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Flor-de-Cera: Capítulo 17

Novela de Carlos Mota
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FLOR-DE-CERA - CAPÍTULO 17


Um gemido apavorante, no final do corredor, atrai sua atenção e, para lá se dirige, a passos lentos. As mãos gélidas, sem controle, pingam suor, enquanto o corpo, aparentemente dopado, se enverga, vez ou outra, como se quisesse cair, tal a indisposição. Ainda assim, mantém-se firme e chega ao biombo, que está isolado dos demais pacientes por uma cortina branca, manchada por vômito. Bastava um puxão para que pudesse, enfim, reencontrá-la.
“E quem não a conhece, dona Catharine Dumont? É uma lenda viva, um mito; cheguei a pensar, inclusive, que não existisse, que não passasse de mera fantasia da cabeça dos principienses – sorri. – Mas como é bom ter me enganado, porque é tão real como eu! Pelo menos eu acho...” – lembra-se das últimas palavras ditas horas antes à filha dos pioneiros de Vila dos Princípios. – Que fim triste – lamenta-se.
Sem titubear, arranca a cortina com um único golpe.


O homem de meia idade, barriga de fora, com muitos pelos ao peito e poucos fios de cabelo, está sentado em uma cadeira sem encosto, apoiado ao balcão do pequeno boteco, de onde se avistam garrafa e copo. Ao seu lado, um garoto pré-adolescente, descalço, também sem camisa, empina a pipa, que de tão alto, parece beijar o céu, tendo como espectadores, as centenas de vítimas do Bairro das Flores.

O garoto está feliz e isso comove a visita, que se aproxima, sem grande alarde.

– Senhor?!

– Qui é? – pergunta o homem, aparentemente acanhado com os trajes chiques do camarada. – Qui que se qué? Num devu nada pra ninguém, pru quê intá mi enchenu?

– Acalme-se, quero apenas uma informação. Pode me ajudar?

– Qui informação? Fali logui, desimbuchi!

– Onde posso encontrar seu Zé dos Cobres? Preciso muito falar com ele!

– I quem é u sinhô? Pur acarso é argum aproveitadô, um desses repórti qui apareci aqui e firma nóis?

– Não! Sou apenas um amigo! Se puder me ajudar, agradeceria!

– Quar seu nomi?

– Não reconhece mais as visitas, Tonhão? Esse é o digníssimo doutor Alberto Médici, líder da oposição principiense – interrompe o idoso de cabelos ralos e bigode quase chegando à orelha, saindo dos fundos do bar. – Que honra recebê-lo em meu estabelecimento! – aperta a mão do político. – Não ligue para o Tonhão, ele é apenas mais um bêbado daqui.

– Bê-bêbadu? Ieu? Naum sinhô, sô muito machu!

– E o que a macheza tem a ver com a bebida? Só mesmo você para me tirar um sorriso, homem.

– Qual sua graça, senhor? – pergunta Alberto.

– João, mas para os íntimos, apenas Bigode!

O líder do PRVP ri.

– O senhor está atrás do Zé? Pois ele está lá embaixo, diante de seu barraco, como sempre, chorando a morte da família. Coitado desse homem! Tão bom! Não merecia o destino que a ele Deus reservou!

– Nada acontece por acaso, seu Bigode; minha vinda aqui é uma prova disso! Se me der licença!

– Toda, doutor! Fique à vontade!

Alberto desce o morro, deixando o velhote encasquetado.

– Qui essi sujeitu qué aqui?

– Também queria saber, Tonhão! – coça o bigode com a delicadeza de uma dama.

Alberto atravessa o bairro, em meio à lama. Está comovido com o estado daquele lugar, com as famílias carregando para os caminhões o pouco que tem. A enchente de outrora alagara muitos barracos, o morro não poupou nem os mais velhos, porque à sua frente, os bombeiros resgatam o corpo de uma idosa, há dias desaparecida. O odor entorpece a razão, faz qualquer ser, por menor que seja sua fé, acreditar em alguma coisa; e os que se entregam ao desespero, surtam, cometem barbáries e terminam atrás das grades. A revolta está estampada à face daquele povo, está no sangue, não por acaso, os que o reconhecem como político, agridem-no com palavras de baixo calão.

Apesar disso, Alberto não se intimida – como fariam muitos abutres de palanque, apenas abaixa a cabeça. Anda, ainda, por longos minutos, e cada vez mais embrenhado naquele lodaçal de dor, não percebe as forças lhe fugirem; quando estas o ameaçam deixar de vez, senta-se sobre aos escombros de uma casa de palafita e respira bem fundo.

– O que faz aqui? – cobra Zé dos Cobres, às suas costas. – Quem é o senhor e por que está à minha procura?

– Meu nome é Alberto – levanta, se ajeitando, para cumprimentá-lo. – Alberto Médici.

