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LAÇOS DE AMIZADE - CAPÍTULO 05

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CAPÍTULO 05
 
     
 
     

 

     
 

| CENA 01 | REPÚBLICA / QUARTO UVA / INT. / NOITE.

Continuação do capítulo anterior. Celina está chocada com a cena que presencia no quarto. Valeska não esboça medo, já Marcelo está apavorado e com um travesseiro cobrindo sua cueca samba canção.

CELINA: (brava) Valeska, vista aquello ‘roupão’ ahora! Yá, yá, yá!

VALESKA: Ai, já ‘tô’ indo. Calma!

Valeska pega o roupão que havia deixado no chão e o veste.

CELINA: ¿Será que alguien me puede explicar qué sucedia a ca? [Será que alguém pode me explicar o que acontecia aqui?]

VALESKA: (debochada) A ‘ca’ não sucedia nada. Você chegou ‘pra’ atrapalhar tudo.

Marcelo levanta-se da cama, ainda com almofada cobrindo seus dotes, morto de vergonha.

MARCELO: Pelo amor de Deus, Valeska. Não piora as coisas. Eu posso explicar tudo, Celina.

VALESKA: Não pode não, amore. Olha, Celina, a culpa disso tudo é minha. O Marcelo ‘tava’ numa boa aqui no quarto. Eu que vim fazer uma surpresinha ‘pra’ ele. A culpa é toda minha.

CELINA: Los dos están cansados de saber cuales son las reglas de la casa. Por que hicieron eso? [por que fizeram isso?] A mi no me gusta que me desobedeçan! [Não gosto que me desobedeçam!]

MARCELO: Desculpa, Celina. Você tem toda razão de estar brava. Mas eu prometo que isso nunca mais vai acontecer.

VALESKA: (indiferente) É. Nós até juramos se for preciso.

CELINA: Te perdono, Marcelo. Estas ideas malucas solo pueden ser fruto de la cabeza de Valeska. Pero llevarás una advertência, es la primeira, si llegas a la tercera sabes que ‘acontece’, si?! [Eu te desculpo, Marcelo. Sei que estas ideias malucas só podem ser fruto da cabeça da Valeska. Mas levará uma advertência, é a primeira, se chegar à terceira, sabe o que acontece, sim?!]

Ele afirma com a cabeça, conformado.

CELINA: Y usted, Valeska...

VALESKA: Já sei. Vai falar com meu pai, não é?

CELINA: Exactamente.

VALESKA: Faça o que quiser. Provavelmente ele estará ocupado demais para a filha dele. Como sempre esteve.

Ela se retira. Celina e Marcelo se olham em cumplicidade.

CELINA: Esta chica tiene problemas.

MARCELO: Eu vou me vestir.

Ele sai quase fugindo para o banheiro.

| CENA 02 | PONTO DE ENCONTRO / INT. / NOITE.

O movimento no restaurante está menos intenso. Close na mesa dos republicanos.

BRUNA: Gente, tá ficando tarde. Vamos embora?

FABIANA: É melhor irmos mesmo. Amanhã é dia de acordar cedo e não quero chegar feito um zumbi no primeiro dia de aula.

LUCIANO: Eu vou falar com o pessoal pra ver se eles vão com a gente.

Luciano sai.

FABIANA: Eu te notei muito séria a noite toda. O que foi? Tá acontecendo alguma coisa?

BRUNA: Não é nada. Só estou preocupada. Preciso arrumar um emprego pra pagar a minha estada na república. A Celina foi muito legal me deixando ficar lá sem pagar nada até agora, mas eu não quero me aproveitar.

FABIANA: Não se preocupa com isso. A Celina vai te deixar ficar lá o tempo que quiser.

Fabiana tem uma ideia.

FABIANA: Espera um pouco... Já sei!

BRUNA: Sabe do quê?

FABIANA: Que tal a gente pedir um emprego aqui no bar ‘pra’ você? Aposto que o Chad não vai ser do contra!

BRUNA: Não Fabi. Eu acabei de conhecê-lo. Fico sem jeito de falar com ele. Esquece.

FABIANA: Não vou esquecer nada. De qualquer maneira amanhã a gente fala com ele sobre isso, porque agora ele e a Melissa estão muito ocupados. Olha lá.

