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Projeto Biosfera 2: Capítulo 02

Minissérie de Marcelo Oliveira
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CAPÍTULO 02

Parte 1

26 de fevereiro de 2000.

O início do plantão noturno no berçário do Lakerside Medical Center, São Francisco, Califórnia, EUA, parecia seguir a rotina de sempre: a enfermeira passeia entre os recém-nascidos, acalenta alguns "reclamões", verifica a temperatura ambiente e o horário dos medicamentos. Súbito, a passagem de dezenas de macas contendo corpos de banhistas chama atenção. Os plantonistas descartam a hipótese de naufrágio próximo a orla, pois, não havia comunicado da Marinha e os defuntos trajam roupas de praia. Os corpos são deixados em cima de macas, antes de entrarem em geladeiras, para as autópsias. Enquanto os médicos responsáveis tentam notificar o ocorrido, gritos desesperados surgem através dos corredores. Os defuntos se levantam e começam a atacar qualquer um que estivesse ao alcance. Funcionários, médicos, enfermeiras, crianças ou idosos são dominados pelos defuntos. As cenas de terror e desespero se multiplicam, os defuntos estão canibalizando quem eles conseguem prender. Um segurança dispara várias vezes, mas os projéteis não surtem efeito.

Instintivamente, a enfermeira apanha uma das crianças e se esconde debaixo do balcão, depois consegue ligar o celular.

"911 Emergência, em que posso ajudar?"

— Po-por favor, venham rápido, ajudem, e-eles estão matando todo mundo... — a enfermeira sussurra entre soluços e embalando o bebê em seu colo. "Não chora, por favor, não chora!"

"Alô? Alô? Pode repetir?"

— A-ajudem, po-por favor... — o bebê começa a se contorcer incomodado.

"Onde você está, qual é a emergência?"

— E-eu na-não posso falar alto, eles vão me ouvir, e-eles... "não chora meu amor, por favor"! — o grande vidro panorâmico é quebrado, a porta do berçário arrombada, alguns defuntos entram se arrastando, os bebês choram copiosamente — Não, não, por favor, não! São só bebês... não, me soltem, aaaahhh!

"Alô? Alô, você ainda está aí? Alô"

— Fo...me! — a voz rouca e fria contrasta com os berros de bebês e vítimas.

Estouros, gritos e pânico se espalham rapidamente pela cidade. Ataques semelhantes acontecem em várias partes do mundo.

31 de dezembro de 2002

A porta de acesso da Biosfera 2 é aberta, a luz solar ofusca um pouco a visão da equipe, o calor excessivo do deserto também incomoda, mas o que deixa Dmitri mais irritado não são as condições climáticas:

— Ué, cadê todo mundo? Aí, Zhao, cadê a comitiva para receber os heróis? Isso é algum tipo de piada?

— Pela última vez, dr. Yvanovitch, me chame de dr. Lee. — o coordenador do projeto parece irritado.

— Dr. Lee, o Dmitri está certo, será que erramos a data? — Yrina intervém.

— Não, absolutamente, dra. Stepanenko, nossa contagem de tempo é perfeitamente funcional. — Lee responde constrangido.

— Aqui senhores, pelo menos, nós temos transporte. — Armand e Suzana levantam a lona que cobre dois veículos elétricos off-road.

— Meu Deus, eu não acredito! — o grito de Suzana assusta — Chocolate! Olha colegas, bolsas térmicas cheias remédios, água e tabletes!

Yrina, Carmen, Emilia e Dilson correm ao encontro da colega. A euforia dos doutores dá a noção exata da abstinência.

— Nossa, que delícia. Esse pessoal sabe como tratar uma dama. Meu Deus, como é gostoso. — Suzana não se contém de felicidade.

Dmitri se aproxima de Zhao e apoia em seus ombros:

— Eu não acredito que depois de todo esse tempo, você ainda quer bancar o manda-chuva comigo, Zhaozinho.

Dr. Lee se afasta com agressividade e retira o braço do colega de seu ombro.

— E eu não acredito que o senhor acha que tem esse tipo de liberdade. Por favor, tome o outro veículo e vamos para base.

Antes de embarcar, Zhao encontra o telefone de satélite, mas não obtém sucesso na chamada. Zhao, Emilia, Armand e Suzana seguem em um veículo, enquanto Dmitri transporta Dilson, Yrina e Carmen. A base fica na cidade mais próxima, em Tucson, cerca de 65 km e eles levam uma hora para cruzar o deserto. Na cidade, porém, não havia ninguém nas ruas.

Assim que atravessam a Avenida S. Granada e chegam ao Distrito Policial, os carros desligam por baixa energia. Os homens desembarcam e se reúnem a frente dos carros:

— Zhao, que merda é essa, cadê todo mundo?

Zhao ignora Dmitri e entra na delegacia, acompanhado por Armand. Dílson também está assustado:

— Dmitri, eu não estou entendendo, aqui não devia estar cheio de gente?

— Sim, Dilson, por isso eu perguntei ao Zhao.

— Dmitri, para de provocar o dr. Lee, ele já te pediu respeito. — Yrina desembarca do carro.

— Ah, cala boca Yrina, pensa que não eu sei dos teus rolos com aquele frutinha?

— Você não tem jeito, Dmitri. — Carmen comenta sem tirar os olhos das ruas. — Mas, já passou da hora de amadurecer, esse tipinho de rebelde sem causa já deu, né?

— Você não reclamava do meu jeito nas noites de frio. Falando nisso, Carmencita querida, que tal a gente tomar um banho e comemorar o réveillon, o que acha, heim?

Carmen olha para Dmitri com um sorriso sarcástico:

— Deixa eu tentar desenhar pra você, prefiro ser comida viva por um bando de sem-teto, viciado, do que voltar a te ver pelado. — Carmen solta um beijinho.

Dílson gargalha em voz alta. Armand grita da porta da delegacia:

— Pessoal, vamos entrar, já vai escurecer.

Logo em seguida um estrondo ocorre e deixa todos em estado de alerta.

— Dr. Lee, o que acha que foi isso? — Armand fala enquanto volta para a rua.

Súbito, uma multidão surge na esquina. Suzana aponta para eles e corre em sua direção acenando e gritando. Entusiasmada, ela se aproxima do homem a frente do grupo. Somente quando ele a segura com firmeza, Suzana percebe a falta de expressividade nos rostos e movimentos desconexos entre os membros. Antes que pudesse dar meia-volta, eles a agarram pelos cabelos. Sem equilíbrio e fraca demais para resistir Suzana cai no meio deles. As pessoas começam a abocanhá-la ferozmente. A multidão cresce em cima dela e a cerca rapidamente. Os gritos da ambientóloga são aterradores, os cientistas ficam paralisados diante da cena, que acontece a poucos metros de distância. Os braços, pernas, barriga e pescoço são dilacerados sem piedade. O sangue espirra a cada dentada, Suzana é canibalizada como se fosse um animal.

Todos correm para dentro da delegacia e travam as portas.

Minissérie de
Marcelo Oliveira

Personagens
Dr. Zhao Lee Dr. Dmitri Yvanovitch Dra. Yrina Stepanenko Dra. Carmen Sampuska Dr. Armand Samperes Dra. Emilia Watson Dr. Dilson Martins Dra. Suzana Acuña Participações Especiais Guilherme Ricardo Doug Théa
Direção
Carlos Mota

Produção
Bruno Olsen


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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