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Relações Perigosas - Capítulo 39

Novela de Felipe Porto
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  NO CAPÍTULO ANTERIOR DE "RELAÇÕES PERIGOSAS":

Luísa e Seu Coisinha.

Seu Coisinha — (Surpreso) Tiro?

Luísa — A Milena me avisou agora pouco. Eu até já fui no hospital e parece que ele tá fora de perigo.

Seu Coisinha — Será que a Bianca tá metida nessa história ou foi só um assalto mesmo?

Luísa — Não sei, Duarte. Dela eu não duvido nada.

Seu Coisinha — (Inconformado) Tudo isso por causa daquelas mensagens que a gente mandou.

Luísa — A culpa não é nossa!

Seu Coisinha — Em partes é sim! Se a gente tivesse deixado essa história de lado, nada disso teria acontecido.

...

Milena para numa foto do noivado que está toda a família: Ela, Bianca, Rogério, Giancarlo e Yasmin. Ela mostra a foto no celular para Marcelo.

Milena — Essa eu acho até que vou deixar. Tá bonita e tem toda a família. O que você acha?

Marcelo reage surpreso ao ver a foto, mas Milena não percebe.

Milena — Ah quer saber? Vou deletar mesmo assim.

Marcelo — (Reage) Não! Espera!

Milena — Que foi?

Marcelo — Amplia aqui.

Marcelo aponta para Bianca. Milena amplia a foto e dá um close no rosto de Bianca.

Marcelo — (Surpreso) Essa mulher...

Milena — É a minha mãe.

Marcelo — Lembra que eu disse que tinha visto o meu tio Gregório beijando uma mulher, mas eu não sabia quem era?

Milena — (Confusa) Lembro... O quê que tem?

Marcelo — (Aponta para a foto de Bianca) Era ela.

Na surpresa de Milena.

 
     
 
     
     
     

CAPÍTULO 39
 
     
 

CENA 01. hospital. frente. Exterior. Dia.

Continuação da última cena do capítulo anterior.

Milena com o celular na mão, perplexa com o que Marcelo acaba de dizer. Tempo até que por fim Milena reage.

Milena — Era ela que tava com o seu tio? Você tem certeza que era a minha mãe?

Marcelo — Tava um pouco longe, eu tava no carro, mas tenho certeza que era ela!

Milena — Espera Marcelo. A gente não pode se precipitar. Você mesmo disse que tava longe... Como é que você tem certeza disso?

Marcelo — Mas é ela, Milena! Lembra que eu te disse que conhecia aquela mulher de algum lugar, só não lembrava de onde? Era do seu noivado com o Leandro. A gente deve ter se falado lá e depois nunca mais a gente se viu.

Milena — (Desnorteada) Ainda não consigo acreditar que a minha mãe tenha um amante.

Marcelo — Eu sei que é difícil aceitar, mas eu juro que eu to falando a verdade.

Milena — Não precisa jurar, Marcelo. Eu não to colocando em cheque a sua palavra, não é isso que tá em questão. É que... Ah sei lá! Fui pega de surpresa com essa história.

Marcelo — Eu não entendo o porquê disso. Se não ta feliz que se separe! Não precisa ficar arrumando amantes.

Milena — Tem gente que preza muito pelas aparências, Marcelo. E a minha mãe é uma delas.

Milena se levanta abruptamente.

Marcelo — Aonde você vai?

Milena — Acho que eu sei de alguém que pode me confirmar essa história toda. (Tom) Vem comigo.

Milena entra no hospital e Marcelo vai atrás.

CENA 02. hospital. sala de espera. Interior. Dia.

Yasmin e Giancarlo sentados. Milena entra e, seguida de Marcelo, vai até eles.

Milena — (Para Yasmin) Meu bem, to precisando ter um particular com o nosso avô. Será que você pode nos dar uma licencinha?

Yasmin — Toda cheia de segredos. Que assunto é esse.

Milena — Se fosse pra todo mundo saber seria assunto público e não particular.

Yasmin revira os olhos e se levanta.

Yasmin — Tá certo. Vou tomar um suco na lanchonete. Daqui a pouco eu volto.

Yasmin sai.

Giancarlo — O que você quer falar comigo, Milena?

Milena — Sobre a minha mãe... E o Gregório.

Giancarlo reage surpreso.