Fabiana aponta para o casal de namorados que troca umas bitoquinhas discretas no balcão central do bar.

| CENA 03 | CONDOMÍNIO ALMIRANTE / APARTAMENTO 209 / SALA / INT. / NOITE.

Igor e Jaqueline entram em casa. Isabel está à espera dos filhos.

JAQUELINE: Ainda acordada, mãe? Antes da gente sair você já tava preparada ‘pra’ dormir.

ISABEL: Não consegui, filha.

JAQUELINE: Mas ‘tá’ tudo bem?

ISABEL: Sim. É só insônia. Vai passar. Eu disse para vocês chegarem cedo.

IGOR: Ué, mas a gente chegou cedo.

JAQUELINE: É mãe.

ISABEL: Se vocês acham que é cedo, eu não sei mais o que é tarde. Enfim, vou tomar um comprimido ‘pra’ ver se consigo dormir agora. Pelo menos vocês já estão em casa e não tenho que me preocupar. Tem comida na geladeira.

Ela dá um beijo em cada filho.

JAQUELINE: Brigada e boa noite, mãe.

ISABEL: Boa noite, meus filhos.

IGOR: Boa noite, mãe.

| CENA 04 | REPÚBLICA / QUARTO CELINA / INT. / NOITE.

O ambiente é tipicamente mexicano. Há uma cama de casal de frente para a porta de entrada, encostada na parede oposta, do lado esquerdo da cama há um guarda-roupa e uma porta que dá acesso ao banheiro. Do lado da porta há uma espécie de altar improvisado com uma grande imagem de uma santa envolvida por um terço, flores espalhadas enfeitam o altar. Há também a foto de um homem em um porta-retratos ali. Celina adentra ao local tirando a grande rosa amarela que levava na cabeça e indo em direção ao altar. Ela olha para a santa e coloca a flor que usava na cabeça junto das outras, em seguida entrelaça as mãos e começa a rezar em silêncio. Alguns segundos depois lágrimas escorrem de deus olhos.

CELINA: Nuestra Señora de Guadalupe, ofrezco esta flor como muestra de agradecimiento por la vida. Creciste flores en aquella ‘colina’ desierta y dejó grabada su imagen milagrosa. Es por eso que soy una devota fiel y te pido por todos a cá en nuestra casa. Ruega por nosotros! [Nossa Senhora de Guadalupe, te ofereço esta flor como forma de agradecimento pela vida. Você que fez crescer flores naquela colina deserta e deixou sua imagen milagrosa. É por isso que sou uma devota fiel e te peço por todos aqui em nossa casa. Rogai por nós!]

MUSIC ON: (Cancion del mariachi – Los locos)

Celina faz o sinal da cruz e desvia o olhar para a foto do homem. Ela segura-a com a mão direita e acaricia o porta-retrato com a mão esquerda.

CELINA: El destino nos separó… Pero nunca te olvidé, José. [Mas eu nunca me esqueci de você, José]

Ela sorri entre as lágrimas que desciam pelo seu rosto. Ouve-se ao fundo várias vozes falando ao mesmo tempo. Celina percebe que os moradores da república chegaram. Ela põe a foto de volta ao lugar.

CELINA: Es hora de la vigilancia! [hora da vigilância]

MUSIC OFF.

| CENA 05 | REPÚBLICA / SALA / INT. / NOITE.

Os republicanos adentram ao local causando tumulto e fazendo barulho. Fabiana é a primeira que entra seguida por Luciano, Bruna e Celso. Vanessa entra por último e faz uma careta horrível. Cláudio se joga no sofá.

CLÁUDIO: Tô morto!

CELSO: Também, né. Você e a Vanessa não saíam daquela pista de dança.

VANESSA: (bêbada) Gente. Eu não to me sentindo nada bem. Acho que vou vomitar.

Ela fala enquanto massageia a barriga. De repente a garota corre para o quarto.

FABIANA: Olha o estado que você deixou a garota, Cláudio.

CLÁUDIO: Ela bebeu porque quis, Fabiana. Eu não obriguei ninguém a nada. A Vanessa não é mais criança, já tem dezoito.

CELSO: (como quem não quer nada) Mas e aí, Cláudio? Tá gostando dela?

Luciano e Cláudio se olham e caem na risada.

