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Relações Perigosas - Capítulo 28

Novela de Felipe Porto
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  NO CAPÍTULO ANTERIOR DE "RELAÇÕES PERIGOSAS":

Rudá surpreende Daiane com um beijo.

Música: Me Chama - Babi Hainni.

Daiane — Vai com calma.

Rudá — Não dá. Sabe por quê? Porque eu gosto muito de você. E você também... Ou to mentindo?

Daiane — Você sabe que não. Eu também gosto muito de você.

Rudá — Então por que a gente não dá um passo a frente?

Daiane — Como assim?

Rudá — Esse nosso rolo já dura tanto tempo. A gente se gosta... Vamos levar isso à sério, vamos parar com essa enrolação e vamos namorar.

Na surpresa de Daiane.

...


Leandro abre o seu carro e entra. Corta para o interior do veículo: Leandro mexe na carteira. Tempo e Juliana entra no carro.

Leandro — (Susto) O que é isso, garota?! Como é que você entra assim no meu carro?! Tá maluca?!

Juliana — (Revoltada) Maluco tava você quando jogou aquele vídeo na net. Aliás, quem te deu o direito de gravar aquilo?

Tensão. Closes alternados entre Juliana e Leandro.


...
 

Bianca e Gregório sentados à mesa. Eles entregam o cardápio para o garçom que está ao lado da mesa. O garçom se afasta.

Gregório — (Sorri) Gostei do seu convite pra um almoço juntos. Vamos esticar depois?

Bianca — (Séria) Não fica atiçado que depois de você ter me escondido esse caso da Milena com o Marcelo, eu nem deveria tá falando com você.

Gregório — Eu não poderia imaginar...

Música: Chasing Pirates - Norah Jones. [Até o Encerramento].

Bianca — Mas eu te chamei pra falar justamente sobre isso. (Corrige) Quer dizer, também sobre isso... Sobre isso e sobre o fato da Milena quase ter se encontrado com o juiz Nicolau Cardoso.

Gregório — Então fala.

Bianca — Eu passei o dia pensando: a Milena tá desenvolvendo um projeto pra exportadora que envolve o Oriente.

Gregório — E daí?

Bianca — Daí, que com a justificativa desse projeto, eu vou convencer o meu pai a mandar a Milena pra uma viagem de negócios à Dubai. Com ela longe por um tempo, eu mato dois coelhos com uma só bala: afasto ela do Marcelo, e dessa investigação ridícula que ela tá fazendo sobre a morte do Coimbra. (Pausa) E aí? O que você acha?

 
     
 
     
     
     

CAPÍTULO 28
 
     
 

CENA 01. restaurante. ambiente. Interior. Dia.

Continuação da última cena do capítulo anterior.

Música: Chasing Pirates - Norah Jones.

Gregório enfim responde Bianca.

Gregório — O que eu acho? Acho uma ótima ideia se ela der certo.

Bianca — Ela vai dar certo sim. Os motivos que eu tenho pra mandar a Milena pra Dubai são fortes e convincentes o suficiente. O meu pai vai aceitar a minha ideia.

Gregório — Tá, mas você acha que ela vai esquecer de tudo isso? Vai ser só ela voltar a por os pés no Brasil que ela vai continuar com essa investigação.

Bianca — Eu sei, Gregório. Mas pelo menos ela se afasta de tudo isso, do Marcelo. Eles dois juntos tão dando mais trabalho do que eu imaginei.

Gregório — Isso é verdade. Manter os dois afastados vai nos ajudar e muito. (Tom) Você não conhece pessoalmente o Marcelo, né?

Bianca — Só de vista. E nem teria porque a gente se conhecer, já que eu e a Ana Carolina não nos dávamos muito bem.

Gregório — E eu sei muito bem porque.

Bianca — É... Sabe. (Tom) Vamos pedir a conta? Quero voltar logo pra exportadora.

Gregório ergue o braço e faz sinal pro Garçom. [Música off].