Giancarlo — (Finge) Gregório? Que Gregório?

Milena — (Impaciente) Não se faz de desentendido, vô! Gregório Mascarenhas, o único que a gente conhece.

Giancarlo — Tá, mas eu não entendi a sua pergunta.

Milena — A minha mãe e ele tiveram algum tipo de relação a não ser aquela entre a Exportadora e a Barão?

Giancarlo — Que tipo de relação você tá insinuando, Milena?

Marcelo — Fala pra ele.

Milena — Eu vou ser mais clara: a minha mãe e o Gregório são amantes?

Giancarlo surpreso, sem saber o que responder.

Giancarlo — De onde você tirou isso?

Milena — O Marcelo viu o tio dele beijando uma mulher e jura que é minha mãe. Só responde: isso é ou não é possível.

Giancarlo — (Pra si) Eu não acredito que ela tá cometendo o mesmo erro.

Milena — Então é verdade? Os dois tem um caso.

Em Giancarlo hesitante.

CENA 03. ap de seu coisinha. sala. Interior. Dia.

Continuação da cena 35 do capítulo anterior. Seu Coisinha e Luísa se encaram. Ela por fim responde.

Luísa — Eu não falo nada porque eles estão mortos. Tanto o Alcides quanto a Ana Carolina estão mortos!

Seu Coisinha — Então quer dizer que quanto uma pessoa morre ela é absolvida de todos os seus pecados?

Luísa — Não! Eu to falando que eles estão mortos e não podem se defender! Já a Bianca e o Gregório estão bem vivos e fazendo mal à todos que estão ao redor deles! E é por causa disso que eu to fazendo o que eu to fazendo!

Breve silêncio.

Seu Coisinha — Você não se arrepende de não ter contado pra Ana Carolina do caso que a Bianca e o Gregório tiveram?

Luísa — Não. Isso não ia mudar em nada a vida da Ana, ela tava focada em achar o Marcelo e o Alcides. (Tom) E eu passei por diversos problemas emocionais depois que eu me separei do Wagner.

Seu Coisinha — Você acha mesmo que o Gregório não tem nada a ver com o sumiço do Alcides?

Luísa — Não. O motivo é outro e nós sabemos muito bem qual é.

Seu Coisinha — E esse Rogério?

Luísa — Outra vitima da Bianca. Assim como o Coimbra foi.

Seu Coisinha — Tem certeza que ele vai sobreviver? Porque não sei você, mas se ele morrer eu vou carregar essa culpa.

Luísa — Ele não vai morrer, Duarte. Não vai.

CENA 04. ap de jardel. quarto. Interior. Dia.

Continuação da cena 34 do capítulo anterior.

Giovanna perplexa com a carta na mão.

Giovanna — (Incrédula) Ele não pode ter me abandonado. Não assim, com uma carta.

Giovanna olha para o armário sem as roupas de Jardel.

Giovanna — As roupas dele sumiram mesmo... Mas...

Giovanna olha para a carta, ainda incrédula.

Giovanna — A chave do carro!

Giovanna mexe em algumas gavetas.

Giovanna — Também sumiu.

Giovanna pega um abajur e atira contra a parede.

Giovanna — (Grita) Canalha!

E senta no chão, escorada na parede e começa a chorar.

CENA 05. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. Interior. Dia.

Continuação da cena 02. Milena e Marcelo esperam uma resposta de Giancarlo.

Giancarlo — É verdade sim, Milena. Quer dizer, era verdade. Eu tinha certeza que esse caso deles tinha acabado há anos, mas pelo visto eu tava enganado.

Milena — Há quanto tempo?

Giancarlo — Na época que o seu pai era vivo eles mantinham um caso, mas eu duvido que isso tenho durado até hoje.

Milena — Por que você tem certeza disso?

Giancarlo — Eu não tenho certeza de mais nada, Milena. É apenas uma suposição. Depois da morte do Coimbra eles se afastaram.

Milena — Por quê? Ela tinha ficado viúva.

Marcelo — Mas ele continuava casado.

Giancarlo — Exato.

Milena — Era só se separar.

Giancarlo — Os motivos que levaram eles a fazer isso eu não posso responder. Se quiserem, perguntem a eles.

Milena — E é isso que eu vou fazer agora!

Milena ameaça sair, mas é segurada por Marcelo.