– O que o senhor quer comigo? – pergunta, ressabiado, diante daquela figura alinhada. – Fiquei sabendo que percorreu todo o Bairro das Flores à minha procura. Em que posso lhe ser útil, senhor?

– Podemos conversar em um outro lugar, de preferência, a sós, seu Zé dos Cobres?

– E sobre o que seria nossa conversa? Não o conheço!

– Acalme-se, Zé, sou da paz. Como já disse, meu nome é Alberto e aqui represento o PRVP, Partido Reden...

– Eu sei o que representam essas iniciais, senhor Alberto. É mais um partidinho político querendo se aproveitar da dor alheia, não é?

– Não, Zé, estamos aqui para tentar resolver os problemas dessas pessoas, que não são poucas, para isso, precisaremos muito de sua ajuda.

– De minha ajuda? Como assim? – surpreende-se. – Seja mais claro!

– Venha comigo e entenderá! Venha! Não tenha medo, só quero o seu bem e o de seu povo! – tranquiliza-o o político.

– Não temos nada o que conversar – resiste.

– Temos, sim! Veja o estrago que a chuva fez a essa gente, as casas estão no chão, muitos morreram, inclusive seus familiares. Veio alguém aqui lhes oferecer ajuda? O prefeito cumpriu com a palavra? Deu-lhes mais do que as promessas alçadas ao vento? Não! Ele não está nem aí para vocês...

– ...Disso eu sei! – completa. – Pena que muitos não acreditam em mim. Sabe de uma coisa, seu... seu... seu coisa, o mundo seria melhor se não existisse política – a revolta explode por meio das palavras. – Seria muito melhor!

– Não, Zé, o mundo seria melhor se políticos feito Tanaka e George não existissem; eles são o ranço de uma época controlada pela ditadura, marcada pelo sangue dos inocentes, daqueles que se encorajavam a procurar a imprensa para denunciar todo tipo de mazela, recebendo como prêmio, uma bala na cabeça. Mas, o mundo mudou, hoje somos livres, pelo menos imaginamos, e podemos dizer tudo o que antigamente nos proibiam.

– Sim, e daí? Falar faz diferença? Estamos cansados de falar, de berrar, e ninguém nos ouvir. Quer saber de uma coisa? “A política só serve para dividir o povo. É uma bobagem, pois faz o povo confiar em um homem, que não pode fazer nada por nós. Se você não tiver sua vida, você não tem nada...”.

– Zé, você repetiu a frase de Bob Marley?¹ – impressiona-se com a destreza intelectual do vendedor de ferro velho.

– E por que a surpresa? Será que só porque moro aqui, junto a esse povão, devo ser considerado inculto, incapaz de ler, escrever ou mesmo imaginar? Pois saiba, leio muito, até demais, porque é por meio da leitura que me desprendo desse planeta e vou... – o choro lhe vem à boca.

– Vai aonde, Zé? Fale! – insiste, encantado com sua viveza.

Olhando para os cantos, o coitado encontra sua gente de joelhos, pedindo o amparo de Deus, e se comove, a ponto de preferir o silêncio dos sentimentos à dor das palavras.

– Fale, homem, sou todo ouvidos.

– ...para um mundo melhor que esse, onde não haja fome, sede, cheiro de morte! – completa. – Entende, doutor?

– Isso é impossível, infelizmente!

– Impossível? – a descrença do político o instiga. – Por que acha isso?

– Enquanto houver dinheiro em jogo, poder para ser disputado, o homem jamais olhará para a condição de seus irmãos! Talvez seja o único ser incapaz de abrir os braços e receber um companheiro sem exigir interesses em troca.

– Pois então, o que faz aqui? Não é um desses seres, senhor? Alberto arregala os olhos e emudece, está completamente extasiado com as palavras do pobre, que de pobre mesmo, só tem a condição social.

– O bicho comeu sua língua, doutor? – desafia.

– Certa vez, Alfred de Musset, um poeta francês do século XIX, escreveu: “A política é uma delicada teia de aranha em que lutam inúmeras moscas mutiladas”. Essa é a minha resposta, Zé! Sei que é capaz de ler as entrelinhas de minha mensagem!

– E seremos outras moscas a lutar por um pedaço de carne podre? As varejeiras?

– Não, seremos as moscas que, mesmo sem parte do corpo, vencerão a aranha, no grande combate pela sobrevivência.

– E o senhor acredita mesmo nisso?

– Se eu não acreditar, quem acreditará?

– O senhor é boa gente! – sorri, fascinado pela essência do nobre político, em cujas palavras há um toque de sutileza e bom senso. – O que o senhor quer, afinal? Estou pronto para ouvi-lo.

– Venha comigo e saberá! – Alberto lhe estende as mãos. – Venha! Assim poderei lhe mostrar que a política, como produto da transformação social, ainda é possível. Eu acredito nisso, e você, não?

