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Escolhas da Vida - Capítulo 11

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CAPÍTULO 11 - CAPÍTULO ESPECIAL
 
     

     

 

     
 

CENA 01. CLÍNICA BERTOLINI. INT. DIA. 

Continuação do capítulo anterior. Olívia termina de organizar o procedimento para a inseminação.Pega a ficha do doador 175 e senta-se em sua mesa. Ela abre o sistema, digita o código. CAM foca na tela do computador de Olívia.

CÓDIGO DO DOADOR: 175

NOME: DIOGO TROIANI.

Olivia cadastra a ficha do doador junto dos dados de Fernanda e Paula. Neste instante, Túlio entra na sala. Olívia fecha o sistema.

TÚLIO: - Tudo certo? Elas já decidiram?

OLÍVIA: - Tudo certo, doutor. Doador já foi escolhido. Agora só esperar o resultado dos exames e fazer o procedimento da inseminação na Fernanda.

TÚLIO: - Elas parecem estar bem felizes com essa decisão. De fato, é um passo importante na vida delas.

OLÍVIA: - Eu sou suspeita pra falar. Como amiga da Paula desde a infância, eu reconheço o brilho nos olhos dela com isso tudo. A Fernanda é o grande amor da vida dela e tenho certeza que esse filho que vai vir, vai dar para elas uma felicidade única.

TÚLIO: - Elas estão esperando lá na minha sala. Vem comigo, vamos conversar juntos. Acho que vai ser importantes para elas ter alguém de confiança por perto.

OLÍVIA: - Claro, vamos sim.

CORTA:

CENA 02. CLÍNICA BERTOLINI. CONSULTÓRIO. INT. DIA.

Fernanda e Paula aguardam sentadas, um tanto ansiosas.

PAULA: - Minhas mãos estão são suadas!

FERNANDA: - É a ansiedade. Eu também estou... Mãos frias, olha!

Paula segura as mãos de Fernanda.

PAULA: - Frias mesmo. Deixa que eu aqueço com as minhas.

As duas ficam de mãos dadas. Paula acarinhando as mãos de Fernanda. Elas trocam olhares, se beijam, carinhosas.

PAULA: - Você está feliz?

FERNANDA: - Muito. Acho que nunca estive tão feliz em toda a minha vida. E você?

PAULA: - Eu também. Nunca me imaginei sendo mãe, cuidando de um bebezinho; mas com você do meu lado, eu sei que vai ser uma experiência incrível, única e especial.

As duas trocam olhares, tenras. Túlio e Olívia entram na sala. Túlio vai sentando em sua mesa, enquanto Olívia acomoda-se em uma poltrona ao lado de Paula.

TÚLIO: - A Olívia me falou que vocês já escolheram o doador.

PAULA: - Já sim.

FERNANDA: - Eu só acho esquisito essa história da gente não poder saber quem é.

TÚLIO: - O sigilo é fundamental neste tipo de procedimento, Fernanda. O importante para vocês não é quem doou, e sim, o que foi gerado a partir desta doação, no caso, o filho que tanto almejam.

OLÍVIA: - Ou filhos, não é? Porque é muito comum nascerem gêmeos.

PAULA: - Gêmeos?! Gente, vamos ter que encontrar um apartamento maior!

Todos riem.

Túlio: - Eu preciso agora explicar para vocês como vai funcionar o procedimento a partir de então. Com a escolha do material genético do doador, agora a gente começa a preparar você, Fernanda, para receber esse material. Por isso aqueles exames que eu pedi para você fazer, junto com as medicações. Você precisa estar totalmente saudável para esse processo.

FERNANDA: - Claro.

TÚLIO: - Você vai passar por um processo de fertilização in vitro. Eu vou retirar de você os óvulos que estão prontos para receber o espermatozóide, que serão injetados no laboratório. Esses óvulos ficarão em observação, onde a gente vai analisar, acompanhar todo o desenvolvimento dele.

PAULA: - Para depois então ele voltar pra Nanda, isso?

TÚLIO: - Exatamente. Em pouco tempo a gente já pode saber quando este material está pronto, para daí a Fernanda retornar à clínica e receber novamente o óvulo, já em forma de um embrião.

Túlio segue conversando com as meninas, elas prestam atenção, tiram dúvidas.

CENA 03. AGÊNCIA R3. BANHEIRO. INT. DIA.

Lisa se desespera pela possibilidade de estar grávida. Mariana tenta acalmá-la.

LISA: - Grávida?! Não! Não!

MARIANA: - Calma, Lisa! Às vezes acontece de atrasar um pouco, alguma coisa que tenha te deixado muito nervosa, alimentação desregrada, sei lá.

LISA: - Mari, eu tenho um contrato muito importante pra assinar hoje ainda, para uma campanha internacional. Eu não posso estar grávida!

MARIANA: - Eu vou na farmácia aqui perto, comprar o teste pra você. Assim a gente tira essa dúvida. Fica calma aí.

LISA: - Obrigada, amiga.

Mariana sai, apressada. Lisa se encara em frente ao espelho. Expressão apreensiva.

CENA 04. CAFETERIA. INT. DIA.

Diogo conversa com Rick.

RICK: - Eu percebi que a Carla estava uma fera.

DIOGO: - Nunca tinha visto ela desse jeito. Mas não tem volta, Rick. Eu não estou disposto.

RICK: - Mas você sabe que ela não vai desistir fácil, né?

DIOGO: - Sim, sei. Ela acha que tem outra pessoa na jogada.

RICK: - Estou dizendo! Ela já começou inventando coisa...

Diogo disfarça, bebe um suco. Rick percebe.

RICK: - O que foi cara? Tem outra mulher na tua fita, é isso?

DIOGO: - Tem nada.

RICK: - Diogo, Diogo... Conheço você, cara. Quem é ela? Fala pra mim.

DIOGO: - Não tem ninguém, Rick. To falando sério.

RICK: - Você aí, todo quietinho, pagando de bom moço, mas mal separou e já tem outra na linha... é, malandro é malandro!

DIOGO: - Para de falar bobagem.

RICK: - Estou falando o que eu sei. Você ficou todo errado aí. Sinal de que tem outra mina na tua fita sim. Mas ó, só te digo uma coisa: mantém isso bem escondido, viu? Porque se a Carla descobre, meu irmão, tua vida vai virar um inferno. E ela está disposta a fazer isso.

Diogo fica pensativo.

CENA 05. AGÊNCIA R3. BANHEIRO. INT. DIA.

Mariana aguarda Lisa sair do privado. Ela também está ansiosa. Lisa abre a porta, sem reação.

MARIANA: - E então, Lisa?

Lisa se aproxima lentamente do balcão da pia, diante do espelho grande que orna a parede. Olhos fixos em sua imagem refletida.

LISA: - Deu positivo. Estou grávida, Mari.

MARIANA (surpresa): - Oh, meu Deus...

Mariana abraça Lisa, que chora.

MARIANA: - Oh amiga, eu vou estar sempre pronta para te ajudar, seja no que for.

LISA: - A minha carreira acabou, Mari. Eu que sempre quis ser modelo internacional, acabou. Tudo.

MARIANA: - Não, calma! A gente vai dar um jeito, você vai conseguir. E a gravidez não vai te impedir de nada, está ouvindo? De nada! Você vai ver.

LISA: - Por quê, Deus?

MARIANA: - E você agora precisa avisar o pai da criança.

LISA: - Eu sei, mas eu prefiro esperar. Eu vou procurar um médico, fazer os exames. Quero ter certeza.

MARIANA: - Tá certo, às vezes esses testes...  Enfim. De qualquer forma, do que você precisar, eu estarei do seu lado, está bem?