CENA 02. gafieira. ambiente. Interior. Dia.

Continuação da cena 23. Daiane sem ação, diante de Rudá.

Música: Me Chama - Babi Hainni.

Daiane — Mas Rudá, você sabe que eu nunca quis isso.

Rudá — Eu sei, Dai. Eu também, mas eu gosto demais de você.

Daiane — Tá tão bom como está.

Rudá — Mas pode ficar melhor. Você não acha?

Daiane — (Hesitante) Não sei.

Rudá puxa Daiane e lhe dá um longo beijo. Tempo e Daiane o afasta.

Daiane — Por que você tá fazendo isso comigo?

Rudá — Isso o quê?

Daiane — Me pressionando.

Rudá — Eu não quero te pressionar, eu só quero que você saiba que eu to disposto a começar algo sério com você. (Tom) Você tem medo?

Daiane — Não é medo... É que eu gosto das coisas como estão, sem compromisso, sem cobrança... Eu gosto muito de você, mas não sei, Rudá.

Decepcionado, Rudá abaixa a cabeça.

Rudá — Tudo bem, eu te entendo. Talvez eu tenha me precipitado. Desculpa se eu te pressionei à fazer algo que você não tava afim.

Cabisbaixo, Rudá dá as costas para Daiane e vai caminhando em direção à saída.

Rudá — (Triste) A gente se vê.

Daiane hesita um pouco, até que reage.

Daiane — Espera!

Rudá para e se volta para Daiane. Os dois se encaram.

Daiane — Eu aceito tentar. (Sorri) Vai que dá certo.

Rudá também sorri. Daiane vai até Rudá e os dois dão um longo beijo. [Música off].

CENA 03. carro de leandro. ambiente. Interior. Dia.

Continuação da cena 24 do capítulo anterior. Leandro e Juliana se encaram. Tempo e Leandro dá um sorriso debochado.

Leandro — (Debochado) Você viu o vídeo? Esqueci de te dar os parabéns, você é uma ótima atriz. Quem sabe no ano que vem, quando você completar 18 anos, você não possa entrar no ramo de filmes eróticos.

Juliana esbofeteia Leandro, que põe a mão no rosto.

Juliana — Você é nojento.

Leandro — Já descontou a raiva? Agora sai daqui, sua putinha.

Juliana — Não! Não descontei a minha raiva! Ela é tanta que nem se eu descarregasse uma arma em cima de você ela ia passar. (Lacrimeja) Por que você gravou a gente? Por que você soltou a merda daquele vídeo na internet? É sadismo? Prazer de me ver humilhada?

Leandro — (Desdenha) Para de se fazer de vitima. Desde que a gente se conheceu você ficava se insinuando pra mim igual uma cadelinha. Agora quer se fazer de santa?

Juliana — Você nunca me disse que tava noivo e o fato de eu tá afim de transar com você, não te dá o direito de sair gravando a minha intimidade e sair mostrando pro mundo.

Leandro — Só lamento se você foi trouxa de cair.

Juliana vai dar outro tapa em Leandro, mas ele segura a mão dela.

Leandro — Duas vezes não.

Leandro torce o braço e Juliana.

Juliana — (Com dor) Ai, tá doendo!

Leandro solta o braço de Juliana e agarra os cabelos dela.

Leandro — Escuta bem o que eu vou te falar: Se você acha que foi a única prejudicada nessa história, você tá muito enganada. Por sua causa a mulher que eu amo me deu um fora e não quer mais olhar na minha cara.

Juliana — Merecido. Ela não merece um cara como você.

Leandro — (Puxa mais forte) Cala a boca. Eu joguei esse vídeo na net porque eu quis, porque foi você a culpada da minha separação com Milena.

Juliana — Você é doente.

Leandro — E você uma vagabunda.

Leandro segura a cabeça de Juliana e a beija a força. Leandro solta Juliana e ela limpa a boca, com nojo.

