automóvel sem falar nada nem esboçar reação alguma. Os carros começam a aquecer o motor. Ele se posiciona entre os carros e saca uma arma calibre 38 de dentro das calças. Jaqueline deixa escapar um grito inesperado. Celso arregala os olhos, espantado sem saber muito bem o que vai acontecer. Igor e Cláudio se encaram pela última vez e voltam a olhar Betão que aponta a arma para o céu e os encara com seu semblante maquiavélico. Ele dispara.

MUSIC ON: (Caiu na Babilônia – Strike)

Os automóveis saem em disparada e cantando pneu. No corsa azul Jaqueline está apavorada tentando se segurar de qualquer jeito, mesmo estando com cinto de segurança. Igor tem em seu olhar um misto de prazer e raiva. No gol vermelho Celso se mostra nervoso enquanto Cláudio grita de alegria, em êxtase por estar conseguindo vantagem em relação ao rival. Igor acelera e consegue ultrapassar os concorrentes. No Gol vermelho Celso começa a se preocupar.

CELSO: Quê que ‘tá’ acontecendo. Por que reduziu?

CLÁUDIO: Eu não reduzi. É a droga do carro! Anda merda!

Ele começa a bater fortemente com as mãos no volante. No Corsa azul, Igor comemora pondo a cabeça para fora do carro e gritando.

IGOR: Otários! Quem é o perdedor agora ‘hein’ seus ‘manés’?!

MUSIC OFF.

| CENA 05 | CASA DE CARLOS / SALA / INT. / DIA.

Janaína faz faxina na casa. Carlos entra batendo a porta como de costume, no entanto, ele parece animado assobiando uma melodia de uma música qualquer, o que chama a atenção de Janaína. 

JANAÍNA: Que bicho te mordeu?

CARLOS: E eu lá sou homem de deixar bicho me morder?!

JANAÍNA: Você parece... (hesita) feliz?

CARLOS: E daí?

JANAÍNA: Bom. Isso realmente não é muito comum. Qual é o motivo dessa felicidade aparente?

CARLOS: Meu filho vem me ver.

JANAÍNA: Ah entendi. Olha. Sinceramente eu não sei como um menino tão bom como aquele pode ser filho de um homem tão...

Ela faz cara de nojo e Carlos não a deixa completar a frase. Ele quase perde a paciência.

CARLOS: Não começa mulher. Não começa que hoje eu ‘tô’ de bom humor. Vê se ‘num’ estraga tudo.

JANAÍNA: E quem sou eu ‘pra’ estragar um momento raro desses. (irônica) Pena que não vou poder ficar aqui curtindo contigo.

CARLOS: E vai aonde, posso saber?

JANÍNA: Isso não é da sua conta.

Ela pega sua bolsa jogada no sofá e vai em direção a porta, saindo em seguida. Carlos não esboça raiva.

CARLOS: Ê mulherzinha geniosa!

Sorri com o canto da boca.

CARLOS: Mas é assim que eu gosto.

E sai rumo ao quarto.

| CENA 06 | RODOVIA QUALQUER / EXT. / DIA.

Os dois carros seguem em alta velocidade deslizando na pista asfaltada e deserta. Jaqueline está extremamente aflita. A adrenalina está à flor da pele, tanto em Igor quanto em Cláudio, o segundo mais nervoso. Celso se conforma com a derrota.

CELSO: Cara. Acho que dessa vez a gente perdeu.

CLÁUDIO: (grita) Nunca! Eu nunca vou perder ‘pra’ esse babaca!

Ele acelera o máximo que pode e consegue acompanhar o rival encarando-o seriamente, Igor faz o mesmo. Há poucos metros surge um caminhão semipesado, de eixo frontal e que transporta uma carga aparentemente muito pesada. Jaqueline estremece ao se dá conta da proximidade do caminhão, apavorada, ela mal consegue falar.

JAQUELINE: Igor... Olha... Olha lá... Um caminhão. Tá vindo ‘na’ direção do Cláudio e do Celso.

No interior do Gol vermelho, Cláudio e Celso têm um semblante desesperador. O medo toma de conta dos dois que não acreditam no que estão vendo. Ambos suam frio, estão atônitos.

CELSO: Meu Deus...

No interior do Corsa azul.