LUCIANO: No dia em que o Cláudio gostar de verdade de uma garota, eu paro de beber.

CLÁUDIO: É claro que eu não tô a fim da Vanessa, Celsinho. A gente só resolveu se pegar por hoje!

BRUNA: Que absurdo gente.

FABIANA: Pois se prepara porque amanhã ela vai tá te chamando ‘pra’ conhecer os pais dela hein.

Todos caem na risada.

CLÁUDIO: Nem por um decreto!

BRUNA: Eu vou dormir que ‘tô’ exausta. Você vem Fabi?

FABIANA: Ah vou sim. Até amanhã pessoal.

Fabiana beija rapidamente Luciano que nem esperava por aquilo. As duas sobem para o quarto.

CLÁUDIO: E você, Luciano? “Amarrou o bode” de vez na Fabi?

Luciano fica sem resposta. Cláudio lhe joga uma almofada. Celso balança a cabeça negativamente.

| CENA 06 | REPÚBLICA / QUARTO MORANGO / INT. / NOITE.

Vanessa entra desesperada no quarto e corre para o banheiro. Ouve-se a garota vomitando e dando a descarga em seguida. Valeska que lia um livro se desconcentra. Vanessa aparece com cara de doente.

VALESKA: A noitada foi boa, pelo visto!

Ela se recompõe e sorri se jogando na mesma cama que a irmã está, deitando-se ao seu lado.

VANESSA: Maravilhosa!

VALESKA: Que cheiro é esse, garota?

VANESSA: Ai eu bebi demais. ‘Tô’ passando mal.

VALESKA: E desde quando você bebe?

VANESSA: Desde hoje.

VALESKA: Alguma razão em especial?

VANESSA: Você perdeu, maninha. A balada ficou muito melhor ainda depois que você saiu. (Conserta) Não que tenha melhorado pelo fato de você ter saído, não é isso... Mas é que eu fiquei com o Cláudio.

VALESKA: (surpresa) Com o Cláudio?

VANESSA: É. O melhor é que eu acho que tô gostando dele.

Valeska dá um pulo por cima da irmã levantando-se da cama.

VALESKA: Ih, não entra nessa, Vanessa. O Cláudio é o maior galinha que eu já conheci na vida. Provavelmente foi ele que te encheu de bebida ‘pra’ se aproveitar da tua ingenuidade. Não cai na lábia desse pegador de quinta não, maninha.

VANESSA: Não, Val. Mas comigo é diferente, eu sei. E se for preciso, eu faço ele mudar.

VALESKA: Queridinha, sabe aquele ditado que diz: pau que nasce torto, morre torto?! Pois é... O Cláudio se encaixa perfeitamente nele. Eu no seu lugar trataria logo de matar esse sentimentozinho que nasce aí enquanto é tempo. Vai por mim.

VANESSA: Será?

VALESKA: Eu acho. Mas agora mudando de assunto, já falamos muito de você. Você não vai acreditar no que houve.

VANESSA: Que foi?

VALESKA: Eu vou te contar tudo.

O áudio é cortado e só observamos as expressões das irmãs enquanto Valeska conta empolgada o episódio da noite.

| CENA 07 | REPÚBLICA / QUARTO MAÇÃ / INT. / NOITE.

Fabiana está vestida com seu babydool pronta para dormir. Ela sobe as escadinhas para chegar até a cama de cima do beliche. Bruna está enrolada no cobertor na cama de baixo. A luz já está apagada.

FABIANA: Bruna?!

BRUNA: Hum!

FABIANA: ‘Cê’ tá dormindo?

BRUNA: Quê que ‘cê’ acha, sua maluca?

Fabiana ri. Bruna questiona.

BRUNA: O quê que a Celina faz sentada naquela poltrona aí fora?

FABIANA: O que eu te disse mais cedo. Ela vigia a porta dos quartos ‘pra’ que ninguém se infiltre no território do inimigo. Dá ‘pra’ acreditar?

Fabiana ri novamente da própria piada.

BRUNA: Tudo para manter a ordem, Fabi.

FABIANA: Você mais do que ninguém sabe que isso é uma grande bobagem e não funciona.

BRUNA: Eu não sei de nada. Você sim.

Agora é Bruna quem ri. Fabiana se enrola com o lençol.

