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A Prometida: Capítulo 21

novela de Francyslaine Vicentini
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A PROMETIDA - CAPÍTULO 21
 

CENAS DO CAPÍTULO ANTERIOR:


Niurka sai e um pouco distante dali vai comprar o algodão doce, quando vê alguém que lhe chama a atenção.

Niurka: Essa mulher! Esses olhos!

Na mente de Niurka vem a lembrança.

FLASHBACK,

Niurka: Não tenhas medo menina. Niurka não morde nem faz mal a ninguém. Deixe-me ler tua mão.

Cristine: Eu não tenho dinheiro.

Niurka: Niurka não quer teu dinheiro, quer falar-te, há de me escutar.

Cristine: Por quê?

Niurka: Os olhos da menina me chamaram, o destino que te trouxe até aqui.

FIM DO FLASHBACK, 

Niurka: Os olhos dessa mulher me chamam. Eles me chamam novamente.

Niurka vai à direção a Cristine.  



CENA 01 – PARQUE / EXT. / DIA. 

Continuação do capítulo anterior. Niurka toca o ombro de Cristine que olha assustada. 

Cristine (grita/ nervosa): A cigana!

Niurka (lembra): Menina... Você é a menina dos olhos azuis. A jovem que se apaixonou por Cristian!

Cristine (chora): Você é a cigana, a tia de Cristian?!

Niurka: Eu sabia que um dia ia ver-te novamente.

Cristine: Sabe onde está minha filha, cigana? Sabe onde está minha filha e de Cristian? Ela está com você, ela está com você?

Niurka: Acalme-se. Sim, sua filha está comigo, eu a criei. Pérola. Ela se chama Pérola e é tão preciosa quanto o nome. E também sei onde está Cristian. Finalmente seus destinos se cruzaram! Finalmente a de vencer o amor, o amor que foi destruído por infâmias.

Cristine: Dele eu não quero saber. Quero a minha filha! Onde a posso encontrar?

CENA 02 – HOSPITAL / CONSULTÓRIO / INT. / DIA.

Julio ao telefone com Vitória.

Julio: Mamãe, a Camila está aí?

Vitória (off): Sim, meu filho. E seu pai como está?

Julio: Ele ainda está sob cuidados, o derrame que sofreu o deixou muito mal, necessitando de cuidados. Alicia está aqui cuidando dele.

Vitória (raiva): Devia ter morrido.

Julio: Mãe, não fale assim. Diz pra Camila que os exames de DNA da menina estão prontos? Ela não é mesmo filha dos dois, e que a policia avisou que o idiota do Sérgio fugiu. Por isso quero que a senhora tome conta da Camila, da minha irmã, e a senhora mesmo se cuide.

Vitória: Não se preocupe. Tomarei cuidado.

Julio: Sérgio pode tentar fazer alguma coisa com vocês.

CENA 03 – PARQUE / EXT. / DIA.

Em outro ponto do parque, Pérola sai com sua filha do balanço.

Pérola: Nossa, Maria Lucia, pelo jeito você vai ficar sem o algodão, olha só! Sua tia sumiu. Vamos com a mamãe procurá-la.

Ela olha espantada ao ver Zamack e Esmeralda caminhando por ali.

Pérola (pensa): Meu Deus! Zamack... Ele não pode me ver, não pode! Eu tenho que sair daqui.

Pérola sai fugida dali. Cristine e Niurka surgem.

Niurka: Ela estava aqui. Pérola estava aqui há minutos atrás. Deve ter saído pra me procurar.

Cristine: Me diga cigana, me diga. A minha filha está bem? Quero dizer, onde ela está morando agora?

Niurka: Pérola está morando com o pai. Ela se casou com um rapaz por quem se apaixonou perdidamente, assim como você por Cristian. Mas esse rapaz errou muito com ela. Agiu cruelmente. E Pérola, grávida, foi abandonada a própria sorte. Esteve uns tempos com Turquesa, daí eu cheguei para cuidar dela novamente. E depois que ela deu a luz a menina encontramos Cristian, e estamos morando com ele. Estaríamos muito bem, quer dizer estamos muito bem. Senão fosse esse amor tão forte e que faz a menina sofrer tanto.

Cristine: Julio...!

Niurka: Como sabe? Como sabe que a menina morre de amores por esse inconsequente do Julio?

Afonso e o filho chegam no parque, Niurka os vê. Zamack e Esmeralda veem Niurka e correm até eles.