LISA: - Por favor, Mari, não fala nada pra ninguém. Nem pro Alex.

MARIANA: - Imagina, minha boca é um túmulo. Pode ficar tranquila.

As duas se abraçam.

CENA 06. CASA ELIANE. EXT. DIA.

Tito corta a grama no jardim com João, quando Bia se aproxima. Para no portão, Tito a vê. João segue cortando a grama, enquanto Tito se aproxima para falar com Bia, ela um tanto tímida.

BIA: - Oi.

TITO: - Oi, Bia. Como você tá? Melhor?

BIA: - Aham... Eu vim até aqui para te agradecer pelo apoio de ontem.

TITO: - Somos amigos, não somos? Era o que eu deveria fazer.

BIA: - E também dizer que gostei do seu beijo.

Tito se surpreende. Bia sorri, um tanto envergonhada.

TITO: - Sério?

Bia concorda com a cabeça, desvia o olhar.

TITO: - Eu... Bem, eu... Eu nem sei o que dizer.

BIA: - Então, eu vim também chamar você pra gente dar uma volta mais tarde, na praia. O que acha?

TITO: - Eu vou adorar!

BIA: - Você passa ali em casa então?

TITO: - Claro, passo sim.

João se aproxima.

JOÃO: - A conversa fiada vai demorar muito aí?

TITO: - Não, pai. Já estou indo.

João se afasta.

BIA: - Até logo mais então.

Bia se afasta. Tito fica a observá-la. Ela para, volta ao encontro dele e os dois se beijam, rapidamente. Bia sai em seguida. Tito ri, encantado.

JOÃO: - Ei, Tito! Vamos logo, poxa! Eu quero terminar isso hoje ainda!

Tito volta a ajudar o pai, sorriso de satisfação.

CENA 07. CASA ARTHUR E NORMA. COZINHA. INT. DIA.

Norma lavando a louça. Ainda há muitos copos e pratos da festa da noite anterior. Arthur entra no local, Norma segue lavando a louça. Arthur observa a esposa, quieta em sua atividade. Ele, expressão cansada, caminha pela cozinha, abre a geladeira, pega a jarra d’água, serve um copo no balcão. Norma mantém-se como está, nem olha para o marido. Arthur a observa um tanto ansioso. Ele guarda a jarra na geladeira, puxa uma cadeira e senta-se à mesa, às costas de Norma na pia. Silêncio. Apenas o barulho da água correndo da torneira e Norma lavando a louça. Arthur quebra o silêncio.

ARTHUR: - Me desculpa. Me desculpa por ontem.

Norma segue lavando a louça, quieta.

ARTHUR: - Eu bebi demais, acabei extrapolando um pouco. Eu não devia ter gritado com você, na frente dos convidados. Fiz você passar vergonha na frente dos nossos amigos. Me desculpa, Norma.

Norma fecha a torneira, respira fundo. Pega o pano, seca as mãos, vira-se para Arthur. Os dois se encaram. Os olhares fixos, firmes.

NORMA: - Não é só a mim que você deve desculpas, Arthur. Sabe disso. A vergonha que eu passei não chega nem na pontinha da unha do que a Nanda passou. Nada se compara ao constrangimento que você fez a sua filha passar dentro da nossa própria casa.

ARTHUR: - Eu acabei me descontrolando, já falei. Bebi demais... Mas poxa, o que você queria que eu fizesse?!

NORMA: - O que eu queria que você fizesse?! Ah, por favor, Arthur!

Ela vira-se para a pia, segue lavando a louça.

ARTHUR: - Norma, eu fiquei sem reação! A Nanda me falando que vai ter um filho com aquela aberração que ela insiste em dizer que ama, eu não consegui suportar essa nojeira!

NORMA (vira-se, encara Arthur, firme): - Nojeira é o seu pensamento com relação a isso tudo! Isso sim é uma nojeira sem fim, Arthur!

ARTHUR: - Então eu deveria aplaudir essa decisão ridícula, da Nanda e daquela filha da/

NORMA (interrompe): - Não ouse!

ARTHUR: - “Daquela destrambelhada” de terem um filho? Acha que eu deveria apoiar essa loucura?

NORMA: - Era o que qualquer pai, consciente do seu amor por sua filha, faria no seu lugar. E sabe por que, Arthur? Porque pai que é pai mesmo, de verdade, de coração aberto, não é egoísta! Não fica pensando em si numa hora dessas.

ARTHUR (resmunga): - Um filho, Norma...

NORMA: - Um pedaço de você também, Arthur, da sua história, da nossa vida. E você jogando isso fora por puro preconceito, orgulho, egoísmo.

ARTHUR: - Você está querendo dizer que eu não fui um bom pai pra Nanda, é isso?

NORMA: - Estou querendo dizer que você perdeu esse pai que estava sempre junto de você e deu lugar a um homem sem coração nenhum, incapaz de sentir qualquer sensação de felicidade ao ver a sua filha feliz. Você se perdeu dentro da sua própria ignorância, Arthur. Uma pena. Justo agora que você seria o pai perfeito para estar ao lado da sua única filha, no momento em que ela mais precisa de você por perto.

Norma sai da cozinha. Arthur continua sentado, olhar distante, pensativo nos dizeres de Norma.

CENA 08. RIO DE JANEIRO. EXT. ANOITECER.

Imagens da cidade ao anoitecer. Mostra o Cristo Redentor iluminado, os prédios da cidade. Corta para uma rua  estreita da periferia carioca.

CENA 09. RUA QUALQUER. EXT. NOITE.

Matheus e Roberta caminham por entre uma rua um tanto deserta e pouco iluminada.

ROBERTA: - Só você mesmo hein! Me arrastar pra esse fim de mundo por causa de uma crise existencial!

MATHEUS: - Ei, Roberta! Respeita minha angústia, por favor? E outra, você é minha amiga, praticamente minha irmã. Vai me acompanhar em tudo quanto é coisa sim!

ROBERTA: - A gente já está chegando na casa dessa mãe Dilú?

MATHEUS: - É mãe Babalu!... Dizem que é bafônica, acerta tudo quanto é previsão. A mulher é uma loucura.

ROBERTA; - Loucura é a gente andando nessa rua sinistra. Quem sabe a gente vai embora e volta amanhã, de dia?

MATHEUS: - Não! Eu tenho hora marcada com a mãe Babalu! Olha ali, a casa dela é ali.

Os dois param em frente ao portão de uma casa humilde, com uma placa no muro anunciando “TERREIRO DE MÃE BABALU”.

MATHEUS: - Vamos?

ROBERTA: - Vamos né, agora que a gente chegou não tem porque ir embora!

Os dois apressem o passo em direção a casa.

CENA 10. CALÇADÃO PRAIA. EXT. NOITE.

Bia e Tito caminham lado a lado, tomando sorvete.

TITO: - Eu queria ter vindo mais cedo com você, pra gente poder ver o pôr-do-sol. Mas meu pai ficou me prendendo em casa.

BIA: - Relaxa, Tito. Está tudo bem. A gente não tinha combinado horário mesmo. E o importante é que estamos aqui. Tomando esse sorvete maravilhoso!

TITO: - Está bom mesmo. Mas melhor ainda está sendo estar com você.

Eles param, trocam olhares. Bia sorri, graciosa.

TITO: - Eu queria muito repetir o beijo.

BIA: - E o que você está esperando pra começar?

Os dois se beijam, carinhosos.

TITO: - Meu coração chega a disparar.

BIA: - É sinal de que está sendo verdadeiro. Eu também nunca senti isso antes. Nem pelo Gabriel.