– Ernestina??? O que faz nessa maca??? – pergunta o vereador George Dumont, ao passar pela recepção do hospital e encontrá-la na sala de observação, na companhia de Moacir. – Fale, criada, o que faz aqui? Cadê Catharine? Fale! – volta-se para o motorista. – O que ela faz aqui, caipira? – aponta para a empregada.

– Ela intá mal, dotô! A moça da rispição disse qui ela inté dismaiô. Mais num sei pruquê, tudo acunteceu inquanto ieu guardava u carru.

– Desmaiou? Como assim? Para ela estar em cima de uma cama porque o acontecido com Catharine é mesmo grave.

– A bicha tá zoró, olha, tá até virando os “zóio” – Tanaka gargalha, após lhe checar a pupila. – Não tá vendo, deram pra ela um sossega leão.

– Cale-se, Tanaka! A coisa é séria. Onde está Catharine, caipira?

– Ieu num sei naum dotô, achu qui ela...

– Essa mistura de jegue com mula não sabe de nada! – reclama o prefeito. – Não seria melhor perguntar à recepcionista?

George se retira. Na recepção, recebe a informação de que a esposa está na unidade intensiva, com a visitação proibida.

– Não poderei vê-la agora? – seus olhos crescem à medida que os da mulher se escondem. – Que audácia! Com quem pensa estar falando, criatura? Sou o vereador George Du...

– ...Tá, tá, tá, todo mundo sabe o seu nome – entrecorta-o o prefeito, amedrontado com a repercussão de um possível escândalo –, portanto, guarde-o para você! – volta-se para a funcionária. – Filha, vem cá – puxa-a para um canto discreto do balcão –, não ligue pra ele, sabe como é, está preocupado com a raparig... com a esposa, por isso, todo esse drama. Sabe, sei das regras do hospital e de que uma pessoa em leito intensivo está quase à beira da morte; entretanto, o que poderia ser feito para amenizar a dor de meu “chegado”? – roça o dedão no indicador. – Está precisando de alguma coisa? Talvez umas cinquenta pratas? Melhor, cem? A vida está difícil, né? E se lhe desse esse agradinho, quebraria o galho pra gente? Vai ser rapidinho. Posso contar com seu vot... quer dizer, apoio?

– Sabe como é, prefeito, a situação tá crítica lá em casa, e “cem pila” não resolveria meus problemas, quem sabe duzentas.

– DUZENTAS PRATAS??? EITA! – impressiona-se com a malandragem da recepcionista e solta um berro, atraindo para si, a atenção dos presentes. – OPS, DESCULPEM, FOI MAL!!! Duzentas pratas? Me deu até sede. Ave! – entorna a garrafa, deliciando-se com as últimas gotas do saquê. – Tá certo, pois tome, sua lambis... querida!

A mulher recebe duas notas de cem e, enrolando-as apressadamente, mete-as no bojo do sutiã.

– Podemos subir? – pergunta o vereador, inconformado com a situação.

– Vocês terão exatos vinte minutos para visitarem a paciente.

– MAIS ISSO É UM ROU... quer dizer, só isso? – Tanaka se exalta. – Por quê?

– Dentro de vinte minutos, o enfermeiro padrão daquele pavilhão retornará do jantar, e se os encontrar lá, chamará os seguranças.

– Isso aqui tá pior que lobby de político. O assalto é a mão desarmada! Aff!

– O que disse, prefeito? – pergunta a mulher, fingindo-se de tola.

– Nada! Nada! Como é bom conhecer pessoas que sabem negociar, não é? – dá um sorriso amarelo.

– Agora vão, vão, o tempo está correndo – alerta.

Ambos caminham em direção ao elevador; ao virar a cabeça para trás, Tanaka percebe o sinal que a recepcionista faz para que o segurança os libere.

– Em que mundo estamos, né, George? O povo só pensa em lucrar, fazer caixinha com a exploração alheia. Ave! Duzentinha por vinte minutos? Hum! Cem por dez! Isso é ser desonesto demais! Graças a Deus, desse mal eu não morro!

– Cristo, o que faz aqui? – exige Rubens, dentro do C.T.I., bastante atormentado com a presença do jornalista. – Tem noção do risco que trouxe a essas pessoas? Elas estão frágeis, qualquer vírus, por mais inofensivo que seja, poderá levá-las à morte.

– Mas... mas não é do-do-dona Catharine Dumont!!! – profere, abismado, identificando o corpo. – É o motorista!

– O que faz aqui? – pega-o pela gola da camisa, com os olhos grandes e vermelhos.

– É do jornal, não é? Como um urubu, quer ser o primeiro a se servir da carne fresca! Pois não deixarei! Fora daqui! Fora! César – grita por um dos residentes –, acione a segurança.

