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Cine Virtual: O Duende da Lâmpada

Conto de Jacqueline Quinhões da Luz
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Sinopse: Aquele parecia ser um Natal como todos os outros, mas Marina mal sabia que viveria algo que jamais esqueceria e tão pouco que receberia de um inusitado amigo a realização de um desejo. Mas há algo que não se pode esquecer, devemos ter muito cuidado com o que desejamos, principalmente quando pedimos a um...


O Duende da Lâmpada
de Jacqueline Quinhões da Luz


Estavam no mês de novembro e Marina já estava pensando na decoração de Natal. Em sua casa era ela quem organizava tudo, amava essa época e todo ano sempre procurava algo diferente para colocar na decoração.

A caminho do trabalho tinha uma loja de antiguidades, sempre que passava na frente da vitrine, ficava observando as novidades, já tinha comprado para sua mãe alguns globos de Natal muito bonitos naquela loja. Naquele dia ao passar por lá, algo lhe chamou atenção. Era um tipo de lâmpada como as vistas em filmes de gênio, transparente com contornos em dourado, embora o brilho do dourado estivesse meio apagado pelo tempo, mas nada que uma boa flanela não trouxesse de volta. Dentro dela, tinha um lindo cenário de Natal como nos globos que tinha comprado. Não se conteve, apesar de um pouco atrasada, entrou e comprou a tal lâmpada. Marina tinha aquela capacidade de ver a beleza em objetos antigos, era apaixonada por antiguidades, dizia que trazem consigo uma história, um encantamento. E lá foi Marina para seu trabalho ansioso para chegar a casa e mostrar a sua mãe seu achado.

Chegando a casa, parecia criança. Tinha combinado com seus pais de tirarem as caixas com as decorações do depósito e começar a mexer. Antes de tudo, Marina mostrou a todos sua lâmpada de Natal que comprara. Era realmente algo muito diferente de tudo que já tinham visto, belíssima e rica em detalhes. Quem a fez devia ser um gênio, disse seu pai. Todos acharam graça e seguiram com a decoração.

A mãe de Marina colocou seus globos de Natal no aparador junto com a lâmpada que Marina tinha trazido. Eram todos belíssimos, uns acendiam a luz, outros tocavam uma música, mas a lâmpada era apenas bonita, não parecia trazer nada além de sua beleza, mas havia encantado Marina e isso bastava para que estivesse ali.

Cansados foram deitar menos Marina, era sempre a última, principalmente quando estava mexendo com a decoração de Natal. Sua mãe tinha dito que não iria fazer tudo em um dia, fariam aos poucos, pois levantariam cedo para o trabalho no dia seguinte, mas Marina insistiu em ficar mais um pouco.

Marina olhou para a lâmpada e lembrou-se de que o dourado precisava ser polido, com uma flanela iniciou a recuperação do brilho, mal começou e viu um brilho anormal saindo da lâmpada e junto a ele uma fumaça. Aquela lâmpada trazia o “algo além” de que sua mãe tinha falado. Não acreditava no que estava acontecendo, aquela lâmpada era mágica e naquele cenário natalino dentro dela morava um ser especial.

— Você é um gênio da lâmpada? — perguntou Marina.

— Não, não, não. Gênio não sou um duende isso sim.

— Desculpe, mas geralmente o que sai de uma lâmpada mágica são gênios.

— Sim, mas quantas lâmpadas de Natal você já viu na sua vida?

— Verdade, você tem razão. Como você foi parar ai dentro? Você é um prisioneiro nessa lâmpada?

— Bom, como fui parar isso é uma longa história, mas não sou prisioneiro, sou um duende de Natal. Você já observou bem como ela é por dentro? Lugar lindo de viver e quase ninguém me perturba, pois quem mais compraria essa lâmpada e ainda lhe daria brilho com uma flanela? Hoje em dia ninguém mais liga para objetos antigos não, tão poucos acreditam na minha existência.

— Pois eu amo e quando vi fiquei encantada.

— Bom, mas vamos ao que interessa. Posso não ser um gênio, mas a regra é a mesma. Você tem direito a três pedidos, mas pense bem no que vai pedir heim?

— Claro. Uma lâmpada mágica, agora três pedidos. Mas eu não sei o que me pedir deixa eu pensar. Bom, tem muitas escolhas que fiz que gostasse de ter a oportunidade de refazer, mas só nascendo de novo. É isso, queria nascer de novo, mas aqui na minha família.

— Que pedido mais estranho, nunca recebi um desses, verei o que posso fazer, mas e os outros três? Precisa fazer todos juntos, pois como seu primeiro é assim tão diferente, melhor já deixar feito.

— Então vamos lá. Quero viver um grande amor e... Bom, ganhar um presente muito especial, adoro ganhar presentes.

— Pedidos inusitados, geralmente me pedem coisas materiais, você pede sonhos e um presente sem me dizer o que, mas pedido feito é uma ordem.

Marina sentiu um sono estranho e adormeceu. Quando acordou pela manhã, estava em sua cama. Lembrou-se do ocorrido e pensou que só podia ter sonhado. Vestiu-se, tomou café e quando ia saindo, passou pela sala. Lá estava a lâmpada de Natal. Aproximou-se e olhou dentro na esperança de ver algo, mas nada tinha além do cenário de Natal.

No caminho para o trabalho, Marina seguia distraído seu caminho de sempre, com seus fones de ouvido e viu a loja de antiguidade, olhando a vitrine de longe, se descuidou ao atravessar a rua e um carro não conseguiu frear, jogando-a a certa distância. Muito preocupado o motorista desceu e prestou todo auxilio, chamou a ambulância, o rosto daquele rapaz foi a última visão que teve, antes de ficar inconsciente. O jovem a acompanhou até o hospital. Todos viram que não tinha o que fazer para evitar, tinha sido imprudência de Marina, que distraída e com fones nos ouvidos não esperou o sinal para atravessar.

Em pouco tempo a família de Marina estava no hospital, agradeceram o auxílio do rapaz, normalmente as pessoas fogem, deixando o acidentado a sua sorte, mas ele ficou ao lado dela todo tempo. O rapaz precisou ir prestar depoimento sobre o acidente.

Os médicos vieram dar notícias sobre Marina. Na queda, tinha batido com as costas no chão e rompido um dos rins e o outro estava com séria hemorragia. Marina corria risco, precisava de um transplante urgente caso contrário não resistiria. Todos ficaram desesperados e trataram de fazer os testes para ver quem seria compatível. Infelizmente nenhum deles e teriam que contar com a fila do banco de doadores, mas não sabiam se resistiria à espera.

Naquele dia o jovem que tinha atropelado Marina, passou para saber notícias. Dirigiu-se até a equipe médica e ofereceu-se sem que a família soubesse para fazer os testes também. O resultado foi positivo e assinou todos os papéis para que a cirurgia fosse realizada. A família foi notificada que tinham encontrado um doador compatível e que já fariam o transplante rapidamente. Terminada cirurgia, que foi bem sucedida, saindo da anestesia, Marina acordou e viu ao seu lado uma maca onde um belo rapaz dormia. Ficou ali admirando o quão bonito ele era, parecia que algo especial chamava sua atenção. Já tinha visto aquele rosto, mas não conseguia lembrar.

Marina acabou adormecendo e nem viu quando foram levados para os quartos. Lá, sua família a aguardava ansiosa. Recuperou-se muito bem e soube com detalhes de tudo que tinha acontecido, mas não sobre seu doador, pois sua família pensava ser do banco de doadores e quando vem de lá existe um sigilo.

Na manhã seguinte receberia alta e Marina perguntou aos médicos sobre o doador. O médico, pensando que já sabia, falou sobre o fato dela ter sido socorrida pelo motorista e ainda receber dele o órgão de que precisava, isso era uma sorte muito grande. Então era isso pensou Marina, o jovem que a tinha atropelado, tinha salvado sua vida. Perguntou se ainda estava hospitalizado, mas o médico lhe informou que já tinha recebido alta, mas que tinha deixado um cartão para que fosse entregue a ela quando estivesse bem.

No cartão, tinha o nome do moço, seu número para contato e uma frase escrita a caneta que dizia: “Espero que fique bem!” Ângelo era o nome dele.

Marina guardou aquele cartão, pois quando fosse possível ligaria para agradecer-lhe. Em sua mente, vinha flash de um rosto lindo que não conseguia saber quem era. Em alguns momentos via o rosto a olhar-lhe com semblante preocupado em outro o via dormindo. Tentava lembrar-se de onde era, mas não conseguia.

Pediu a sua família que ligasse para o número do cartão para terem notícias do doador. Estava bem, recuperado, já estava até saindo de casa.

Marina estava muito bem, ainda não estava liberada para trabalhar, mas já andava naturalmente pela casa. Estava concluindo a decoração de Natal que em função do ocorrido tinha sido deixada de lado, estava olhando os globos e a lâmpada de Natal. Estava lembrando-se do estranho sonho que teve dos pedidos feitos, quando ouviu a campainha tocar, foi atender tendo em mãos ainda a lâmpada, quando ao abrir a porta viu o lindo rosto que não saia de sua mente, agora de corpo inteiro, ali bem na sua frente. O susto foi tão grande que deixou cair à lâmpada. O moço preocupado ajudou-a recolher tudo e apresentou-se, seu nome era Ângelo, o moço que a tinha atropelado e o seu doador. Algo muito especial os ligava e ficaram encantados um com o outro. Nascia um grande amor.

Marina nem podia agradecer ao duende, pois sem querer tinha quebrado sua lâmpada. Estava ficando triste ao lembrar, quando ouviu um assovio diferente que vinha de trás da árvore de Natal. Era o duende que acenava com a mão e feliz, dando cambalhotas foi em direção ao globo iluminado de sua mãe e como num passe de mágica entrou nele. Marina pegou para ver, mas nada além do cenário de Natal pode ser visto, mas desta vez ela sabia que não era um sonho.

Deu tudo certo, verdade que Marina não nasceu de novo da forma que esperava, não teria a chance de refazer as escolhas que julgava ter feito errado, mas tinha recebido algo muito melhor, a oportunidade de acertar as escolhas futuras e mais que isso, estava viva para tê-las e isso era o melhor presente e de quebra estava vivendo um novo amor. Nem é preciso dizer como foi o Natal de Marina que era pura gratidão de estar viva e na companhia do seu grande amor, que lhe deu o melhor presente que podia ter ganhado a vida.

Conto escrito por
Jacqueline Quinhões da Luz

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima Eliane Rodrigues
Francisco Caetano
Gisela Lopes Peçanha
Lígia Diniz Donega
Márcio André Silva Garcia
Paulo Luís Ferreira
Pedro Panhoca
Rossidê Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO



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