TITO: - Não fala nele não. Ele não merece estar na sua boca nem que seja em forma de palavra.

BIA: - Ainda bem que eu tenho você agora, Tito.

TITO: - Você sempre me teve, Bia. Só não estava enxergando. Agora está vendo... Antes tarde do que nunca! (risos)

BIA: - Pelo menos eu percebi na hora certa. Agora não quero mais você longe.

TITO: - Isso significa...

BIA: - Significa que eu quero namorar com você, Tito. Aceita, ser meu namorado?

Tito fica sem reação.

BIA: - O que foi, Tito?

TITO: - Estou surpreso com isso. Ninguém nunca me pediu em namoro.

BIA: - Estou fugindo do tradicional, eu sei. Porque geralmente é o menino que pede a menina. Mas hoje em dia não vejo problema se for ao contrário. Você vê?

TITO: - Eu? Não! Nenhum! E a minha resposta é sim! Sim! Eu aceito ser seu namorado, Bia!

MUSIC ON: (O amor é ilusão – Rouge)

Tito deixa o sorvete cair no chão, pega Bia pela cintura, a levanta. Os dois giram felizes na calçada.

BIA: - Tito!

TITO (desce Bia): - Eu amo você.

BIA: - Eu também te amo.

Os dois se beijam, apaixonados.

CENA 11. CASA MÃE BABALU. INT. NOITE.

MUSIC OFF.

Mãe Babalu (50 anos, negra, gordinha, baixa estatura) recebe Matheus e Roberta na sala da consulta. Ela usa um volumoso vestido branco e turbante. Matheus e Roberta ansiosos. Na mesa, um tabuleiro de búzios.

MATHEUS: - Mãe Babalu, essa aqui é a Roberta, minha amiga, praticamente irmã. Ela pode ficar aqui junto na consulta?

MÃE BABALU: - Pode, não tem problemas não. Embora você seja o mais interessado, ela também no fundo quer saber o que vai acontecer na vida dela daqui pra frente.

ROBERTA: - Gente, não quero não. To bem quietinha aqui na minha, mãe Babalu.

MÃE BABALU: - Não minta para si mesma, Roberta. O amor vai bater à sua porta quando você menos esperar. Pode até achar que é loucura, mas o amor é assim mesmo, mexe com os sentidos das pessoas.

Roberta e Matheus trocam olhares, surpresos.

MATHEUS: - E eu, mãe Babalu? O amor também ta vindo atrás de mim?

Mãe Babalu joga os búzios no tabuleiro.

MATHEUS: - O que diz aí? O que os búzios estão falando?

MÃE BABALU: - Calma, meu filho. Seja menos ansioso.

MATHEUS: - Vou tentar, mas ta difícil. A minha vida ta um vazio. A senhora sabe há quanto tempo eu não beijo na boca? E sem falar que eu estou sem fazer/

ROBERTA: - Matheus, acho que a mãe Babalu não está tão interessada em saber destes detalhes da sua intimidade né.

MATHEUS: - Desculpa, mãe Babalu. Mas e aí, o que tem nesses búzios?

Mãe Babalu analisa os búzios no tabuleiro.

MÃE BABALU: - Depois da tempestade, vem a bonança.

MATHEUS: - Que a minha vida está uma tempestade sem fim, isso eu já sei.

MÃE BABALU: - Não, Matheus. Você está em mar calmo. A tempestade está por vir. É melhor você está preparado.

Matheus fica apreensivo.

ROBERTA: - A senhora consegue ver o que é essa tempestade?

MÃE BABALU: - Ainda não. Está tudo muito turvo... (ela joga os búzios novamente, analisa) Proteja seus sentidos, seu corpo. A tempestade vem para desestabilizar isso tudo.

MATHEUS: - Eu estou ficando com medo disso, gente.

MÃE BABALU: - Mas a bonança virá, Matheus.

MATHEUS (irônico): - Depois que eu quase morrer na tempestade? Olha que legal!

MÃE BABALU: - O amor será a sua bonança. É ele que vai te fortalecer.

ROBERTA: - Gente, senti até um arrepio aqui!

MATHEUS: - Será?

MÃE BABALU: - Os búzios não mentem.

Matheus fica pensativo diante dos dizeres de Mãe Babalu.

CENA 12. AGÊNCIA R3. SALA ILLANA. INT. NOITE.

Lisa assina contrato com empresa. Illana e mais um representante da marca (homem, 40 anos, alto, magro, pele clara, cabelo grisalho, curto) estão presentes.

LISA (termina de assinar o documento): - Pronto.

Ela esboça um sorriso, tentando disfarçar o nervosismo.

ILLANA: Está aí, Jerry. Contrato assinado. Sua nova garota-propaganda. Para bombar no exterior!

JERRY: - Eu fico muito feliz. Tenho certeza que a Lisa vai nos representar muito bem.

LISA: - Eu que fico feliz em fazer parte deste projeto tão grandioso.

ILLANA: - As datas dos primeiros ensaios já foram definidas, né?

JERRY: - Já sim. Está tudo certo. Começaremos por Angra dos Reis, nos próximos dias. Depois, Dubai, Pequim, Java.

ILLANA: - Adoro Java. Se pudesse, morava lá. Mas confesso que é difícil largar o Rio de Janeiro, gente. Não tem homem mais bonito que o carioca. (risos)

LISA: - Não vejo a hora de começar!

JERRY: - Eu entro em contato para acertarmos a ida para Angra.

LISA: - Claro, vou aguardar.

JERRY (cumprimenta Illana): - Foi um prazer.

ILLANA: - Eu digo o mesmo, Jerry. Obrigado por escolher a Lisa, por escolher a minha agência.

JERRY: - Nós só trabalhamos com as melhores. Você sabe. (a Lisa) Bem-vinda ao time. Nos veremos em breve.

LISA: - Obrigada!

Jerry sai. Lisa e Illana a sós.

LISA: - Ele é tão simpático. Me passou muita segurança.

ILLANA: - Já você me passou um pouco de nervosismo, Lisa. Está tudo bem?

LISA (disfarça): - Está sim, Illana. Tudo ótimo!

ILLANA: - Se você está dizendo, vou acreditar. Parabéns pelo seu contrato. O maior da história da agência. Fico orgulhosa de você.

LISA: - Eu nem sei o que dizer. Obrigada!

As duas se abraçam. Lisa sai. Illana pensativa.

CENA 13. MOTEL. INT. NOITE.

Alex, no corredor, bate na porta do quarto. Alguém abre a porta. CAM revela Regina. Ela usa um vestido preto, justo. Os dois trocam olhares.

REGINA: - Entra.

Ela se afasta um pouco para trás, enquanto Alex entra no quarto, o mesmo quarto do primeiro encontro. Regina fecha a porta, passa a chave. Alex a observa.

ALEX: Por que você me quis de novo? Depois de tudo o que aconteceu daquela vez? Você me disse coisas terríveis, parecia que tinha nojo de mim. E agora, aqui, novamente?

REGINA: - Aqui não é lugar para perguntas. Mas sobre a última noite, eu apenas fiquei surpresa, receosa, não sei explicar. Mas já passou.

ALEX: - Eu não quero te fazer nenhum mal. Se você não se sente à vontade comigo, não precisa ficar. Eu posso avisar a pessoa que fez o nosso contato e/

REGINA: - Mas eu quero ficar!... E é isso que me deixa perturbada!

Alex se cala.

REGINA: - Eu nunca me imaginei sendo tocada, beijada... ou na cama com um negro. Isso jamais seria sequer cogitado por mim.

ALEX: - Mas então, por que...?

REGINA: - Eu não sei explicar.

Silêncio.