– Não, não é preciso, eu já estou indo! – diz Pietro, soltando-se. – Joaquim está morto, é isso mesmo?

– Fora! Fora daqui! Vá! – ordena o médico, visivelmente emocionado.

– E onde está dona Catharine? Por favor, me diga! Não vá me dizer que... que... ela também morreu? Não estou aqui como jornalista, apenas como um amigo.

As palavras do rapaz inquietam o médico, que se cala.

– A-MI-GO? – estranha ele, perguntando a si mesmo. – SERÁ?

– ELA MORREU? RESPONDA-ME! – exige o rapaz.

– Amigo de dona Catharine Dumont? O senhor?

– Não dê ouvidos a ele, doutor, deve estar blefando! Meu irmão também é jornalista e já me ensinou a arte de se enganar as pessoas com pérolas desse tipo – afirma o residente, achegando-se –, porque, o que realmente importa à imprensa é o furo de reportagem.

– Não... não... juro! – Pietro tenta se justificar. – Eu... eu...

– Por favor, saia! – reitera o médico.

A comoção do jovem redator com a possível perda da descendente de Franceline ganha a atenção de Rubens, que o acompanha à distância, até ele deixar o C.T.I.

– Como quer que eu registre o óbito? – questiona outra residente, estranhando o fato de ele não retirar os olhos do jornalista. – Doutor, está me ouvindo?

– Sim, sim, Stela! Parada cardiorrespiratória, ocorrida às – olha para o relógio – 18h12 do dia 18 de janeiro. – Amigo de Catharine? – confidencia-se. – Que estranho, nunca soube que ela tivesse amigo que não fosse da alta sociedade. Muito estranho!

– Posso levar o obituário à secretaria, doutor?

Ele faz um sim com a cabeça.

– Você não resistiu, não é? – volta-se para o motorista. – Todas as injustiças que sofrera ainda virão à tona, e quando isso ocorrer, estarei lá, diante de seus algozes, pronto para exigir Justiça. Minha voz ecoará dentro da multidão, assim como o trovão! Tenha certeza – seus olhos se compadecem, seu nome não será esquecido; entrará para a História como o de um mártir.

– Por que ele não respondeu? Isso quer dizer que ela ainda esteja viva, só pode ser! – intriga-se Pietro, desnorteado, tentando ligar os fatos. – Ela deve estar viva! Isso! Ela está viva! Claro! Mas onde?

Sem rumo, caminha para o elevador, que se abre, trazendo Tanaka e George.

– O que está fazendo aqui, rapaz? Quem lhe autorizou a subir? – pergunta o vereador, visivelmente alterado.

– Xi! Esse sujeitinho de novo? Ninguém merece! Aff! – resmunga o prefeito. – Acho melhor reclamar com os mantenedores, o lugar anda muito mal frequentado.

Com os lábios trêmulos, o noticiarista não encontra palavras para se justificar.

Encerra com a música: (Para Todo Sempre - Marcus Viana e Transfônica Orkestra)

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1. Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley, foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, famoso por popularizar o gênero. Grande parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos.



autor
Carlos Mota

A novela "Flor-de-Cera" é remake de "Venusa Dumont - da memória à ressurreição" de Carlos Mota
 
elenco
Grazi Massafera como Catharine Dumont
Thiago Lacerda como George Dumont
Ricardo Pereira como Joaquim
Elisa Lucinda como Ernestina
Carlos Takeshi como Tanaka Santuku
Miwa Yanagizawa como Houba Santuku
Jesus Luz como Pietro Ferrara
Lucinha Lins como Franceline Legrand Dumont
Lima Duarte como Dilermando Dumont
Herson Capri como Doutor Rubens Arraia
Tonico Pereira como Moacir
Werner Schünemann como Paineiras Ken
Rosi Campos como Adelaide
Humberto Martins como Alberto Médici
Cauã Reymond como Ricardo
César Troncoso como Zé dos Cobres
Ilva Niño como Josefa
Selton Mello como Zelão
Matheus Nachtergaele como Meia-noite
Caio Blat como Delegado de Vila Bonita
Caio Castro como Leandro
Alexandre Borges como Doutor Jaime
Caroline Dallarosa como Carmem
Fernanda Nobre como Stela

participação especial
Stênio Garcia como Doutor Lúcio
Drica Moraes como Desirê
Marco Nanini como Chico Santinho

atores convidados
Ary Fontoura como Doutor Tobias
Alexandre Nero como Júlio Avanzo
Elizangêla como Maria

a criança
Valentina Silva como Alana

trilha sonora
Lágrimas da Mãe do Mundo - Sagrado Coração da Terra (abertura)
Para Todo Sempre - Marcus Viana e Transfônica Orkestra


desenhos
Andrea Mota

produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO



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