Leandro — (Abre a porta do carro) Sai daqui.

Juliana — (Raiva) Eu te odeio.

Leandro — Odeia, mas fora do meu carro. Isso, vai.

Juliana sai do carro. Leandro fecha a porta do carro e arranca.

Leandro — Era só o que me faltava.

Corta para o estacionamento da Barão: Juliana enxuga as lágrimas e vê o carro de Leandro se afastar.

CENA 04. delegacia. sala de visitas. Interior. Dia.

Luísa diante de Rogério, ambos sentados à mesa.

Luísa — (Sorri) Que bom que você veio, Rogério.

Rogério — Eu vim saber como você tá.

Luísa — To levando. Por sorte eu não peguei ninguém barra pesada como companheira de cela.

Rogério — E o seu processo? Como anda?

Luísa — Não sei. O Marcelo disse que ia chamar o advogado dele pra resolver o meu caso.

Rogério — E esse advogado já veio aqui conversar com você?

Luísa — Ainda não.

Rogério — (Desconfiado) Que estranho.

Rogério pega não de Luísa.

Rogério — (Sorri) Pode deixar que eu vou ver como anda o seu processo.

Luísa sorri de volta.

Luísa — (Tirando a mão) E sobre a Milena? Observou ela como eu tinha te pedido?

Rogério — Sim e não percebi nada de anormal. Ela nunca falou sobre o Marcelo, nem nada. Talvez tenha falado com a minha filha, vou ver com ela.

Luísa — Faz isso por mim.

CENA 05. motel. quarto. Interior. Dia.

Giovanna e Jardel deitados na cama, nus e abraçados enrolados no lençol.

Jardel — Vídeo? E como isso aconteceu?

Giovanna — Parece que ela se envolveu com um cara e ele acabou soltando um vídeo dela na internet.

Jardel — (Perplexo) É incrível que existam homens capazes de fazer uma coisa dessas.

Giovanna — Quem faz isso não pode ser considerado um homem e sim um verme. A menina tá arrasada, humilhada e pra piorar, o pai em vez de apoiar, só colocou ela mais pra baixo.

Jardel — Lamentável que o Otávio não tenha apoiado a própria filha.

Giovanna — Também acho. Não sei como você pôde trabalhar com ele.

Jardel — É, e pensar que eu quase embarquei nos planos malucos dele. (Sorri) Acho que foi você que me levou pro outro caminho.

Giovanna — (Sorri) É?

Jardel e Giovanna se beijam.

Giovanna — Eu nem acredito que to tendo um momento de sossego depois de tudo que aconteceu.

Jardel — Isso não precisa ser um momento isolado. Larga o Otávio, eu já te disse isso.

Giovanna — Não sei. A Juliana precisa de mim agora.

Jardel — Eu iria receber ela de braços abertos.

Giovanna sorri e beija Jardel.

CENA 06. barão do alambique. frente. Exterior. Dia.

Take da fachada do prédio de três andares da Barão do Alambique.

CENA 07. barão do alambique. sala de heloísa. Interior. Dia.

Heloísa rabisca algo numa folha.

Heloísa — (Bufa) Eu preciso encontrar alguém que faça esses desenhos antes que o Marcelo descubra que eu não sei nada sobre isso. (Pausa) Se tem gente que escreve livro pros outros assinarem, por que não vai ter com designer? É só questão de achar quem faça.

Marcelo entra.

Marcelo — Clara, já marquei a reunião pra você apresentar a ideia das novas embalagens.

Heloísa — (Surpresa) Mas já?

Marcelo — Parece nervosa com a notícia. Algum problema com isso?

Heloísa — (Disfarça) Não. Tá tudo bem.

Marcelo — Fica tranquila que a gente quer ver só a ideia, o estilo que você vai seguir. Não precisa mostrar nenhum desenho, tá?

Heloísa concorda. Marcelo vai sair, mas Heloísa o chama.