Regina abre o vestido, que cai no chão. Fica apenas de lingerie na frente de Alex. CAM detalha seu corpo belo, em forma.

REGINA: - Eu só quero sentir isso agora. Nada mais.

Alex a observa, tira a camisa, se aproxima de Regina.

MUSIC ON: (Eu não domino essa paixão – Alcione)

Os dois trocam olhares e se beijam, com força, ânsia. Regina arranha as costas despidas do rapaz. Ele a agarra com força pela cintura. Ela se deixa levar. Alex deita Regina na cama. Enquanto ele tira a calça, ela observa, atenta, cada detalhe do corpo do rapaz. Alex, só de cuecas, deita-se sobre Regina. Ele beija seu pescoço, ela geme de prazer. Alex beija seu colo, seu seio. Regina em êxtase. Alex encara Regina, enquanto vai tirando a calcinha dela, devagar. Regina é sexy, brinca com o corpo, com o olhar para Alex. Ele volta para cima dela, que o recebe, o abraçando.

CAM mostra de cima, os corpos nus de Alex e Regina. Ele sobre ela, os dois transando. Regina entrelaça as pernas em Alex, agarra firmemente suas costas, sentindo prazer com ele.

MUSIC OFF.

CENA 14. DANCETERIA JOQUER. INT. NOITE.

Bruno organizando as mesas na Joquer, próximas do balcão do bar. Há outros funcionários no local, trabalhando também. Rick está no caixa, fazendo contabilidade. Pedro entra no local. Um dos garçons se aproxima dele.

GARÇOM: Desculpa, mas a gente ainda não abriu.

PEDRO: -Eu sei. Eu vim aqui pra falar com aquele cara ali (aponta para Bruno).

Bruno vê Pedro, se encaram.

BRUNO (ao garçom): - Pode deixar.

O garçom se afasta. Bruno se aproxima de Pedro.

BRUNO: - O que você quer comigo, cara?

PEDRO: - Nada demais não. Só um recado, bem direto, porque eu não sou de fazer rodeios.

Rick percebe o clima.

BRUNO: - Pode falar. Eu não tenho todo o tempo do mundo não. Como você pode ver, eu estou trabalhando.

PEDRO: - Pois então foca no seu trabalhinho de garçom e deixa a Lisa em paz.

BRUNO: - Como é que é?

PEDRO: - É isso mesmo que você ouviu. Se afasta da Lisa. Você não é o homem que ela precisa.

BRUNO: - E por um acaso o homem que é ela precisa, é você? Ah, se enxerga, Pedro.

Rick se aproxima.

RICK: - Algum problema por aqui?

PEDRO (a Bruno): - Eu já namorei a Lisa. Eu sei tudo sobre ela. E sei que você não vai fazer ela feliz.

BRUNO: - Já namorou a Lisa, é? Namorou, passado, já foi. Agora ela está comigo e fique você sabendo, que estamos muito felizes, graças a Deus! Então, por favor Pedro, dá o fora daqui.

Bruno se afasta.

RICK: - Ei, que que tá rolando?

PEDRO: - Esse cara folgado, acha que tá por cima. Ele é um babaca, isso sim.

RICK: - Relaxa, você tá de cabeça quente.

PEDRO: - Eu não vou perder a Lisa pra ele. Não vou mesmo.

Pedro se afasta. Bruno o observa sair. Rick se aproxima.

RICK: - O cara estava realmente invocado.

BRUNO: - Ele que se invoque na tribo dele, e não comigo. Querendo estragar meu lance com a Lisa. Tem que aceitar que perdeu e pronto.

RICK: - Tá certo. Mas olha só, Bruno, cuidado. Aqui dentro não é lugar pra ficar fazendo acerto de vida pessoal não, ok? Resolve isso lá fora.

BRUNO: - Tá certo, Rick. Não vai acontecer mais.

RICK: - Beleza. Agora voltando pro trabalho porque hoje isso vai bombar!

Rick se afasta.  Bruno fica pensativo.

CENA 15. RESTAURANTE. INT. NOITE.

Verônica e Carla terminam de jantar em um restaurante. O garçom está junto à mesa, onde Verônica faz o pagamento em dinheiro. O garçom se afasta.

CARLA: - Poderia ter deixado eu pagar no cartão, já que o seu está com limite estourado.

VERÔNICA: - É por pouco tempo. Logo seu pai resolve. E eu te convidei, não seria elegante você pagar sendo convidada... Mas, voltando ao nosso assunto de antes, eu ainda não acredito que você foi procurar o Diogo no local de trabalho dele.

CARLA: - E eu iria onde mais? Ele vive naquela droga de danceteria.

VERÔNICA: - O que eu quero dizer é que você não deve correr atrás dele. Ele é que precisa vir atrás de você.

CARLA: - Mãe, seu eu não for atrás do Diogo, ele vai embora pra sempre. Vai cair de vez nos braços daquela vaga/

VERÔNICA: - Carla...!

CARLA: - Desculpa. Fiquei nervosa.

VERÔNICA: - Estou vendo!... Você não pode perder as estribeiras, minha filha. Tem que fazer o Diogo reconhecer a mulher primorosa que ele tá deixando de lado. Mostre para ele que a mulher que ele precisa, é você.

Carla fica pensativa. O garçom traz o troco da conta para Verônica e sai.

VERÔNICA: - Vamos?

CARLA: - Vamos sim.

As duas vão saindo em direção à porta, Carla procurando a chave do carro na bolsa quando esbarra em um rapaz. CAM mostra Gabriel.

GABRIEL: - Cuidado. A senhorita pode se machucar caso continue andando assim, sem ver o que está pela frente.

CARLA: - Desculpe, eu estava distraída.

GABRIEL: - Percebi. Mas confesso que gostei do baque. Não é todo dia que a gente esbarra em uma mulher tão bonita.

Carla e Gabriel trocam olhares.

VERÔNICA: - Posso saber quem é o moço que anda cheio de galanteios com a minha filha?

GABRIEL: - Ela é sua filha? Por um instante, pensei que fossem irmãs!

Verônica ri. Gabriel pega sua mão, a beija, cumprimentando.

GABRIEL: - Gabriel Lisowiski.

VERÔNICA: - Você é muito simpático, Gabriel.

GABRIEL: - E vocês duas, um encanto.

Gabriel encara Carla, que desvia o olhar. Carla pega Verônica pela mão, vai puxando a mãe para a porta.

CARLA: - Vem, mamãe. Achei a chave.

VERÔNICA: - Ai, Carla, calma!

GABRIEL: - Não aceitam meu convite para jantar?

CARLA: - Você chegou um pouco tarde. Já estamos de saída. Obrigada.

VERÔNICA: - Foi um prazer conhecer você, Gabriel!

GABRIEL (entrega cartão para Verônica): - Meu contato. Quando tiverem um tempinho para um jantar, fiquem à vontade.

Verônica sorri. Ela e Carla saem. Gabriel, pensativo, com sorriso sacana no rosto.

GABRIEL: - Carla... Nada mal.

CENA 16. RIO DE JANEIRO. EXT.

MUSIC ON: (Beautiful - Christina Aguilera)

Imagens da cidade ao amanhecer. Takes da praia de Copacabana, dia de sol. As pessoas caminhando no calçadão, voo de asa-delta em São Conrado, trânsito nas grandes avenidas.

LEGENDA: DIAS DEPOIS.

CORTA:

CENA 17. CLÍNICA BERTOLINI. SALA. INT. DIA.

MUSIC CONTINUED.

Túlio realiza o procedimento de coleta dos óvulos de Fernanda, acompanhado de uma equipe médica. Detalhe do procedimento sendo realizado. Fernanda está dormindo durante o processo.