Marcelo — Calma, Milena. O que você vai dizer? Eu sei do seu caso com o Gregório? Ela vai negar que seja verdade.

Milena — (Concorda) Você tá certo. (Tom) O que você sugere?

Marcelo — Pegar os dois no flagra.

Milena — Como?

Marcelo — Não sei, mas você é boa nisso. Já pegou o Leandro, esqueceu?

Em Milena pensativa.

CENA 06. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Dia.

Música: Meu Novo Mundo - Charlie Brown Jr.

Stock-shot de ruas e avenidas do Rio de Janeiro.

CENA 07. shopping. Interior. Dia.

[Música fade out]. Bernardo entrega alguns livros para Juliana.

Bernardo — Não disse que eu conseguia?

Juliana  — É. Vou dar uma olhada neles depois. Obrigada.

Bernardo — Disponha.

Juliana dá as costas, faz menção de ir, mas em seguida se volta para Bernardo.

Música: Meu Novo Mundo - Charlie Brown Jr.

Juliana — Sabe... Você até que não é tão desagradável quanto parece.

Bernardo — (Sorri) E eu pareci alguma vez ser?

Juliana — Talvez... Das duas uma: ou eu tava enganada antes ou eu to enganada agora.

Bernardo — E o que você acha?

Juliana — Não sei. (Tom) Obrigada mais uma vez.

Juliana dá as costas e vai se afastando.

Bernardo — Vê se não some! Eu vou querer os livros de volta!

Juliana — Eu não sou esse tipo de gente! Você vai ter eles de volta.

Bernardo dá um sorriso. [Música off].

CENA 08. barão do alambique. frente. Exterior. Dia.

Tomada da frente da Barão do Alambique.

CENA 09. barão do alambique. antessala. Interior. Dia.

Adelaide trabalhando. O elevador se abre, Marcelo sai dele e vai até ela.

Marcelo — Adelaide. O meu tio tá na Barão?

Adelaide pega o telefone.

Adelaide — Sim, eu vou avisar que o senhor quer falar com/

Marcelo impede que ela ligue.

Marcelo — (Corta) Não. Não precisa. Eu só queria que você me fizesse um favor. Se ele sair da Barão, me avisa.

Adelaide — Pode deixar.

Marcelo — E, por favor, não comente esse meu pedido à ninguém.

Adelaide — Não vou falar nada.

Marcelo — Obrigado.

Marcelo entra em sua sala.

CENA 10. barão do alambique. sala de marcelo. Interior. Dia.

Marcelo entra, tira seu celular do bolso, tecla e o leva até o ouvido.

Marcelo — (Cel) Milena. Ele tá na Barão, mas eu to de olho nele. E aí?

CENA 11. giacomelli exportações. sala de milena. Interior. Dia.

Milena falado ao celular.

Milena — (Cel) Ela também tá aqui. (Tom) Eu só tenho medo que ela desconfie de algo por eu tá aqui na Exportadora e não no hospital. Mas eu não vou ficar em cima dela.

CENA 12. barão do alambique. sala de marcelo. Interior. Dia.

Marcelo ao telefone.

Marcelo — (Cel) Faz isso. A gente vai se falando.

Marcelo desliga o celular e senta em sua cadeira. Leandro entra.

Marcelo — Não sabe bater na porta?

Leandro — Eu sei que você tá puto comigo pelo que aconteceu com a Heloísa, mas agora a gente tem assuntos mais sérios pra resolver.

Marcelo — Tipo o quê?

Leandro — Tipo decidir quem vai fazer o design das embalagens no lugar da Heloísa? O lançamento é logo aí.

Marcelo — Não sei, se vira.

Leandro —  A gente precisa dessas embalagens pra lançar essa bebida. A gente vai perder muito dinheiro se/

Marcelo — (Corta/Brusco) Se vira! Tivesse pensado nisso antes! Você apoiou essa palhaçada de Heloísa agora que se vire pra encontrar alguém pra substituir ela!

Marcelo se levanta.

Marcelo — (Firme) Agora sai da minha sala antes que eu tire você a força.

Leandro — (Se levanta/Sorri) Calma, não precisa se exaltar. Eu já to de saída.

Leandro sai. Marcelo senta e dá um longo suspiro.

CENA 13. barão do alambique. sala de otávio. Interior. Dia.

Otávio trabalhando. Batidas na porta.