Heloísa — Marcelo!

Marcelo olha para ela.

Heloísa — (Vai até ele) Eu to sentido a gente tão distantes um do outro.

Heloísa beija Marcelo.

Heloísa — É aquela piranha da Milena que tá virando a sua cabeça, né?

Marcelo — (Calmo) Não fala assim. Ninguém tá me virando a cabeça, Clara.

Heloísa — (Irritada) Mentira! Você sabe que é mentira!

Marcelo — Aqui não é hora nem lugar pra gente falar sobre isso.

Heloísa — (Se acalma) Desculpa. (O acaricia) É que eu não gosto de ver você tão distante de mim. Sei que tem outra entre o nós, mas eu não vou deixar que ela atrapalhe o nosso amor.

Marcelo — Eu preciso voltar pra minha sala.

Marcelo sai. Heloísa fica contrariada.

CENA 08. giacomelli exportações. sala de giancarlo. Interior. Dia.

Giancarlo trabalhando. Bianca entra, já falando.

Bianca — Pai, eu tava aqui pensando.

Giancarlo olha para Bianca.

Bianca — (Continua) Sobre o projeto da Milena.

Giancarlo — O que tem? Algo de errado com ele?

Bianca — Não! Muito pelo contrário! Ele é ótimo! Inclusive eu acho que a gente vai precisar de uma parceira internacional, não?

Giancarlo — Realmente, Bianca. Pra esse projeto de exportação que a Milena tá desenvolvendo, seria melhor a Giacomelli buscar apoio de empresas locais.

Bianca — Dubai?

Giancarlo — Acho um dos países mais indicados: próspero, sem conflitos aparentes e na rota que a gente deseja.

Bianca — E por que você não manda a Milena pra lá?

Giancarlo — Pra colocar o projeto adiante?

Bianca — Sim. Porque um projeto desse porte vai trazer muitos benefícios à exportadora. Precisamos de alguém de confiança pra ficar de olho nos primeiros passos dele, independente de provável parceria ou não.

Giancarlo — E você acha que a Milena consegue?

Bianca — Claro que sim, pai! Ela tem formação, o inglês dela é fluente e o mais importante de tudo: essa ideia é dela! Nada mais justo que a própria Milena vá pra lá. Você não acha?

Giancarlo — (Pensativo) Você tem razão. Eu vou conversar com a Milena mais tarde e ver o que ela acha disso.

Bianca — (Sorri) Aposto que ela vai adorar.

Em Bianca com um sorriso vitorioso.

CENA 09. barão do alambique. sala de marcelo. Interior. Dia.

Marcelo trabalhando. Leandro entra.

Leandro — Licença, primo. Posso entrar?

Marcelo — Pode, Leandro. Quer alguma coisa?

Leandro — Te fazer um convite.

Marcelo — (Confuso) Um convite?

Leandro — É! Pra visitar os canaviais da Barão.

Marcelo — Os canaviais da Barão seria o quê? O lugar de onde é tirada a cana pra produzir as cachaças da Barão?

Leandro — Exato, mas mais do que isso: lá além de ver toda a colheita da cana, a gente pode ver todo o processo de fabricação das nossas cachaças. Você ainda não conhece, né?

Marcelo — É. Ainda não.

Leandro — E como eu sei que você curte essas coisas de natureza, pensei que você ia adorar esse passeio.

Marcelo — (Receoso) Será que é uma boa?

Leandro — Claro que é, Marcelo. Os canaviais ficam no interior de São Paulo. Você vai gostar de lá.

Marcelo pensa um pouco.

Marcelo — (Sorri) Tudo bem. Pra quando vai ser a viagem?

Leandro — O mais breve possível. Eu te aviso.

Marcelo — Vou esperar.

Leandro dá as costas para Marcelo e abre a porta.

Leandro — (Baixo) Garanto que vai ser um passeio inesquecível, priminho.

Em Leandro com o olhar psicótico.