CORTA:

Ainda no laboratório, os óvulos de Fernanda são fertilizados. Dr Túlio acompanha o processo junto de sua equipe médica. Eles trocam olhares em cumplicidade. Muita concentração entre os profissionais.

CORTA:

CENA 18. RIO DE JANEIRO. EXT.

MUSIC CONTINUED.

Imagens noturnas, a cidade iluminada. CAM passeia pelo mar noturno até focar no céu com o sol nascendo lentamente, a Guanabara, vista aérea do Cristo Redentor.

LEGENDA: DIAS DEPOIS.

CENA 19. CLÍNICA BERTOLINI. INT. DIA.

MUSIC CONTINUED.

Túlio realizando o processo de introdução do embrião em Fernanda. A equipe médica acompanha todo o procedimento, auxiliando. CLOSE na confiança do médico.

CORTA:

CENA 20. CLÍNICA BERTOLINI. QUARTO. INT. DIA.

Fernanda dormindo no quarto. Na poltrona, ao lado da cama, está Paula, com olhar tenro para Nanda. Neste instante, Olívia entra no quarto.

MUSIC OFF.

OLÍVIA: - Com licença!

PAULA: - Olívia! Entra. Ela está dormindo.

OLÍVIA: - Doutor Túlio falou que o procedimento foi um sucesso. Em alguns dias já poderemos saber se deu positivo.

PAULA: - Vai dar sim! A Nanda é saudável, é forte... É linda. Vai ser uma mãe linda demais!

OLÍVIA: - Vocês duas! As mamães mais maravilhosas que eu já vi!

Paula abraça Olívia, emocionada. Alguém bate à porta. Ao abrir, Matheus e Roberta entram.

ROBERTA: - A gente pode entrar?

PAULA: - Claro!

MATHEUS: - Trouxemos flores! (Entrega a Paula)

PAULA: - Ela vai amar!

OLÍVIA: - Bem, vou deixar vocês à vontade. Depois eu volto aqui com os remédios.

PAULA: - Obrigada.

Olívia se retira.

ROBERTA: - Que querida essa moça.

PAULA: - Olívia. Minha amiga de infância. E a gente foi se reencontrar agora, aqui, na clínica, acredita? Ela deu todo o apoio pra gente.

ROBERTA: Coincidências da vida né.

MATHEUS: - A Nanda dormindo parece um anjo, né?

PAULA: - Ela é um anjo. Muito especial na minha vida.

Paula se aproxima do rosto de Fernanda, a beija na testa. Fernanda, aos poucos, acorda, na recuperação, junto com Paula, Roberta e Matheus.

MATHEUS: - Olha! O beijo da Paula tem poder! Acordou a bela adormecida! (risos)

FERNANDA: - Oi gente!

ROBERTA: - Viemos visitar a futura mamãe do pedaço!

FERNANDA: - Vocês são uns fofos!

PAULA: - Como você está, meu amor?

FERNANDA: - Estou bem. Um pouco sonolenta ainda. Deve ser por causa da anestesia. Mas estou bem. Confiante.

PAULA: - Que bom, meu amor. Olívia esteve aqui. Disse que o procedimento foi um sucesso. Agora é só aguardar!

MATHEUS: - Acho que essa é a pior parte, ter que esperar... (risos)

ROBERTA: - Mas vai dar certo. Eu to sentindo que vai!

MATHEUS: - Parece mãe Babalu falando isso.

PAULA: - Mãe Babalu?

ROBERTA: - Ah, isso é uma longa história meninas.

Alguém bate à porta.

PAULA: - Pode entrar!

CAM revela Norma. Fernanda se surpreende.

FERNANDA: - Mãe!

NORMA: - Oi filha!

PAULA: - Norma... Que bom que você veio.

NORMA: - Eu jamais poderia deixar de vir aqui.

Norma se aproxima de Fernanda, a beija, carinhosa. Fernanda se emociona.

FERNANDA: - Eu amo tanto você. Obrigada.

NORMA: - Você é o meu maior tesouro, Nanda. Estarei sempre do seu lado. Sempre. Ainda mais agora, que virá um ser de luz para abençoar a sua vida, a vida de vocês.

PAULA: - A nossa vida, Norma. Você faz parte disso.

FERNANDA: - E o papai?

NORMA: - Ele não sabe que eu estou aqui. E é melhor assim. É preciso dar tempo ao tempo. O seu pai, ele... Ele não entende isso.

PAULA: - Ele não quer é aceitar.

NORMA: - Também. Mas não vamos nos preocupar com isso agora. Pense em você, no seu tratamento que eu sei que é delicado. Se Deus quiser, teremos boas notícias.

Fernanda segura a mão de Norma. As duas trocam olhares, afetuosas. Matheus e Roberta também, emocionados com o encontro.

CENA 21. DANCETERIA JOQUER. INT. DIA.

Bruno organiza o balcão na danceteria. Ao fundo, Rick chega e se aproxima da área do caixa. Bruno percebe, mas segue no seu serviço.

Rick finge fazer conferência em alguns relatórios, observa pra ver se tem alguém o observando. Ele abre a gaveta do caixa. Bruno percebe a movimentação estranha de Rick e começa a cuidar, discretamente.

Rick confere o dinheiro no caixa, pega algumas notas e guarda no bolso. Bruno vê e desconfia. Rick fecha a gaveta, reorganiza alguns papéis na bancada e vai saindo do caixa, quando percebe Bruno olhando para ele.

RICK: - O que foi?

BRUNO: - Nada não. Ficou uma nota pra fora no bolso.

Rick percebe que uma nota ficou à mostra no seu bolso. Ele rapidamente coloca a nota para dentro, disfarça.

RICK: - Eu preciso pagar algumas contas aqui e comprar umas coisas que o Diogo pediu.

BRUNO: - Claro.

RICK: - Bem, vou indo. Pode continuar com o serviço aí.

BRUNO: - Tá certo.

Rick sai, apressado.

BRUNO: - Aí tem coisa. Isso não é certo não.

Em Bruno, desconfiado.

CENA 22. AGÊNCIA R3. EXT. DIA.

Alex e Mariana juntos, namorando do lado de fora da agência.

MARIANA: - Finalmente um tempinho pra gente se curtir.

ALEX: - Você também não para, né amor? Carreira de modelo ta indo super bem!

MARIANA: - Sabe que eu não esperava esse sucesso? Tantas fotos, desfiles... Estou tão feliz! A Illana está dando um suporte incrível pra mim.

ALEX: - Amor, eu posso te perguntar uma coisa?

MARIANA: - Claro.

ALEX: - A Illana só oferece pra você os trabalhos como modelo, não é?

MARINA: - Do que você está falando, Alex?

ALEX (desconversa): - Nada não. Eu vou pegar a minha moto.

Alex se afasta um pouco, quando um carro se aproxima da agência. O vidro da janela do motorista abaixa. CAM revela Osvaldo.

MARINA: - Pai!

OSVALDO: - Surpresa! Hoje eu vim buscar a minha princesa.

Alex se vira para ver quem é o pai de Mariana e se surpreende ao ver Osvaldo. Alex fica sem reação.

MARIANA: - Você espera só um minuto, pai?

OSVALDO: - Claro. Só não demora muito porque eu tenho reserva no restaurante. Não podemos perder o horário.

Marina se aproxima de Alex, que tenta disfarçar sua reação.

MARINA: - Amor, meu pai chegou para me buscar. Vem cá que eu vou te apresentar pra ele.

ALEX: - Ei, calma aí, Mari... Não acha que é um pouco cedo pra isso não?

