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Terra da Garoa: Capítulo 30

Novela de Édy Dutra
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TERRA DA GAROA - CAPÍTULO 30
 


CENAS DO CAPÍTULO ANTERIOR


Jaqueline e Daniel dobram na esquina do restaurante e veem Lenara saindo do local apressada.

JAQUELINE: - Ali é a Lenara saindo do restaurante?

DANIEL: - Acho que sim. Mas estranho, porque o restaurante parece está fechado.

Jaqueline percebe sinais de fogo dentro do restaurante.



NÃO PERCA, A PARTIR DO DIA 12 DE JUNHO, A VOLTA DA NOVELA "FLOR-DE-CERA" NO VALE A PENA LER DE NOVO, AQUI NA WEBTV.


CENA 01. RESTAURANTE RAQUEL. EXT. DIA.
 

Continuação do capítulo anterior. Jaqueline e Daniel avistam Lenara saindo do restaurante de Raquel, onde as chamas do incêndio começam a surgir.

JAQUELINE (aflita): - Daniel! Chama os bombeiros! O restaurante está pegando fogo!

DANIEL: - Eu vou ligar agora!

Daniel começa a ligar do seu telefone para os bombeiros, enquanto Jaqueline observa Lenara sair apressada.

JAQUELINE: - Será que a Raquel está lá dentro?! (grita) Lenara!

Lenara desaparece na rua.

CENA 02. RESTAURANTE RAQUEL. INT. DIA.

As chamas tomam conta do salão do restaurante. Dentro do banheiro, a fumaça começa a entrar por baixo da porta. Raquel fica ainda mais aflita.

RAQUEL (grita): - Socorro! Alguém me tira daqui!

Aflita, Raquel começa a tossir, pois a fumaça já começa a tomar conta do banheiro.

CENA 03. HOSPITAL. INT. DIA.

Humberto implora para Henrique ajudá-lo.

HUMBERTO (fraco): - Por favor, Henrique. Salve a minha vida.

Henrique segura na mão de Humberto.

HENRIQUE: - Eu vou te ajudar, meu irmão. Pode ficar tranquilo. Vai dar tudo certo e você vai sair dessa.

Henrique se afasta, se aproxima do médico que está junto no quarto.

HENRIQUE: - Doutor, eu vou fazer a doação.

MÉDICO: - Certo. Vou avisar a equipe. Vamos fazer os procedimentos o mais rápido possível.

O telefone de Henrique toca, ele vê a chamada de Jaqueline.

HENRIQUE (ao telefone): - Oi Jaque! (T) Como é que é?! (aflito) Mas como isso?! E a Raquel?! (T) Não pode ser... (T) Claro, eu estou indo pra aí agora! (desliga)

MÉDICO: - Vamos?

HENRIQUE: - Doutor, eu preciso ir! Minha mulher e meu filho correm perigo!

MÉDICO: - Mas se você sair agora nós podemos não ter tempo de ajudar seu irmão.

Henrique se mostra dividido. Humberto, na cama, ainda fraco, encara Henrique.

MÉDICO: - O que você vai fazer? Não podemos perder tempo.

CENA 04. DELEGACIA. INT. DIA.

Monique e Maria Alice levam o áudio para polícia. Na sala do delegado, o arquivo é analisado.

MARIA ALICE: - E então, delegado?! Vocês irão atrás dessa bandida?!

DELEGADO: - Não tenha dúvidas que sim, dona Maria Alice. Já vou mobilizar nosso efetivo para as buscar.

MONIQUE: - Por favor, não deixem que a Vilma faça qualquer coisa com a Liza!

DELEGADO: - Nós faremos o possível, pode ter certeza.

MARIA ALICE: - Se ela está de carro, deve estar usando o carro do Humberto, que era da frota da empresa. Os veículos tem GPS. É fácil de localizar.

DELEGADO: - Então, por favor, dona Maria Alice, vamos até a outra sala onde você pode nos ajudar. Quanto mais detalhes tivermos, mais rápido chegaremos à fugitiva.

CENA 05. RESTAURANTE GOURMET PAULISTA. INT. DIA.

Lenara chega ao restaurante de Claude, carregando sua mala, o surpreendo.

CLAUDE: - Lenara?! O que você está fazendo aqui? É muita cara de pau mesmo!

LENARA: - Calma, Claude. Eu vim em paz.

CLAUDE: - Você? Buscando paz? Não venha mentir para mim.

LENARA: - Eu estou aqui me despedindo. Eu vou embora. Tudo o que eu tinha pra fazer aqui eu já fiz. Eu só vim aqui mesmo me despedir de você, pois sei que foi você quem me ajudou quando eu vim do interior pra cá.

CLAUDE: - Que papo é esse, Lenara? Como assim tá indo embora? Pra aonde? E o Tavinho?

LENARA: - É uma longa história. Eu não vou mais perder meu tempo nem o seu. Eu só vim avisar que a partir de hoje, eu serei uma nova mulher.

O telefone de Claude toca.

CLAUDE: - Espera só um minuto. Eu quero saber disso tudo direitinho.

Lenara recua um pouco, enquanto Claude atende ao telefone.

CLAUDE (ao telefone): - Oi Jaque! (T) Que voz é essa? O que foi? (T) Como é que é? Incêndio?!

Lenara gela.

CLAUDE (ao telefone): - Mas isso é uma tragédia! (T) Não se preocupa, Jaque! Eu sei direitinho aonde a Lenara está! (desliga) Você está doente, Lenara! Doente!

LENARA: - Já foram fazer fofoca pra você! Que se ferrem todos! Eu vou embora!

Lenara sai, Claude vai atrás dela.

CENA 06. RODOVIA. EXT. DIA / CARRO. INT. DIA.

A polícia encontra o carro de Vilma e a segue numa perseguição.

VILMA: - Droga! Como é que a polícia sabe de mim?

LIZA: - Eu consegui pedir socorro! É o fim da linha pra você, Vilma!

VILMA: - Cala essa boca, ordinária! E se você tentar fazer qualquer coisa agora, eu jogo esse carro pra qualquer lado e nós duas morremos aqui, agora! Eu já estou de saco cheio dos seus ataques! Maldita! Você merece morrer igual o seu pai!

LIZA: - Desiste, Vilma! Se entrega!

VILMA: - Antes disso eu acabo com a sua vida.

Vilma acelera o carro, tentando fugir das viaturas da polícia.

CENA 07. RESTAURANTE RAQUEL. EXT. DIA.

Os bombeiros tentam apagar o fogo que consome o restaurante de Raquel. Muitas pessoas na rua, imprensa, grande movimentação do lado de fora. Jaqueline, aflita, se agarra em Daniel, que a abraça, tentando mantê-la calma.

CENA 08. HOSPITAL. INT. DIA./ HOSPITAL. SALA DE CIRURGIA. INT. DIA.

Henrique sentado na poltrona, fazendo a doação do sangue. Expressão de nervosismo, preocupação.

Paralelamente, Humberto está na mesa de operações, passando pelo processo de cirurgia. Clima de tensão.

CENA 09. RESTAURANTE GOURMET PAULISTA. EXT. DIA.

Claude está decidido por levar Lenara à delegacia. Os dois saem do restaurante, com Claude segurando Lenara firme pelo braço.

LENARA: - Claude, você não pode fazer isso! Eu sou sua amiga!

CLAUDE: - Você é uma louca, Lenara! Se fosse minha amiga, não faria nada disso! Eu só tenho amigos de bem!

LENARA: - A Raquel, aquela maldita, foi ela quem causou tudo isso! Ela é a culpada de tudo que está acontecendo!

CLAUDE: - Você colocou a vida dela e da criança em risco!

LENARA: - À essa hora, não existe nem Raquel nem criança. Se Deus permitir, elas já estão mortas!

CLAUDE: - Não use o nome de Deus para seus atos criminosos e insanos, Lenara!

LENARA: - Estou fazendo justiça, Claude! Justiça!

Lenara solta-se de Claude e sai correndo pela Avenida Paulista, por entre as pessoas. Claude vai atrás dela. Lenara corre apressada, esbarrando nos pedestres.

Claude encontra uma dupla de policiais.

CLAUDE: - Por favor, me ajudem! Aquela mulher ela é uma fugitiva! Ela provocou um incêndio, com possíveis feridos, ela está fugindo! Me ajudem!

Os policiais saem atrás de Lenara, enquanto ela, correndo, entra no prédio do MASP.

CENA 10. RODOVIA. EXT. DIA.

Durante a perseguição, um dos policiais atira contra o carro de Vilma. O disparo atinge uma das rodas do carro de Vilma. Ela acaba perdendo o controle do carro e para no acostamento da rodovia.

Liza aproveita e consegue sair do carro. Vilma desce do carro, mas é abordada pelos policiais.

POLICIAL (aponta a arma): - Fique parada e com as mãos para cima!

Vilma, hesita, mas acaba obedecendo às ordens.

POLICIAL: - Senhora Vilma dos Santos Ramirez. Você está presa, acusada pelo assassinato de Donato Queirós.

Vilma encara o policial, impassível.

CENA 11. HOSPITAL. INT. DIA.

Humberto dorme na sala de recuperação. Henrique o observa através da janela de vidro, do lado de fora da sala.

MÉDICO: - Ele reagiu bem. Agora é só aguardar.

HENRIQUE: - Eu preciso ir doutor. Qualquer coisa, mantenha contato comigo.

MÉDICO: - Claro.

Henrique sai apressado pelo corredor.

CENA 12. MASP. INT. DIA.

Lenara sobe as escadas do MASP indo em direção ao terraço, enquanto os policiais seguem atrás dela.

Lenara chega no último andar, e vai em direção às janelas de vidro, que dão para a Avenida Paulista. Ela abre uma das janelas, coloca metade do corpo para fora.

POLICIAL 01: - Não faça isso, moça!

LENARA: - Ninguém vai me prender! Eu sou Lenara Campos da Rocha! Eu tenho uma vida brilhante ainda pela frente e essa vida não será na cadeia!

POLICIAL 02: - A senhora vai se machucar!

Claude chega ao local.

CLAUDE: - Lenara! Saia daí, por favor!

LENARA: - Vocês não entendem!

CLAUDE: - Pense no seu filho, Lenara!

LENARA: - Otávio... Diga à ele que eu o amei. Pouco, mas amei. Eu já não tenho mais nada a perder... O amor do Henrique eu jamais vou ter, mesmo com a vagabunda da Raquel virando cinzas...

POLICIAL 01: - Saia de perto da janela, devagar.

LENARA: - Eu não tenho mais nada a perder...

CLAUDE: - Lenara! Por favor!

LENARA: - Eu já não tenho mais nada...

Lenara, decidida, se joga da janela do MASP.

CLAUDE (grita): - Não!

Barulho de freadas de carros e buzinas. Do lado de fora, CAM aérea mostra o corpo de Lenara no chão, envolto de sangue, no meio da Avenida Paulista. O trânsito parado, pessoas em volta.

CENA 13. RESTAURANTE RAQUEL. EXT. DIA.

Henrique chega ao local, que continua tomado pelas chamas. Encontra Daniel e Jaqueline.

HENRIQUE: - Onde está a Raquel?! Cadê minha mulher?!

DANIEL: - Ainda está lá dentro. Os bombeiros conseguiram entrar no prédio só agora.

JAQUELINE: - Tudo culpa da Lenara... Meu Deus, quanta maldade!

HENRIQUE: - Eu vou lá!

DANIEL (segura Henrique): - Calma, cara! Não dá pra ir lá não!

HENRIQUE: - Eu preciso salvar minha mulher e meu filho! 

De repente, um bombeiro sai do prédio, trazendo Raquel, desacordada, em seus braços. Ele sai apressado e a leva para a equipe de socorristas. Henrique, Daniel e Jaqueline se aproximam. 

HENRIQUE: - Raquel! Raquel, meu amor! Fala comigo! 

Raquel não responde. 

JAQUELINE: - Ela está viva ainda?!

BOMBEIRO: - Ela precisa ir para o hospital urgentemente.

HENRIQUE: - Eu vou com ela na ambulância!

JAQUELINE: - Vamos no meu carro, Daniel!

Raquel é levada para a ambulância. Henrique, aflito, vai junto no veículo. Ele segura firme a mão de Raquel, que não esboça nenhuma reação.

CENA 14. DELEGACIA. INT. DIA.

Vilma é levada para a delegacia e ao chegar, fica frente a frente com Maria Alice, que está acompanhada por Monique.

MARIA ALICE: - Finalmente o final que você merece, Vilma. A cadeia!

VILMA: - Cala essa boca, Alice. Isso aqui não será o meu final. Pode ter certeza disso.

MARIA ALICE: - É sim, Vilma. Acabou o seu jogo de manipulação, maldades, golpes, assassinatos. Você vai pagar por tudo o que fez. E principalmente, por estragar ainda mais a vida do Humberto e de todos os membros da minha família.

VILMA: - Você e a sua família merecem ir para o inferno! (ri, debochada) Família... Nem o Gurgel amou você de verdade. Família sem amor não existe, Alice. Você, assim como eu, é uma pobre coitada.

MARIA ALICE: - Engano seu, Vilma. Você pode ter sido o amor do Gurgel sim. Mas foi comigo que ele passou os melhores momentos da vida dele e foi comigo que ele descobriu o que é ser feliz. E isso, sim, é família. Pena você não ter buscado isso para você... Com certeza, o seu destino seria outro e não atrás das grades.

Vilma encara Maria Alice.

MARIA ALICE: - Aqui se faz, aqui se paga, Vilma. Pelas leis dos homens e pela lei divina. E você pagará. Esse sim é o seu final.

Vilma tenta responder, mas os policiais a levam para dentro da delegacia. Neste instante, Liza chega na delegacia. Ela corre para os braços de Monique. As duas se abraçam, num misto de alívio e afeto.

MONIQUE: - Meu amor!

LIZA: - Monique! Eu pensei que nunca mais fosse te ver!

MONIQUE: - Você foi muito corajosa, Liza! Mas nunca mais faça isso!

MARIA ALICE: - Liza! Minha filha!

Maria Alice abraça Liza.

MARIA ALICE: - Bom que você está aqui, sã e salva!

LIZA: - E o Henrique? Conseguiram notícias dele?

MARIA ALICE: - O dia de hoje é um dia para esquecer! Henrique salvou a vida do Humberto, mas está indo para o hospital com a Raquel. A doida da Lenara tocou fogo no restaurante e trancou a Raquel lá dentro.

MONIQUE: - Que mulher doente!

LIZA: - E agora?!

MARIA ALICE: - Estão indo para o hospital. Espero que fique tudo bem com a Raquel e com o meu neto!

CENA 15. HOSPITAL. INT. DIA.

Raquel, na maca, é levada às pressas para a emergência.

ENFERMEIRO: - Vocês não podem entrar aqui agora.

HENRIQUE: - Mas eu sou marido dela!

ENFERMEIRO: - Desculpe, senhor, mas na emergência apenas os profissionais do hospital podem entrar. Vocês terão que aguardar.

O enfermeiro passa a porta do corredor.

DANIEL: - Vem, Henrique. Não há outro jeito. Vamos ter que esperar.

JAQUELINE: - Ela apresentou alguma reação dentro da ambulância?

HENRIQUE: - Nada. Permanece desacordada...

Henrique senta-se na poltrona, exausto.

JAQUELINE: - Vai ficar tudo bem, Henrique.

HENRIQUE: - Assim espero, Daniel... Eu não sei o que eu posso fazer caso aconteça algo com a Raquel e com o meu filho.

Na TV da sala de espera, passa a notícia da morte de Lenara. Os três assistem à TV impressionados.

APRESENTADORA TV: - A designer de móveis Lenara Campos da Rocha, vencedora do último Prêmio Designer Paulista, caiu da janela do último andar do MASP, na Avenida Paulista. A polícia não quis dar maiores detalhes, mas informações dão conta que ela fora a responsável pelo incêndio no restaurante Tempero, também no centro da capital paulista. Em breve voltaremos com mais notícias.

DANIEL: - É difícil acreditar...

HENRIQUE: - A Lenara... Pensar que eu casei com essa mulher.

JAQUELINE: - Nós éramos amigas. Eu vou até a capela daqui do hospital para rezar pela Raquel. E pela Lenara também. Nessas horas, todos precisam de luz.

Jaqueline se afasta. Henrique fica pensativo.

CENA 16. APTO LENARA. INT. DIA.

Ulisses chega ao apto de Lenara, acompanhado de Fernanda. Rita vai recepcioná-lo, um tanto apreensiva.

ULISSES: - E o Tavinho, Rita?

RITA: - Está no quarto, seu Ulisses... Brincando, feito anjo.

FERNANDA: - Então ele não sabe sobre...

RITA: - Nada. Eu nem liguei a TV. Vi pela internet. Eu ainda não acredito! Estou tremendo até agora!

ULISSES: - Nem eu acredito no que eu vi, Rita. A Lenara poderia ter todos os defeitos do mundo, mas chegar à esse ponto... É difícil de digerir.

FERNANDA: - Mas não podemos deixar transparecer nada para o Otávio. Vai ser um choque para ele saber disso agora.

ULISSES: - Claro, você tem razão, meu amor... Bem, Rita, você arruma as roupas dele? Tudo o que ele precisa. Eu vou levá-lo para minha casa. Agora o meu filho vai vier comigo.

RITA: - Claro, eu faço isso num instante, seu Ulisses. Com licença.

FERNANDA: - Rita, por favor, mantenha a calma para não assustar o Otávio.

RITA: - Pode deixar. Com licença.

Rita sai.

FERNANDA: - O que você vai fazer com o apartamento?

ULISSES: - Eu vendo e coloco a grana numa poupança para o Otávio. Para os estudos, futuro dele...

FERNANDA: - Por que será que a Lenara foi fazer tudo isso hein? Desgraçar a própria vida.

ULISSES: - Não sei, Fernanda. E pelo visto, ninguém nunca mais vai saber... Agora eu só me preocupo com o meu filho. Quero dar todo o amor e carinho que ele precisa e ajudá-lo a crescer bem, a lidar com o TDAH. Enfim, viver.

FERNANDA: - Eu vou estar do seu lado. Você sabe, não é?

ULISSES: - Sei sim. E te agradeço muito por isso.

Os dois se beijam. Nesse instante, Otávio chega na sala, feliz por ver Ulisses.

OTÁVIO: - Papai!

ULISSES: - Filhão! Vem cá!

Ulisses abraça Otávio, carinhoso.

OTÁVIO: - Eu vi a Rita arrumando minhas roupas. Eu vou ficar um tempo na sua casa, é isso?

ULISSES: - Vai sim, meu amor. Um bom tempo.

OTÁVIO: - E a mamãe? Será que ela não vai se importar?

Ulisses e Fernanda trocam olhares.

FERNANDA: - A sua mãe não vai se importar não, Otávio. Seu pai já falou com ela. Está tudo bem.

OTÁVIO: - Você também vai ficar na casa do meu pai com a gente, Fernanda?

FERNANDA: - Se seu pai quiser... (risos)

OTÁVIO: - É claro que ele quer! Meu pai é apaixonado por você!

(sobe trilha “Sunday Morning” – Maroon Five)

ULISSES (risos): - Como você sabe disso, garoto?

OTÁVIO: - Eu vi vocês dois se beijando. E isso é sinal de que estão apaixonados... Eu vou gostar que a Fernanda fique com a gente lá na sua casa.

ULISSES: - Eu também, filho. Vou gostar muito.

Fernanda e Ulisses se beijam novamente. Otávio abraça os dois. Ficam os três abraçados, trocando carinhos.

CENA 17. TRANSIÇÃO DO TEMPO.

Imagens de São Paulo ao anoitecer. Mostra as rodovias da cidade, os prédios e ruas iluminados. (fade out trilha “Sunday Morning” – Maroon Five)

CENA 18. HOSPITAL. QUARTO. INT. NOITE.

Maria Alice sentada na poltrona próxima da cama onde Humberto está deitado. Ele começa a acordar, devagar. Maria Alice se aproxima dele.

MARIA ALICE: - Meu filho... Como você está, querido?

HUMBERTO: - Onde eu estou?

MARIA ALICE: - Você está no hospital, Humberto. Se recuperando da cirurgia. Graças a Deus ocorreu tudo bem.

HUMBERTO: - Humberto?!

MARIA ALICE: - Sim... Humberto. É seu nome, meu filho.

HUMBERTO: - Mamãe, você está trocando os nomes... Eu me chamo Henrique. Eu sou Henrique. Henrique Queirós.

Maria Alice se mostra surpresa com a reação de Humberto.

MARIA ALICE: - Meu filho, não é assim (pausa)

HUMBERTO (interrompe): - Eu sou Henrique. O filho preferido do Gurgel. A senhora sempre soube. Me chamo Henrique, o filho especial.

MARIA ALICE: - Não fale assim, Humberto!

HUMBERTO: - De novo! A senhora não percebe que está trocando os nomes? Sou eu, Henrique!

Maria Alice se afasta um pouco, um tanto incrédula. A enfermeira entra no quarto.

ENFERMEIRA: - Boa noite. Humberto, vamos fazer a medicação?

HUMBERTO: - Olha aí, outra que insiste em me chamar de Humberto. Eu me chamo Henrique! Henrique Queirós!

A enfermeira olha para Maria Alice, sem entender. Maria Alice se mostra surpresa.

ENFERMEIRA: - Claro, senhor, Henrique... Vamos fazer a medicação, está bem?

Enquanto a enfermeira trata Humberto, Maria Alice observa. A enfermeira sai.

MARIA ALICE: - O que está acontecendo?

HUMBERTO: - Nem eu sei o que está acontecendo. Vocês me chamando de Humberto. Quem é Humberto?... Como você pode esquecer o meu nome? Henrique Queirós! Esse sim é o meu nome.

CENA 19. HOSPITAL. QUARTO. INT. NOITE.

Raquel está bem, deitada na cama do hospital. Henrique, Daniel e Jaqueline estão presentes.

JAQUELINE: - Que bom que esse terror teve fim e você está bem, Raquel.

RAQUEL: - Graças à ajuda de vocês. Obrigada. Você e o Daniel são anjos na minha vida.

HENRIQUE: - Agora tudo vai ficar bem, meu amor...

RAQUEL: - Eu ainda não posso acreditar no que a Lenara foi capaz de fazer.

HENRIQUE: - Não pense nisso agora, meu amor.

RAQUEL: - É impossível, Henrique. Ela era como uma irmã pra mim, depois despertou um ódio ao ponto de tentar me matar por duas vezes... Segundo ela, por amor a você. Mas que amor é esse, completamente doentio?

DANIEL: - Tudo muito passional, irracional. Uma pena. Teve o final que teve.

JAQUELINE: - Agora você precisa se preocupar com a sua saúde, com a saúde do bebê.

RAQUEL: - Graças a Deus está tudo bem. Só preciso de mais uns dias de repouso.

DANIEL: - E o restaurante? Como fica agora?

RAQUEL: - Ainda nem pensei nisso, Daniel... Talvez eu reabra sim, mas depois do bebê nascer. Eu quero fazer uma coisa de cada vez.

HENRIQUE: - E enquanto você se cuida, eu cuido de você, dos negócios, de tudo. Não vou deixar que mais nada de ruim aconteça com vocês.

JAQUELINE: - E o Humberto, Henrique? Como fica nessa história do assassinato do seu tio?

HENRIQUE: - Ele vai ser julgado, juntamente com a Vilma. Os dois são os culpados. Fico triste pelo destino do meu irmão, mas feliz porque justiça será feita.

DANIEL: - Falando em julgamento, nos próximos dias tem o julgamento do Marcelo. Carlos me disse que ele será condenado mesmo. Não há chances dele sair livre na história.

JAQUELINE: - Também pudera, Daniel. Depois de tudo que ele aprontou pra você, quase acabou com a sua carreira, por pura inveja.

RAQUEL: - Bom saber que está tudo se resolvendo. Que agora tenhamos paz, muita paz nas nossas vidas!

(sobe trilha “PDA We Just Don't Care” – John Legend)

CENA 20. PASSAGEM DO TEMPO.

Imagens gerais de São Paulo, alternadas entre dia e noite. A movimentação do trânsito da cidade, as pessoas circulando nas ruas, no metrô. Os grandes prédios, os monumentos. Mostra imagens da periferia.

Legenda na tela: DIAS DEPOIS.

CENA 21. QUADRA ESCOLA UNIDOS DA ZONA LESTE. INT. NOITE.

(fade out trilha “PDA We Just Don't Care” – John Legend) Batucada da bateria da escola de samba. Ensaio da escola Unidos da Zona Leste, quadra lotada. Bárbara dá show à frente da bateria. Alguns paparazzi estão presentes no ensaio, fazendo fotos dela, que se exibe com o assédio.

Na copa, Zuleica e Jair se beijam atrás das caixas de cerveja. (sobe trilha “Badabauê” – Eliana de Lima)

ZULEICA: - Você é louco, Jair? Se alguém nos vê aqui atrás?!

JAIR: - Se alguém nos ver não vai ter problema nenhum, Zuleica! Está mais do que na hora da gente assumir que se gosta!

ZULEICA: - A gente se gosta é? Dessa parte eu não sabia...

JAIR: - Sabia sim... Tanto é que está aqui comigo, curtindo os meus carinhos.

ZULEICA: - Se meu falecido marido visse uma coisa dessas!

JAIR: - Zuleica! Viúvo é quem vai! Se joga mulher! Eu vou ficar tão feliz de cruzar a avenida com a primeira dama da escola do meu lado, num vestido lindo.

ZULEICA: - Eu?! Abrindo o desfile da Unidos da Zona Leste com você? Ai que emoção!

JAIR: - Então deixa de bobagem e vem aqui me beijar mais um pouco que tá bom demais!

ZULEICA: - A gente precisa voltar pra copa! Tem gente querendo bebida!

JAIR: - Eles aguardam um pouco!

Da entrada da copa, Keylla Mara flagra Jair e Zuleica aos beijos. Ela acha graça e sai, sem ser vista. (fade out trilha “Badabauê” – Eliana de Lima)

Candinho faz uma pausa no ensaio, parando a bateria.

CANDINHO: - 5 minutos pessoal! Logo mais a gente retoma!

Keylla Mara se aproxima de Candinho, rindo.

CANDINHO: - O que foi, minha loura musa do meu samba?

KEYLLA MARA: - Acabei de ver o casal da direção aos beijos lá na copa.

CANDINHO: - Quem?

KEYLLA MARA: - Ora quem! Jair e a Zuleica!

CANDINHO: - Jura?! Mas olha só... quem diria. Brigavam feito gato e rato e agora aos beijos... Deve ser o clima pré desfile.

KEYLLA MARA: - Pra você ver... Todo mundo beijando. Até a Zuleica se arranjou e eu, musa da escola, nada.

CANDINHO: - Não seja por isso...

Candinho agarra Keylla Mara, deitando-a em seus braços e lhe dando um beijo. A cena é vista por todos na quadra, que aplaudem, vibram. Candinho solta Keylla Mara, que fica surpresa com a atitude de Candinho.

KEYLLA MARA: - Candinho! Que beijo foi esse?! Nossa, cheguei a ficar zonza...

CANDINHO: - Esse foi o beijo que eu estava guardando pra te dar, minha linda. Há muito e muito tempo. Hoje finalmente eu consegui. Eu te adoro, minha loira. Fica comigo, fica!

KEYLLA MARA: - Depois desse beijo, fica difícil dizer não...

Os dois se beijam novamente. Candinho se anima, toca seu apito, chamando a bateria novamente.

BÁRBARA: - Aí Keylla Mara! Finalmente se entregando aos encantos do mestre!

KEYLLA MARA: - Eu mereço né, Bárbara!

A bateria retoma o ensaio, fazendo o público sambar. Aimée samba junto da ala de passistas. No camarote, Tarsila, Barreto, Nuno, Stefany e Igor. Aimée manda beijo para Nuno, que corresponde.

TARSILA: - Eu nunca pensei que um ensaio de escola de samba fosse tão bom!

BARRETO: - Está pensando em desfilar também, querida?

TARSILA: - Uma coisa de cada vez, Barreto! Desfilar ainda não, mas assistir ao desfile eu quero. Quero ver o que eles vão mostrar na passarela. A escola parece determinada!

IGOR: - Eu já desfilei aqui várias vezes, desde criança. Depois que você desfila não quer mais parar!

STEFANY: - Eu posso imaginar! Deve ser uma emoção única cruzar a passarela. Deve ser igual dançar num palco iluminado para milhões de pessoas!

BARRETO: - De certa forma é isso mesmo, minha filha. A avenida é um grande palco.

STEFANY: - Pena que a Carol não pode estar aqui com a gente.

TARSILA: - Ela iria viajar hoje mesmo, não é? Lembro que a Paula comentou algo comigo.

STEFANY: - Ia sim... Se ela estivesse aqui, poderia desfilar comigo! (risos)

IGOR: - Se você quiser desfilar, a gente pode ver se tem lugar num carro alegórico. O que você acha, Stefany?

STEFANY: - Ai que tudo!

TARSILA; - Carro alegórico? Naquela altura?!

IGOR: - Não precisa ser lá em cima, pode vir um pouco mais embaixo. Mas a emoção é a mesma.

STEFANY: - Ai, eu quero Igor! Você faria isso pra mim?

IGOR: - Eu faço qualquer coisa pra você. Qualquer coisa.

Os dois trocam olhares. Igor segura a mão de Stefany, que sorri, meiga.

CENA 22. AEROPORTO. SAGUÃO. INT. NOITE.

Carol e Santiago se despedem com um abraço carinhoso.

SANTIAGO: - Assim que você chegar em Londres, me ligue, Carol. Não me deixe sem notícias.

CAROL: - Pode deixar que eu ligo sim, papai.

Ela se afasta, pega sua mala e segue para a área de embarque, quando se ouve a voz de Paula.

PAULA: - Carol!

Carol vira-se. Paula se apressa para chegar junto da filha. Robson, que acompanha Paula, fica um pouco mais atrás. Paula passa por Santiago e se aproxima de Carol. As duas trocam olhares.

CAROL: - Mãe...

PAULA: - Eu não poderia deixar você ir embora sem se despedir de mim.

CAROL: - Como eu esperei por isso, mãe.

As duas se abraçam, emocionadas.

PAULA: - A mamãe vai ficar aqui, torcendo para que você seja muito feliz em Londres. Aproveita tudo, minha filha.

CAROL: - Pode deixar, mãe. E você também. Seja muito feliz aqui. E quando puder, me visite.

PAULA: - Com certeza! Agora vá lá, senão você perde o vôo.

As duas se abraçam novamente, emocionadas. Paula beija a filha. Carol se despede e vai embora. Robson se aproxima de Paula, a abraça.

PAULA (emocionada): - Por que isso é tão difícil, hein?

ROBSON: - Porque vocês se amam. Simples. Vamos?

PAULA: - Vamos sim.

Os dois vão saindo quando encontram Santiago.

PAULA: - Como vai, Santiago?

SANTIAGO: - Bem. Seguindo a minha vida.

PAULA: - Que bom. Espero que assim seja, com tudo na santa paz. E com a nossa filha sendo feliz.

SANTIAGO: - Ela será, Paula. Pode ter certeza. Agora, vocês me deem licença, porque eu tenho um jantar de negócios e não posso me atrasar.

Santiago se afasta.

PAULA: - Ele nunca vai mudar. Sempre envolvido nos negócios, em trabalho.

ROBSON: - Tem razão... Bom, vamos então.

CENA 24. AVIÃO. INT. NOITE.

Carol senta em sua poltrona no avião. Logo em seguida, Cássio chega no avião e senta-se ao lado de Carol.

CAROL: - Cássio?!

CÁSSIO: - Carol! O que você está fazendo aqui?

CAROL: - Eu é que pergunto pra você! O que está fazendo aqui?!

CÁSSIO: - Estou indo para Londres. Meu pai conseguiu uma bolsa de estudos para mim. Educação Física.

CAROL: - Que máximo! Então terei meu primo formado! Quem diria... Nunca imaginei isso na minha vida! (risos)

CÁSSIO: - Nem eu. A gente passa por cada coisa... Agora é vida nova! E você?

CAROL: - Fazer faculdade de moda.

CÁSSIO: - A sua cara!

CAROL: - Que bom que você está aqui e ainda por cima indo para Londres! Não vou me sentir sozinha!

CÁSSIO: - Nem eu!

Os dois seguem conversando, animados.

CENA 25. RESTAURANTE GOURMET PAULISTA. INT. NOITE.

Claude dá jantar em homenagem à Raquel e Henrique. Jaqueline, Daniel, Maria Alice, Monique e Liza também estão presentes. A mesa no centro do salão é grande. O restaurante foi fechado apenas para esse jantar especial. Todos conversam, animados. De repente, Carlos chega.

DANIEL: - Ô Carlos! Pensei que não viesse mais!

CARLOS: - Boa noite pessoal! Desculpem o atraso, tive que deixar meu filho no aeroporto.

MARIA ALICE: - E ele está indo viajar para aonde?

CARLOS: - Para Londres. Vai estudar lá.

JAQUELINE: - Que notícia boa, Carlos! Ótimo saber que o Cássio vai se dedicar aos estudos.

CARLOS: - Demorou, mas finalmente vai.

CLAUDE: - Então é mais um motivo para comemorar! Eu ofereci esse jantar para celebrarmos à vida! E principalmente, a felicidade desse casal que é nosso xodó, Henrique e Raquel!

Todos aplaudem.

HENRIQUE: - Calma aí, Claude... Primeiro, quero agradecer, em meu nome e em nome da Raquel, por todo esse carinho de vocês... Mas eu também quero dizer que temos mais uma notícia para festejar.

MARIA ALICE: - Hoje será a noite das emoções, é isso?

RAQUEL: - Pelo visto sim, dona Maria Alice.

JAQUELINE: - Fala logo, Henrique!

HENRIQUE: - A empresa Azeites Queirós voltou a ser líder no mercado nacional, após a fusão das duas partes que haviam se dividido naquele contrato antigo. A Liza, como detentora da parte que era do Donato, aceitou se unir a gente e trazer a Azeites Queirós de volta à liderança.

MARIA ALICE: - Mas isso é maravilhoso! Liza! O Gurgel, seja de onde estiver, está orgulhoso desse momento. Eu fico muito emocionada...

LIZA: - Eu fico ainda mais, dona Maria Alice, em saber que fiz a coisa certa.

MONIQUE: - Vamos brindar então!

Todos pegam suas taças de champanhe.

RAQUEL: - À vida!

Todos vibram.

(fade in trilha “Sunday Morning” – Maroon Five)

CENA 26. PASSAGEM DO TEMPO.

Imagens gerais de São Paulo, alternadas entre dia e noite. Mostra as pessoas no parque do Ibirapuera, mostra a Rua 25 de Março movimentada, mostra a Avenida Paulista iluminada à noite. Mostra o sol nascendo por entre os prédios da cidade. (fade out trilha “Sunday Morning” – Maroon Five)

Legenda na tela: DIAS DEPOIS.

CENA 27. TRIBUNAL DE JUSTIÇA. INT. DIA.

O tribunal está cheio. Na cadeira do réu, está Marcelo. Entre as pessoas que acompanham o julgamento, estão Macedão, Carlos, Daniel, Jaqueline e Rosa.

O juiz retorna e senta-se em sua cadeira, pronto para dar a sentença.

JUIZ: - Diante de todas as provas apresentadas e dos depoimentos colhidos através das testemunhas de acusação e defesa, eu, sob os poderes da lei que me são concedidos, declaro que o réu, Marcelo Correa, acusado nos casos de tráfico de drogas e denunciação caluniosa, é considerado culpado, com cumprimento de pena de 5 anos em regime fechado.

Marcelo, de cabeça baixa, aos poucos levanta, encarando Daniel, impassível. Os policiais levam Marcelo. Rosa abraça Daniel.

ROSA: - Justiça feita! Você está livre disso, meu filho!

DANIEL: - Finalmente, mãe!

CARLOS: - A direção do Corinthians está me ligando. Querem você no CT essa semana mesmo! Eu vou ligar agora para tratar da sua reintegração ao grupo principal, Daniel.

Carlos se afasta.

MACEDÃO: - Eu fico triste pelo Marcelo. Tinha uma carreira brilhante, tanto quanto a sua. Mas quem faz coisa errada, deve pagar. Igual ao Leopardo. Vai ficar mais de 30 anos na cadeia.

JAQUELINE: - O Marcelo vai pagar sim. E espero que aprenda.

MACEDÃO: - Agora o Carlos acerta o seu retorno no Timão e tudo volta a ser como antes. Eu estou muito orgulhoso de você, Daniel.

DANIEL: - Eu que agradeço essa força que você me deu, professor! Sempre junto!

ROSA: - Gente, vamos indo? Eu ainda preciso arrumar a minha fantasia pro desfile.

JAQUELINE: - Gente, e eu também tenho que pegar o meu vestido! Esse desfile vai ser tudo!

CENA 28. CASA ULISSES. QUINTAL. INT. DIA.

Fernanda vem saindo de casa, trazendo nas mãos uma travessa de salada e coloca sobre a mesa, posta no meio do quintal, enquanto Ulisses faz o churrasco. Paula, Robson e Salete estão presentes. Otávio brinca com Rita no jardim.

SALETE: - Bom saber que agora a guarda do Otávio é sua, Ulisses. Tenho plena certeza que ele irá crescer muito feliz na sua companhia.

FERNANDA: - Eu sempre digo isso, Salete. O Ulisses é um ótimo pai.

ROBSON: - E um assador e tanto! Esse churrasco está com uma cara ótima!

PAULA: - E nada melhor do que crescer com o seu filho ali do lado. Você acompanha tudo. É bom demais.

FERNANDA: - Eu estou ansiosa. Em breve eu vou começar esse momento todo, Paula.

Fernanda leva a mão ao ventre.

SALETE (surpresa): - Como é que é?! Você está grávida?!

FERNANDA: - Sim! De poucas semanas, mas estou grávida. O Otávio ganhará um irmãozinho ou uma irmãzinha.

ULISSES: - E eu trabalhando o triplo! (risos) Mas feliz! Muito feliz! Família completa.

PAULA: - Que maravilha! Eu já fechei a fábrica. Fiquei só com a Carol. Mas, não descarto a possibilidade de adoção. Eu e o Robson ainda estamos conversando sobre isso.

SALETE: - Eu adoro criança, mas não me vejo mãe, acreditam? Na verdade, eu me sinto mãe de todas aquelas crianças do Centro Comunitário.

PAULA: - E não sente pressão com isso? Sei lá, tenho amigas que não são mães e dizem que sofrem essa pressão da sociedade para ter um filho, ter um marido, uma família...

FERNANDA: - Acho isso uma bobagem.

ROBSON: - Eu também! Parece que a pessoa não pode mais decidir ficar sozinha, viver sua própria vida, suas escolhas.

SALETE: - Eu não sofro pressão nenhuma. E vou vivendo bem assim.

Rita e Otávio se aproxima. Rita senta-se na cadeira, exausta.

RITA: - Já chega, Otávio! Estou cansada!

OTÁVIO: - Você cansa muito fácil, Rita... Eu nem tinha pego minha nave intergaláctica pra ir atrás de você!

Todos riem.

FERNANDA: - Tavinho, vá lá lavar as mãos que já vamos almoçar.

Otávio sai.

SALETE: - E então Rita, preparada para começar a trabalhar no Centro Comunitário?

RITA: - Estou muito ansiosa! Já estou gostando sem nem ter começado ainda! (risos)

FERNANDA: - Você vai gostar muito, Rita. Você vai conhecer a Aimée também, que trabalha lá conosco.

SALETE: - Falando em Aimée, é hoje o desfile da escola de samba!

ROBSON: - É verdade! Eu vi na TV que os carros alegóricos no Sambódromo estão muito bonitos.

FERNANDA: - Será que a Aimée aparece na TV?

Ulisses serve o churrasco na mesa.

ULISSES: - Tá pronto pessoal! Bom apetite!

Aos poucos, eles vão sentando à mesa. Otávio retorna, Fernanda o serve. O almoço segue em clima harmonioso. CAM vai abrindo plano, mostrando a confraternização do grupo. Ulisses faz almoço para comemorar a guarda de Otávio. Robson, Paula, Fernanda, Salete e Rita presentes. (sobe trilha “Magalenha” – Leandro Lehart) 

CENA 29. TRANSIÇÃO DO TEMPO.

Imagens de SP ao anoitecer. Mostra a movimentação nas rodovias. Vista aérea do Sambódromo do Anhembi. (fade out trilha “Magalenha” – Leandro Lehart)

CENA 30. SAMBÓDROMO DO ANHEMBI. INT. NOITE

A concentração da escola Unidos da Zona Leste segue a todo vapor. As alas se organizando, os destaques nas alegorias. Num dos carros, Stefany se mostra impressionada com a grandiosidade do desfile. Igor, de baixo, a chama.

IGOR: - Amor!

STEFANY: - Igor! Isso tudo tá lindo!

IGOR: - Você tá linda, Stefany!

Nuno se aproxima de Igor, vestindo a roupa da diretoria.

NUNO: - Cara! Que adrenalina isso aqui! É demais!

IGOR: - Eu falei que é um momento único! E a Aimée?

Aimée se aproxima da dupla, lindamente vestida com um maiô bordado de cristais e um esplendor com penas de faisão vermelho.

AIMÉE: - E então, meninos?

NUNO: - Minha deusa negra! Você está linda, Aimée!

Nuno e Aimée se beijam.

NUNO: - Vem, vamos lá pro seu lugar que o desfile já vai começar.

IGOR: - E aquele burburinho ali? É o quê?

AIMÉE: - É a Bárbara. A rainha das rainhas acabou de chegar.

Chamando a atenção de todos, da imprensa e da direção, Bárbara surge deslumbrante à frente da bateria da Unidos da Zona Leste. Com uma roupa cravejada de cristais swarovsk e um grandioso esplendor de faisão albino, além de uma coroa de rainha, Bárbara é a grande atração. Zuleica se aproxima.

ZULEICA: - Boa sorte, minha filha!

BÁRBARA: - Pra você também, mãe! Abre o nosso desfile com tudo, primeira-dama!

Zuleica ri. Bárbara posa para fotos, faz algumas poses ao lado de Candinho, que veste terno branco com bordados nas cores da escola, verde e vermelho.

No carro de som, Jair dá o grito de guerra.

JAIR: - Alô comunidade da zona leste! Alô Itaquera!

Os componentes vibram.

JAIR: - Chegou a nossa hora, comunidade! Vamos com tudo fazer um belíssimo desfile no Anhembi! Arrepia bateria!

O público e os componentes vibram. A sirene toca, anunciando o início do desfile da escola. A bateria começa a tocar e os fogos de artifício explodem no céu. Jair e Zuleica adentram a avenida de mãos dadas, abrindo o desfile da Unidos da Zona Leste.

Num dos camarotes do sambódromo, Barreto, Tarsila, Paula e Robson assistem ao desfile.

TARSILA:-  Começou!

BARRETO: - A escola tá vindo linda!

PAULA: - Gente, lá no carro não é a Stefany?!

TARSILA; - Gente! Ela tá linda demais!

ROBSON: - E sambando bem, hein!

Stefany dança, acena para o público. À frente do abre-alas da escola, está a ala de baianas, onde bem à frente, Rosa gira, alegre, feliz.

CENA 31. APTO RAQUEL. INT. NOITE.

Raquel e Henrique deitados no quarto, assistindo ao desfile pela TV.

RAQUEL: - Gente, a escola tá linda!

HENRIQUE: - E há quem não aceite o carnaval como uma das manifestações culturais mais ricas do país. Olha tudo isso!

RAQUEL: - São costureiras, escultores, pintores, marceneiros... Artistas de várias áreas pra construir esse espetáculo. Tá lindo mesmo.

HENRIQUE: - Sobre o que a escola vem falando?

RAQUEL: - Uma Declaração de Amor à São Paulo, é o título do enredo.

De repente, na tela da TV, aparecem Daniel e Jaqueline desfilando.

RAQUEL: - Olha ali! A Jaque e o Daniel!

Macedão também aparece, sambando para a câmera.

HENRIQUE: - E o Macedão também! Sambando, viu?!

RAQUEL: - Que maravilha! Deve ser uma alegria e tanto hein!

HENRIQUE: - Todo mundo feliz... Como nós dois aqui.

RAQUEL: - Ano que vem eu quero desfilar também...

HENRIQUE: - Vamos os dois! Ou melhor, os três! (risos)

Henrique coloca a mão sobre a barriga de Raquel, já mais saliente.

RAQUEL: - Sabe que eu estava pensando?

HENRIQUE: - Sobre?

RAQUEL: - Sobre o nosso futuro... sobre nosso filho, sobre o restaurante, sobre a empresa, sobre nós dois.

HENRIQUE: - Nossa, pensando em bastante coisa, não?

RAQUEL (risos): - É, um pouco...

HENRIQUE: - E chegou a alguma conclusão?

RAQUEL: - Que tal da gente mudar os planos?

HENRIQUE: - Como assim?

RAQUEL: - Mudar... Embora ser cheff de cozinha seja um sonho meu, eu não sei se quero abrir o restaurante agora... E eu também sei que você mesmo estando à frente dos negócios da empresa, não é isso a sua praia.

HENRIQUE: - Tem razão. Eu assumi a empresa meio que de emergência e acabei ficando... A sorte que a Liza chegou e está dando a maior força.

RAQUEL: - Então... Por que a gente não pensa melhor nos nossos planos e refaz a nossa vida, esse início de família, diferente?

HENRIQUE: - Acho que estou começando a entender aonde você quer chegar... E Raquel, se for para a nossa felicidade, vamos mudar sim. Eu estando do seu lado, serei feliz em qualquer lugar, sob qualquer circunstancia. Te amo!

(sobe trilha “Entre Olhares” – Ana Carolina e John Legend) Os dois se beijam, apaixonados. CAM lentamente desvia para a TV, onde surge a imagem de Bárbara sambando lindamente à frente da bateria.

CENA 32. TRANSIÇÃO DO TEMPO.

Imagens de São Paulo ao amanhecer. Mostra as ruas pouco movimentadas, alguns poucos foliões. Mostra o trânsito da cidade fluindo calmamente.

(fade out “Entre Olhares” – Ana Carolina e John Legend)

CENA 33. PENITENCIÁRIA FEMININA. CELA. INT. DIA.

A carcereira abre a grade da cela onde Vilma está detida. O corredor está vazio. Apenas Vilma está na cela. Deitada no colchão, Vilma levanta-se rapidamente. Ela veste um vestido de tecido cru, um tanto rasgado e o cabelo está solto, descuidado, assim como sua pele.

CARCEREIRA: - Ela quer batom vermelho. Será que você ainda não aprendeu que é mulherzinha aqui dentro?

Vilma baixa o olhar, vai até o colchão onde está o batom. Ela passa o batom.

CARCEREIRA: - Está melhor...

A carcereira faz sinal para alguém no corredor. De repente, uma mulher, mais jovem que Vilma aparece na entrada da cela. A mulher é forte, musculosa, aparência rude e séria. Ela dá um sorriso debochado para a carcereira e lhe entrega uma nota de cinquenta reais. A carcereira guarda o dinheiro no bolso.

CARCEREIRA: - É meia hora só, Darci. Nada mais.

DARCI: - Eu sei... É só isso que eu preciso pra dar um trato nessa boneca.

Darci encara Vilma, que desvia o olhar. A carcereira fecha a grade, deixando Darci e Vilma a sós. Darci se aproxima de Vilma, lhe dá um cheiro no pescoço e em seguida, lambe sua orelha. Vilma fecha os olhos, sentindo nojo, porém, não reage.

DARCI: - Nós duas aqui de novo, boneca... Deita aqui no colchão com a mamãe, deita. E tira esse vestidinho. Te quero sem nada, nada, nada...

Darci deita no colchão, pegando Vilma pela mão. Vilma ajoelha ao lado de Darci. CAM, pegando Vilma pelas costas, mostra ela tirando a parte de cima do vestido. Darci toca o corpo de Vilma e em seguida a agarra. CAM desfoca, desviando para a parede, onde aparece apenas as sombras de Darci e Vilma, deitadas no colchão.

CENA 34. QUADRA UNIDOS DA ZONA LESTE. INT. DIA.

A quadra da Unidos da Zona Leste está lotada. Comunidade festejando. No palco, Jair ergue o troféu.

JAIR: - É campeã!

A bateria, sob o comando de Candinho, toca e o povo samba. Bárbara, cercada pelos fotógrafos, exibe o troféu de Melhor Rainha de Bateria do carnaval de São Paulo.

REPÓRTER: - Bárbara, o que dizer para o público de casa, sobre o título da escola e sobre esse seu prêmio especial?

BÁRBARA: - Tentaram me derrubar, mas quem tem luz própria, brilha, meu amor! Colar de beijos para as recalcadas!

A festa na escola de samba segue animada.

CENA 35. CLÍNICA PSIQUIÁTRICA. PÁTIO. DIA.

Maria Alice desce do carro no estacionamento interno da clínica. Ela é recebida por uma funcionária.

MARIA ALICE: - Bom dia, Lúcia.

LÚCIA: - Bom dia, dona Maria Alice, como vai?

MARIA ALICE: - Estou bem. E o Humberto, como está?

LÚCIA: - Tenho que ser sincera com a senhora. Ele não apresentou nenhuma mudança significativa. A polícia já esteve aqui tentando interrogá-lo por causa do assassinato, mas não conseguem.

MARIA ALICE: - Ele continua dizendo ser Henrique.

LÚCIA: - Exatamente. Às vezes com alguns transtornos, rompantes de fúria quando insistimos em chamá-lo pelo nome correto. Fizemos uso de medicações para acalmá-lo.

MARIA ALICE: - Eu posso vê-lo agora?

LÚCIA: - Claro, venha.

Lúcia acompanha Maria Alice para o interior da clínica.

CENA 36. CLÍNICA PSIQUIÁTRICA. INT. DIA.

Outros pacientes encontram na clínica. Alguns sentados sozinhos, dispersos em seus pensamentos, outros acompanhados por funcionários. Lúcia leva Maria Alice até uma grande varanda.

LÚCIA: - Ele está ali.

Maria Alice observa Humberto, vestido de branco, sentado numa cadeira, olhando ‘para o nada’, quieto.

LÚCIA: - Qualquer coisa, só me chamar.

MARIA ALICE: - Obrigada.

Lúcia se afasta. Maria Alice observa Humberto de longe, por um instante. Aos poucos, ela decide se aproximar.

MARIA ALICE: - Filho?

Humberto, lentamente, desvia o olhar para Maria Alice.

MARIA ALICE: - Oi meu filho...

HUMBERTO: - Hoje eu falei com meu pai.

MARIA ALICE: - Falou com seu pai de novo? E o que ele disse?

HUMBERTO: - Ele disse... “Henrique, você é um homem bom”. Você viu? Meu pai disse que eu sou um homem bom. E ele me chama de Henrique, meu nome.

Maria Alice tenta segurar as lágrimas. Ela se abraça a Humberto, carinhosamente. Humberto desvia o olhar, repetindo o nome de Henrique, lentamente. CAM aos poucos vai se afastando, mostrando os dois de costas, com Maria Alice abraçada em Humberto.

CENA 37. TRANSIÇÃO DO TEMPO.

Imagens de São Paulo ao anoitecer, mostra a Avenida Paulista iluminada e movimentada.

CENA 38. RESTAURANTE GOURMET PAULISTA. INT. NOITE.

O restaurante está lindamente decorado nas cores branco e dourado. Muitas pessoas no local e boa parte do elenco, vestidos com roupas de festa. Raquel, trajando um vestido longo de rendas, vermelho, que deixa ainda mais saliente sua barriga, cruza o salão para ir ao encontro de Henrique, que veste smoking, que conversa com Claude.

HENRIQUE: - E então?

RAQUEL: - Elas já chegaram.

CLAUDE: - Já? Então podemos começar.

Claude faz sinal para a banda (um quarteto tocando piano, violoncelo, baixo e sax).(sobe trilha “Feliz” – Maria Rita)

Pela porta do salão, entra Otávio trazendo um cestinho com pétalas de rosas. Ele vai entrando e soltando as pétalas pelo salão. Em seguida, entram Liza e Monique, juntas, de mãos dadas, vestidas de noiva. Ambos os vestidos delicados, sem muito volume, bordados. Cada uma delas traz um buquê de flores. As duas se param diante do juiz de paz, para a cerimônia do casamento.

Raquel e Henrique, Claude e Maria Alice são os padrinhos. O juiz oficializa o casamento das duas, que selam a união com lindo beijo, sob os aplausos de todos os convidados. Clima harmonioso, alegre. (fade out “Feliz” – Maria Rita)

Fade out em preto na imagem.

CENA 39. FAZENDA QUEIRÓS. EXT. DIA.

Fade in na imagem. Sai do preto. CAM abre para um vasto campo. (sobe trilha “Disparada” – Jair Rodrigues) Vista aérea, plano aberto. CAM percorre um vasto campo onde aos poucos começa a aparecer uma imensa plantação de oliveiras.

Mostra as aves cruzando o céu. Corta para Henrique, a cavalo, galopando, por um gramado verdejante. O vento bate em seu rosto, o sol o ilumina. Ele cavalga em direção à uma grande casa de estilo colonial, imponente. Na porta da casa, Raquel aguarda Henrique, segurando um bebê nos braços.

Henrique desce do cavalo e corre ao encontro da esposa e do filho. Henrique e Raquel se beijam, apaixonados. Os dois olham o horizonte, cheios de esperança e de vida, crentes no futuro próspero que começam a viver.




novela de
 Édy Dutra
 
elenco
 Juliana Alves como Raquel
 Guilherme Winter como Henrique
 Christine Fernandes como Lenara
 Júlio Rocha como Humberto
 
 Daniele Suzuki como Jaqueline
 Jonathan Haagensen como Daniel
 Cláudio Lins como Ulisses
 Rodrigo Hilbert como Robson
 Cinara Leal como Bárbara
 Carlos Casagrande como Claude
 Diego Cristo como Joaquim
 
 Erika Januza como Aimée
 Liliana Castro como Fernanda
 Léo Rosa como Marcelo
 Aline Dias como Stefany
 Cecília Dassi como Carol
 Luiz Otávio Fernandes como Nuno
 Renata Castro Barbosa como Salete
 Bernardo Mesquita como Cássio
 Jonatas Faro como Igor
 Odilon Wagner como Carlos
 
 Rodrigo dos Santos como Barreto
 Patrícia Werneck como Monique
 Karina Bacchi como Keylla Mara
 Nando Cunha como Candinho
 Sérgio Guindane como Leopardo
 Letícia Colin como Rita
 Luiz Felipe Mello como Otávio
 Maria Pinna como Lisa
 
atrizes convidadas
  Carolina Ferraz como Paula
 Regina Braga como Maria Alice
  Aída Leiner como Tarsíla
  Tânia Alves como Zuleica
 Zezé Motta como Rosa
 
atores convidados

  Zé Carlos Machado como Donato
 Aílton Graça como Macedão
 Nuno Leal Maia como Jair
 Jean Pierre Noher como Santiago
 
 Malu Galli como Dalva
 Sônia Braga como Vilma
 Reginaldo Faria como Gurgel
 
trilha sonora
 Sampa - Caetano Veloso
 Mulher - Projota
 Saudade de Amar - Nana Caymmi
 Você Vai Estar na Minha - Negra Li
 Sem Poupar Coração - Nana Caymmi
 06. Fica só Olhando - Anitta
 Sunday Morning - Maroon 5
 Entre Olhares - Ana Carolina e John Legend
 P.D.A (We just don't care)
- John Legend
 A Doida - Seu Jorge
 Negro Lindo - Parangolé
 Não Enche - Caetano Veloso
 Tem que ser Você - Victor e Léo
 I Look To You - Whitney Houston
 Feliz - Maria Rita
 Ainda Bem - Marisa Monte
 Turtango - Instrumental
 Além da Nova Ordem - Julio Serrano
 Badabauê - Eliana de Lima
 Disparada - Jair Rodrigues
 Magalenha - Leandro Lehart
 É uma partida de futebol - Skank
 Parábola - Itaquera de Boa - Rapper A2
 
produção
 Bruno Olsen
 Diogo de Castro
 Israel Lima


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


 
REALIZAÇÃO



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