Otávio — Entra.

Leandro entra.

Leandro — Tá ocupado? Queria falar com você.

Otávio — Senta.

Leandro fecha a porta e se senta diante de Otávio.

Otávio — Algum problema sobre a Barão?

Leandro — Na verdade não. Eu sei que você é advogado e queria que você tirasse a Heloísa da cadeia.

Na surpresa de Otávio.

CENA 14. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

Luísa entra da rua e se depara com Wagner mexendo no celular.

Luísa — (Suspira) Ah você!

Wagner — Oi Luísa.

Luísa senta ao lado de Wagner.

Luísa — Eu não tenho nada contra você, mas não dá pra você ficar morando aqui.

Wagner — Não gosta da minha presença?

Luísa — Não é essa a questão, mas isso de ex morar na mesma casa não dá certo. E além do mais, você não é nenhum pé rapado, tem dinheiro pra pagar um hotel.

Wagner — (Sorri) Você tem razão. Eu tava aqui porque o Bernardo tava sozinho aqui, mas agora que você voltou, eu vou embora. (Levanta) Eu vou fazer minhas malas.

Wagner entra no corredor que leva aos quartos. Em Luísa pensativa.

CENA 15. barão do alambique. sala de otávio. Interior. Dia.

Continuação da cena 13. Leandro diante de Otávio.

Otávio — Eu tirar a Heloísa da cadeia?

Leandro — Exatamente. Você é um bom advogado, vai conseguir isso facinho.

Otávio — Sim, conseguiria, mas... Acho melhor não.

Leandro — Por quê? Tá com medo do Marcelo?

Otávio — Não é questão de medo, Leandro. É questão de política. Por enquanto não é bom eu me indispor com ele.

Leandro — Tudo bem, no fundo eu até te entendo.

Otávio — Mas nada impede de eu te indicar um amigo advogado que é excelente.

Otávio anota um número em um papel e entrega para Leandro.

Otávio — Aqui. Garanto que ainda essa semana ela já vai estar solta.

Música: Eu Sou Egoísta – Pitty.

Leandro agradece fazendo um gesto com a cabeça.

CENA 16. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Dia/noite.

Música continua. Stock-shot de ruas, avenidas, carros circulando, pessoas caminhando, banhistas na praia e no calçadão.

Legenda: Dias depois...

CENA 17. delegacia. frente. Exterior. Dia.

Música continua. Leandro encostado em seu carro. Tempo e Heloísa sai da delegacia e caminha até ele.

Leandro — Gostou da estadia no SPA?

Heloísa — Continua com gracinha que eu dou na tua cara. Mesmo sendo você quem me tirou daqui.

Leandro — (Ri) Entra.

Leandro e Heloísa entram no carro.

CENA 18. carro de leandro. ambiente. Interior. Dia.

Leandro arranca o carro e vai dirigindo-o.

Leandro — Agora que você tá livre, qual vai ser o próximo passo?

Heloísa — Ainda não sei, mas uma coisa eu garanto: o Marcelo vai se arrepender de tudo que fez comigo.

Leandro — Eu é que não queria tá na pele dele. (Tom) Vai ficar onde?

Heloísa — Na casa de minha mãe.

CENA 19. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

A campainha toca. Luísa vem do quarto, abre a porta e vê Heloísa.

Luísa — (Surpresa) O que você tá fazendo aqui?

Heloísa — Voltando pra casa. O juiz me soltou.

Luísa — Mas é muita cara de pau, mesmo. Depois de tudo que você fez, você ainda acha que vai morar aqui?

Heloísa — Não acredito que você vai expulsar a sua própria filha de casa. (Ironiza) Que bela mãe você é.

Luísa — Cala a boca! Essa sua chantagem emocional não vai me abater.

Heloísa — Essa também é a minha casa!

Luísa — Não! Essa casa é minha e você tá proibida de colocar os pés aqui! (Grita) Fora demônio! Fora!

Na tensão entre as duas.

CENA 20. barão do alambique. sala de marcelo. Interior. Dia.

Wagner diante de Marcelo.

Marcelo — (Surpreso) Solta?! A Heloísa foi solta?!

Wagner — Parece que sim. O advogado conseguiu o habeas-corpus.

Marcelo — Mas e aquela história que tráfico de drogas é crime inafiançável? Mudou a lei?