MARIANA: - Ei! Tá com medo do meu pai, Alex?(risos)

ALEX: - Conhecer o sogrão assim, logo de cara... Dá um pouco de medo, confesso.

MARIANA: - Tudo bem. Mas sabe que você me deu uma idéia. De fazer um jantar lá em casa. Assim você conhece meu pai e minha mãe. O que acha?

ALEX: - Acho uma boa. Uma ocasião especial.

MARIANA: - Eu preciso ir agora. (beija Alex) A gente se fala. Amo você.

ALEX: - Também te amo.

Mariana se afasta, entra no carro e vai embora com Osvaldo. Alex, parado próximo da moto, fica incrédulo.

ALEX: - Não pode ser verdade. A Mariana é filha daquele cara... Do assassino do meu pai!

CENA 23. CLÍNICA BERTOLINI. INT. DIA.

Fernanda na cama, termina de tomar a medicação, sob os cuidados de Olívia.

FERNANDA: - Pronto.

OLÍVIA: - Agora você já pode descansar um pouquinho mais antes de sair.

FERNANDA: - Obrigada, Olívia. Obrigada por cuidar de mim. E da Paula também.

OLÍVIA: - Imagina, Fernanda. É só o meu trabalho. Eu sou funcionária da clínica, mas sou amiga de vocês também, Nanda. Participar desse momento tão importante na vida de vocês, me deixa feliz.

FERNANDA; - Também fico feliz de ter você por perto. Obrigada mais uma vez.

OLÍVIA: - Precisa de mais alguma coisa?

FERNANDA: - Não, obrigada.

OLÍVIA: - Então vou indo. Logo mais eu e o doutor túlio estamos de volta para te dar alta. Paula também deve estar chegando.

Olívia vai saindo.

FERNANDA: - Olívia, espera.

OLÍVIA (volta) – Sim?

FERNANDA: - Eu preciso de uma coisa sim. Na verdade, de uma informação.

OLÍVIA: - O que foi? Alguma dúvida quanto aos medicamentos?

FERNANDA: - Não. É algo mais importante e que só você pode me ajudar neste momento.

OLÍVIA: - O que foi, Nanda? Está acontecendo alguma coisa? Você não está se sentindo bem?

FERNANDA: - Não, não é isso. É sobre o doador do material genético.

Olívia hesita.

OLÍVIA: - Fernanda, nós já falamos sobre isso outra vezes. Não posso dizer nada sobre.

FERNANDA: - Olívia, por favor! Eu preciso saber quem é a pessoa que fecundou meu óvulo. Quem é realmente o pai do meu filho.

OLÍVIA: - Seu filho tem duas mães. É isso que importa.

Fernanda segura firme a mão de Olívia. As duas se encaram, olhos nos olhos.

FERNANDA: - Você mesma reforçou que esse é o momento mais importante da minha vida. E é, de fato. Por favor, não me negue isso. Eu juro que não conto para ninguém do que eu sei, nem para a Paula.

OLÍVIA: - É antiético!

FERNANDA: - Confia em mim, Olívia! Por favor! É a única coisa que eu te peço. Pela minha felicidade, pela felicidade da Paula, do bebê... Pela nossa amizade.

Olívia hesita um pouco mais.

FERNANDA: - Por favor... Me fala quem é o doador.

Olívia vai até a pasta dos dados de Fernanda e retira a ficha do doador. Entrega para Fernanda, que lê.

FERNANDA: - Diogo Troiani.

OLÍVIA: - Esse é o nome do doador.

FERNANDA (reflexiva):-  Diogo Troiani...

OLÍVIA (pega a ficha da mão de Fernanda): - Isso nunca poderá sair daqui, entendeu? Você não pode contar pra ninguém, Nanda! Pelo bem da nossa amizade, pela minha profissão! Eu posso prejudicar e muito a minha carreira, vazando essas informações.

FERNANDA: - Não se preocupe, Olívia. Eu vou manter segredo. Obrigada! Obrigada!

Olívia pega a pasta e sai. Fernanda fica pensativa.

CENA 24. RIO DE JANEIRO. EXT.

Imagens da cidade ao anoitecer. Mostra as ruas e prédios iluminados. Corta para o Cristo Redentor.

CENA 25. APTO FERNANDA E PAULA. INT. NOITE.

Paula abre a porta e entra junto com Fernanda que se surpreende ao ver a recepção surpresa organizada para ela. A sala está decorada para a festinha. Ivete, Laisla, Walter, Matheus, Roberta, Norma, Tito e Bia estão presentes.

FERNANDA: - Nossa, gente! Que maravilha!

ROBERTA: - Bem-vinda novamente em casa, Nanda!

NORMA:- Gostou da surpresa, filha?

FERNANDA: - Eu amei!

WALTER: - Tudo idéia da Paula.

FERNANDA: - Você não existe, meu amor! (beija Paula) Que lindo isso tudo!

PAULA: - Você merece. A partir de agora, nossa vida é só felicidade!

MATHEUS: - Vem, Nanda, senta aí, vou pegar uns quitutes pra você.

Matheus se afasta. Fernanda senta-se no sofá, Norma ao seu lado. Laisla se aproxima.

LAISLA: - Ai amiga, que lindo tudo isso. Você merece mesmo. Vai ser uma mamãe linda!

FERNANDA: - Obrigada, Laisla. Que bom ver você aqui. Ainda preciso continuar a medicação e daqui a alguns dias fazer o teste de gravidez. Por enquanto, não tem nada confirmado ainda.

NORMA: - Mas vai se confirmar. Tenho fé em Deus que tudo vai dar certo.

Matheus volta, traz um prato com salgados para Nanda, a beija no rosto, carinhoso, e sai. Num outro ponto, Paula organiza as bebidas na mesa quando Walter se aproxima.

WALTER: - Paula, obrigado por me permitir estar aqui.

PAULA: - Imagina, Walter. Você é o chefe da Nanda, mas mais do que isso, é um amigo dela também. Ela ficou feliz de ver você aqui.

WALTER: - Eu quero que você saiba que o escritório vai ajudar no que for preciso durante todo esse processo da gravidez. No que vocês precisarem. Para consultas, exames, tudo.

PAULA: - Obrigada, Walter! De coração! Aceita um drink, um suco?

WALTER: - Uísque?

PAULA: - 12 anos! Pode se servir! Tem gelo ali no baldinho.

Paula se afasta. Walter se serve, quando é surpreendido por Roberta.

ROBERTA: - Walter né?

WALTER: - Sim, sou eu.

ROBERTA: - Casado, Walter?

WALTER (surpreso): - Oi?!

ROBERTA (insinuante): - Perguntei se você é casado, bebê!

Matheus se aproxima de Roberta, a repreende.

MATHEUS: - Roberta, por favor! Ele é o chefe da Nanda, respeita!

ROBERTA: - Mas a gente só está conversando, não é, Waltinho?

MATHEUS: - Waltinho?! Ai meu Deus!

WALTER (ri): - Gostei de você. Tem um humor muito bom!

ROBERTA: - O que é bom aqui não é só o humor não, meu bem... Se você quiser, eu posso te mostrar.

WALTER: - Roberta, não é?

ROBERTA: - Ao seu dispor!

WLATER: - Eu sou muito bem casado, Roberta. Minha mulher é sócia no escritório.

Roberta murcha.

ROBERTA: - Não é hoje que eu consigo um cara bom assim pra mim.

MATHEUS: - Fica dando tiro pra tudo quanto é lado? Bem feito.

ROBERTA: - Mas Walter, se você tiver um amigo assim, nesse nível igual você, que esteja solteiro e procurando alguém pra dividir a vida e as viagens, as compras em lojas bacanas e as festas, me avisa, por favor!