FABIANA: Ah, tá. Agora me diz uma coisa. É impressão minha ou você ficou mais desanimadinha depois que Marcelo foi embora da balada com a “chateska”? Fala ‘pra’ mim que sou tua “best friend”. Você tá gostando dele, não ‘tá’? Confessa garota.

BRUNA: Ai você é fogo hein. Tá, eu assumo. Eu acho que eu ‘tô’ gostando dele sim. E agora?

FABIANA: Espera ele vir falar com você, amiga. Ou você mesmo pode tomar a iniciativa. Tá na cara que ele também tá a fim, e depois do barraco que a Valeska armou hoje eu duvido que essa relação sem sal deles dure muito tempo.

BRUNA: Você acha?

FABIANA: Acho.

BRUNA: Mas no dia em que eu cheguei você falou que era melhor eu não me interessar por ele porque a Valeska era capaz de tudo.

FABIANA: Eu falei isso?

BRUNA: Sim.

FABIANA: Nossa. Ultimamente eu tenho dito muita bobagem. (ela ri.) Mas é sério amiga. Eu disse aquilo com base nas outras meninas que passaram por aqui. Só que com você é diferente, entende? Ao contrário das outras, ‘pra’ você o Marcelo olha diferente, qualquer um percebe, tanto que a loira oxigenada se sentiu ameaçada. Agora é bem verdade que ela não vai facilitar a vida de vocês. Mas você sabe, a vilã nunca fica com o mocinho nos romances! (ela reconhece) Que brega isso que eu acabei de dizer!

As duas riem.

BRUNA: A bebida afetou seu cérebro. Agora, vamos dormir?

FABIANA: É melhor.

| CENA 08 | REPÚBLICA / QUARTO GOIABA / INT. / NOITE.

Celso está na janela do quarto ouvindo música em seu MP3, com pensamento distante, admirando a lua. Cláudio, que acabara de sair do banho, chama o colega de quarto.

CLÁUDIO: Celso... (grita) CELSO!

CELSO: (irritado) O quê?

CLÁUDIO: ‘Tu’ vai acabar ficando surdo desse jeito, moleque.

CELSO: Não ‘tá’ alto. Só tava com pensamento longe.

CLÁUDIO: E tava pensando no quê?

CELSO: (tirando os fones do ouvido) Em nada, Cláudio. Quer saber até o que penso agora?

CLÁUDIO: Foi mal. Mas mudando o rumo da prosa. (receoso) Você não precisa “ir no” racha se não quiser, cara.

CELSO: Por que tá me dizendo isso agora?

CLÁUDIO: (sério) Não, por nada. É que além de você ser o maior cagão que eu conheço, amanhã é o primeiro dia de aula na faculdade. E como tu é muito responsável ‘pra’ essas coisas... Achei que não ia querer faltar.

Celso sai da janela e caminha até o amigo segurando forte sua mão, em um cumprimento particular dos dois. Olho no olho.

CELSO: ‘Cê’ sabe que eu não aprovo essas tuas ideias malucas. Mas eu não vou te deixar sozinho nessa, cara. Somos parceiros até o fim, esqueceu?

Cláudio afirma com a cabeça, como se tirasse um peso da consciência. Celso abre um sorriso quebrando o clima de seriedade.

CELSO: Além do mais eu não vou perder a chance de ver a Jaqueline de novo.

CLÁUDIO: Ah então é esse teu interesse ‘né’ seu safado!

CELSO: Acho melhor a gente dormir agora. Amanhã é o dia!

CLÁUDIO: Demorou!

| CENA 09 | REPÚBLICA / CORREDOR DOS QUARTOS / INT. / NOITE.

Celina repousa na poltrona no final do corredor. Ela está entre sonho e realidade, cochilando e acordando. De repente um barulho a desperta, ela levanta-se rapidamente e começa a fazer a ronda nos quartos. Porta por porta Celina verifica se seus inquilinos estão dormindo. Ao abrir a última porta, a do quarto Uva, ela suspira e sorri. Em seguida, no final do corredor, próximo à escada que dá acesso a sala, a mexicana abre a porta de seu quarto, dá uma última olhada para o corredor e entra.

| CENA 10 | GRANDE SÃO PAULO / EXT. / DIA.

