Antologia Nosso Amor: 3x07 - WebTV - Compartilhar leitura está em nosso DNA

O que Procura?

HOT 3!

Antologia Nosso Amor: 3x07

Conto de Matile Facó
Compartilhe:

 

 



Sinopse: Em "Os Meses", somos convidados a mergulhar mais profundamente na história de Clara e da protagonista, cujo relacionamento floresceu durante todas as estações do ano. Em uma cidade coberta de neve, o casal descobriu que o amor pode florescer mesmo nas condições mais frias. Cada estação trouxe lições valiosas, mas a promessa da primavera finalmente se tornou um lembrete de que o amor verdadeiro é eterno.

3x07 - Os Meses
de Matile Facó

Era o fim de outubro quando a conheci, num daqueles bares sujos que a cidade escondia nos seus becos. Era um desses lugares onde a poesia da decadência misturava-se com os goles amargos de cerveja, um poço de almas solitárias em busca de algo que ninguém conseguia definir. As músicas lentas e melancólicas do jukebox enchiam o ar e a noite tinha um tom de promessa não cumprida.

A vi de longe, com seus cabelos escuros que caíam de forma desleixada sobre os ombros, e um cigarro pendurado entre os dedos finos. Ela olhou para mim, como se nossos olhos estivessem predestinados a se cruzar naquele momento. Tomei coragem, atravessei o bar e pedi a bebida mais forte que tinham.

"Oi", disse, a voz suave como um sussurro.

"Oi", respondi, e ali, no meio daquela penumbra, algo aconteceu. Algo que não conseguia explicar, algo que só podia ser descrito como destino ou uma coincidência cósmica.

Conversamos por horas. Sobre a vida, sobre a cidade, sobre os sonhos que carregávamos e os que tínhamos deixado para trás. Foi fácil, como se já nos conhecêssemos há muito tempo. Ela ria das minhas piadas e eu me perdia no brilho dos seus olhos. Não era só a química entre nós, era algo mais profundo, como se nossas almas se reconhecessem.

"Vamos sair daqui?", ela sugeriu, e eu assenti. Deixamos o bar para trás, mas nunca nos separamos desde então.

Fevereiro chegou, e com ele os primeiros raios de sol de uma manhã gelada. O que começou naquele bar sujo havia se transformado em algo bonito, poderoso e real. Descobrimos que o amor não entende de gênero, idade ou qualquer outra coisa. Amei-a como nunca pensei que fosse possível amar alguém.

Nossa história é como um poema, uma canção de amor que ecoa no meu coração. A cada outubro que se torna fevereiro, celebramos mais um ano juntas, mais um ano daquele encontro no bar, mais um ano de nós.

Enquanto escrevo estas palavras, ela está ao meu lado, sorrindo. E embora o mundo possa ser complicado e muitas vezes insensível, o que temos é real, e é o suficiente.

Os meses passaram voando, como se a vida estivesse tentando nos lembrar de que o tempo é precioso. A primavera chegou, trazendo consigo uma explosão de cores e vida que se refletia no nosso amor.

Março foi o mês das descobertas. Descobrimos que gostávamos do mesmo tipo de café, que ambos preferíamos filmes antigos em preto e branco aos blockbusters modernos, e que o toque da sua mão na minha era como uma sinfonia que só nossos corações podiam ouvir.

Abril trouxe novos horizontes. Decidimos viajar para aquela cidadezinha costeira, onde as ondas do mar pareciam sussurrar segredos e os ventos carregavam o aroma da liberdade. Caminhamos de mãos dadas na praia, deixando pegadas na areia que marcavam nosso amor naquele lugar.

Maio foi o mês do medo. Aquelas palavras assustadoras, "amor não correspondido", pairavam sobre nossas cabeças como uma tempestade prestes a desabar. Era o medo de que, em algum momento, a vida nos separaria, que as circunstâncias ou o preconceito tentariam nos arrancar um do outro. Mas decidimos lutar contra isso juntas, de mãos dadas, como sempre.

Junho chegou com o calor escaldante do verão. Decidimos que era hora de enfrentar nossos próprios medos, nossas próprias inseguranças. Decidimos ser honestas, não só com o mundo, mas também uma com a outra. Era hora de enfrentar a família, os amigos, a sociedade.

E enfrentamos. De mãos dadas, enfrentamos os olhares julgadores, as palavras duras e as lágrimas. Descobrimos que, por mais difícil que fosse, tínhamos uma coisa que ninguém podia tirar de nós: coragem.

Juntas, enfrentamos o mundo sem medo. Era o nosso amor, único e verdadeiro, que nos guiava. No final, o que importa não é o que somos, mas quem somos juntas. E isso é o suficiente.