MATHEUS: - Gente, baixou a interesseira no corpo, foi?

ROBERTA: - Matheus, eu quero a loucura do amor que a mãe Babalu falou! Só pode ser isso! Dinheiro também dá loucura na gente! 

Walter acha graça.

WALTER: - Pode deixar que assim que eu souber de algo, eu te aviso, Roberta. Com licença.

Walter sai.

MATHEUS: - Você hein! No desespero!

ROBERTA: - Se a gente não tentar, não sai da mesma.

Em outro ponto, Paula serve alguns salgados na mesa, quando Norma se aproxima.

NORMA: - Ajuda?

PAULA: - Obrigada, Norma, mas não precisa não. Está tudo aí. Já consegui repor os salgados.

NORMA: - Obrigada por tudo isso que você está fazendo pela minha filha.

PAULA: - Eu amo a Nanda. Não duvide disso, Norma.

NORMA: - Eu seria louca em duvidar depois de tudo o que eu acompanhei. Pena o Arthur/

PAULA: - Vamos pensar em coisas boas, Norma. Logo você terá seu neto, ou sua neta, nos braços. E isso deve ser a coisa mais importante a partir de agora.

NORMA: - Você tem razão. 

Norma abraça Paula de forma carinhosa, que corresponde ao abraço. Norma se afasta. Paula tocada, pensativa. Ivete se aproxima. 

IVETE: - Paula, eu vou indo nessa. Tenho que estar cedo no mercado amanhã.

PAULA: - Ivete, muito obrigada por vir. Valeu mesmo.

IVETE: - Imagina, pode ficar tranqüila. As suas férias já estão garantidas. Aproveita esses dias pra curtir com a Nanda. Vocês merecem.

PAULA: - A melhor chefe do mundo! 

As duas se abraçam. Paula acompanha Ivete até a porta, que se despede de Fernanda e dos outros convidados. No sofá, ao lado de Fernanda, Tito e Bia. 

FERNANDA: - Eu fico muito feliz de ver você aqui, Tito. A gente se viu tão pouco nesse tempo todo que eu estou com a Paula.

TITO: - É verdade.

Paula chega sentando ao lado de Fernanda.

PAULA: - E agora namorando então!

Tito sorri, abraça Bia.

PAULA: - Sabia que, quando eu ia lá visitar a mamãe, e via essa menina linda na casa do lado, eu ficava pensando em um dia ver vocês dois juntos.

BIA: - O Tito é um fofo, um namorado incrível. E um grande amigo, acima de tudo.

FERNANDA: - Feliz é aquele que tem ao seu lado, além de um amor, um amigo. (encara Paula, sorridente)

LAISLA: - O amor está no ar nessa família! Coisa linda! Já quero alguém também!

Todos riem.

ROBERTA: - Estou no mesmo barco, colega. Cadê os homens bonitos e solteiros do Rio de Janeiro?

BIA: - Acho que eu peguei o último, meninas! (risos)

MATHEUS: - E não adianta olhar para mim, porque meu negócio é o mesmo que vocês.

Todos riem, felizes.

CENA 26. MOTEL. QUARTO. INT. NOITE.

Alex e Regina transando. Ele sobre ela, envoltos nos lençóis, trocando beijos ardentes. Alex chega ao clímax. Deita-se ao lado de Regina. Ambos com respiração ofegante.

REGINA: - Você está a cada dia melhor, Alex.

ALEX: - Você também. Está se soltando mais.

Silêncio, apenas as respirações. Regina pensativa.

REGINA: - É disso que eu tenho medo. De me soltar demais e não saber segurar.

ALEX: - Do que você está falando?

REGINA: - Nada.

Regina se levanta e CAM a segue pelas costas indo em direção ao BANHEIRO,

Ela tranca a porta. Entra no box e liga o chuveiro. Água quente. Ela entra embaixo d’água, se lava. Suas mãos percorrem todo o corpo, de forma rápida, um pouco de agonia nos movimentos. Ela se esfrega fortemente, como se quisesse se livrar de algum tipo de sujeira impregnada. Ela se esfrega fortemente, à exaustão. Para, deixa a água correr pelo corpo. Se escora na parede, vai se agachando aos poucos, até o chão, chora. Regina chora, angustiada.

CENA 27. RESTAURANTE. INT. NOITE.

Pedro e Illana jantam.

ILLANA: - A Lisa já começou a fazer as fotos da campanha nova. Estão ficando lindas.

PEDRO: - A modelo é divina.

ILLANA: - Elogios de um homem apaixonado não contam. Mas eu estou sentindo ela um pouco estranha.

PEDRO: - Estranha? Como assim?

ILLANA: - É, estranha. Sei lá. Às vezes, quando eu falo com ela, me parece que ela não está muito à vontade com alguma coisa. Não sei.

PEDRO: - Será que deve ser aquele pé rapado que anda atrapalhando?

ILLANA: - Quem?

PEDRO: - A Lisa anda de casinho com um garçom. Ele trabalha na Joquer.

ILLANA: - A danceteria famosa da zona sul.

PEDRO: - Essa mesmo. O cara não tem onde cair morto. Imagina, a Lisa, modelo pronta para atingir o sucesso internacional, namorando um garçom de casa noturna?!

ILLANA: - Você não suporta isso, não é? Que ela escolheu alguém menos que você.

PEDRO: - Ela na verdade ainda não sabe o que quer. Eu vou provar pra Lisa que o cara certo pra ela, sou eu.

CAM vai buscar Lauro e Isaura, que chegam ao restaurante.

ISAURA: - Que lugar lindo!

LAURO: - Você merece. Vem, nossa mesa é aquela ali.

Lauro conduz Isaura até a mesa, sob os olhos atentos de Illana.

PEDRO: - A Lisa não pode perder tempo com um cara desses. (percebe) Illana, tá me ouvindo?

ILLANA: - Desculpa, mas não estou, Pedro. Agora eu perdi completamente o foco na nossa conversa.

PEDRO: - O que foi?

ILLANA: - Estou vendo uma cena que ta me fazendo ferver o sangue.

Illana com olhos fixos na mesa de Lauro e Isaura.

LAURO: - Fiquei feliz por você ter aceito o meu convite para jantar.

ISAURA: - Um voto de confiança. Embora eu tive que inventar uma desculpa para o meu pai.

LAURO: - Solano ainda não vai com a minha cara.

ISAURA: - Também pudera, depois de toda a nossa história.

Lauro coloca a mão sobre a mão de Isaura, que se surpreende, mas gosta.

LAURO: - E foi justamente por isso que eu chamei você aqui. Para a gente tentar resolver a nossa história.

ISAURA: - Lauro, é tudo tão complicado.

LAURO: - Não é não, Isaura. É só a gente querer.

ISAURA: - Não basta apenas querer. A gente precisa mudar. Você precisa mudar.

LAURO: - Só eu?

ISAURA: - Eu preciso ter a certeza de que tenho você comigo, para mim. Há mais de vinte anos que isso não acontece.

LAURO: - Não faz tanto tempo assim. Nós estivemos juntos outras vezes.

ISAURA: - Escondidos. E ainda assim, você não era meu. Ou você pensa que eu não sei das suas outras mulheres?

Lauro desvia o olhar. Em sua mesa, Illana está inquieta.

ILLANA: - Safado... Ele não me leva pra jantar, mas traz a ex para este restaurante caro.

PEDRO: - De quem você está falando?

ILLANA: - Pedro, espera aqui. Eu só vou cumprimentar um amigo e volto logo. (levanta-se)

PEDRO: - Illana! Calma!

Illana sai, indo em direção à mesa de Isaura e Lauro.