Zamack (bravo): Niurka, onde está a minha prometida?! Diga-me! Sei que você sabe seu paradeiro, sua velha desgraçada.

Cristine: O que é isso? Veja como fala com essa senhora!

Zamack empurra Cristine que cai. Afonso se aproxima, nervoso.

Zamack: Ninguém me diz o que eu devo fazer. Onde está Pérola, velha maldita?

Niurka: Vá para o inferno Zamack! Eu não sei nada de Pérola.

Zamack: Velha maldita!

Niurka: Eu lhe amaldiçoo. Há de passar o resto de teus dias na escuridão!

Zamack acerta um tapa em Niurka. Afonso a defende puxando Zamack.

Afonso: Eu não permito que você maltrate essas duas mulheres.

Os dois começam a brigar.

Esmeralda: Para, Zamack!

Zamack golpeia Afonso que cai no chão. Esmeralda puxa Zamack pra longe dali.

CENA 04 – CONDOMÍNIO / EXT. / DIA.

Pérola chega com a filha em frente ao prédio do apartamento de Afonso.

Pérola: Eu deixei a chave com a tia Niurka. Também me assustei muito ao ver o Zamack, graças a Deus ele não me viu. Agora temos que esperar aqui Maria Lucia, esperar que alguém chegue.

Ela sente um mau pressentimento. Olha pra filha, a menina sorri regalando os seus lindos olhos azuis.

Pérola: Ai meu Deus... O que será que está acontecendo?

Ela percebe que um carro se aproxima, olha apavorada quando o mesmo para. Sérgio sai de dentro.

Sérgio: Que sorte a minha te encontrar, princesa!

Pérola (saindo): Não posso dizer o mesmo.

Sérgio a segura com força pelo braço.

Sérgio: Ei, onde você pensa que vai?

Pérola: Me solta.

Sérgio: É essa a minha filha? Que bonitinha.

Pérola: Ela não é sua filha! Ela não tem pai.

Sérgio (debocha): Nossa! Isso é um fenômeno estranho, uma criança que não tem pai. Sabia que eu herdei toda a herança? Sabia que o Julio perdeu tudo, por culpa sua?!

Pérola: Meus parabéns então.

Sérgio: Você não gostaria de fugir comigo?

Pérola (surpresa): O que?

CENA 05 – PARQUE / EXT. / DIA.

Niurka e Cristine socorrem Afonso.

Niurka: O maldito do Zamack lhe machucou todo Cristian.

Afonso: Não foi nada, tia. Está tudo bem. E vocês como estão?

Cristine reage a fala dele, pena.

Cristine: Cristian, ele é Cristian!

Niurka (sorri): Apesar da bofetada, eu estou bem. Estou feliz porque o destino fez sua parte de uni-los novamente.

Afonso olha pra Cristine, emocionado.

FADE IN: Poesia de amor – Café Quijano

Afonso: Cristine? É... Você?

Cristine: Sim.

CAM lenta. Eles sorriem, emocionados. Afonso vai para abraçar Cristine, ela o empurra, chorando.

FADE OUT: Poesia de amor – Café Quijano

Cristine: Eu não quero saber de você! Eu quero ver Pérola! Quero ver minha filha, me levem até ela!

CENA 06 - ACAMPAMENTO CIGANO / EXT. / DIA. / NOITE.

Fim de tarde. Sergei acende uma fogueira. Sua família ao redor.

Sergei: Cada vez que passa nosso povo se dispersa mais, e vamos diminuindo. Já se foram Pérola, Niurka, agora Zamack, Esmeralda, Escobar... Nossos amigos estão todos longe de nós.

Dalila: Por que não vamos para a cidade também, Sergei?

Luana: Vamos, papai. A cidade é tão bonita, cheia de coisas legais.

Turquesa: Vão para o trailer trocarem suas roupas, meninas. Já está tarde. Nós conversaremos amanhã sobre isso.

As duas saem e entram no trailer.

Turquesa: No que você está pensando?

Sergei: Em nada de especial. Eu não queria ir pra cidade, mas pelo jeito teremos que ir para não ficarmos aqui abandonados, como os únicos ciganos do circo.

Turquesa (ri): É. Chegou o momento de irmos embora também.

Sergei: Eu tenho medo que você encontre o pai da Dalila na capital. Tenho medo que me deixe e fique com ele, porque eu te amo muito Turquesa.

