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Quando Ana Olhou para a Direita: Capítulo 02

Minissérie de João Paulo Coca
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QUANDO ANA OLHOU PARA A DIREITA - CAPÍTULO 02


UM CASO VAI E OUTRO VEM
 

Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito nem qualidade
Têm medo, apenas

Era o que tocava no despertador naquela segunda-feira, às 6 da manhã. Ainda sonambulando, Ana se levantou, calçou seu par de pantufas com a ponta um pouco mastigada por Perseu e começou sua rotina matinal. Após colocar a água do café para ferver, foi ao banheiro, voltou para o quarto, trocou seu pijama por um short de ginástica e uma camiseta velha. Com o tempo curto para academia, Ana havia adquirido recentemente uma esteira para poder se exercitar em casa. Começou sua caminhada matinal na sala de casa, tomando seu café e dando uma olhada em suas redes sociais.

— Nossa! — reagiu ao abrir seu Instagram. — Não é que a Gabi é influencer mesmo?

Após a cunhada postar a foto das duas no dia anterior, haviam cento e cinquenta e sete solicitações para seguir seu perfil, que raramente tinha movimento, já que Ana não era muito assídua nas redes sociais. Ao entrar no perfil da cunhada para ver a foto, espantou-se primeiramente com a foto, que ficou ótima, e depois com a legenda que dizia: “Cunhada gata! Solteiríssima!”. Estava explicado o número de solicitações.

— Queria que vissem minha situação nesse momento! — disse ela, toda suada e descabelada, ao companheiro Perseu, o Buldog, apenas olhou pra ela e voltou a dormir.

Após aceitar algumas solicitações, resolveu correr um pouco. Ao terminar sua corrida, Ana jogou suas vestes no cesto de roupas sujas, parou nua em frente ao espelho, avaliou-se como de costume e pensou, satisfeita: Vamos lá barriguinha, hora de sumir, ninguém quer você aqui.

Depois do banho Ana, secou seus belos cabelos negros, passou um protetor solar pelo corpo e no rosto, olhou-se no espelho e percebeu que ainda era uma mulher bonita, que hora ou outra ela deveria se arrumar um pouco mais. Mas, para o dia-a-dia, era apenas um batom quase invisível. Amarrou o cabelo em um coque casual costumeiro, vestiu sua confortável camisa social branca, abasteceu a água e a ração de Perseu e saiu para o trabalho enquanto o companheiro roncava com as quatro patas pra cima.

 

Ana era investigadora da Polícia Civil de São Paulo e trabalhava no 11º Departamento de Polícia, localizado no Centro Histórico que ficava a poucas quadras do seu apartamento. Às vezes, ela optava por ir para o trabalho caminhando, mas ela já havia corrido muito naquela manhã.

Entrou no prédio entre alguns bom dias e acenos mais tímidos, e chegou logo à sua mesa de trabalho. Após colocar seus pertences dentro da gaveta, ligou seu computador e começou a revirar algumas pastas empilhadas em sua mesa. A burocracia e papelada não eram tão atrativas quanto as investigações, mas eram parte do pacote do trabalho.

— Bom dia, chefa! Seu capuccino — Disse Letícia, assistente de Ana, enquanto colocava um copo sobre a mesa da detetive.

— Que bom humor é esse numa segunda-feira? — respondeu Ana, com um sorriso no rosto.

— Minha manhã está sendo ótima. Meu ônibus estava vazio e consegui vir o caminho todo sentada, querida.

— Nossa! Isso sim é começar um dia de sorte.

— Você é rica, amor. Não faz ideia de como isso é uma vitória pra uma preta pobre.

Entre risos, a conversa foi interrompida quando o telefone da mesa de Ana tocou.

— Alô! Mesa da senhora detetive Torosídis — atendeu Letícia, com um tom um pouco sarcástico.

O sorriso da assistente diminuiu quando ouviu o Delegado Belfort do outro lado da linha.

— Sim, chefe! ­Já digo a ela.

Meio sem graça, Letícia desligou e disse a Ana que o delegado queria vê-la em sua sala.

— Droga! Aposto que é sobre o caso da joalheria ­— reclamou Ana, já se levantando.

­— Vai lá. Vou organizando essa papelada pra você — disse Letícia.

— Obrigada! — agradeceu Ana, e alinhou sua roupa — Ah! E é Senhorita Torodídis, por favor! — exclamou com um sorriso e o dedo apontado para a assistente.

 

— Feche a porta e se sente! — ordenou o Delegado Belfort com sua voz que o gabaritava para ser um locutor de rádio.

— Pois não, senhor! — disse Ana, já arrastando a cadeira para se sentar.

— Vou direto ao assunto, Ana! Vou tirar você do caso da joalheria.

— Mas, chefe, eu...

— Está decidido! Vou passar o caso para o Detetive Ferreira.

— Desculpe chefe, mas o Ferreira é um babaca. ­— cochichou Ana em tom de acusação.

— De fato, é! Mas ele pegou um caso de um roubo em outra joalheria no fim de semana. Como você não tem pista alguma em duas semanas, prefiro que você foque sua atenção em outros casos.

— Mas, chefe...

— Ouça, Ana: você é uma das melhores detetives que tenho, mas você precisa entender que, algumas vezes, você precisa abrir mão de alguns casos e deixar nas mãos de outro — disse o delegado em um tom reconfortante.

— Tudo bem, chefe! Vou pra minha mesa organizar minha papelada.

— Obrigado, Ana! Tenha um bom dia.

Mesmo chateada, ela voltou para sua mesa e pediu que sua assistente juntasse todo o material do caso e levasse para o Detetive Ferreira.

— Mas o Ferreira é um babaca! — argumentou Letícia, já organizando a papelada do caso em questão.

­— Usei esse argumento com o delegado, mas não adiantou muito. Leve isso pra ele, vamos esquecer esse caso e vamos passar o dia organizando essa papelada que temos aqui.

Aquela manhã de segunda foi bem produtiva para eliminar a pilha de papéis da mesa de Ana. Junto com Letícia, a detetive conseguiu adiantar boa parte da papelada pendente de outros casos antes de sair para o almoço. Ao voltarem, continuaram seu trabalho burocrático, até que o Delegado Belfort se aproximou das duas, colocou uma pasta em cima da mesa e disse:

— Novo caso! Duas garotas foram encontradas mortas. Não é a melhor opção para depois do almoço, mas sei que é a melhor pra assumir o caso.

— Claro! Não tem problema. Estou indo agora, senhor. ­

— Lamento, Letícia! A papelada é toda sua agora! — respondeu Ana com um leve sorriso em seu rosto por estar de volta às investigações.

Ana abriu a gaveta, pegou sua arma, distintivo e outros pertences, e saiu com a pasta do caso. Ela preferiu chamar um taxi pelo aplicativo para ganhar tempo, lendo as informações do caso já no caminho. Ela levaria menos de quinze minutos até o local.

Encerra com a música: (Mulheres de Atenas - Chico Buarque).


autor
João Paulo Coca

elenco
Giovanna Antonelli como Ana Torosídis
Sheron Menezzes como Letícia
Cauã Reymond como Felipe Morfeu
Otávio Muller como Antero Torosídis
Antônio Fagundes como Konstantinos
Alexandre Borges como Georgios
Miguel Falabella como Dimitri
Carmo Dalla Vecchia como Andreas Torosídis
Larissa Manoela como Helena Torosídis

trilha sonora
Fire - Saint Mesa (abertura)
Mulheres de Atenas - Chico Buarque


produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO


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