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Laços de Amizade: Capítulo 25

Novela de Diogo de Castro
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LAÇOS DE AMIZADE - CAPÍTULO 25

| CENA 01 | Continuação do capítulo anterior. Manhã. Clínica de aborto clandestina. Fabiana e Luciano se surpreendem com a chegada dos amigos ao local. A enfermeira está desconfiada, enquanto as outras mulheres no local estão assustadas. Os ânimos começam a se exaltar.

LUCIANO: O que é que vocês estão fazendo aqui?

BRUNA: Pelo amor de Deus, Fabiana. Desiste dessa loucura. É seu filho!

Fabiana entra em desespero, corre para os braços da amiga e começa a chorar, convencida. A enfermeira está impaciente.

MARCELO: Que ideia foi essa, Luciano?

LUCIANO: Não se metam nisso. Esse problema é só meu e da Fabiana.

MARCELO: Você tá maluco? Quer tirar a vida do seu próprio filho?

LUCIANO: Eu não quero e nem posso ser pai. EU NÃO VOU SER PAI. A Fabiana vai tirar essa criança sim e ninguém vai impedir.

BRUNA: Como você pode ser tão frio?

LUCIANO: Vocês não têm o direito de se meter. Vamos, Fabiana!

Luciano tenta puxar Fabiana dos braços de Bruna.

MARCELO: Eu não vou deixar você fazer essa loucura.

Marcelo se mete entre as meninas, empurrando Luciano, deixando-o irritado.

LUCIANO: Você não é ninguém pra dizer o que eu devo fazer ou não.

Luciano dá um soco em Marcelo, que vira o rosto com a intensidade da pancada.

ENFERMEIRA: Não temos o dia todo. Outras pacientes estão esperando.

Marcelo se recupera do soco pondo a mão no lábio, que está sangrando.

MARCELO: Nós somos teus amigos, cara. E estamos tentando impedir que vocês cometam um crime do qual se arrependerão pelo resto de suas vidas. Põe a mão na consciência. Essa criança não tem culpa de nada. E você não pode ser tão irresponsável a ponto de colocar a vida da Fabi em perigo.

Luciano passa as mãos pela cabeça, preocupado.

BRUNA: Vamos embora daqui.

ENFERMEIRA: Vocês não podem sair assim...

Sirenes da polícia são ouvidas ao fundo, para desespero de todos no local. A enfermeira entra em pânico e saca uma arma de sua roupa para espanto geral.

ENFERMEIRA: Vocês nos denunciaram? Seus cretinos!

Correria e gritaria entre as pacientes do local. A enfermeira aponta a arma para os republicanos que ficam acuados. Dois policiais invadem o local, o que faz com que a enfermeira tente fugir surpreendendo pela atitude e soltando a arma que segurava em qualquer lugar. Um dos policiais a imobiliza antes que ela consiga escapar algemando-a logo em seguida. O outro policial examina a arma da mulher e dá uma risada frouxa.

POLICIAL 1: Isso aqui não mata nem barata. É de brinquedo.

POLICIAL 2: A senhora está presa, dona Mercedes.

A mulher olha com ódio para os republicanos.

MERCEDES: Maldita hora que vocês pisaram aqui dentro.

MARCELO: Seus dias de ceifadora de vidas inocentes acabaram.

BRUNA: Graças a Deus.

POLICIAL 1: Os quatro. Nem pensem em sair daqui.

Marcelo olha Luciano com ar de reprovação. Fabiana continua chorando nos braços de Bruna que está visivelmente amedrontada. Os policiais levam a mulher algemada.

| CENA 02 | Universidade Campelo Costa. Interior. Banheiro feminino. Vanessa entra no local se desmanchando em lágrimas. A moça vai até o espelho e passa a mão pelo cabelo loiro, deixando as lágrimas caírem sem enxugá-las. Ela volta a sentir repúdio e a lembrar-se da violência que sofreu.

FLASHBACK

O semblante amigável de Ronaldo se converte em um misto de malícia e maldade.

RONALDO: Porque agora somos só nós dois, belezinha. Eu e você.

Vanessa se desespera. Ronaldo se aproxima dela.

VANESSA: Me deixa ir embora. Eu não quero ficar aqui.

RONALDO: Calminha, gostosa. A gente nem começou a se divertir ainda.

Ele começa a agarrar Vanessa a força tirando-lhe a roupa com grosseria. Vanessa chora desesperada, enquanto Ronaldo parece sentir prazer com a situação. Ele a joga na cama e tira a calça jeans que Vanessa usava. Ela grita.