CENA 10. bairro das laranjeiras. rua. Exterior. Dia.

Pessoas circulam pela rua. Juliana desce do ônibus chorando, vai caminhando cabisbaixa pela rua e esbarra em Bernardo.

Bernardo — Olha por onde anda.

Juliana não dá bola, segue andando. Bernardo a segura pelo braço e ambos se encaram. Ele percebe que ela está chorando.

Bernardo — Você tá bem?

Juliana — Não. Não to, mas você não tem nada a ver com isso.

Bernardo — Não precisa ser grossa. Eu só tava querendo ajudar.

Juliana — (Reconhece) To lembrando de você. É o intrometido da outra vez.

Bernardo — Intrometido não! Eu te salvei. (Estende a mão) Bernardo.

Juliana — Não perguntei o teu nome.

Juliana volta a caminhar. Bernardo a segura mais uma vez.

Juliana — (Irritada) Qual foi, cara?! A rua ainda é pública! Vai ficar me impedindo de caminhar?!

Bernardo — Não. Você tá muito estressada, hein?

Juliana — Tenho os meus motivos.

Bernardo — Eu sei. Eu vi o vídeo.

Juliana — É, você já disse isso da última vez. (Tom) Aliás, você tá me stalkeando? Porque só essa explicação pra gente se encontra tão seguido.

Bernardo — Para de paranóia, garota. Eu moro aqui.

Juliana — Nunca te vi antes.

Bernardo — Duvido que você conheça todo mundo que more aqui.

Juliana — É não conheço... E eu já dei conversa demais pra você. Tchau.

Juliana volta a caminhar. Bernardo fica ali, observando-a.

CENA 11. GIACOMELLI EXPORTAÇÕES. SALA DE GIANCARLO. Interior. Dia.

Milena entra e vai até Giancarlo.

Milena — Chamou, vô?

Giancarlo — Chamei, sim. Senta aí.

Milena senta diante dele.

Giancarlo — Você conhece Dubai?

Milena — Não. Dizem que é lindo lá. Ostentação pura.

Giancarlo — Se quiser, você vai pra lá.

Milena — (Não entende) Eu? A troco de quê?

Giancarlo — Por causa do seu projeto. Como a rota das exportações são praqueles lados, a gente andou vendo e Dubai é o país perfeito pra começar a implementação disso.

Milena — Mas eu?... Será?

Giancarlo — Você é a idealizadora do projeto. Nada mais justo que vá pra lá. (Tom) Foi a sua mãe que sugeriu o seu nome.

Milena — (Surpresa) A mãe?... Surpreendente.

Giancarlo — E então, Milena? Aceita.

Milena — (Sorri) Aceito.

Giancarlo sorri de volta e pega na mão de Milena.

CENA 12. barão do alambique. sala de heloísa. Interior. Dia.

Leandro diante de Heloísa. Conversa já iniciada.

Leandro — Adiar como?

Heloísa — Não sei! Se vira!

Leandro — Se vira nada! As coisas não acontecem só porque você quer.

Heloísa — (Pede) Pelo amor de Deus, Leandro. Adia a apresentação dessas malditas embalagens.

Leandro — Acho melhor você apelar pro diabo, porque Deus não vai te ouvir.

Heloísa — Não se preocupa que eu acendo uma vela pros dois.

Leandro ri.

Leandro — Você deveria deixar de lerdeza e procurar logo alguém pra fazer esses desenhos no seu lugar.

Heloísa — E eu não sei disso? To igual doida atrás de alguém, mas não consegui. A Barão do Alambique é uma marca muito conhecida! Ninguém quer desenhar embalagens pra ela e ficar no anonimato.

Leandro — (Irônico) É, minha querida. Você vai ter que se virar.

Heloísa — E você vai ter que me ajudar. Convence o seu pai e o Marcelo a adiarem essa apresentação. Algumas semanas pelo menos.

