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Funerária Dois Irmãos: Capítulo 19

Novela de Marcelo Caronesi
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FUNERÁRIA DOIS IRMÃOS - CAPÍTULO 19




 

            A noite está escura, sem lua. Na estradinha de terra, um homem franzino caminha; um típico roceiro, com camisa de botão fechada até a metade e calça curta, mostrando as finas canelas; ele usa um chapéu de palha. Ele está embriagado e anda quase tropeçando nos próprios pés.

         Um barulho na mata chama a sua atenção; ele para. Se balançando, tenta olhar para dentro da mata, sem êxito. Não há mais barulho. Ele, então, se põe a andar novamente. O barulho recomeça. Incomodado com o barulho, ele para.

         – Quem  aí? – pergunta ele, virado pra mata.

         Ele retoma a caminhada, desta vez mais rápido. O barulho na mata fica mais rápido e alto. São passos. “Puta que pariu! Se for a onça eu  fodido”, pensa o caipira. Ele para novamente e vai até a beirinha da estrada.

         – Óia, se eu descobrir que arguém tá de brincadeira, cê vai ver só uma coisa – ameaça.

         Ao se virar, dá de cara com uma pessoa vestindo um manto negro com capuz. Ao que tenta se afastar, tropeça e cai. Ele se afasta rastejando, até se levantar e começar a correr.

         – Sai! Me deixa! O que que cê quer? – grita o caipira, correndo.

         Ele corre, sendo perseguido pelo homem encapuzado. Seu chapéu voa da cabeça. Ele percebe a aproximação do velho ônibus da linha Taubaté-São Pedro da Cachoeira. Ele, então, começa a gritar e fazer gestos, na tentativa de chamar a atenção do motorista. O barulho do motor do veículo fica mais próximo. Numa curva da descida da serra, tanto o caipira quanto o encapuzado veem o ônibus, já bastante próximo. Subitamente, o homem encapuzado dá um empurrão no caipira, que cai na estrada, em frente ao ônibus. Rapidamente o encapuzado pula para dentro da mata.

         O veículo dá um salto, como se tivesse passado sem frear num lombada. Os gritos contra o motorista são instantâneos. “Dirige direito aí”, “que que foi isso?”.

         O motorista, com ar sonolento, responde:

         – Não sei. Deve ter sido um bicho. Com esses farol não dá pra ver nada – explica o motorista.

         A chiadeira aumenta quando ele diz que vai descer pra ver se houve alguma avaria no veículo e inspecionar o que causou aquele salto.

         Descendo pela ribanceira, o homem encapuzado descobre a sua cabeça; é Odílio. Ele está acompanhado de Odilon. Dali, ambos conseguem observar a movimentação do motorista e de alguns passageiros, acima, na estrada.

         – Você fez um bom trabalho, Odilon – elogia Odílio.

         Odilon está visivelmente assustado e incomodado por ter sido obrigado a participar daquilo.

         – Fica tranquilo, viu, ô. Nós vamo pela beira do rio. Quando chegar em casa, eu deixo essa roupa e nós vamos lá pro bar do Pereira. A gente bebe alguma coisa e esquece isso.

         Odilon permanece paralisado e inconformado, tendo os olhos cheios d’água. Odílio bate em seu ombro.

         – Vamo! Esquece isso.

         E ambos saem caminhando pelo meio da mata escura.

escrita por
Marcelo Caronesi

elenco
Odilon
Odílio
Tereza
delegado Ferreira
Onça-parda

tema
Canções de Assassinato 

intérprete
Confraria da Costa

direção
Carlos Mota

produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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