Wagner — Não, mas esses advogados são aves de rapina, devem ter encontrado alguma brecha na lei pra soltar ela.

Marcelo — (Inconformado) Não acredito que essa maluca tá solta de novo. Isso não podia ter acontecido, Wagner!

Wagner — Mesmo sendo minha filha, eu concordo que seria melhor que ela tivesse ficado presa. Mas não aconteceu e a gente infelizmente não pode fazer nada.

Marcelo — Mas eu não posso ficar de braços cruzados. Ela destrói a minha vida e fica por isso mesmo? Solta?

Wagner — É provisório. Ela ainda vai pagar por tudo que fez... Quer dizer, assim eu espero.

Marcelo — Eu também espero. Não é possível que depois de tudo que ela fez, ela ainda acabe se dando bem.

Wagner — Eu vou até a casa da Luísa pra/

Marcelo — (Por cima/Levanta) Eu vou com você.

Wagner — Tudo bem, então vamos.

CENA 21. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

Continuação da cena 19. Heloísa e Luísa se encaram. Bernardo vem do quarto.

Bernardo — Que gritos são esses?

Bernardo vê Heloísa.

Bernardo — O que você tá fazendo aqui?

Heloísa — Não parece óbvio?

Bernardo — Vindo de você, nada me parece óbvio.

Luísa — Ela teve a cara de pau de dizer que vem morar aqui.

Bernardo — (Surpreso) Que? Você só pode tá louca! Depois de tudo que você fez?

Heloísa — Hipócritas! Ficam se fazendo de santos, mas também esconderam muitas coisas!

Bernardo — Não queira comparar nós com você.

Luísa — Você não é bem-vinda aqui, Heloísa. Fora!

Heloísa — Vocês vão se arrepender de fazer isso comigo.

Luísa — Não, Heloísa. Quem vai se arrepender é você. Aliás, duvido que algum dia se arrependa do que você fez.

Heloísa — Não vou me arrepender mesmo. E faria tudo de novo!

Luísa — Você não tem mesmo jeito. É uma pena que você tenha se tornado essa pessoa tão fria e mau-caráter.

Heloísa dá um sorriso debochado.

Heloísa — Já que vocês não me querem aqui, eu é que não vou ficar escutando esse mimimi chato. (Tom) Passar bem.

Heloísa abre a porta da rua.

Luísa — Você vai pagar por todo o mal que fez, Heloísa. Se não for na justiça dos homens, vai ser na justiça divina.

Heloísa se volta para Luísa e Bernardo.

Heloísa — Eu não acredito em nenhuma das duas.

Os três se encaram por mais alguns instantes e Heloísa sai batendo a porta.

Bernardo — Tá tudo bem?

Luísa — Acho que sim.

Em Luísa abalada.

CENA 22. pensão. quarto. Interior. Dia.

Quarto pequeno com banheiro, velho e pouco iluminado. Na mobília: uma cama de solteiro e uma mesa com cadeira. Heloísa entra, acompanhada pela pensionista. Ela olha para o quarto com desdém.

Heloísa — É aqui?

Pensionista — Melhor quarto da pensão.

Heloísa  — Imagina se fosse o pior.

Pensionista — Se não tá feliz é só cair fora que tem fila de gente querendo a vaga.

Heloísa — Feliz não to, mas é o que o dinheiro dá pra pagar. (Tom) Que decadência.

Pensionista — (Estende a mão) Pagamento adiantado.

Heloísa tira algumas notas da bolsa e entrega para e a pensionista, que conta o dinheiro.

Pensionista — Certinho.

A Pensionista sai.

Heloísa — Como é que eu fui parar nesse pulgueiro? (Tom) Mas amanhã mesmo eu vou falar com o Leandro. Ele vai ter que me ajudar a bancar um lugar melhor. Aqui é que eu não vou ficar.

Heloísa dá uma espanada na cama e senta com nojo.

CENA 23. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

Marcelo, Luísa, Bernardo e Wagner. Conversa já iniciada.

Wagner — Ela teve aqui?

Luísa — Teve! E ainda queria ficar morando aqui!

Marcelo — Que abusada!

Bernardo — Sempre foi.

Marcelo — E como é que ela tá?

Bernardo — Parece tá bem.

Marcelo — Não, não foi isso que eu quis dizer. Ela acha que vai se livrar das acusações?