Turquesa: E eu sou eternamente grata a ti.

Sergei: Gratidão não é amor. Nunca ouvi de tua boca dizer que me ama, somente que é grata a mim. E isso me machuca tanto, meu amor.

Sergei sai chateado, deixando Turquesa pensativa.

Turquesa: Me perdoe Sergei, jamais posso dizer que te amo, porque apesar de tudo meu coração continua sendo de Luis Carlos, apesar de tudo que ele me fez.

CENA 07 – CONDOMÍNIO / EXT. / DIA.

Pérola e Sérgio.

Sérgio: Eu estou indo pra fora do país e queria que você fosse comigo, isso resolveria todos os meus problemas. Primeiro, o Julio iria sofrer sem você pelo resto da vida; segundo, eu te acho linda e te ter ao meu lado seria prazeroso e terceiro, minha esposa morreria de ciúmes e se arrependeria de ter aberto a boca e me denunciado.

Pérola: Você está louco? Eu não vou com você em lugar nenhum.

Sérgio: Vai sim, não seja teimosa!

Pérola: Dá pra você soltar o meu braço e parar de gritar, está assustando a menina!

Sérgio: Sua idiota, você vai se arrepender por esse desprezo!

No carrinho de bebê, Maria Lucia chora e Sérgio dá gargalhadas. Ele empurra Pérola que cai batendo a cabeça no chão e desmaiando. Maria Lucia chora cada vez mais assustada. Sérgio pega o bebê e coloca no seu carro saindo como um louco em alta velocidade, deixando Pérola lá caída e desacordada. Pérola desacordada no chão, em frente ao condomínio do apartamento de Afonso. Ele, o filho, Cristine e Niurka chegam por ali e se assustam ao ver a cigana caída.

Afonso: Meu Deus, ela caiu, machucou a cabeça.

Niurka se desespera ao ver o carrinho de bebê vazio.

Niurka (desesperada): A menina! onde está a menina?

Cristine se abaixa e aproxima da filha, acariciando o rosto.

Cristine: Você não pode morrer agora que te encontrei.

Afonso: Temos que levá-la pro hospital.

Felipe (chora): Mataram a Pérola, papai.

Afonso: Não meu filho, ela só se machucou. Eu preciso que alguém fique com o Felipe.

Cristine: Você pode levá-lo até o meu apartamento. Alma cuida dele.

Afonso: Tia Niurka, leve o menino até o apartamento de Cristine. Tenho que levar Pérola ao hospital, denunciar o desaparecimento de Maria Lucia.

Niurka olha como se tivesse previsões.

Niurka: Tomem muito cuidado com Pérola. E você Cristine, também tome muito cuidado.

Afonso: Vá logo tia Niurka, e depois nos encontre no hospital.

Cristine: Avise a Alma que vou com ele. Deixe-me te explicar onde fica o apartamento.

CENA 08 – HOSPITAL REGIONAL / RECEPÇÃO / INT. / NOITE.

Enfermeiros passam com Pérola em uma maca ao tempo que Julio aparece.

Julio: O que aconteceu com ela? E a senhora tia Cristine, o que faz aqui?

Afonso: Nós não sabemos realmente o que aconteceu, rapaz. Encontramos Pérola desmaiada e roubaram a filhinha de vocês.

Julio: O que?

Afonso: Eu vou até a delegacia. Mas antes, quero dizer uma coisa. Você se enganou. Pérola sempre te amou e nunca esteve com outro homem. Eu sou o pai dela. Eu e Cristine somos os pais de Pérola.

Julio: O que é isso? Eu não estou entendendo nada!

Afonso: É melhor ir ver se ela está bem. Eu volto logo.

Afonso sai, Julio se aproxima de Cristine que está chorando.

Julio: Fique calma, Cristine. A Pérola vai ficar bem. Eu tenho uma carta pra entregar a você. Camila trouxe  fazenda e estava endereçada a você. Venha comigo.

Julio vai indo enquanto Cristine o segue.

CENA 09 – HOSPITAL REGIONAL / CONSULTÓRIO / INT. / NOITE.

Julio procura entre uns documentos em sua mesa e entrega a carta a Cristine, que está sentada a sua frente.

Julio: Aqui está, leia depois.

Vitória entra.

Julio: Mãe? O que faz aqui?

Vitória: Alicia me pediu que viesse ver o pai dela. Eu pensei bem e não acho justo continuar com essa história de vingança e receio. Vou ver o Alberto. Mas, o que está acontecendo aqui?