Leandro — (Concorda) Vou ver o que eu posso fazer. (Tom) Licença.

Leandro sai. Heloísa fica ali, um pouco aliviada. Tempo e o seu celular toca. Ela olha pra tela.

Heloísa — (Estranhando) Número desconhecido? Quem será?

Heloísa atende o celular.

Heloísa — (Cel) Alô. Quem fala?

CENA 13. rua. ambiente. Exterior. Dia.

Regina fala ao celular.

Regina — (Cel) Sou eu: Dra. Regina.

Heloísa — (Off) Desculpa, mas eu não to lembrada de você, eu/

Regina — (Cel/Por cima) Lembra sim! Regina, a médica da clínica que você internou a sua mãe.

CENA 14. barão do alambique. sala de heloísa. Interior. Dia.

Heloísa ao celular.

Heloísa — (Cel) E o que você quer?

Regina — (Off) Me encontrar com você.

Heloísa — (Cel) Eu não tenho nada o que conversar com você.

Regina — (Off) Ah tem sim, dona Clara. To te mandando o endereço por mensagem. Espero a senhora no final da tarde.

Heloísa desliga o celular, nervosa. Tempo e o celular sinaliza o recebimento de uma mensagem. Heloísa olha para tela.

CENA 15. gafieira. frente. Exterior. Dia.

Daiane e Rudá. Conversa já iniciada.

Jamal — (Surpreso) Repete que eu não to acreditando.

Daiane — É isso mesmo que eu disse: o Rudá me pediu em namoro e eu aceitei.

Jamal — E onde foi parar aquele discurso de mulher livre?

Daiane — Resolvi dar uma chance pra ele.

Jamal — Por insistência dele ou porque você quer?

Daiane — Um pouco dos dois. Eu gosto do Rudá e não custa nada dar uma chance pra nós dois.

Jamal — Desejo sorte à vocês dois. Que essa tentativa dure bastante.

Daiane — Tomara. (Tom) E o Seu Coisinha que não chega? Se pelo menos ele tivesse deixado a Gafieira aberta. To cansada de esperar aqui do lado de fora.

Jamal — (Tira o celular do bolso) Eu vou ligar pra ele.

Jamal leva o celular até a orelha.

CENA 16. barão do alambique. sala de marcelo. Interior. Dia.

Marcelo em pé, cumprimenta Rogério.

Marcelo — Você é o padrasto da Milena, não é?

Rogério — Isso mesmo.

Marcelo faz sinal para Rogério sentar e ambos se sentam.

Marcelo — Você queria falar comigo? Qual seria o assunto?

Rogério — Você lembra que eu conheci a mãe da sua esposa, aquela vez que eu quase atropelei ela?

Marcelo — Lembro sim. Mas no final das contas não acabou acontecendo nada com a Luísa.

Rogério — Ainda bem.

Marcelo — Você sabia que a Luísa tá presa?

Rogério — Sabia e é justamente sobre isso que eu vim falar com você.

Marcelo — Ah é? O que exatamente?

Rogério — Eu acredito na inocência da Luísa/

Marcelo — (Por cima) Eu também.

Rogério — (Continua) Então... Eu cheguei a fazer algumas visitas pra ela e como eu acreditava na inocência dela, eu me ofereci pra defender ela no processo que tão movendo contra ela. Mas aí ela disse que não precisava, que o seu advogado ia cuidar de tudo.

Marcelo — Verdade. O Otávio.

Rogério — Aí é que tá, Marcelo. Eu andei olhando o processo e não foi feito nada por parte do advogado da vitima pra que ela fosse retirada da cadeia.

Marcelo — (Confuso) Você tá querendo dizer que o Otávio não fez o que eu mandei?

Rogério — Parece que não.

Marcelo fica surpreso.

Rogério — (Se levanta) Era isso que eu tinha pra falar. Até qualquer hora.

Os dois se cumprimentam e Rogério sai. Marcelo fica ali, pensativo.