JAQUELINE (apavorada) Reduz a velocidade Igor. Reduz pra que eles possam ultrapassar!

IGOR: Não. Eu não posso perder essa corrida. (grita, preocupado) Por que ele não reduz? Por que ele não reduz?!

JAQUELINE (desesperada): Eles vão bater!

Apesar de também estar com medo, Igor não se compadece e mantém a velocidade, deixando os carros alinhados. O caminhão buzina incessantemente. Acontece tudo muito rápido. Para evitar a colisão, Cláudio gira o volante com toda sua força fazendo com que o automóvel em alta velocidade seja lançado para fora da pista capotando por três vezes. Na terceira vez, a porta do lado do motorista é arrancada e fica pelo caminho. O carro só para quando a vegetação à beira da estrada o impede de prosseguir. O caminhão se vai sem prestar socorro. Ouve-se o som de um carro freando bruscamente cantando pneu. Close em Cláudio, arremessado para fora do carro durante a capotagem. Ele está jogado no chão há menos de um metro do que sobrou do carro, gemendo de dor e ensanguentado no rosto, não consegue se mover. Corta para o interior do carro onde se observa Celso preso às ferragens, desacordado e ensanguentado por todo corpo. Close no Corsa azul, de Igor. Jaqueline sai de dentro do automóvel, extremamente desesperada e chorando muito. Ela corre em direção ao local do acidente parando no meio da pista deserta. A garota está incrédula com o acidente que acabara de presenciar.

JAQUELINE: (grita) Nããão!

A jovem se deixa cair ajoelhada no meio da pista, sem forças e desconsolada, com um rio de lágrimas nos olhos. Igor extremamente angustiado e preocupado abre a porta de seu carro e corre em direção à irmã.

JAQUELINE: (grita) Eles morreram, Igor! Eles morreram, Igor!

IGOR: Volta ‘pro’ carro, garota. A gente tem que sair daqui!

JAQUELINE: Você ta louco? A gente tem que fazer alguma coisa.

IGOR: A gente tem que sair daqui. Vamos chamar uma ambulância e ‘se mandar’ daqui antes que sobre ‘pra’ gente.

Igor levanta a irmã com dificuldade e a leva para dentro do carro, ela sequer consegue resistir. Corte de cena para o interior do carro. Áudio off. Igor pega seu celular e disca um número, fala por um minuto e desliga rapidamente. Áudio normal.

IGOR: A ambulância já ta a caminho. Agora a gente tem que ir.

Jaqueline, que tentara se recompor, desaba novamente a chorar olhando o local do acidente, enquanto Igor liga seu carro saindo dali em alta velocidade. Corta para. Cláudio jogado no chão, tentando pronunciar umas palavras, em vão. Ele desmaia logo em seguida.

| CENA 07 | UNIVERSIDADE / LANCHONETE / INT. / DIA.

Hora do intervalo. No interior da lanchonete principal do campus, localizada no pátio central do lado externo da universidade com acesso ao portão de entrada/saída. Todos os republicanos estão reunidos em duas mesas unidas para caber todo mundo. O ambiente está preenchido por muitos universitários que conversam empolgados e comem enquanto aguardam o próximo tempo de aulas.

BRUNA: E ai? Como foram as primeiras aulas de vocês?

MARCELO: As minhas foram ótimas. Já falei ‘pra’ vocês que administração é minha vida?!

Todos respondem ao mesmo tempo um sonoro “já!”. Risos em seguida.

LUCIANO: Eu também não tenho do que reclamar.

VALESKA: Pois eu odiei. Aulas chatas e sem graça. Aliás, tudo aqui nessa universidade é sem graça. As salas são muito mal arejadas, os banheiros são mal cuidados e a comida dessa espelunca é de mau gosto. Não tem nada light ‘pra’ se vender aqui. Dá pra acreditar?

VANESSA: Ninguém teve notícias dos meninos?

LUCIANO: Ao que tudo indica, mataram o primeiro dia de aula. Bem a cara do Cláudio fazer isso.

FABIANA: Já o Celso me surpreende com essa atitude.

LUCIANO: Influência é tudo.

O celular de alguém vibra. Imediatamente Marcelo saca o aparelho do bolso e o atende com a mão esquerda, já que a direita está pressionada por Valeska.

MARCELO: Alô?

