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Estrada 34: Capítulo 06

Novela de Isa Nota
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CAPÍTULO 06



Os três se entreolharam. Carlos Henrique ingeriu o último gole da limonada, aproximou-se de Lana, deu uma risada sarcástica e por fim deixou-as a sós. Lana trajava um vestido vermelho enquanto Fernanda usava roupas simples de empregada.

- Então? Não vai me contar como descobriu a minha casa? – Lana pressionou o braço de Fernanda. – Anda garota! É para hoje!

- Você achou que eu ia mofar na cadeia, não é? – Sorriu. – Eu saí com as duas mãos na frente!

- Sua cara me enoja, sabia? – Fitou-a com um olhar raivoso. – O que queria com o meu marido, afinal?

- DINHEIRO! Um emprego decente! – Respirou fundo. – Mas foi por acaso que encontrei a sua casa. 

Carlos Henrique, atrás de uma cortina de seda branca, fumava um charuto. Ouvia toda a conversa e observava as belas curvas de Lana. Sentou-se numa poltrona, esticou seu braço esquerdo para trás do assento, ouvindo o que acabara de virar uma discussão.

- SAIA DAQUI! – O grito de Lana ecoou pelos andares acima. – Você não receberá nenhum centavo a partir de agora.

- Tá com medinho, né? – Exibiu um largo sorriso. – Mas a minha relação com o seu marido é extremamente profissional.

- Medo de você, garota? Faça-me rir!

- Tudo bem. Se essa é a sua vontade, eu respeito. Também não suporto essa sua cara de mulher mal-amada. – Afastou-se de Lana. – Ah, eu fiz com o seu marido o que não conseguiu durante tanto tempo: um filho!

- SAIA DAQUI! - Esticou o braço para trás, e com o dedo indicador apontou para a porta. Fernanda baixara a cabeça e disfarçava o riso com a mão sobre a boca.

 

***


Lauro, Conrado e Roberto estavam sentados à mesa de vidro. O primeiro sentado na ponta e os dois últimos na direita e esquerda respectivamente. Todos em assentos de cor preta, em silêncio.

- A senhora Beatriz foi bem clara em seu testamento. – Lauro quebrou o silêncio. - Em sua última mudança, deixou explicito sua vontade. Por isso serei o mais breve possível. – Pôs seus óculos de grau. – “Para minha filha, Iolanda Cavalcanti, deixo a empresa da família, a revista Maxxes e cinqüenta milhões de reais. Ao meu filho, Conrado Cavalcanti, a quantia de cem milhões de reais e ao meu marido, Roberto Cavalcanti, que ficou ao meu lado durante tantos anos, a mansão em Angra dos Reis e cerca de trinta jóias avaliadas em vinte milhões cada.”

- Tem uma coisa errada. A minha mãe prometeu que eu seria o herdeiro da revista. Não a Iolanda! – Conrado levantou-se e bateu com a mão fechada na mesa de vidro. – Esse documento é falso!

- Acalme-se! – Lauro respirou fundo e fitou o garoto, ainda sentado. – Conrado, a sua mãe deve ter tido seus motivos para mudar o testamento. O documento é legal e não há nada que vocês possam fazer.

- A Iolanda nunca foi próxima da mamãe. Quando ela ficou doente, estava dia e noite do lado dela. Quem merecia isso era eu!

- CHEGA! – Lauro levantou-se, pôs o documento numa pasta cinza e em seguida numa maleta preta. – Trabalhei durante anos para sua mãe, antes mesmo dela conhecer o senhor Roberto. A sua mãe quis assim. Seja no mínimo respeitoso com ela. – Aproximou-se do sofá e virou-se para trás. – Meus honorários já foram pagos, então não vejo porquê de continuar a trabalhar para vocês.

- Por favor, Lauro. Eu confio plenamente em você. Continue a ser nosso advogado! – Roberto interrompeu os passos do homem à porta.

- Eu trabalhava para a dona Beatriz, não para o senhor. No consultório existe uma gama de advogados. Tenho certeza que um deles será tão competente como eu fui. – Abriu a porta. – Até mais.

***

Uma moça empurra o carrinho do aeroporto pelas dependências do local. Ela para em uma lanchonete e sai com uma garrafa de água em mãos, quando seu telefone toca.

- Alô? – Parou de andar. – Quem é? – Olhou para os lados. – Fernanda? De onde você me conhece?

- Não interessa. Não agora. Mas fiquei sabendo que a Maxxes pertence a você. E tenho uma ótima matéria para comemorar. – A voz era audível para quem passasse próxima a ela. – Estou indo para o Rio amanhã. Se você me der o seu endereço, prometo que não se arrependerá.

- Sobre quem é a matéria?

- Carlos Henrique Casagrande. – Assim que ouvira o nome, exibiu um sorriso espontâneo.

 

***

 

- Chegamos. – Roberto estacionou a frente de um edifício e olhou para o filho, sentado no banco de carona. – Saiu o resultado do laudo.

- Finalmente! – Conrado arrumou o paletó. – Esse negócio de parada cardíaca nunca bateu comigo.

- Eu vou sozinho, Conrado. Você fica aqui, no carro. Essa área é muito perigosa e não pretendo gastar com outro tão cedo.

- Mas... – Antes de terminar, Roberto já havia fechado a porta do veículo.

Em quinze minutos, o homem havia retornado ao veículo. O envelope estava fechado. Entregou para o garoto, que abrira imediatamente.

- Aqui diz que ela ingeriu uma alta quantia de veneno. E por isso a parada cardíaca. – Conrado terminou de ler. Roberto o fitava com lágrimas nos olhos. – Não disse? A Iolanda deve estar envolvida nisso!

- Não acuse a sua irmã. Não temos provas!

- Você não vai fazer nada? A sua mulher morreu por causa da sua filha!

- Isso me dói. Mas não faria diferença! A sua mãe já tinha sido diagnosticada com câncer terminal. Os médicos prolongariam a vida dela em seis meses, não mais do que isso. De certo modo, foi melhor assim. Ela sofreria muito tendo que se despedir de você e da Iolanda.

- Se você não vai fazer nada, eu vou!

- Fazer o quê, Conrado? Ir atrás da sua irmã e obrigá-la a se entregar para a polícia? Você julga a sua irmã, MAS É IGUAL A ELA! A Iolanda deve ter mexido no testamento com a ajuda do Lauro, porque sabia que você seria o herdeiro da revista, coisa que você tanto almeja no momento. Acontece que ela venceu o jogo. – Fez uma pausa e ligou o carro. – Você é jovem. Tem uma vida pela frente! Sabe o que é uma bebida, uma festa, um beijo de língua?

- Claro que eu sei pai. - Respondeu timidamente.

- Então... Se divirta. Um garoto bonito escondido em paletós pretos. Nunca pensei que ia dizer isso, mas... Enche a cara, conversa com garotas da sua idade. VIVA A SUA VIDA!

 

***

 

DIAS DEPOIS

Carlos Henrique observa a capa da revista Maxxes colocada na mesinha de centro. “CARLOS HENRIQUE CASAGRANDE TRAI MULHER E ENGRAVIDA EMPREGADA”, enquanto Lana abre a porta do apartamento.

- Você pode me explicar o que é isso? – Lana chegara por trás e cochichara em seu ouvido. – Qual o seu problema?

- Nenhum. Foi um erro do momento. – Pôs o copo de uísque na mesinha. – E também não há necessidade desse escarcéu.

- Erro do momento? Você transou com a empregada, a deixou grávida e diz que é “um erro do momento”?

- Se ela está grávida ou não, o problema não é meu.

- Realmente Carlos Henrique. Você me surpreende a cada dia! Nem para assumir com as próprias responsabilidades você presta. Eu me casei com você...

- Por interesse! Não esqueça que casou comigo para ter lugar na mídia. Bem, agora você tem a fama de chifruda. Mas duvido que não tenha outro homem na jogada.

- Claro que não! – Mentiu. – Eu gosto de você. Sempre quis um filho porque achei necessário. Uma criança sempre alegra uma relação conturbada.

- Não seja hipócrita. Você é fraca. Acha que é melhor do que os outros porque era mulher de um empresário.

- Era? - Lana pressionou o braço de Carlos Henrique com força. - Não acredito que vai fazer isso comigo! 

- É você que está fazendo consigo mesma. - Desvencilhara. - Pega as suas coisas e se manda da minha casa! Não quero te ver nunca mais. Mas se isso vier a acontecer, espero que seja na próxima encarnação. - Pôs as mãos na cintura. - Eu não estou brincando. Quero você longe daqui!


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