LAURO: - Eu mudei, Isaura. Estou levando outra vida. Eu juro. Eu quero me reaproximar de você, do nosso filho.

ISAURA: - Ah, agora lembrou que o Bruno é seu filho?

LAURO: - Eu sei que errei. Mas eu ainda tenho tempo para recuperar tudo o que perdi com ele. E com você, principalmente. Eu amo você.

Neste instante, Illana se aproxima.

ILLANA: - Você não vai cair nesse teatro todo, não é? Isaura.

Lauro e Isaura se surpreendem.

ISAURA: - Desculpa, mas nós nos conhecemos?

ILLANA: - Certamente você não me conhece, mas eu conheço você e muito bem. Até porque, o Lauro me deixou para tentar retomar o relacionamento falido de vocês.

Isaura encara Lauro, furiosa.

LAURO: - Illana! O que você está fazendo aqui?

ILLANA: - Eu é que pergunto pra você. Tá pensando que pode fazer o que quiser comigo, Lauro? Me encontra, depois some, não atende minhas ligações. E agora traz essa mulher para jantar neste restaurante caro. E eu feito uma boba te esperando?

ISAURA: - Boba fui eu em acreditar que você tinha mudado. (levanta-se)

LAURO (levanta): - Isaura, espera!

ISAURA: - Lauro, por favor!

ILLANA: - Gente, eu não quero atrapalhar esse jantar romântico, tão família de vocês.

ISAURA: - Não existe jantar romântico nem família aqui. E você pode guardar esse seu tom de deboche dentro da boca. Tá na cara que é mais uma dessas vadias que ele pega pela rua.

ILLANA: - Vadia?! A senhora por acaso sabe com quem está falando?

ISAURA: - Pouco me interessa quem é você, garota. Petulante, arrogante e idiota também, assim como eu, iludida por esse cafajeste. Aliás, já que você se importou tanto em nos ver aqui, faça bom proveito dele. Eu já estou de saída.

LAURO: - Isaura, espera! Não vai embora!

ISAURA: - Não venha atrás de mim, Lauro. Nem agora nem nunca mais!

Isaura sai, apressada. Lauro encara Illana.

LAURO: - Você está satisfeita? (pega Illana pelo braço) Está satisfeita?!

ILLANA: - Me solta, está me machucando. As pessoas estão olhando.

LAURO: - Eu tenho vontade de dar uma lição em você.

ILLANA: - Se for como nos velhos tempos, onde eu recebia a lição na cama, eu vou adorar.

Lauro encara Illana, a solta. Illana se recompõe. Pedro se aproxima.

PEDRO: - Belo show você fez aqui, Illana. Agora, vamos embora.

LAURO: - Isso mesmo rapaz. Leva ela embora, tira essa mulher da minha frente antes que eu perca a cabeça.

ILLANA: - Eu vou embora mesmo. Lauro, você é meu. Não se esqueça disso. Vem, Pedro.

Illana e Pedro saem. Lauro senta-se à mesa, respira fundo.

CENA 28. CASA DIOGO. SALA. INT. NOITE.

Diogo ao telefone, sentado ao sofá.

DIOGO: - Sim, mãe, está tudo bem. Logo mais eu estou indo para a Joquer. (T) Muito trabalho, casa cheia todas as noites. Estou bem feliz. (T) E vocês aproveitem também. (T) Tudo bem que são só dois dias, mas Belo Horizonte é uma cidade linda, mãe. Vale a pena. Papai vai gostar.

A campainha toca.

DIOGO (ao telefone): - A campainha está tocando aqui. Nos falamos amanhã. (T) Também amo vocês, beijo. (desliga)

Diogo abre a porta. É Carla.

DIOGO (surpreso): - Carla?

CARLA: - Posso entrar?

DIOGO: - Olha só, Carla, eu acho melhor/

CARLA (interrompe): - Diogo, por favor. O que eu tenho para dizer para você é muito importante.

DIOGO: - Tudo bem. Entra.

Carla entra. Usa um vestido que valoriza seu belo corpo. Seu andar é sensual. Está pronta para seduzir. Diogo a observa, percebe a beleza dela.

DIOGO: - Você está linda.

CARLA: - Obrigada. Você também não mudou nada. Continua o mesmo homem lindo de sempre.

DIOGO: - Mas eu mudei um pouco sim. Faz tempo que não piso na academia. Cabeça focada no trabalho, mas enfim, você disse que tinha algo importante pra falar.

CARLA: - Sim, eu tenho. Esses dias todos em que ficamos afastados, me fez pensar em muita coisa. Me fez pensar na nossa relação, nesses anos todos em que estivemos juntos. Em que a gente foi feliz. Nós fomos felizes, não fomos?

DIOGO: - Sim.

CARLA: - Você fala como se isso não tivesse importância.

DIOGO: - Teve, claro que teve, Carla. Você esteve presente em momentos importantes para mim nos últimos anos. Isso não vou apagar da minha memória, da minha vida. Eu só não pretendo viver dessas memórias. Até porque a gente não está mais junto.

CARLA: - A gente pode não ser mais um casal. Pelo menos por enquanto. Porque eu ainda tenho esperanças de ter você de volta pra mim.

Ela se aproxima de Diogo, que se arma.

CARLA: - Eu ainda sou completamente apaixonada por você, Diogo.

DIOGO: - Carla, eu/

Carla se apressa, beija Diogo, que se afasta.

DIOGO: - Carla, não faZ isso...

CARLA: - Por quê? Não gostou do meu beijo? Não estava sentindo falta?

DIOGO: - Gostei, seu beijo é bom. Mas não é correto. Não posso ficar enganando você.

CARLA: - Você correspondeu, Diogo. E eu senti que não está mentindo para mim. Eu sinto que você ainda me ama. Não resista. Estamos longe a tanto tempo. Não custa nada matar a saudade. Vem, vem comigo.

Carla beija Diogo novamente. Ele se deixa levar.

 
     
     
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autor
Édy Dutra

colaboração
Diogo de Castro

elenco
Rafaela Mandelli como Fernanda
Andrea Horta como Paula
Henri Castelli como Diogo
Francisca Queiroz como Carla
Caetano O’Maihlan como Rick
Gabriela Durlo como Roberta
Sidney Sampaio como Matheus
Marcello Melo Jr como Bruno
Aisha Jambo como Lisa
Paulo Gorgulho como Arthur
Sônia Braga como Norma
Maria Ceiça como Isaura
Milton Gonçalves como Solano
Maurício Gonçalves como Lauro
Eliete Cigarini como Eliane
Léo Rosa como Gabriel
Bernardo Mesquita como Tito
Juliana Lohmamm como Bia
Roberto Bomtempo como João
Giuseppe Oristânio como Walter
Cinara Leal como Laisla
Felipe Folgosi como Danilo
Fernanda Nobre como Ivete
Eduardo Lago como Dr. Túlio
Aline Borges como Olívia
Cissa Guimarães como Verônica
Jonas Bloch como Milton
Gisele Fróes como Selma
Odilon Wagner como Humberto
Totia Meirelles como Tereza
Zecarlos Machado como Cristóvão
Zezé Motta como Helena
João Gabriel Vasconcellos como Pedro
Daniel Erthal como Vini
Maria Maya como Illana
José de Abreu como Osvaldo
Malu Galli como Regina
Luma Costa como Mariana
Jonathan Haagensen como Alex
Antônio Pitanga como Dionísio

trilha sonora
Amanhã ou Depois - Nenhum de Nós (Abertura)
O amor é ilusão – Rouge
Eu não domino essa paixão – Alcione
Beautiful - Christina Aguilera

produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO


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