CENA 17. rio de janeiro. ambiente. Exterior. Dia.

Música: More Than I Can Say - Leo Sayer.

Stock-shot da cidade do Rio de Janeiro, indicando a passagem de algumas horas. [Música off].

CENA 18. casa de giancarlo. sala. Interior. Dia.

Milena e Yasmin. Conversa já iniciada.

Yasmin — (Em êxtase) Dubai?! Que tudo!

Milena — É, mas eu não to indo lá à passeio. Vou implantar um projeto que eu bolei pra exportadora.

Yasmin — Ah mesmo assim você vai dar uma passeada por lá.

Milena — Vou mesmo. Sempre tive vontade de conhecer Dubai, mas nunca tive a oportunidade.

Yasmin — E eu quero que você me traga um presente de lá.

Milena — Tá pidona, hein?

Yasmin — Não é todo dia que a minha irmã vai pra Dubai.

Milena — (Ri) Pode deixar que eu vou trazer alguma coisa pra você.

Yasmin — É, mas não me traz aquelas camisetas com a estampa dizendo: “Um pessoa que me ama muito foi para Dubai e se lembrou de mim.” Acho aquilo cafonérrimo.

Milena — Amor, eu to indo pra Dubai e não pro Guarujá. Nem deve ter esse tipo de coisa lá. (Tom) Que tal uma pulseira? Direto das Arábias.

Yasmin — Que brilhe bastante. Pra eu esfregar na cara das recalcadas na balada.

Milena ri e concorda.

CENA 19. praça. ambiente. Exterior. Dia.

Giovanna e Jardel sentados em um banco.

Jardel — O que você tinha de tão urgente pra falar comigo?

Música: Say You Say Me - Lionel Richie.

Giovanna — Aquilo que você disse mais cedo: que você receberia a minha filha e eu de braços abertos é verdade?

Jardel — É claro que é, Giovanna. Antes eu tava propenso a fazer muitas coisa erradas, mas o seu amor me levou prum outro caminho.

Giovanna sorri e beija Jardel.

Giovanna — Eu te amo.

Jardel — Eu também te amo.

Giovanna — E é por isso que eu decidi: Eu vou pedir a separação do Otávio.

Jardel sorri, feliz. Os dois se beijam novamente. [Música off].

CENA 20. casa de giancarlo. sala. Interior. Dia.

Milena e Yasmin, rindo. A campainha toca. Cleusa vem da cozinha e abre a porta. Tempo e ela vai até as duas.

Cleusa — Dona Milena, é pra senhora.

Milena se levanta, olha para a direção da porta e vê Leandro. Cleusa volta para a cozinha.

Milena — Você?

Leandro — (Se aproxima) Será que a gente pode conversar um pouco?

Closes alternados entre Leandro e Milena.

CENA 21. bar da região portuária. ambiente. Interior. Dia.

Um boteco sujo e com cadeiras e mesas de plástico. Ao fundo se vê alguns navios cargueiros. Heloísa diante de Regina.

Heloísa — Eu achei que nós não tivéssemos mais nada o que conversar, a partir do momento que você deixou a minha mãe sair daquela clínica.

Regina — A gente sempre arranja assunto novo pra conversar, não é?

Heloísa — (Impaciente) Então fala logo o que você quer.

Regina — Sabia que eu fui demitida da clínica que eu tava trabalhando?

Heloísa — E eu com isso? Eu não sou INSS, minha filha! Tá desempregada, então vai procurar um desses esses órgãos.

Regina — Você tem tudo a ver com isso. Eles me demitiram porque descobriram que eu cobrava por fora pra manter pessoas que não precisavam ficar lá... Como a sua mãe.

Heloísa — Deixa a minha mãe sair, é descoberta pela chefia... (Desdenha) Logo se vê que você é uma incompetente.

Regina — (Reage) Sem gracinha. Nós duas estamos juntos nessa e eu quero a sua ajuda.

Heloísa — (Surpresa) A minha? Não vai não.

Regina — Ah vai sim! Ou você me dá uma boa grana ou então eu conto pra todo mundo que você me pagou pra deixar a sua mãe presa naquela clínica.

Na tensão de Heloísa.

CENA 22. escritório de otávio. sala de otávio. Interior. Dia.

Marcelo sentado diante de Otávio.

Otávio — Não esperava por você, Marcelo. Aconteceu alguma coisa?

Marcelo — Isso é você quem tem que me dizer.

Otávio — (Não entende) Desculpa, eu não entendi.

Marcelo — Como é que anda a situação da Luísa, a minha sogra? Você já fez o pedido de habeas corpus.

Otávio — Fiz, mas ele foi negado. Tráfico de drogas é crime inafiançável.

Marcelo — Então quer dizer que você fez o pedido, mas ele foi negado pelo juiz?

Otávio — Exato.

Marcelo — Mentira! Você tá mentido!

Otávio — Não! Eu to falando a verdade pra você.

Marcelo — Eu fiquei sabendo que você não fez nada pra tirar a Luísa da cadeia. (Pausa) Por que você não fez o que eu te mandei?

Otávio fica confuso, sem saber o que falar.

Marcelo — Anda, Otávio! Eu exijo uma explicação pra isso!

Otávio — (Procura palavras) É... Eu... Não ia adiantar nada entrar com um habeas corpus, Marcelo. O juiz não ia dar.

Marcelo — Então cabia a você encontrar uma outra solução pra tirar a Luísa de lá. E não ficar aí sem fazer nada, mentindo pra mim.

Otávio — Não foi minha intenção, Marcelo. Eu achei que/

Marcelo — (Corta) Você não tinha que achar nada. Você tinha que ter feito o que eu tinha te pedido. Eu acredito na inocência da Luísa e ela precisa sair da cadeia.

Otávio — O juiz vai negar, mas eu posso entrar com um pedido de soltura.

Marcelo — (Se levanta) Não, Otávio. Toda a confiança que eu tinha em você foi quebrada. Não quero mais que você cuide desse caso... Aliás, eu vou precisar rever se vou continuar querendo que você trabalhe comigo.

Otávio se levanta, no impulso.

Otávio — (Surpreso) Você tá me demitindo?

Marcelo — Ainda não sei, Otávio. Eu vou pensar no assunto.

Marcelo dá as costas para Otávio e caminha em direção à saída. Otávio reage.

Otávio — Marcelo!

Marcelo se vira para Otávio.

Otávio — Eu não vou levar a culpa por uma coisa que eu não fiz.

Marcelo — Como é que é?

Otávio — Eu não fiz nada pra tirar ela da cadeia, porque a sua mulher veio aqui me pedir pra deixar ela presa.

Em Marcelo incrédulo.

CENA 23. giacomelli exportações. sala de bianca. Interior. Dia.

Bianca em pé diante de um homem engravatado. Ela assina uma folha, entrega a ele. O homem entrega para Bianca um envelope e sai. Bianca abre o envelope e reage surpresa ao visualizar o conteúdo.

Música: Instrumental Suspense. [Até o Encerramento].

Bianca fica pálida. Giancarlo entra.

Giancarlo — Bianca, a sua sugestão de mandar a/

Giancarlo percebe a preocupação de Bianca.

Giancarlo — Tá tudo bem, filha? Você tá pálida.

Nervosa, Bianca não consegue responder. Giancarlo olha para o papel que está nas mãos dela.

Giancarlo — O que é isso?

Bianca entrega o papel para Giancarlo, que após ler, fica surpreso.

Giancarlo — (Surpreso) É isso mesmo que tá escrito aqui?

Bianca faz uma longa pausa, até que por fim responde:

Bianca — Sim, pai... A justiça vai voltar a investigar a morte do Coimbra.

Em Bianca transtornada. Fade Out.

 
     

 

     



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