Ele faz uma pausa para ouvir o que a pessoa do outro lado linha tem a dizer. Ainda em silêncio, ele estremece e gela de repente. Todos percebem o estado do amigo que deixa o celular cair junto a mão, sem sequer desligá-lo.

VALESKA: Que foi, amore? Você ficou gelado do nada.

VANESSA: E pálido.

LUCIANO: Tá tudo bem cara?

Marcelo nega com a cabeça e tanta assimilar a informação. Respira e solta.

MARCELO: O Cláudio e o Celso... Eles sofreram um acidente!

Tensão no ar.

| CENA 08 | CONDOMÍNIO ALMIRANTE / APARTAMENTO 209 / SALA / INT. / DIA.

Igor e Jaqueline entram pela porta visivelmente assustados. Eles param no centro da sala, ainda tentando aceitar os fatos.

JAQUELINE: (desesperada) Você os matou, Igor!

IGOR: Não diz uma coisa dessas, garota. Eles não vão morrer. (geme a fala) Eles não podem morrer!

JAQUELINE: A gente devia ter ficado lá, esperado o socorro chegar. A culpa é sua se eles morrerem.

Jaqueline volta a se desesperar e começa a bater no irmão.

JAQUELINE: Assassino. Seu assassino. Assassino!

Igor segura a irmã pelos braços e a joga de qualquer jeito no sofá.

IGOR: Eu não sou um assassino. Eu não matei ninguém.

JAQUELINE: Foi você sim! Você armou tudo... O carro deles com problema... O caminhão... Foi você!

IGOR: Você tá maluca? Se controla, garota. Como eu podia saber que aquele caminhão ia aparecer do nada? Eu não tinha como saber! Eu só pedi ‘pra’ um amigo dá um jeito pro carro deles não correr o suficiente ‘pra’ passar da gente. Eu não tenho culpa de nada. Eu não sou assassino! Eu não tive culpa...

Igor não se contém e desaba no choro, senta-se encolhido no chão com as pernas junto da barriga. Jaqueline tenta se recompor.

JAQUELINE: Tudo bem. Você tem razão. Não tinha como saber o que ia acontecer. Mas eu to com medo, Igor. E se eles morrerem? Eu não vou aguentar viver com a morte de duas pessoas na consciência. Eu nunca vou ter paz.

A vez de Igor se recompor. Ele levanta-se e se aproxima da irmã que está sentada no sofá.

IGOR: Pior Jaque... Se descobrirem o que a gente tava fazendo lá. A gente pode ser preso!

Na tensão de Jaqueline.

| CENA 09 | HOSPITAL / SALA DE ESPERA / INT. / DIA.

Todos os republicanos estão aflitos, sentados em um sofá branco à espera de notícias. Celina, nervosa, está ajoelhada em um altar improvisado na mesma sala, rezando diante uma imagem de Jesus. Vindos do corredor, uma enfermeira apoia Cláudio que está com o braço esquerdo e perna direita, engessados, e de muletas. Ao notarem a aproximação dos dois, todos esboçam um ar de alívio e se levantam ficando em volta deles. Celina é a última a chegar.

VANESSA: Graças a Deus você ‘tá’ bem.

ENFERMEIRA: O rapaz teve sorte de ter sido jogado ‘pra’ fora do carro. Os exames não constataram nenhum tipo de hemorragia interna. No mais, ele fraturou uma costela, o braço e a perna.

VANESSA: E você acha pouco?

CLÁUDIO: (apreensivo) E o Celso... Cadê ele?

ENFERMEIRA: O outro paciente não teve a mesma sorte. Ele chegou muito debilitado, ao que tudo indica perdeu muito sangue. Não sei ao certo o estado de saúde dele, mas ele se encontra na UTI. Vocês terão que aguardar as informações do médico.

CELINA: (nervosa) Ay, Dios mío! No deje suceder el peor. Yo te pido! [Ai, meu Deus! Não deixe acontecer o pior. Eu te peço.]

A enfermeira se retira. Luciano e Marcelo levam Cláudio até o sofá, Vanessa está logo atrás, um tanto mais aflita que os outros. Cláudio quase chora.

LUCIANO: Isso não pode tá acontecendo.