FIM DO FLASHBACK

Vanessa está sentada no chão do banheiro, desolada. Sentindo-se culpada. Ao perceber que está sozinha ali, ela se levanta imediatamente aparentando estar com medo. 

| CENA 03 | República Universitária Laços de Amizade. Interior. Sala. Celina e Janaína conversam sentadas no sofá. Marcelo, Bruna, Fabiana e Luciano chegam a casa causando surpresa em Celina. Luciano e Fabiana ignoram a todos e sobem para os quartos.

CELINA: ¿Qué están haciendo aqui tan temprano? [O que estão fazendo aqui tão cedo?]

BRUNA: (surpresa) Mãe? Quê que VOCÊ tá fazendo aqui?

JANAÍNA: Eu vim...

Bruna a corta.

BRUNA: Você me explica depois. Agora eu não posso.

Bruna sobe as escadas, seguida de Marcelo.

JANAÍNA: Eles não tinham que estar na faculdade?

CELINA: Sí, por supuesto.

CORTA PARA

Interior. Quarto Maçã. Fabiana entra com os olhos marejados. Não demora muito para Bruna aparecer.

BRUNA: Como é que você tá, amiga?

FABIANA: Graças a Deus que vocês apareceram lá há tempo. Eu ainda não acredito que tive coragem de quase matar meu filho. Que tipo de mãe eu vou ser, Bruna? Eu não tenho o direito de tirar a vida de um inocente. Eu não queria. Eu tava confusa...

Fabiana volta a chorar. Bruna abraça a amiga.

BRUNA: Calma, Fabi. Calma. Tá tudo bem agora. O pior já passou. Mas que ideia foi essa?

FABIANA: Eu tava desesperada. Nada disso foi planejado, simplesmente aconteceu. O Luciano me pressionou o tempo todo. Eu me senti encurralada porque ele não queria essa criança e não ia assumir a responsabilidade. Eu também não queria, é verdade. Mas não tinha o direito de fazer isso com meu filho, e eu tinha remorso...

BRUNA: O importante é que você não fez. Esquece. Já passou.

Fabiana enxuga as lágrimas, afastando-se de Bruna.

FABIANA: Eu nunca vi o Luciano daquele jeito, Bruna. Em momento nenhum ele se mostrou com remorso ou receio, ele só queria se livrar do problema... Era um Luciano frio, que eu não conheço.

BRUNA: Ele deve tá tão desesperado quanto você.

FABIANA: Não tá, não, Bruna. Pra ele tanto faz. Eu não sei como vai ser daqui pra frente... Mas eu quero o Luciano bem longe de mim.

BRUNA: Isso não vai ser possível. Agora vocês têm um laço eterno.

FABIANA: (chorando) Meu filho, Bruna... Eu quase matei meu filho!

Fabiana chora mais ainda abraçada à Bruna.

CORTA PARA

Interior. Quarto Uva.

LUCIANO: (muito bravo) Você não tinha o direito de se meter na minha vida desse jeito!

MARCELO: (bolsa de gelo no queixo) Você vai me agradecer por isso um dia.

LUCIANO: Te agradecer por ter ferrado de vez com a minha vida? Espera sentado! E a Fabiana que se vire quando essa criança nascer. Eu não vou assumir responsabilidade nenhuma com ela. Eu já tinha avisado e nosso problema seria resolvido se você e sua namoradinha não tivessem metido o bedelho aonde não deviam.

MARCELO: Você não sabe o que tá dizendo. Nós livramos você e a Fabiana de cometerem um crime hediondo contra o próprio filho de vocês. Aborto é crime se você não sabe. A sorte é que os policiais aliviaram pro nosso lado por termos denunciado a clínica. Se não há essa hora você estaria atrás das grades!

Luciano ignora o comentário do amigo.

LUCIANO: Você tem noção do que fez? Você acabou com a minha vida, cara! Quê que eu vou fazer agora? Que futuro eu posso dar a um filho? Eu não tenho nada. E eu NÃO QUERO ESSA RESPONSABILIDADE. Sou jovem demais pra isso.

MARCELO: Devia ter pensado nisso antes de ter feito o que fez. E eu não acredito que você seja tão sem caráter ao ponto de deixar a Fabiana sozinha nessa. Mostra que você é homem de verdade e assuma o que fez! O que há com você? Parece outro. Esse Luciano não é aquele que me deu a maior força pra reconhecer e assumir o que eu tava sentido de verdade e optar pelo amor da Bruna. Não é aquele que sempre me aconselhou a fazer o que era certo. Esse Luciano que tá na minha frente, eu desconheço.