Bernardo — Acho que sim. Ela me pareceu tá bem confiante em relação à isso.

Marcelo — A gente precisa fazer algo pra não deixar que os crimes da Heloísa terminem impune, mas eu não sei como.

Luísa — Mas eu sei!

Wagner — Sabe? Como?

Luísa — Quando a Heloísa tava presa, ela me confessou uma coisa.

Bernardo — Acho que eu até sei o que é.

Marcelo — O que ela te confessou, Luísa?

Luísa fica em silêncio encarando todos pro alguns instantes, hesitante.

Luísa — Ela me confessou que a morte da Clara não foi um acidente e sim provocada pela Heloísa.

Na surpresa de todos os demais.

CENA 24. hotel. frente. Exterior. Dia.

Gregório para o carro em frente ao hotel, desce dele e entrega as chaves para o manobrista. Tempo e o carro de Bianca também para em frente ao hotel. Ela faz o mesmo que Gregório fez.

Corta para o outro lado da rua. Do seu carro, Milena observa a entrada do hotel.

Milena — Sabia que te seguindo ela eu ia pegar os dois.

Milena mexe na bolsa e tira o celular de dentro.

Milena — O Marcelo precisa saber disso.

CENA 25. ap de luísa. sala. Interior. Dia.

Continuação da cena 23.

Bernardo — Sabia! No fundo eu sempre soube que a morte da Clara não foi acidente!

Marcelo — Ela matou a Clara?!

Luísa — E dá forma mais cruel possível... Vocês tinham que ver como os olhos dela brilhavam enquanto ela contava como ameaçava a Clara com uma barra de ferro.

Insert cena 10 do capítulo 22:

Luísa escuta tudo perplexa. Heloísa com um sorriso quase psicótico.

Heloísa — Ela ficou ali, acuada, sem ter pra onde fugir. (Pausa) Ela tentou correr, mas não tinha pra onde fugir. Se ela fosse um pouco inteligente teria pulado daquele iate e nadado pra bem longe, mas ela foi burra e tentou gritar. Não adiantou nada, eu peguei ela e bati na cara dela com todas as minhas forças. Cada gota de sangue que saia me dava uma sensação única de prazer.

Luísa — (Com lágrimas nos olhos) Você é um monstro Heloísa.

Volta à cena.

Heloísa com lágrimas nos olhos.

Luísa — Como eu pude parir uma pessoa dessas.

Marcelo — Como eu pude ser enganado e ser casado com uma pessoa dessas.

Wagner — Ficar se lamentando não adianta nada.

Bernardo — O pai tá certo. A gente precisa fazer mais do que só se lamentar.

Wagner — Se ela matou mesmo a Clara, ela tem que pagar.

Marcelo — Você tem provas que ela matou a Clara?

Luísa — Não. Nem o corpo da Clara a gente tem pra acusar quem quer que seja da morte dela.

Marcelo — E isso faz diferença?

Wagner — Toda, Marcelo. Sem corpo não tem crime e dificilmente alguém é condenado por homicídio se não tiver um corpo.

Marcelo — Mas ela não pode ficar impune depois de ter cometido essa barbaridade!

Luísa — E não vai ficar. Eu vou pensar em uma forma dela confessar esse assassinato.

Wagner — Vê lá o que você vai fazer, Luísa. Ela se mostrou uma pessoa muito perigosa.

O celular de Marcelo toca.

Marcelo — (Cel) Oi, Milena. (Surpreso) Quê? Cê tem certeza disso? Tá, me espera na frente que eu to indo praí agora. Me passa o endereço. Tá, me espera.

Marcelo desliga o celular.

Marcelo — Eu vou precisar ir.

Luísa — Aconteceu alguma coisa?

Marcelo — Não, tá tudo bem. Só que eu preciso encontrar a Milena urgente. Vai me mantendo informado?

Luísa — Claro!

Bernardo abre a porta da rua para Marcelo e ele sai.

Wagner — O que você pretende fazer pra que a Heloísa confesse tudo?

Luísa — Vou pensar.

Em Luísa pensativa.

CENA 26. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Dia.

Instrumental suspense. Stock-shot de ruas e avenidas do Rio de Janeiro. Último take é o da frente do Hotel.

CENA 27. hotel. recepção. Interior. Dia.