CLÁUDIO: (desesperado) A culpa é minha. Eu não devia ter deixado ele ir. Algo me dizia que eu não devia ter deixado ele ir dessa vez! A culpa é minha.

MARCELO: Não, cara. Ninguém tem culpa numa fatalidade como essa. Foi um acidente.

FABIANA: É, Cláudio. Além disso, o Celso é forte. Vai dá tudo certo.

Todos voltam a se aproximar de Cláudio, agora no sofá. Ele deixa as lágrimas caírem.

CLÁUDIO: Mas se eu tivesse insistido ‘pra’ ele ficar isso não estaria acontecendo. (engole em seco) Se ele morrer... Se ele morrer eu nunca vou me perdoar!

VANESSA: O Celso não vai morrer. Para de se martirizar. Você não teve culpa de nada.

CELINA: Vanessa tiene razón. No tienes culpa de nada, chico. Y nuestro Celsito va a quedarse bien. [Vanessa tem razão. Você não tem culpa de nada, rapaz. E nosso Celsinho vai ficar bem.]

Vindo do corredor, surge um médico de jaleco branco e uma prancheta na mão. Olhos claros, barba por fazer e um semblante de seriedade no rosto. Todo mundo volta a se levantar e esboçar preocupação. Eles fazem um círculo ao redor do médico.

CELINA: Doutor, doutor. Como está el paciente Celso Medeiros?

Close na face séria do médico.

| CENA 10 | GRANDE SÃO PAULO / CENTRO / EXT. / DIA.

Janaína anda distraída e tenta atravessar a rua quase correndo, fora da faixa de pedestres. De repente surge um carro vindo em sua direção que quase a atropela. Ela deixa escapar um grito de susto. O motorista freia bruscamente e desce preocupado do automóvel.

MOTORISTA: Você está bem?

Os olhares de Janaína e do homem alto, de cabelo e barba grisalhos, vestido com um terno social preto, se cruzam; e os dois param de falar por um instante. Os carros que vinham atrás começam a buzinar impacientes. Janaína respira e cai em si.

JANAÍNA: Nossa, foi por pouco. Sim, estou bem.

MOTORISTA: Você precisa prestar mais atenção.  Aqui em Sampa um deslize desse é fatal.

JANAÍNA: Eu sei. Me desculpa. Eu devia estar na faixa de pedestre.

MOTORISTA: Qual o seu nome?

JANAÍNA: Janaína!

MOTORISTA: Eu sou Darlan, prazer em conhecê-la.

Ele beija a mão de Janaína deixando-a surpresa. Os motoristas começam a gritar e xingar os dois enquanto buzinam, agora furiosos.

JANAÍNA: Acho melhor a gente sair daqui. Vou indo então.

Ela sai quase correndo e Darlan fica admirando-a, em transe. Alguém manda grosseiramente ele sair dali e ele cai na real. Volta para dentro do carro e pensa.

DARLAN: Que linda...

| CENA 11 | HOSPITAL / SALA DE ESPERA / INT. / DIA.

Todos estão em pé, aflitos, à espera de notícias de Celso. Celina está mais próxima do médico e observa seu crachá de identificação.

CELINA: Y entoces doutor Humberto?

FABIANA: Como é que ele tá?

DR. HUMBERTO: Bom. Infelizmente as notícias não são as melhores.

Cláudio aperta os olhos. O clima agora é muito tenso.

DR. HUMBERTO: O paciente chegou à unidade com uma hemorragia interna. Ele sofreu um acidente vascular cerebral. O sangue parou de circular, causando uma lesão na área de ativação cerebral, culminando em um traumatismo.

CLÁUDIO: (alterado) Mas o que isso quer dizer droga?!

BRUNA: Deixa o médico falar.

HUMBERTO: Foi preciso aplicar drogas sedativas adequadas para diminuir o nível de consciência e a intensidade do metabolismo cerebral do paciente.

VALESKA: Você pode falar em Português, por favor?

O médico respira, hesita por um instante, e fala.

HUMBERTO: O paciente está em coma.

A notícia cai como uma bomba. Celina tem uma vertigem e quase cai, mas é amparada por Marcelo e Luciano que estavam logo atrás dela. Bruna e Fabiana põe a mão na boca, incrédulas. Valeska e Vanessa franzem a testa. Cláudio começa a chorar desconsoladamente.

 
     

 

     
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