Julio (nervoso): Sequestraram a minha filha, mamãe. E bateram na Pérola. Ela está aqui ferida, mas parece que não é nada grave.

Vitória: Meu Deus.

CENA 10 – RUAS DO MÉXICO / EXT. / NOITE

Nas proximidades do cortiço onde Niurka está morando, ela caminha por uma calçada. Ao virar a esquina dá de cara com Zamack.

Zamack: Agora te encontrei sozinha velha. Aonde está minha prometida?

Niurka: Está no hospital. Bateram na pobrezinha e ainda lhe roubaram a filha.

Zamack: Quem foi o desgraçado que bateu na minha prometida?

Niurka: Ainda não sabemos, Zamack. A encontramos jogada ao relento na rua.

Zamack: Se eu o encontrar o mato.

CENA 11 – HOSPITAL REGIONAL / RECEPÇÃO / INT. / NOITE.

Pouca movimentação no ambiente. Sérgio entra disfarçadamente no hospital.

Sérgio (pensa): Vocês me pagam. Eu vou te destruir, Julio. Vou destruir o que você mais ama na vida, ela, Pérola!

Vitória vem do corredor Sérgio se vira imediatamente para não ser reconhecido. Vitória olha desconfiada, mas segue seu rumo.

Ele pergunta no balcão.

Sérgio: Podem me dizer se Pérola Guimarães está aqui?

Enfermeira: Está sim, mas ainda não está recebendo visitas.

Sérgio: Obrigado pela informação.

Sergio sai discretamente. Quando não tem ninguém olhando, ele entra no

CORREDOR, dos quartos

Ele vai abrindo quarto por quarto até encontrar o dela.

CENA 12 – HOSPITAL REGIONAL / QUARTO PÉROLA / INT. / NOITE.

Sérgio se aproxima de Pérola. Ela dorme. Ele toca seu rosto.

Sérgio: Princesa me perdoe, eu não imaginei que ia te machucar assim com um simples empurrãozinho. Como você é linda! Aquele desgraçado do meu irmão tem muita sorte, por ter alguém como você apaixonada por ele.

Ela abre os olhos lentamente.

Pérola: Você aqui? Cadê minha filha? Onde ela está?

Sérgio: Venha buscá-la. Ela está lá fora, no meu carro.

Pérola: Por que você está fazendo isso, por quê?

Ele retira uma arma do bolso do casaco.

Sérgio: É melhor você falar baixo, ou então eu te mato aqui mesmo, e você nunca mais vai ver seu neném.

CENA 13 – HOSPITAL REGIONAL / CONSULTÓRIO / INT. / NOITE.

Cristine lê a carta destinada a ela.

FADE IN: Poesia de amor – Café Quijano

“Cristine,  

Se escrevo esta carta é porque me arrependo de tudo que fiz, meu orgulho imbecil me impediu de fazer feliz a minha única filha. Você jovem, cheia de vida, descobriu seu primeiro amor. Se eu tivesse mais contato com você não teria acontecido nada do que aconteceu. Se eu permitisse que você namorasse o tal cigano, você não iria precisar fugir com ele, esconder sua gravidez de mim. Eu poderia ter ajudado vocês dois, poderia dar um emprego e fazer daquele rapaz um jovem descente, um pai de família, mas eu não o fiz. Eu menti, Cristine. Menti cruelmente por duas vezes. A primeira de minhas mentiras foi dizer que o cigano havia fugido, que não te amava, pura invenção minha, eu o matei, o matei para afastá-lo de você. Segunda mentira, fingi que Milena era sua filha, mas não era. Sua filha eu entreguei a minha amante Vitória, a enganei dizendo que se ela sumisse com a menina,  quando voltasse eu me casaria com ela, também não o fiz. Mudamos de casa, você há de se lembrar. Não sei onde Vitória deixou sua filha, se está com ela ou a abandonou a própria sorte. Por isso Cristine, eu deixei no testamento essa história de que qual dos rapazes tivesse uma filha fruto de um casamento herdaria tudo o que é meu. Eu fiz isso porque me sinto dessa forma um pouco perdoado por Deus, por haver te separado de sua menina e também porque eu sinto que essa criança que irá nascer, pode ser pra você como uma filha, um consolo por sua dor, por minha maldade. Espero que um dia possa me perdoar por tudo que fiz, minha filha.

 

Franco.”