Instrumental continua. Milena sentada em uma poltrona, ela vê Marcelo entrando da rua, se levanta e vai até ele. [Instrumental off].

Marcelo — E aí?

Milena — Entraram em um quarto.

Marcelo — Essa é a hora da gente dar um flagra neles.

Milena — Calma, a gente nem sabe onde eles estão.

Marcelo — É só perguntar pra recepcionista!

Milena — Eles não vão dar... A menos que... Já sei.

Milena vai até a moça da recepção, Marcelo vai atrás.

Milena — Com licença, eu queria uma informação. Gregório Mascarenhas ou Bianca Giacomelli estão hospedados aqui.

Recepcionista — Desculpe, mas eu não posso passar esse tipo de informação.

Milena abre a bolsa e tira sua carteira. De dentro da carteira, algumas notas. Entrega discretamente para a recepcionista.

Recepcionista — Posso checar.

A recepcionista mexe no computador por alguns instantes.

Recepcionista — Estão aqui sim.

Milena — (Entrega mais algumas notas) Em qual quarto?

Recepcionista — Quarto 606.

Milena — (Sorri) Muito obrigada. (Pra Marcelo) Vamos.

Milena e Marcelo seguem em direção aos elevadores.

Marcelo — O que foi isso?

Milena — Suborno. Não gosto de fazer isso, mas fazer o quê? São coisas do Brasil.

Os dois entram no elevador.

CENA 28. hotel. quarto. Interior. Dia.

Gregório e Bianca na cama se beijando. Eles ainda estão vestidos. Batidas na porta.

Bianca — Pediu alguma coisa?

Gregório — Não. Vou ver quem é.

Gregório tira Bianca de cima dele, se levanta da cama e abre a porta.

Música: Instrumental suspense.

Reação de surpresa de Gregório ao ver Milena e Marcelo.

Gregório — Vocês?!

Bianca também se assusta e rapidamente se levanta da cama.

Bianca — Milena?! Marcelo?!

Milena — A gente atrapalha a diversão de vocês?

Gregório — Não é nada disso que vocês tão pensando!

Milena — Ah me poupe com essa conversa! (Tom) Como vocês tiveram coragem de fazer isso?

Marcelo — Há quanto tempo vocês enganam todo mundo?

Gregório e Bianca se entreolham.

CENA 29. pensão. quarto. Interior. Dia.

Instrumental continua. Heloísa caminha de um lado para o outro.

Heloísa — Agora o Marcelo deve tá lá, curtindo a vida juntinho daquela vagabunda. (Ri) Mas eles tão muito enganados se pensam que eu vou deixar por isso mesmo. O que é deles tá guardado. Eles vão me pagar caro por tudo isso.

Em Heloísa furiosa.

CENA 30. hotel. quarto. Interior. Dia.

Instrumental continua.

Gregório — As coisas não são tão simples assim.

Marcelo — Então explica. A gente tem todo o tempo do mundo.

Milena — (Para Bianca) Você enganou o meu pai! E não satisfeita, depois da morte dele, continuou enganando o outro marido.

Gregório — A gente não tá enganando ninguém, Milena. A gente só tá/

Milena — (Corta) Fazendo uma reunião de negócios? Inventa outra desculpa!

Gregório — Não, é que...

Milena — É que vocês são uns cretinos! Uns traidores! Não valem o chão que pisam!

Bianca — (Grita) Chega!

Silêncio de todos.

Bianca — Chega com isso. Vocês querem a verdade, vocês vão ter ela.

Gregório — Bianca...

Bianca — Sim! Nós temos um caso sim!

Gregório — Vê lá o que você vai falar.

Bianca — Eu vou falar o que eles querem ouvir: a verdade! (Pra Marcelo) Você, Marcelo, não passou os últimos meses tentando descobrir porque o seu pai sumiu com você?

Marcelo — (Surpreso) Você sabe.

Bianca — Sei. Vocês ficam acusando a gente, mas não sabem o que realmente aconteceu.

Marcelo — Então me fala. O que aconteceu?

Gregório — Bianca...

Bianca — Me deixa. (Para Milena e Marcelo) Tá na hora de vocês saberem quem foram os verdadeiros traidores dessa história: Se eu e o Gregório... Ou o Coimbra e a Ana Carolina.

Na tensão entre todos. Fade Out.

Música de Encerramento: More Than I Can Say - Leo Sayer.

   

 

     



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