Marcelo sai do quarto. Luciano senta na cama passando as mãos pela cabeça, muito preocupado.

| CENA 04 | MÚSICA: “Semente – Armandinho”. Condomínio Almirante. Interior. Corredor do andar de Isabel e Suzana. Igor abre a porta do apartamento 209 e aparece no corredor com uma linda cesta com buquê de rosas vermelhas, chocolates e uma champagne, toda embrulhada com um papel transparente de coraçõezinhos. Ele coloca a cesta em frente à porta do apartamento 210 e tira de dentro do bolso um cartão pregando-o na cesta. Depois disso, ele volta para dentro do apartamento 209. Suzana surge vinda do corredor buscando suas chaves dentro da bolsa e ao chegar à porta se depara com o presente.

SUZANA: (estranhando) Mas o que significa isso?

Suzana coloca a chave na fechadura e se abaixa para pegar o cartão. Ao abrir, lê em voz alta:

“rosas vermelhas representam o fogo da nossa paixão, os chocolates são para adoçar seu coração, e a bebida representa minha devoção por ti!”

Ass: Igor”

Suzana não acredita no que acabara de ler e cai na gargalhada.

SUZANA: Mas que versinhos de quinta!

Ela abre a porta, pega a cesta no chão e entra em seu apartamento, rindo à toa.

| CENA 05 | República Universitária Laços de Amizade. Interior. Quarto Maçã.

BRUNA: Quer dizer que ele descobriu tudo?

JANAÍNA: E da pior maneira possível, filha. Depois ele me expulsou da casa dele.

BRUNA: E por que sumiu do mapa? Não deu notícias! Onde você morou esse tempo todo? Não me diga que voltou pra casa do pai do Luciano.

JANAÍNA: Não, eu estava na casa da Isabel. O Carlos é o último homem que eu quero ver na face da terra. Mas as coisas na casa da Isabel também começaram complicar e eu tive que sair.

BRUNA: O importante é que agora você tá aqui comigo.

JANAÍNA: Eu não me perdoo por ter escondido a verdade do Darlan.

BRUNA: Eu disse. Mais cedo ou mais tarde ele ia descobrir, mãe. Mentir é sempre a pior solução.

JANAÍNA: (emocionada) O que mais doeu foi a maneira como ele me tratou, filha. Não parecia o Darlan por quem eu me apaixonei. Tudo bem que eu menti, mas que amor é esse que muda da água pro vinho com tanta rapidez? Ele foi frio ao extremo. Me deixou completamente no chão, humilhada.

BRUNA: Tudo bem, mãe. Na hora da raiva a gente fala sem pensar, provavelmente ele já deve ter se arrependido. Se bem que o Marcelo vive me dizendo que o pai dele não é quem a gente pensa. Como se ele forçasse uma aparência pra que ninguém descubra quem ele é de verdade.

JANAÍNA: Ninguém consegue fingir por tanto tempo, Bruna. O Darlan é um homem bom, eu que errei eu mentir pra ele.

BRUNA: Outro dia encontramos com ele no Ponto e ele foi muito grosseiro comigo.

JANAÍNA: Ele teve coragem, filha?

BRUNA: Mas eu revelei, mãe. Ele tava bêbado e sofrendo muito pelo fim do relacionamento de vocês. Isso quer dizer que ele também ainda te ama.

JANAÍNA: (esperançosa) Será?

| CENA 06 | Escritório de Advocacia. Interior. Sala de Darlan. Ele está atento à leitura de um processo quando o telefone fixo toca. Ele joga o processo em cima do notebook e atende a ligação.

DARLAN: Pois não, Judith? (pausa) Ok. Pode mandar entrar.

Ele coloca o telefone no gancho e se ajeita na cadeira cruzando os braços. Alguém bate na porta, entrando logo em seguida. Trata-se de um homem comum, alto, forte, cabelos pretos e de barba por fazer. Ele usa calça preta e blusa social azul, sem terno. Tem nas mãos uns papéis.

DARLAN: E então?

HOMEM: Está tudo aqui. Como o senhor pediu.

O homem entrega os papéis a Darlan que analisa.

DARLAN: O que ela tem feito?

HOMEM: Acho melhor o senhor lê. Tem ainda o endereço novo de onde ela está morando.

Darlan dá uma olhadela rápida para o papel e conclui.

DARLAN: Mas é na república em que meu filho mora?

HOMEM: Exatamente, senhor.

DARLAN: Bom. Ótimo trabalho, meu rapaz.

HOMEM: Obrigado, senhor. Com a sua licença.

O homem se retira. Darlan continua a analisar o documento que recebera.

| CENA 07 | República Universitária Laços de Amizade. Interior. Sala principal. Celina, Janaína, José e Bruna estão reunidos à mesa da cozinha. Bruna resolve puxar assunto.

BRUNA: Quer dizer que você vai morar aqui com a gente?

JANAÍNA: Sim, minha filha. Graças ao bom coração de Celina, que me deixou ficar.

JOSÉ: Celina es la mejor de las mujeres! [Celina é a melhor das mulheres!]

CELINA: Y tu, el mejor de los hombres. [E você, o melhor dos homens.]

BRUNA: Quem não vai gostar nada disso é a enjoada da Valeska.

CELINA: Como se dice aqui en Brasil, (força o português) los incomodados que se retirem!

Eles riem.

JANAÍNA: Eu não quero causar problemas, Celina. Se houver algum inconveniente, me diga, por favor.

CELINA: No te preocupes!

JOSÉ: Bueno... Entonces voy a preparar una Guacamole Mexicana para comemorar la llegada de mas una republicana a nuestra casa!

BRUNA: Opa! Eu te ajudo, José. Aprendemos na faculdade uns truques muito úteis para preparar uma Guacamole no capricho.

CELINA: Mientras esto, vamos a ver la reprise de la telenovela, Janaína. [Enquanto isso vamos ver a reprise da novela, Janaína.]

Celina puxa Janaína pelo braço em direção a TV.

| CENA 08 | “MÚSICA: Senhor do tempo – Charlie Brown Jr”. Sequência de cenas rápidas com sonoplastia. Fim do dia e início da noite. A lua surge no céu fazendo companhia às estrelas. República Universitária Laços de Amizade. Interior. A câmera passeia pelos quartos dos moradores, um a um, todos estão dormindo. Transição da noite para o dia. Corta para. Jaqueline e Igor se despedem da mãe para irem à escola. Corta para. Suzana abre a porta de seu apartamento e encontra um urso de pelúcia à sua espera, do lado de fora. Ela revira os olhos, pega o presente e olha o cartão endereçado por Cláudio. Ela joga o urso de pelúcia na lata do lixo. Corta para. Café da manhã na república e a bagunça de sempre. Corta para. Bar Ponto de Encontro. Chad está tocando tamborim no balcão central, sob o olhar de reprovação de Melissa. Janaína, vestida com uniforme de garçonete, ri da situação. Corta para. Universidade Campelo Costa. Bruna e Marcelo caminham em direção à entrada, logo atrás deles está Valeska, olhando para os dois com asco. Corta para. Hospital. Celso faz sessões de fisioterapia com auxílio do doutor Humberto. O jovem tenta caminhar apoiando-se nas barras de ferro sob o olhar de Celina, Cláudio e Jaqueline. Fim da sonoplastia. 

ALGUNS DIAS DEPOIS 

| CENA 09 | Manhã. Hospital Regional. Interior. Sala de fisioterapia. O local é bem espaçoso e ocupado por alguns aparelhos que facilitam a reabilitação de pacientes que precisam do tratamento adequado. Apoiando-se em duas barras de ferro, Celso, orientado pelo médico, tenta caminhar. Celina, Jaqueline e Cláudio estão presentes. 

DR. HUMBERTO: Você precisa acreditar, Celso.

CELSO: Eu não vou conseguir.

JAQUELINE: Vai sim, meu amor. Eu estou aqui com você.

CLÁUDIO: É, cara. Você superou coisa pior.

DR. HUMBERTO: Mas se não conseguir ainda, tudo bem. Tudo tem seu tempo, Celso.

Celso inspira o ar e tenta sustentar-se nas próprias pernas. Com muita dificuldade ele consegue dar um pequeno passo, para surpresa de todos.

CELINA: Dios mio! Él está caminando! [Meu Deus! Ele está caminhando!]

Jaqueline abre um sorriso de satisfação. Celso não aguenta por muito tempo e se deixa cair entre as barras de proteção. Jaqueline, Celina e Cláudio se preocupam. O médico se aproxima do rapaz para ajudá-lo a levantar.

DR. HUMBERTO: Tudo bem, Celso. Faz parte do processo. (para Cláudio) Me ajuda aqui a levantá-lo.

CELSO: Eu não vejo evolução alguma, doutor.

CLÁUDIO: Calma, cara. Você vai conseguir.

DR. HUMBERTO: Você está reagindo muito bem, Celso. Como pode dizer que não?

Eles conduzem Celso a uma cama colocando-o em cima dela. Ele está angustiado.

CELSO: Eu quero voltar a andar!

JAQUELINE: Você vai voltar a andar, meu amor. Tenha um pouco mais de paciência. Logo você vai sair de uma vez por todas desse hospital e voltará a ter uma vida normal, ao meu lado.

Jaqueline beija os lábios do namorado. O médico observa a cena e engole em seco.

| CENA 10 | Bar Ponto de Encontro. O ambiente está calmo, sem movimentação de clientes. Alguns funcionários limpam e organizam as mesas no local. Melissa e Janaína conversam no balcão central.

MELISSA: E a Bruna hein?

JANAÍNA: Ela me ligou e disse que já tá chegando. Cê sabe como é, conciliar trabalho e faculdade não é fácil.

MELISSA: Na verdade eu não sei não. Mas imagino.

JANAÍNA: Melissa... Eu nem sei como agradecer a você e ao Chad. Vocês salvaram minha vida me dando esse trabalho.

MELISSA: Eu e esse meu coração de manteiga derretida. E olha que eu tive que praticamente sacrificar meu casamento com Chadinho por isso. Portanto, não me decepcione hein.

JANAÍNA: Ai, mas assim eu vou me sentir culpada.

MELISSA: Ih! Nem vale a pena, minha filha. Aquele ali está adiando nosso casamento desde que começamos a namorar. Você foi só mais uma desculpa esfarrapada que ele encontrou pra isso. Mas não tem problema não, um dia eu visgo de vez esse peixe.

As duas riem. Um barulho estranho vindo de longe interrompe a risada das duas. Close na porta de entrada do bar. Chad aparece tocando uma sequência melódica meio confusa com seu tamborim, muito empolgado. Enquanto canta um trecho do samba, faz algumas bossas com o instrumento.

CHAD: Hoje a festa vai rolar, quero sambar a noite inteira...

Janaína brinca. Melissa infla o peito.

JANAÍNA: Tá ficando afiado hein, chefinho.

MELISSA: Mas o que é que significa isso, Richarlisson?

Chad faz cara de bravo por um instante.

MELISSA: Já tínhamos combinado que você não ia ficar tocando essa joça aqui no bar. Vai acabar espantando os clientes. Eu hein, parece uma criança quando ganha um brinquedinho novo!

JANAÍNA: E na verdade é bem por aí, não acha?

CHAD: (exagerado) Releve, meu amor. RELEVE. Preciso me dedicar ao máximo e ensaiar um pouquinho mais. Em breve haverá testes para ritmista oficial na minha escola de samba. E você sabe que meu sonho sempre foi desfilar na Rosas de Ouro como ritmista oficial, MELHOR AINDA, como MESTRE DE BATERIA da “Batucada D’responsa”. Já pensou?

Melissa faz cara de paisagem para Janaína.

MELISSA: Tá vendo o que eu tenho que aturar, Jana? (brava/para Chad) Até semana passada seu projeto de vida era escalar o monte Everest. Agora quer virar mestre de bateria de escola de samba? Tenha santa paciência, né!

Chad ignora o comentário da noiva e continua a devanear.

CHAD: (empolgado) Começarei de baixo, como tem que ser. Primeiro ingresso como ritmista comum, mas logo me destacarei pelas minhas habilidades com as bossas, e quando menos esperar estarei assumindo o cargo mais alto do coração da minha escola. As notas 10 me darão o título de campeão do carnaval. Entrarei pra história do samba paulistano. Quem viver... Verá!

MELISSA: Ok. Agora estoura esse balãozinho imaginário aí e volta pra realidade, meu amor. Está faltando espinafre no estoque e a Janaína estava te esperando para que você abra o caixa e ela possa retirar o dinheiro pra ir comprar. Já que NINGUÉM, e isso me inclui, tem acesso ao caixa do NOSSO bar. Absurdo!

CHAD: Não é nada pessoal, my love. É apenas uma questão de segurança. Um momento Janaína.

Chad se dirige até o balcão central onde guarda seu tamborim e abre o caixa, retirando uma quantia de dinheiro entregando a Janaína.

JANAÍNA: Eu não demoro.

Janaína caminha até a saída do bar.

CORTA PARA,

Exterior. Do lado de fora do Ponto de Encontro, ela acaba se trombando com Carlos que acabara de chegar ao local. Ambos ficam surpresos.

CARLOS: Ora, ora, se não é Janinha Doce Prazer. Finalmente decidiu sair do esconderijo, doçura?

Close em Janaína, desconfortável com a surpresa desagradável.

JANAÍNA: Como você me achou aqui?


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