MUSIC ON: (Flor do meu jardim – Faluja)

Nasce um novo dia. A câmera mostra imagens da cidade de São Paulo. As pessoas muito apressadas andam pelas ruas lotadas da cidade, o trânsito é caótico e há um congestionamento de vários metros. Corte de cena para o interior de um Gol vermelho engarrafado no meio dos outros automóveis. Nele estão Cláudio ao volante, Valeska no outro banco da frente, Vanessa e Marcelo no banco detrás. Fim da sonoplastia.

VALESKA: (histérica) Ai mais que saco, hein!!! Eu ‘tô’ derretendo de calor aqui dentro.

Ela aperta a buzina do carro com toda força.

CLÁUDIO: Fica calminha aí garota, olha o prejuízo!

MARCELO: Não vai adiantar nada quebrar a buzina do carro, Valeska.

CLÁUDIO: Do MEU carro, diga-se de passagem.

VANESSA: Desse jeito vamos chegar à faculdade na hora de voltar.

CORTA PARA O INTERIOR de um Ford preto que está logo atrás do Gol vermelho. Luciano está no volante, Fabiana no banco do carona, Bruna e Celso no banco de trás.

BRUNA: Chegar atrasada no primeiro dia de aula... Ninguém merece.

CELSO: Que trânsito caótico meu Deus.

FABIANA: Quer saber de uma coisa?!

Fabiana abre a porta do carro e arma o maior escândalo falando e gesticulando pra quem quiser ouvir.

FABIANA: Como é que é meu filho? Será que a gente sai daqui hoje? Todo mundo aqui tem o que fazer! Ninguém tem o dia todo não!

Enquanto os outros motoristas buzinam, ouve-se alguém gritar “volta ‘pro’ hospício sua louca!”. Fabiana se irrita e olha na direção do carro de onde veio a voz.

FABIANA: Volto sim. E chegando lá dou um abraço na senhora sua mãe!

Ela dá uma banana ao motorista que lhe xingou.

LUCIANO: Volta ‘pro’ carro, Fabiana.

Bruna e Celso riem da loucura dela, que entra no carro e bate a porta.

| CENA 11 | RODOVIA QUALQUER / EXT. / DIA.

A câmera mostra uma pista asfaltada com aquelas listras amarelas que dividem os dois lados da estrada, quase deserta. Observa-se ser uma BR. Dos lados do asfalto a areia é quase vermelha e há uma imensidão de vegetação verde adiante. Close em um Corsa azul marinho estacionado no acostamento. No interior do automóvel estão Igor e Jaqueline, ambos muito tensos e acomodados nos bancos da frente.

IGOR: (Impaciente) Nossa, mas que demora!

JAQUELINE: Será que eles desistiram?

IGOR: Provavelmente aquele ‘mané’ ficou com medo e deu cano na gente!

JAQUELINE: Talvez seja melhor assim. É um sinal. Vamos embora, Igor.

IGOR: Nada disso, garota. Eu quero correr. Eu quero sentir essa adrenalina mais uma vez e ver a cara daquele otário no chão quando eu vencer.

JAQUELINE: O que você fez no carro deles? Será que deu algum problema?

IGOR: Não, sem chance. E eu não fiz nada, quem fez foi um amigo (ele ri). E não se preocupa com isso. Ele deu um jeito de fazer com que o carro do Cláudio perdesse velocidade. Não tem perigo.

JAQUELINE: Desiste disso enquanto é tempo, Igor.

IGOR: (bravo) Qual é, Jaque? Veio aqui ‘pra’ ficar me azucrinando o ouvido?! Você disse que não vinha, depois resolveu vir, mas vê se fica calada e não me atrapalha.  Eu já disse que não vou desistir de nada. Se quiser sair do carro e só observar, sai. Mas fica de boca calada.

JAQUELINE: Grosso.

O celular de alguém vibra. Rapidamente Igor tira o celular do bolso e percebe que acaba de receber uma mensagem. Ele digita uma senha e lê o conteúdo da mensagem.

‘tamo preso’ no engarrafamento. 'vamo’ atrasar. só to avisando pra num pensar que desisti da corrida. vc já era, mané!!! bjo na gostosinha da tua irmã.  ass. Claudio

Igor olha seriamente para a irmã.

IGOR: Eles não desistiram.

Close em Jaqueline, tensa.

 
     

 

     
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