Antologia Minhas Primeiras Linhas: 1x02 - O Morador de Rua e o Monstro - WebTV - Compartilhar leitura está em nosso DNA

O que Procura?

HOT 3!

Antologia Minhas Primeiras Linhas: 1x02 - O Morador de Rua e o Monstro

Conto de Tomás Concato Rianho
Compartilhe:

 

 

Sinopse: A vida de Leo, um simples camponês, muda de forma drástica após o encontro com um morador de rua.


1x02 - O Morador de Rua e o Monstro
de Tomás Concato Rianho

Num reino distante, vivia pacificamente um rei. Em seu reino havia harmonia, e seus habitantes não sentiam vontade de sair de lá. As terras produziam o necessário para o sustento de todos e dificilmente algum acontecimento ruim chegava a atrapalhar a vida das pessoas. Também neste reino vivia um homem chamado Leo, um camponês que tinha uma vida muito humilde. Ele acordava todo dia bem cedo para a labuta. Como trabalhava do outro lado da cidade, precisava atravessar o reino inteiro.

Um dia, como todos os outros, ele ia para o trabalho. No meio do caminho ele encontrou um morador de rua, tão sofrido que não havia mais dentes em sua boca. Então Leo se aproximou do homem e disse:

– Você precisa de alguma coisa? Comida? Água?

– Não, obrigado.

– Mas você está muito mal, tem certeza que não precisa de nada?

– Tenho sim, meu caro cidadão.

Leo achou muito estranho o misterioso homem ser tão educado, então lhe perguntou:

– Amigo, como você veio parar aqui?

Então o homem virou a cabeça e não respondeu. Os dias passaram e o camponês sempre passava na frente do homem e ficava curioso para saber como que ele foi parar lá. Até quem um dia ele não se aguentou, chegou para o morador de rua e falou:

– Vamos fazer um acordo. Eu te trago um prato de comida todos os dias e você me fala como você veio parar aqui.

O homem insistiu que não queria ajuda, mas quando Leo tirou um pedaço de pão do bolso o homem aceitou na hora. Então, o homem comeu e Leo falou:

– Agora é sua vez de cumprir o acordo.

O homem, muito feliz por Leo tê-lo ajudado, respondeu:

– Ok, vamos lá. Há uns 15 anos atrás eu era chefe da guarda real e o rei deu a missão à minha brigada de encontrar uma criatura esquecida pelo homem: um monstro que nenhum homem sequer conseguiu provar sua existência. O rei sabia que, caso a fera existisse, seu corpo poderia lhe render um bom dinheiro, e isso poderia acabar com a pobreza – daquela época – do reino. Então, eu lhe perguntei o que iríamos ganhar com aquilo. Ele nos respondeu que os guardas ganhariam uma boa quantia de dinheiro, enquanto eu ganharia seu lugar no trono quando morresse. Sabendo disso, seu filho não gostou muito da ideia.

Bom, partimos em busca da fera. Dias depois de intensa marcha, chegamos a uma cidade onde morava um homem que dizia saber onde habitava o monstro. Batemos em sua porta e ele prontamente nos atendeu com um sorriso no rosto. Ele também perguntou o que queríamos, então explicamos nossa situação. Esse morador nos indicou o caminho para a caverna da fera.

Depois de dois longos meses de caminhada chegamos ao lugar que ele falou, uma caverna de paredes de cristais e piso de mármore. Entramos nesses aposentos e, depois de horas de exploração indo cada vez mais caverna adentro avistamos a tal criatura: um dragão de três cabeças, um corpo escamoso de coloração avermelhada e um rabo cheio de espinhos. Não hesitamos e atacamos a criatura. Depois de uma longa batalha com muitas perdas, conseguimos abater o monstro e levamos o corpo da fera para o rei.

Prestes a finalmente regressar ao reino, o filho do rei armou uma emboscada e nos impediu de retornar. Ele nos ameaçou de morte, e então tivemos que lhe dar o corpo do dragão e, com isso, ele também levou todo o crédito pela morte do monstro. Sem utilidade para vossa majestade, fui dispensado, fiquei sem dinheiro e sem trabalho.

Leo, inconformado com o relato do morador de rua, levou-o para o castelo e exigiu falar com o rei, mas ao invés disso o chefe da guarda veio até ele e perguntou:

– O que você quer?

– Esse pobre homem exige falar com vossa majestade.

– Você acha que vou levar esse morador de rua, todo sujo e nojento, para falar com o rei? Achou errado.

Então Leo e o morador de rua voltaram para a cidade e criaram um tumulto para que os guardas reais fossem enviados para conter essa rebelião. Uma vez fora do castelo, Leo e o morador de rua entraram escondidos e foram falar com o rei, que no relato do ex-chefe da guarda real era ainda o traiçoeiro príncipe. Logo que encontraram o rei em seus aposentos, Leo já esbravejou:

– Seu mentiroso. Mentiu para todas as pessoas durante anos e não sente nem um pouco de vergonha na cara.

– Eu não sei quem é você.

Então Leo falou:

– Exigimos o tro..

E quando Leo olhou para o lado o morador de rua, que na verdade era um príncipe de um reino inimigo disfarçado, cravou sua faca no peito do rei. Em seguida, matou Leo, e fugiu.

O pior disso tudo é que até hoje ninguém sabe se realmente esse homem misterioso realmente matou a fera e teve seu direito ao trono negado.

Conto escrito por
Tomás Concato Rianho

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Francisco Caetano
Gisela Lopes Peçanha
Lígia Diniz Donega
Pedro Panhoca
Rossidê Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO



Copyright 
© 2022 - WebTV
www.redewtv.com
Todos os direitos reservados
Proibida a cópia ou a reprodução


Compartilhe:

Antologia

Antologia Minhas Primeiras Linhas

Episódios da Antologia Minhas Primeiras Linhas

No Ar

Comentários:

0 comentários: