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Garotas do Rio - Capítulo 05

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CAPÍTULO 05
 
     
 
 
 

VOZ DE MARCELA – Anteriormente em Garotas do Rio... 

 


MARCELA (erguendo a taça) –
Um brinde ao casamento!

ANTÔNIA (erguendo a taça) – Um brinde a festa na ONG!

FÁBIA (erguendo a taça) – Um brinde às garotas... Garotas do Rio!

 


FÁBIA –
Eu tô tentando entender o que você quer.

LU – Um relacionamento normal. Foi isso que eu sempre quis, caramba! Mas pra você tanto faz, como tanto fez. Aí me tira do serviço pra cobrar uma solidariedade que você não tem? Cresce, garota.

Lu vai saindo. Fábia a segura pelo braço.

LU – Me solta.

FÁBIA – A gente precisa conversar com calma. Acertar o que queremos pra nossa vida.

LU – De você eu quero distância.

 


TONY –
Você fica tão tenso na minha presença.

DIEGO – É porque eu sei a sua intenção.

TONY – E isso é ruim?

DIEGO – Só se sabe provando.

Tony e Diego se beijam.

 


MÉDICO – A senhora quase perdeu o bebê que espera.

ANTÔNIA (assustada) – Bebê? Como assim?

 


De repente, ouve-se passos que vão ficando cada vez mais próximos. Até que a pessoa chega ao local.

MARCELA (assustada) – Você?

 

CENA 01. CASA. SALA. INT. DIA.

Marcela assustada olhando para a mulher, a qual não é revelada. Em segundo plano, Donna e o Adolescente, amedrontados.

MARCELA – Deve estar havendo algum equívoco. Só pode ser brincadeira das meninas.

Marcela se levanta e fica cara a cara com a mulher.

SONOPLASTIA DE TENSÃO.

CAM em slow motion revela que a mulher é Laura. Altiva, olha para Marcela com desdém.

LAURA – Espero que o hotel esteja do gosto da recém-casada.

MARCELA – Você é a mãe da Fábia. De verdade, eu não estou entendendo nada que está acontecendo aqui.

Donna se levanta, assustada e surpresa.

DONNA – Ela é a mãe da Fábia? Aquela amiga jornalista de vocês?

O homem se levanta e se aproxima de Laura.

HOMEM – Já vi que essa estória vai demorar pra inferno. Vou num boteco tomar uma cerva.

LAURA (mansa/ meiga) – Aproveita e traz uma carteira de cigarros pra mim, Nenzin.

Nenzin cheira o cangote de Laura e vai saindo.

LAURA – Não demora, hein amor. Eu tenho que voltar pra casa da minha amada filhinha.

NENZIN – Pode deixar!

Nenzin sai. Laura volta a olhar séria para Marcela e Donna.

LAURA – Meu papo agora é com vocês três. Quero os três no sofá.

Donna e o adolescente se sentam. Marcela fica parada, olhando séria para Laura.

MARCELA – Eu nem te conheço direito, mas só queria entender qual o seu problema comigo.

Laura empurra Marcela no sofá e saca sua arma.

DONNA (choramingando) – Pelo amor de Deus, dona. Atira na gente não.

LAURA – Meu problema não é com vocês. Vocês tão aqui como moeda de troca.

MARCELA – Moeda de troca?

LAURA – Pra livrar meu marido da mira de um pessoal bem barra pesada, eu preciso pagar uma dívida de cinquenta mil pilas. Não tenho, óbvio.

MARCELA – E você acha que eu, como professora, vou ter essa grana?

LAURA – A ONG tem. Recebeu cem mil limpinho. Tô ligada nisso já.

MARCELA – Você vai acabar se lascando. Larga esse homem e seja feliz sem dívida, sem bandido.

Laura se aproxima de Marcela e encosta o cano do revólver em sua face. Marcela segura o medo, se faz de forte.

LAURA (cochichando em seu ouvido) – Não precisa se fazer de durona, não lindinha. A gente sabe que você tá aí se borrando de medo deu encaçapar duas balas nessa sua pele cheinha de melanina.

Um celular toca. Laura se afasta e atende.

LAURA (cel.) – Oi (T) Traz qualquer um, porra! Eu quero cigarro, preciso fumar. (T) Tá, pode ser esse mesmo. Mas ó, vê se não demora. Tenho que estar em casa, ser solidária a minha filhinha.

Laura desliga o celular. Volta seu olhar para os reféns.

LAURA (deboche) – Agora, vou mostrar-lhes a suíte presidencial.

Em Laura, sorriso sínico.

CENA 02. STOCK SHOTS. EXT. NOITE.

SONOPLASTIA: PÉS CANSADOS – SANDY. Imagens da Lagoa Rodrigo de Freitas, o Corcovado todo iluminado, a Avenida Vieira Souto e termina na fachada do Prédio onde Fábia reside.

CENA 03. AP FÁBIA. SALA. INT. NOITE.

Fábia entra, se encaminha direto para a cozinha. Antônia entra em seguida, completamente arrasada e se joga no sofá. Música cessa.

FÁBIA (off.) – Não entendi até agora esse seu desespero. Gravidez não é doença não.

ANTÔNIA – Tô preocupada com a Marcela, com a Donna, com o menino que sequestraram.

Fábia vem vindo com duas xícaras na mão.

FÁBIA – Também tô. Ficar sem notícia é extremamente ruim. (entregando uma xícara) Toma. É chá de camomila, acalma um pouco.

Antônia dá uma golada e coloca a xícara na mesinha em frente.

FÁBIA – Seu marido não falou nada? Não ligou, não mandou mensagem?

ANTÔNIA – Nada até agora. Tá ele com o Patrick.

FÁBIA – Nessa confusão toda, eu nem sei por onde a minha mãe se encontra.

Nesse instante, Laura entra pela porta, vinda da rua com sacolas nas mãos.

FÁBIA – Nossa, mãe, não morre mais. Tava agora falando da senhora.

LAURA (erguendo as sacolas) – Passei no mercadinho pra comprar um peito de frango e umas ervas finas. Vou fazer uma canjinha pra vocês. É leve e sustenta. Sei que o momento é de tensão, mas não podem se descuidar.

Laura passa por elas e se encaminha pra cozinha.

ANTÔNIA – A Laura pensa em tudo mesmo. Coisas de mãe.

FÁBIA (grita) – Mãe, aparece aí rapidinho.

Laura aparece secando um prato.

LAURA – Pois não?!

FÁBIA – Dentro dessa estória toda do sequestro da Marcela, tem uma notícia boa.

LAURA – E qual é?

Fábia olha para Antônia, que a encara meio sem jeito. Olhar piedoso.

FÁBIA – A Antônia tá grávida.

Laura fica surpresa. Antônia sorri a contragosto.

LAURA – Mas que ótima notícia! Seu marido já sabe?

ANTÔNIA – Ainda não.

LAURA – Mas ele vai ficar felicíssimo. (SAINDO) Agora deixa eu voltar pra minha canja.

Laura sai do plano. Antônia olha séria para Fábia, que percebe.

FÁBIA – Falei demais?

Antônia fica pensativa.

FÁBIA – Mas gravidez também não é algo que se esconda por muito tempo. A barriga cresce.

ANTÔNIA – Vamos pro seu quarto? Vou tentar ligar pro Affonso. Tô preocupada. Será que alguém foi à polícia?

FÁBIA – Tony foi com Felipe à polícia. Vamo pro meu quarto. De lá vou tentar falar com ele também.

Fábia e Antônia saem em direção ao quarto.

CENA 04. AVENIDA VIEIRA SOUTO. EXT. NOITE.

Affonso e Patrick caminham pelo local. Pedem informações a pessoas, mostram foto de Marcela, mas as pessoas apenas negam com a cabeça.

CORTA PARA: QUIOSQUE.

Os dois estão sentados numa mesa, tomando suco. Patrick visivelmente arrasado.

PATRICK – Tô um lixo. Já procuramos por tudo quanto foi lugar. Nem sinal delas, nem sinal daquela penca de bandidos.

AFFONSO – Precisa ir pra casa e tentar descansar.

PATRICK – Que mané descansar. Minha mulher nas mãos desses bandidos e acha que vou deitar minha cabeça no travesseiro e repousar como se nada tivesse acontecendo?

AFFONSO – Tem razão, se fosse com a minha Antônia, eu estaria do mesmo jeito que você.

PATRICK – E ela, onde está?

AFFONSO – Na casa da Fábia, aquela amiga jornalista.

PATRICK – Passa lá e busca ela, cara.

AFFONSO – E te deixar na mão? Jamais. Vamos virar madrugada rodando essa cidade, olhando tudo. Mais hora ou menos hora eles vão fazer contato. Tão afim de grana, devem saber que você é jogar de futebol.

PATRICK – Tem razão...

Em Patrick, cabisbaixo.

CENA 05. VILLAR DOS TELES. CASA. QUARO. INT. NOITE.

Local escuro e sujo. Donna e o rapaz estão deitados num colchonete. Marcela anda de um lado pro outro muito apreensiva.

DONNA – Deita e descansa, Marcela. Não adianta nada ficar nesse perrengue todo.

MARCELA – Eu não sei o que vão fazer com a gente, mulher. Pensa só: é gente barra pesada.

Marcela se escora na parede e começa a chorar. Nenzin entra com uma panela de pressão nas mãos.

NENZIN – A noivinha tá chorando?

Marcela seca as lágrimas. Donna se aproxima e a abraça.

NENZIN – Eu vim só trazer uma sopa. Tem três colheres aqui dentro também. Divirtam-se.

Nenzin põe a panela no chão e vai saindo.

MARCELA – Ei! Espera aí.

Nenzin vira-se para ela.

MARCELA – Já fez contato com o pessoal?

NENZIN – Meu jogo, minhas regras.

MARCELA – Eu preciso ligar pro meu marido e dizer que tá tudo bem.

NENZIN – Tá tudo bem. Agora come e para de falação pro meu lado.

Nenzin sai. Em Marcela, triste.

 
     

 

     
   
 
A VILÃ
     
 

CENA 06. AP FÁBIA. QUARTO DE FÁBIA. NOITE.

Porta entreaberta. Fábia está sentada numa poltrona, retirando a maquiagem, enquanto Antônia está deitada na cama.

FÁBIA – Até agora eu não entendi o seu sofrimento por estar grávida. É casada, não está doente, tem uma vida financeira bem confortável.

ANTÔNIA – Vai muito além disso. São coisas erradas que eu fiz. Deus com certeza tá me punindo essa hora. Rindo das escolhas que fiz.

Fábia vira-se para Antônia.

FÁBIA – Do que você tá falando?

CORTA RÁPIDO PARA: CORREDOR.

Laura vem vindo com dois pratos de canja numa bandeja, para próxima a porta do quarto de Fábia sem ser notada. Ela fica espreitando a conversa.

CORTA PARA O QUARTO:

ANTÔNIA – Fiz coisas de que me arrependo.

FÁBIA – E o que isso tem com sua gravidez? Eu juro que não estou conseguindo compreender.

ANTÔNIA – Eu não sei se estou grávida do meu marido ou do meu amante. É isso!

Em Antônia, cabisbaixa. Fábia sem reação, chocada. Em segundo plano está Laura, muito surpresa com a revelação.

CORTA RÁPIDO PARA: CORREDOR.

Laura deposita a bandeja numa mesinha próxima e coloca as duas mãos sobre a cabeça, completamente estarrecida.

LAURA (pra si) – Grávida e não sabe de quem? Mas isso rende uma boa grana! É furaço de reportagem.

Em Laura, sorriso malicioso.

CENA 07. STOCK SHOTS. EXT. DIA.

SONOPLASTIA: UMA LOUCA TEMPESTADE – ANA CAROLINA.

Imagens do amanhecer do Corcovado, o tempo nublado dando lugar ao sol que desponta. A suavidade das ondas da Praia de Copacabana.

MÚSICA CESSA.

CENA 08. AP FÁBIA. SALA. DIA.

Laura arruma a mesa do café. Fábia vem vindo do quarto, de pijama e olhar sonolento.

FÁBIA – Nossa, dona Laura, a senhora madruga, hein.

LAURA – Não consigo ficar muito tempo deitada. Minhas costas doem. Cadê Antônia?

FÁBIA (se sentando a mesa) – Tá descansando, tadinha! Passou metade da madrugada agoniada. Dei logo um calmante e ela desmaiou.

LAURA – Cuidado, Fábia! Não pode ficar manipulando medicamentos assim com ela. Ela tá grávida.

FÁBIA – Tem razão. Mas o bom é que está descansando.

LAURA – Quer café ou chá?

FÁBIA – Café pra acordar. Bem forte e sem açúcar, por favor! Hoje eu vou atrás do sumiço da Marcela. Vou ver se o Patrick tem notícias.

LAURA (saindo) – Vou buscar seu café.

A campainha TOCA.

LAURA (off) – Atende aí, filha!

Fábia se levanta e abre a porta. Dois policiais aparecem.

FÁBIA – Pois não?!

Laura vem vindo com uma chaleira de café. Ela vê os policiais, se assusta e deixa a chaleira cair. Close em seu olhar de pânico.

CENA 09. CALÇADÃO DE COPACABANA. EXT. DIA.

Anunciação e Mimi caminham com roupa de ginástica.

ANUNCIAÇÃO – Enfim a reforma do jornal ficou pronta. Não aguentava mais ter que pagar funcionário pra ficar coçando saco em casa.

MIMI – Os outros, né?! Porque eu fiquei dia e noite no escritório da sua casa mantendo aquele blog.

ANUNCIAÇÃO – Desce do salto, Alice. Todos os funcionários mantiveram suas colunas atualizadas no site. Inclusive Belmiro e Fábia.

MIMI – Aquela lá não te processou.

ANUNCIAÇÃO – Eu fiz a boazinha, meu bem. Não podia perder mais dinheiro ainda.

MIMI – Acho que agora você poderia demiti-la. Afinal de contas, ela é amiga da sua rival. Provavelmente não vai mais fazer notas maldosas sobre Antônia.

ANUNCIAÇÃO – Deveria era demitir você, sua incompetente. Deixou meu prédio queimar e quase matou uma funcionária. Sorte que aquela ruiva tem mãe e o santo muito forte. (T) Quanto à amizade, não dou muito tempo para terminar.

Anunciação sorri. Ela continuam caminhando, quando Patrick e Affonso vem na direção delas, mostrando fotos de Marcela para as pessoas.

Mimi olha ao redor, e vê Affonso. Fica em êxtase.

MIMI – Diva, olha quem tá vindo na nossa direção.

Anunciação olha e vê Affonso, que também a vê. Seus olhos se cruzam por um instante.

 CENA 10. AP FÁBIA. SALA. DIA.

Continuação da cena 8. Laura olha assustada para os policiais, que a olham também.

FÁBIA – Entrem, por favor! Não reparem o chão. Vocês viram, minha mãe derramou a chaleira de café.

LAURA (sem jeito) – Tô muito desastrada. Mas é que...que...esse chão tá escorregadio demais. Ou era eu ou a chaleira.

Os policiais entram.

FÁBIA – É alguma notícia do caso da Marcela? Aconteceu alguma coisa?

Close em Laura, muito assustada.

POLICIAL 1 – Não. Viemos falar sobre o incêndio do jornal em que a senhorita trabalha.

Laura respira aliviada.

LAURA (saindo) – Deixa eu ir pegar um pano pra limpar essa bagunça.

Laura sai.

FÁBIA – Entrem, por favor! É melhor conversar aqui dentro.

Os policiais entram, Fábia fecha a porta.

CENA 11. AP FÁBIA. LAVANDERIA. DIA.

Laura está molhando um pano no tanque, quando para e fica pensativa.

LAURA (off) – Nada de errado pode acontecer, Laura Bueno. É a sua vida que está em risco. É a vida do seu homem.

CENA 12. CALÇADÃO DE COPACABANA. EXT. DIA.

Affonso olha para Anunciação, que o olha também. Patrick se aproxima de Mimi e Anunciação.

PATRICK – Desculpa incomodá-las, mas será que as senhoras viram ou tem notícias dessa mulher aqui?

Patrick mostra a foto de Marcela.

MIMI – Nós estávamos no seu casamento lá no Vidigal.

PATRICK – Desculpa por eu não ter reconhecido vocês. É o nervosismo. Vocês viram o momento do sequestro?

Affonso se aproxima. Anunciação o olha com carinho. Mimi percebe o clima.

Sonoplastia (“Meu primeiro amor – Roberta Miranda”)

AFFONSO – Olá, Anunciação, como vai?

ANUNCIAÇÃO – Indo. (a Patrick) Desculpa, não tenho informações sobre sua esposa. Mas devem te ligar pra pedir o resgate. Esses marginais são assim.

Anunciação fica olhando Affonso por um tempo.

MIMI (puxando Anunciação) – Vamos, amada Diva. Com licença, senhores.

Mimi dá um tranco em Anunciação, que acaba deixando o celular cair sem perceber. Elas rapidamente entram num táxi que sai.

AFFONSO – A moça deixou o celular cair.

Affonso se abaixa e pega o celular. Ele toca no visor e vê a foto de Anunciação. Ele fica olhando por um tempo.

MÚSICA CESSA.

CENA 13. VILLAR DOS TELES. CASA. QUARO. INT. DIA.

Donna e o rapaz dormem, enquanto Marcela fica sentada num canto, muito triste.

MARCELA (pra si) – Por que comigo, meu Deus? O que foi que eu fiz?

Nesse instante ela ouve um barulho na porta e corre pra próximo dela. Nenzin abre a porta e entra.

NENZIN – E aí, bebê?

MARCELA – Já fez contato com o Patrick?

NENZIN – Vou fazer agora, minha gata. Preciso do número dele. Vai me passando.

MARCELA – Mas eu tô sem celular.

Nenzin fecha a cara e desfere um tapa no rosto de Marcela, fazendo-a cair no chão. Donna e o rapaz acordam assustados.

NENZIN – A dondoca tá me tirando, é isso? Na malandragem, minha querida, eu tenho doutorado. E você pelo jeito não deve ter terminado a Educação Infantil. Agora vambora, sem se demorar muito. Passa o número do teu fiel aí.

MARCELA – É 972...

Marcela continua falando, enquanto Nenzin anota no celular.

CENA 14. COPABAR. SALÃO. INT. DIA.

Lu está varrendo o local, quando Felipe vem descendo as escadas do escritório. Ele se aproxima dela.

FELIPE – Oi, Lu.

LU – Oi, Felipe. Tudo bem?

FELIPE – Tá tudo sim. Tirando o fato desse sequestro maluco que fizeram com a Marcela. Tadinha, no dia do casamento.

LU – Pois é. No dia do casamento. É uma pensa, né?! Esse Rio de Janeiro anda perigoso por demais, você não acha?

FELIPE – É uma pena, mas tenho que concordar com você.

Lu continua varrendo. Felipe a observa.

FELIPE – Escuta, Lu, tu não tens vontade de casar não?

Lu para de varrer e olha para Felipe.

FELIPE – Longe de mim querer me meter na sua vida, mas é que.../

LU (por cima) – É que vocês acham que felicidade é só com casamento. Dá pra ser feliz solteira também, sabia?

FELIPE – O casamento é só a coroação da felicidade. Olha o meu exemplo, por exemplo: tô com o Tony tem mais de vinte anos. A gente se ama, é leal.

LU – Você nunca se sentiu atraído por outra pessoa?

FELIPE – Claro que sim. Já tive belíssimos clientes ou parceiros de escritório. Mas o desejo não pode falar mais alto que o amor. E estar casado é isso. É resistência diária. É casado que você sabe se seu amor resiste a essas tentações. Se não resistir, minha amiga, isso não é mais amor.

Lu fica intrigada. Felipe percebe.

FELIPE – Falei algo demais?

LU (disfarçando) – Não, não é isso. É que eu penso na fidelidade. O que você faria se um dia fosse traído?

FELIPE – Eu já cansei de falar isso pro Tony. (tom sério) Eu o daria um tiro.

Lu fica assustada. Felipe ri.

FELIPE – Nós nos amamos. Pode ficar calma. Mas se um dia ele colocar o nosso amor abaixo do desejo, vai ser a única vez. Eu mato mesmo. Agora deixa eu ir. Vou visitar uma obra.

Felipe sai.

LU (pra si) – Ah, Felipe, se você soubesse...

CENA 15. AP FÁBIA. SALA. DIA.

Fábia está sentada no sofá lixando a unha, quando Laura passa por ela, arrumada e de bolso a tira colo.

FÁBIA – Aonde a dona Laura vai tão arrumada assim?

LAURA – Ah, filha, a mãe vai dar uma volta pra resolver umas contas e já volta, tá? Aliás, não volta. Da rua eu vou direto pro CopaBar.

FÁBIA – Lindona assim é capaz da senhora até arrumar um marido.

LAURA (batendo na madeira) – Isola. Bate na boca. Segura uma figa. Tô bem do jeito que tô, meu amor. Agora deixa eu ir. Tem comida na geladeira pra você e pra Antônia.

FÁBIA – Tá bem...Beijo!

Laura sai. Fábia volta a lixar as unhas. Seu celular toca. Ela atende.

FÁBIA (CEL.) – Alô! Oi, Anunciação (T) Tô bem sim. Reunião? (t) Ok, estarei lá! Beijo.

Em Fábia, olhar sério.

CENA 16. COPABAR. ALMOXARIFADO. INT. DIA.

Diego está dobrando algumas toalhas de mesa, quando Tony se aproxima.

TONY – Você disse que queria falar comigo. O que seria?

DIEGO (sem jeito) – Tô sem cara pra falar isso.

Tony se aproxima calmamente, lhe dá um beijo na bochecha e segura sua face, fazendo-o olhar para ele.

TONY – E desde quando você precisa ficar sem jeito comigo, meu dengo?

DIEGO – É que eu não quero explorar de você, Tony. Você é muito gente boa.

Tony solta Diego, fica sério e se afasta.

TONY – Não tô gostando nada desse papo aí. Vai dizer que quer se afastar, ir embora. É isso?

DIEGO – Você me confunde. Eu me odeio. Mas é que como eu tô vindo morar na Zona Sul, preciso de um empréstimo pra poder pagar um aluguel calção. Tô sem jeito.

Tony sorri.

DIEGO – Fico sem jeito. Com medo de você achar que é exploração.

TONY – Meu dengo, tudo por você e para você. Eu te emprestou, te dou. Faço como você achar melhor.

Tony se aproxima. Os dois se beijam acaloradamente.

CENA 17. STOCK SHOTS. EXT. DIA.

SONOPLASTIA: “Aceita Paixão” – (Péricles)

Tomadas do subúrbio do Rio. Ônibus lotados circulando, trens passando pelas ferrovias. Estações cheias com embarque e desembarque de pessoas do metrô.

CENA 18. ESTAÇÃO CENTRAL DO BRASIL. EXT. DIA.

Laura desce dum ônibus e vai caminhando por ali. Ela desce as escadas da estação até chegar num ponto fixo onde tem uma parede laranja e uma enorme propaganda brilhando. Ela coloca seus óculos escuros e fica parada por ali. Pouco depois, Nenzin desembarca de um metrô ali. Os dois se aproximam e se beijam.

Música cessa.

LAURA – Pegou o número do homem?

NENZIN – Peguei!

LAURA – Vai ao banheiro e liga.

NENZIN – Tá maluca? Lá vai ter mais gente.

CORTA PARA: BANHEIRO MASCULINO DA ESTAÇÃO.

Laura e Nenzin dentro do local.

LAURA – Não tem ninguém aqui. Eu vou lá pra fora segurar a porta pra você. Você sabe quanto tem que pedir.

Laura sai. Nenzin retira o celular do bolso e disca alguns números.

NENZIN (cel./ disfarçando a voz) – Alô, mano. Aqui é o sequestrados. Tá ouvindo? Quero 60 mil em 24 horas pra liberar sua esposa. Senão vamo fazer churrasquinho dela. Tá entendido? 60 mil. Amanhã ligo pra dizer onde deixar.

Nenzin desliga o celular e o joga na privada, dando descarga em seguida.

CENA 19. PONTO DE ÔNIBUS. EXT. DIA.

Laura e Nenzin estão por ali conversando.

LAURA – ótimo! Vou verificar se não tem polícia. Aí a gente combina o local, entendido?

NENZIN – Tá bem! Vai comigo pra Villar hoje?

LAURA – Não posso. Daqui a pouco tenho que estar naquele bar maldito. Limpando chão e servindo aquele povinho.

NENZIN – Por pouco tempo. Você vai voltar a ser a rainha do morro. Pode apostar.

Nenzin dá um beijo em Laura.

LAURA – Vou pegar um táxi. A noite eu te ligo.

Laura faz sinal para um táxi, que para e ela embarca.

CENA 20. MANSÃO QUEIRÓS. SALA. INT. DIA.

Patrick está sentado no sofá, totalmente triste. Affonso vem dá cozinha com um copo de água nas mãos.

AFFONSO – Bebe essa água e respira. Fica calmo.

PATRICK – Eu queria tanto esse contato, depois que fizeram eu fiquei meio intrigado.

Patrick bebe a água.

AFFONSO – Intrigado com o quê?

PATRICK – Não deixaram a Marcela falar. E se fizeram algum mal a ela?

AFFONSO – Relaxa!

PATRICK – Vou até a diretoria do Flamengo e pedir um adiantamento de salário. Com essa estória de casamento e apartamento novo, eu usei toda a minha poupança.

AFFONSO – Relaxa, Patrick1 Eu tenho esse dinheiro aqui. Precisa pegar emprestado não. O importante é manter a calma e esperar eles fazerem outro contato.

PATRICK – Melhor avisar pra polícia, não acha?

AFFONSO – Não, cara. Se esses bandidos descobrem que você enfiou polícia no meio, eles vão eliminar a sua mulher. Melhor deixar a polícia de fora.

Em Patrick, pensativo.

CENA 21. AP FÁBIA. QUARTO DE FÁBIA. INT. DIA.

Antônia está penteando seu cabelo de frente para o espelho, quando Fábia entra.

ANTÔNIA – Tá decidido, Fábia.

FÁBIA – Decidido o quê?

ANTÔNIA – Eu vou falar com o Pietro. Vou falar da possibilidade desse filho ser dele.

FÁBIA – Tem certeza? O Affonso acabou de ligar e disse que está em casa, que é pra você ir pra lá.

Antônia vira-se para Fábia.

ANTÔNIA – Não posso ir pra casa com essa angústia toda. Eu preciso dividir isso com o Patrick.

Fábia se aproxima, segura nas mãos de Antônia e a olha com ternura.

FÁBIA – Quer que eu vá com você? Quer que eu te ajude?

ANTÔNIA (terna) – Você é como uma irmã pra mim. Feliz em te conhecer, mas acho que essa responsabilidade é só minha. Ninguém pode caminhar pra mim. Mas obrigada por tudo que você está fazendo por mim.

Antônia e Fábia se abraçam.

CENA 22. VILLAR DOS TELES. CASA. QUARO. INT. DIA.

Donna e Marcela estão deitadas, enquanto o rapaz tenta forçar a janela.

DONNA – Para com isso, menino. Esse tal de Nenzin vai chegar e acabar batendo na gente.

RAPAZ – Eu ouvi o barulho do carro. Ele saiu.

MARCELA – Mas deve ter deixado algum capanga.

RAPAZ – Lógico que não. Vocês ouviram algum barulho? Com certeza ele tava aqui sozinho.

O rapaz continua forçando a janela até que ela se abre. Ele olha para Donna e Marcela, os três sorriem.

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 23. VILLAR DOS TELLES. ESTRADA DE CHÃO. EXT. DIA.

Sonoplastia “celebrar” JAMMIL E UMA NOITES.

Os três correm felizes pela estrada. Sorriem, se abraçam, choram de emoção.

CENA 24. AP PIETRO. HALL. INT. DIA.

Música cessa. Antônia para de frente para a porta de Pietro, quando vai tocar a campainha, ele abre a porta e fica surpreso.

PIETRO – Você?

ANTÔNIA – Será que a gente pode conversar?

Os dois se olham.

CENA 25. JORNAL GAZETA CARIOCA. REDAÇÃO. INT. DIA.

Várias pessoas trabalhando por ali nas repartições. Anunciação sai de sua sala e vai até a mesa de Mimi.

ANUNCIAÇÃO – Não acho meu celular em lugar nenhum.

MIMI – A senhora já verificou em casa?

ANUNCIAÇÃO – Já. Mas vou falar pra minha empregada fazer uma varredura lá.

Nesse instante, Laura entra.

LAURA (se aproximando) – Anunciação Bragança?

Anunciação olha para Laura.

LAURA – Sou a mãe da Fábia. Vim conversar com você.

ANUNCIAÇÃO – Marca um dia aqui com a minha secretária pessoal. Hoje a minha agenda tá lotada.

LAURA – E se eu disse que tenho um furo de reportagem muito grande, vai me aceitar?

Nesse instante, Fábia entra e se aproxima.

FÁBIA – De que furo de reportagem você fala, mãezinha?

Closes alternados em Mimi, Anunciação e Laura surpresas.

Clima de tensão. A tela junta metade da face de Fábia e Laura, formando um novo rosto. A imagem congela.
 
     

 

     

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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