Cristine se desmancha em lágrimas.

FADE OUT: Poesia de amor – Café Quijano 

CENA 14 – HOSPITAL REGIONAL / QUARTO PÉROLA / INT. / NOITE.

Sérgio puxa Pérola pelos cabelos, lhe apontando uma arma na cabeça.

Sérgio (ri): Vai começar o meu showzinho. Vou te tirar daqui, te levar pra bem longe, junto com sua menina e ninguém vai me impedir isso, muito menos o Julio. Porque se ele fizer isso, eu te mato na frente dele! Vem comigo!

Sérgio sai puxando a cigana pelo cabelo.

CENA 15 - HOSPITAL REGIONAL / FACHADA / EXT. / NOITE

Niurka e Vitória saem do hospital e conversam na calçada. Há uma fila de carros estacionados por ali.

Niurka: Roubaram a filha da minha menina.

Vitória: Como pode existir alguém tão cruel a esse ponto?

Niurka: O pior é que eu sinto que Maria Lucia está muito próxima de mim. Mas não sei, não sei aonde ela pode estar.

As duas ouvem um choro de bebê.

Niurka: Aquele carro, esse choro vem daquele carro.

As duas tentam abrir o carro, Niurka quebra o vidro da frente com uma pedra. Elas olham assustadas.

Niurka: É a Maria Lucia!

O bebê chora desesperadamente.

Niurka pega a menina com cuidado, ninando-a.

Niurka: Acalme-se anjinho, tia Niurka está aqui pra cuidar de você.

Vitória (emocionada): Deixe-me vê-la, é está minha neta?

Niurka: Sim, se chama Maria Lucia, é a filha de Pérola e Julio.

Vitória: Quem pode ter deixado ela aqui? Espera... Sérgio! Eu tive a impressão de ter visto o Sérgio. Ele está fugindo da polícia. O Julio me pediu que tivesse cuidado. Vá Niurka, leve essa menina pra bem longe, tire-a daqui, pois ela corre perigo.

Niurka: Vou levá-la onde está o filho do Cristian, na casa da mulher que ajudou tanto minha sobrinha. E você Vitória, avise ao Julio que esse monstro está aqui.

CENA 16 – HOSPITAL REGIONAL / SALA DE ESPERA / INT. / NOITE.

Julio atende uma paciente.

Julio: Então é só isso senhora, não se preocupe que seu filho está muito bem.

A mulher agradece e sai com seu filho, Vitória entra na sala.

Vitória: Filho, você tem que ir ver a Pérola.

Julio: Por que mãe? O que foi?

Vitória: Eu acho que o Sérgio está aqui. Ele pode matá-la a qualquer momento.

Ambos escutam gritos das enfermeiras e gritos de Sérgio vindos de outro cômodo do hospital.

Sérgio (off): Não se aproximem ou então eu a mato.

Pérola (chora/off): Me solta, Sérgio!

Eles aparecem na sala assustando Julio e Vitória ao ver a arma apontada para Pérola.

Sérgio: Olha só quem tá aqui, meu querido irmãozinho... Olha quem está comigo? Vou levar a Pérola comigo. Ninguém vai me impedir.

Julio: Solta ela seu idiota!

Sérgio: Ninguém se mexe! Ou então eu estouro os miolos dela aqui na frente de todos. Seria ótimo não?!

Ele sai carregando Pérola com a arma apontada. Os outros vão atrás.

CENA 17 – HOSPITAL REGIONAL / EXT. / NOITE.

Sérgio sai do hospital fazendo Pérola de refém, seguidos por Julio e Vitória.

Julio (desesperado): Vamos conversar, Sérgio!

Vitória: Não faça isso, meu filho.

Sérgio: Não me chame assim. Eu estou com ela nas minhas mãos e também estou com sua filha, Julio. Sim, porque a menininha é sua filha! Nunca poderia ser minha. Eu não posso ter filhos! Mesmo eu tendo estuprado sua esposa, jamais poderia fazer um filho na sua princesa.

Pérola chora desesperada, Julio se aproxima aos poucos contendo a raiva. Sérgio aponta a arma em direção a ele e vai arrastando Pérola pra fora do hospital.

Sérgio: Não se aproximem! Eu vou matá-la!

Cristine surge ali, nervosa.

Cristine: Não faça isso! Não mate a minha filha!

Cristine pula pra cima de Sérgio. Ele, completamente louco empurra Cristine no chão e atira.

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