A história do nosso amor estava apenas começando a ser escrita, e mal podíamos esperar para ver o que os próximos meses nos reservavam. Como uma canção, como um poema, como uma história de amor, sabíamos que teríamos nossas notas tristes e alegres, mas o que importava era a melodia que criávamos juntas.

O verão estava em seu auge, e, como se estivesse seguindo a intensidade do nosso amor, o calor tornou-se quase insuportável. Era como se o universo estivesse testando nossa paixão, nossa determinação de ficarmos juntas.

Em julho, decidimos escapar da cidade e passar um tempo em uma cabana nas montanhas. Era um refúgio longe do mundo, onde o único som que podíamos ouvir era o canto dos pássaros e o sussurro do vento nas árvores. Lá, longe dos olhares e dos julgamentos, nos entregamos completamente uma à outra.

Em agosto, recebemos as bênçãos daqueles que realmente importavam, amigos que nos aceitaram sem reservas, que nos apoiaram incondicionalmente. O que temíamos ser uma batalha solitária se tornou um campo de amor e aceitação.

Setembro trouxe a decisão de dar o próximo passo, de nos mudarmos para um pequeno apartamento no centro da cidade. Foi um ato de coragem, um grito de independência e amor. Lembro-me da primeira noite, quando dançamos descalças na sala, como se o chão estivesse repleto de estrelas.

Cada dia era uma descoberta, cada noite uma celebração. Nossas risadas preenchiam o espaço vazio, e nossos corpos se encaixavam como peças de um quebra-cabeça que a vida havia finalmente montado. E, à medida que o verão começava a desvanecer em outono, soubemos que o amor entre nós só cresceria mais forte com a mudança das estações.

Mas também sabíamos que o inverno se aproximava, trazendo novos desafios. O frio, a escuridão e o desconhecido. Mas, como sempre, enfrentaríamos isso juntas, de mãos dadas, porque nosso amor era maior do que qualquer tempestade que a vida poderia jogar em nosso caminho. Afinal, o que é o inverno senão o prelúdio da primavera, quando a vida floresce novamente?

Enquanto o outono pintava as folhas das árvores em cores douradas e vermelhas, eu e Clara nos encontrávamos diante de uma nova estação de nossas vidas. Era um outubro diferente, cheio de expectativas, à medida que víamos a sombra do inverno se aproximando.

Nossa mudança para o apartamento no centro da cidade trouxe consigo uma onda de responsabilidades e desafios, mas enfrentamos tudo com coragem e resiliência. Montamos nosso lar com o mesmo cuidado e carinho que tínhamos um pelo outro, e cada dia ali era uma promessa de um futuro compartilhado.

O inverno não tardou a chegar, trazendo consigo um frio intenso que fazia nosso pequeno apartamento parecer ainda mais acolhedor. Às vezes, olhávamos pela janela e víamos a neve caindo suavemente, cobrindo a cidade em um manto branco. E, em meio ao inverno, encontramos nossa própria maneira de florescer.

Nossos amigos continuavam a nos apoiar, e a cada dia nos sentíamos mais gratas por tê-los em nossas vidas. Suas risadas e histórias aqueciam nosso coração nos dias mais frios. Através deles, entendemos que o amor pode florescer em qualquer estação, até mesmo no inverno mais rigoroso.

Finalmente, no início de março, a primavera começou a dar sinais de vida. O inverno, com todas as suas dificuldades, estava chegando ao fim. Mas em nossos corações, era a primavera o ano inteiro. Cada estação nos ensinou a apreciar o amor de maneira única. A paixão do verão, a estabilidade do outono, a coragem do inverno e a promessa da primavera.

Aquele inverno não foi apenas uma temporada de frio e desafios, mas um tempo para crescer e florescer, de aprender e de amar. No final, nosso amor não só sobreviveu, mas prosperou. Continuamos a enfrentar o futuro, pois sabíamos que, juntas, éramos capazes de superar qualquer obstáculo.

E assim nossa história de amor continuou, uma jornada repleta de todas as estações da vida. Cada momento, desde o nosso primeiro encontro em uma manhã de verão até o florescer no inverno, havia moldado nosso amor de maneira única. E eu sabia que, independentemente das estações que estivessem por vir, nosso amor sempre seria eterno.


Conto escrito por
Matile Facó

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Gisela Peçanha
Paulo Mendes Guerreiro Filho
Pedro Panhoca da Silva
Rossidê Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO



Copyright 
© 2024 - WebTV
www.redewtv.com
Todos os direitos reservados
Proibida a cópia ou a reprodução


Compartilhe:

Antologia

Antologia Nosso Amor

Episódios da Antologia Nosso Amor

No Ar

Comentários:

0 comentários: