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Crimes no Subúrbio Carioca - A Gata de Irajá: Capítulo 04

Minissérie de Marcelo Oliveira
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CRIMES NO SUBÚRBIO CARIOCA - A GATA DE IRAJÁ - CAPÍTULO 04


   

Geralmente, as primeiras horas da manhã são consideradas impróprias para situações de perigo, isso porque todo mundo têm a impressão de que o mal só acontece nas noites ou madrugadas, camuflado pelo negrume noturno. Para as mulheres, antes eram os afazeres domésticos que tomavam todo o tempo que dispunham, hoje há outras distrações que também não a permitem ficar alerta a alguns sinais. As redes sociais tomaram um espaço absurdo na rotina das pessoas, infelizmente, nem todas prestam atenção ao que realmente pode fazer a diferença na vida delas e preferem perder tempo com assuntos banais, imagens sem sentido, sem razão e sem noção.

— Pois não?

— Eu fui mandado para montar a sua cama.

— Ué, não era amanhã?

— Dona, eu  meio atarefado, fim de ano é uma correria só.

— Eu sei, eu sei, mas é que eu  meio sem tempo agora.

— Bom, então vou indo, não sei quando poderei voltar.

— Mas, é que eu tinha marcado um compromisso e amanhã eu estaria livre.

— Olha, dona, eu  aqui, agora, amanhã já não garanto.

— Caramba, espera um pouquinho. — a mulher fecha a porta e começa a falar ao telefone. Alguns minutos depois ela retorna, tirando a correntinha que prende a porta. — Tudo bem, pode adiantar a montagem, eu remarquei o que tinha pra fazer. Mas, eu quero que saiba que meu marido vai fazer uma reclamação na loja. Vocês não podem marcar um dia e adiantar sem avisar antes. Isso é um absurdo.

A mulher abre a porta e permite que o homem entre até o meio da sala.

— Olha, eu só faço o que me mandam, qualquer coisa vocês resolvam lá com a chefia.

— Ih, moço, você é mal educado, hein? Ainda está sem a máscara. Você não devia atender as pessoas de máscara?

— Para o que eu vou fazer não preciso de máscara.

De repente o homem joga a mochila no chão e começa a tirar a camisa, a mulher se assusta.

— Mas, o que você...

Ele leva o dedo indicador até os lábios para que ela faça silêncio e avança com um soco no meio do rosto. Ela cai no chão desacordada.

Alguns minutos depois.

— Mo-moço, por favor, me solte... eu estou com dor. — ela acorda ainda zonza.

O homem não fala nada, totalmente nu, apenas dá a volta na cadeira em que a mulher está amarrada. Ele coloca a mão tapando sua boca e nariz e aperta. Ela tenta respirar, mas não consegue, ele permanece sufocando-a por mais alguns segundos e depois libera a boca.

O ar que ela puxa com força chega a provocar dor. Ela arfa angustiada, seus olhos arregalam de pavor. O homem continua calado, mas se aproxima de seu rosto com um largo sorriso. Ela busca piedade em seu olhar, mas só vê insanidade. A mulher começa a soluçar, balbucia algumas palavras.

Está rezando? É isso? Eu imaginava que mulher jovem proporcionasse maior diversão, mas é exatamente ao contrário. Você é mais fraca, sem força de vontade, sem dignidade. Torna tudo tão enfadonho, me deixa mais irritado do que excitado.

Olha só, que inútil. Tão cheia de si, tão independente e quando topa de frente com uma dificuldade se desmonta igual a um castelinho de cartas. Chega a ser patética. Onde está aquela marra toda de quem é a dona da verdade, a mandona?

Agora está aí chorando igual a uma criancinha medrosa. As idosas me dão mais prazer do que você, sua fracassada. Fico imaginando o panaca do seu marido. Deve ser um frouxo, pau-mandado. Acho que vou ficar por aqui só para ver a cara do otário.

Você quer respirar? Quer viver? Não, acho que não, hehehehe!

— Mo-moço... por favor, não faça isso... eu não tenho dinheiro... — o homem tapa novamente a boca e nariz da mulher.

Dinheiro? Tudo se resume a um punhado de notas. Eu sei que você não tem dinheiro, estou vendo. Todos os móveis novinhos, mas de péssima qualidade. Foi uma liquidação, queima de estoque? Vocês deviam ter muitos planos, né? Mostra pra mim como é saber que você nunca mais irá ver seu grande amor e que aqueles planos que vocês combinaram, ele vai ter que viver com outra mulher. Mostra pra mim. Você tem que me mostrar como é perder tudo e saber que outra vai desfrutar dos seus sonhos.

Ele solta a boca da mulher de novo, mas dessa vez ela já não respira com tanta força, sua cabeça cambaleia para o lado, seus olhos embranquecem vazios, os lábios arroxeiam, ela está morrendo.

Não! Não! Acorda, maldita. Eu mandei dormir? Acorda, acorda!

Descontrolado, o homem desfere golpes e mais golpes, a força desferida a joga no chão com cadeira e tudo, mas ele salta pra cima dela e continua a selvageria do ataque. O sangue espirra por seu corpo desnudo, os hematomas se multiplicam no rosto e corpo. O homem começa a gargalhar enquanto o corpo se desfaz em ossos quebrados e poças de sangue.

Ah, agora sim, vamos ver se eles conseguem encontrar alguém pra colocar a culpa.

O homem puxa um saquinho da cintura e espirra líquido sobre a mulher.

autor
Marcelo Oliveira

personagens
Ralf
Zé Carlos
a gata Nina
Sergio Riso
Zulmira
Abigail
Gonçalo
Marilda

agradecimentos
Leda Selma
Wellington Santos
Guilherme Hepp
Gustavo Calazans
Maria Ines
Maria Aparecida

trilha sonora
Hitman - Kevin MacLeod

direção
Carlos Mota

produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO


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